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A questão dos desastres em destinações turísticas: o caso da destinação Costa Verde e Mar em Santa Catarina
The issue of disaster in tourist destinations: the case of allocation and Green Sea Coast
La cuestión de desastres en destinos turisticos: el caso de la destinación de Costa Verde y Mar em Santa Catarina, Brasil
Caderno Virtual de Turismo, vol. 16, núm. 3, pp. 15-29, 2016
Universidade Federal do Rio de Janeiro

Artigos originais



Recepção: 14 Junho 2014

Aprovação: 10 Junho 2016

DOI: https://doi.org/10.18472/cvt.16n3.2016.0952

Resumo: O presente trabalho apresenta as implicações dos desastres sobre a atividade turística, em especial, abordando a destinação turística Costa Verde e Mar, em Santa Catarina. A destinação encontra-se localizada na Bacia Hidrográfica do Vale do Itajaí, uma região suscetível a desastres e com potencial para provocar sérios impactos para o trade turístico. Para analisar essa problemática, a pesquisa teve como metodologia o levantamento de dados qualitativos e quantitativos, bem como a análise de documentos oficiais sobre o turismo e os desastres em Santa Catarina. Concluiu-se que a atividade turística explorada na destinação possuiu total condição de ser afetada pelos desastres em virtude das condições ambientais, geológicas e hidrológicas existentes na região do Vale do Itajaí. Dessa forma, a efetivação desse fenômeno poderia proporcionar um grande prejuízo para o trade, bem como para economia da destinação turística.

Palavras-chave: Destinação Turística, Desastres, Turismo.

Abstract: The present paper has been showing the implications of disasters on tourism, in particular, addressing the tourist destination Costa Verde e Mar, at Santa Catarina. The destination is located at the hydrographic basin of Vale do Itajaí, a susceptible area for disasters and with potential to cause serious impacts on the touristic trade. To analyze this problem, the research methodology was to survey of qualitative and quantitative data, as well as the analyze of official documents about the tourism and the disaster in Santa Catarina. It could be concluded that tourism activity exploited at the destination possessed overall conditions to be affected by disasters of environmental conditions, geological and hydrological existing in Vale do Itajaí region. Thus, the effectivity of this phenomenon could provide a great loss to the trade as well as to the touristic destination economy.

Keywords: Tourist Destination, Disaster.

Resumen: El trabajo presenta las consecuencias de los desastres a las actividades turísticas, subrayando la destinación turística Costa Verde y Mar, en el estado de Santa Catarina. El destino se ubica en la Cuenca Hidrográfica del Valle del Río Itajaí, una zona propensa a ocurrencia de desastres que pueden impactar al trade turístico. Para estudiar la problemáticas, la investigación tuvo como metodología la búsqueda por datos cualitativos, cuantitativos y análisis de documentaciones oficiales sobre el turismo y los desastres en Santa Catarina. Se puede concluir que la explotación de la actividad posee grandes condiciones de sufrir impactos de desastres en virtud de las condiciones ambientales, geológicas y hidrológicas existentes en la zona del Valle del Itajaí. Sin embargo, la efectuación de ese fenómeno ofrecería grandes pérdidas al trade y a la economía del destino turístico.

Palabras clave: Destino Turístico, Turismo.

Introdução

O setor turístico tem assumindo um fator importante no desenvolvimento econômico de determinadas localidades. Assim, esse setor vem sendo tratado como segmento estratégico em função do seu poder gerador de divisas, principalmente para espaços que apresentam condições reais para a exploração de seus recursos, seja naturais e/ou culturais. No entanto, muitas vezes esse desenvolvimento é comprometido pela vulnerabilidade a desastres. Tal elemento, quando associado a fatores negativos, seja de ordem física, climática e/ou socioambiental, tende a proporcionar a iminência e, dependendo do grau de vulnerabilidade da localidade, poderá acarretar efetivação de intempérie.

Dentro disso, sobre o desenvolvimento do turismo, territórios que apresentam características negativas, como vulnerabilidade socioambiental, poderão se tornar turísticos em função da existência de atrativos naturais e/ou culturais. Muitas localidades ou destinações turísticas vêm surgindo, apresentando características de vulnerabilidade e, além disso, associam-se com práticas ambientais insustentáveis, proporcionando um aumento iminente de desastres. O segmento turístico é muito suscetível a intervenções externas, como guerras, epidemias, crises econômicas, aspectos climáticos, entre outros, podendo gerar impactos negativos para a dinâmica do setor. Territórios transformados em destinações turísticas em função dos elementos existentes, quando associados com características de desastres, podem se tornar um fator preocupante para o desenvolvimento do setor. Existem no Brasil e no mundo destinações que, além de apresentar todos os elementos necessários para o desenvolvimento do turismo, vêm demonstrando elementos, como, por exemplo, questões como vulnerabilidade socioambiental que pode a vir causar um desastre e, assim, trazer prejuízos para o setor.

Dentro dessa questão, Santa Catarina possui uma destinação turística denominada Costa Verde e Mar, sendo uma das localidades mais visitadas dentro do estado em função das belezas naturais existentes. No entanto, uma parcela dos municípios integrantes da Costa Verde e Mar encontra-se dentro de região da Bacia Hidrográfica do Vale do Itajaí-Açu que possui suscetibilidade a desastres devido às condições geológicas existentes. A pesquisa tem como pressuposto metodológico a realização de um estudo de caso da Destinação Turística Costa Verde e Mar, evidenciando por meio de referências bibliográficas e dados qualitativos e quantitativos sobre esses fenômenos. Dessa forma, pretende-se realizar uma análise e apresentar elementos sobre a relação dessa destinação com a iminência dos desastres sobre essa região turística Costa Verde e Mar.

Turismo e desastres: uma análise do processo de interferência sobre a atividade turística

O avanço do fenômeno turístico vem permitindo que diversas regiões com potenciais turísticos possam ter sua economia fortalecida por meio do trade. Dessa forma, os economistas vislumbraram, nesse segmento, um importante setor gerador de crescimento econômico e elevação das taxas de desenvolvimento de diferentes regiões. Dentro desse cenário, muitas localidades têm sua economia alicerçada no segmento do turismo e, assim, regiões têm na atividade turística uma fonte de entrada de recursos provenientes da demanda turística. “Entre 2004 e 2020, as previsões da Organização Mundial do Turismo (OMT) que viagens internacionais irão aumentar de 760 milhões de viagens por ano para 1,5 bilhão de viagens. Se as viagens domésticas forem incluídas, o total de 2020 será de 15 bilhões de viagens por ano” (MADITINOS; VASSILIADIS, 2008, p. 68, tradução nossa).

Esses dados apontam que o setor do turismo possui um enorme potencial de crescimento, “conquistando espaço definitivo junto aos diversos setores da economia, contribuindo para o desenvolvimento econômico e diminuindo as diferenças regionais” (SANTOS; HANAOKA, 2015, p.198). Diante disso, muitos destinos turísticos foram criados para serem comercializados e oferecidos ao mercado, assim se constituindo como um segmento importantíssimo para o desenvolvimento territorial. Devido aos elementos econômicos que o setor proporciona, territórios que possuem condições para o turismo passaram a ser direcionados e transformados em desígnio turístico e atribuídos para o consumo turístico sem levar em considerações as possíveis pressões ambientais que o setor poderia causar em virtude do enorme apelo comercial e econômico que o setor alcançou. Assim, destinações turísticas podem apresentar alguns aspectos de vulnerabilidade e passar a correr perigo de um desastre. Esse fenômeno, quando atinge determinado destino turístico, possui totais condições de desestruturar toda a dinâmica existente no setor e, assim, a capacidade de resiliência em curto espaço de tempo pode ficar comprometida.

Na última década, uma série de desastres naturais afetou severamente destinos turísticos. Os exemplos mais proeminentes incluem o tsunami no Oceano Índico em 2004, o furacão Katrina nos EUA (2005), o tsunami de Samoa (2009), as inundações na Austrália (2010/2011) e Christchurch (Nova Zelândia), terremotos em (2010-2011) (BECKEN; HUGHEY, 2013, tradução nossa). Os impactos dos desastres sobre a atividade turística podem abranger infraestruturas físicas (meios de hospedagem e transporte), marketing turístico (propaganda rádio e TV), perda do fluxo de turistas, diminuição da arrecadação, entre outros, gerando impactos econômicos sem precedentes para tais territórios. De acordo com Maditinos e Vassiliadis (2008, tradução nossa) o turismo é muitas vezes descrito como uma indústria frágil em que a demanda por viagens é altamente suscetível a inúmeros choques, tais como guerras, epidemias de doenças mortais, doenças contagiosas, incidentes de terrorismo, flutuações econômicas, instabilidade da moeda, crises de energia, e assim por diante.

Em consequência do avanço do processo tecnológico e crescimento vertiginoso do mercado, esses locais que foram turistificados passaram a ser vendidos e, consequentemente, atraindo visitantes. Rodrigues (2015) afirma que o conceito de turistificação em sua acepção mais geral e literal diz respeito à ação coordenada no sentido de tornar um espaço natural em espaço turístico, com uma nova funcionalidade aos espaços, como readequação e adaptação. O surgimento de um destino turístico está associado com aspectos tanto ambientais quanto culturais, e assim “depende fundamentalmente de espaços turísticos, que são notadamente de duas dimensões: espaços-natureza e espaços-patrimônio” (RODRIGUES, 2015, p. 88).

Como enfatiza Cruz (2009), os territórios que passaram a ser usados pelo turismo são, também, paradoxalmente negligenciados, pois o que é usado é o seu potencial passível de exploração pelo turismo e negligenciada, simultaneamente, a sua condição primeira de lugar da reprodução da vida. A partir do momento em que determinadas características do território que passou a ser turistificado são negligenciadas, localidades turísticas podem a vir apresentar elementos que venham propiciar a iminência de um desastre. Assim, essas localidades se tornam mais suscetíveis a abrigar esse fenômeno. Os desastres são determinados a partir da relação entre o homem e a natureza e resultam das tentativas humanas em dominar a natureza, que, em sua maioria, acabam derrotadas, sendo que, quando não são aplicadas medidas para a redução dos efeitos dos desastres, a tendência é aumentar a intensidade, a magnitude e a frequência dos impactos (KOBIYAMA, 2006).

O turismo é dependente de um ecossistema intacto e de estruturas institucionais que possam responder às necessidades da população local e visitantes. Portanto, a prevenção de catástrofes e gestão (por desastres naturais e provocados pelo homem) deve ser uma parte essencial do plano de gestão integrada para qualquer destino (MADITINOS; VASSILIADIS, 2008, tradução nossa). Dentro disso, “no turismo, as preocupações de estabelecer políticas para o setor só aparecem quando este adquire importância econômica ou quando começa a causar transtornos” (SOLHA, 2006, p. 90). As questões que envolvem a gestão dos desastres sobre a atividade turística nas políticas públicas podem se tornar fator determinante entre o sucesso e o fracasso de determinada localidade turística que apresenta elementos de vulnerabilidade. “O turismo é altamente sensível a crises e elas se agravam quando associadas a desastres, e um sistema de proteção aos turistas e de recuperação das áreas turísticas deve ser implementado pelas autoridades competentes” (ZUCCO; MAGALHÃES, 2011, p. 603, tradução nossa).

Dessa forma, os impactos podem atingir diretamente os turistas, e para minimizar os impactos é necessário que ações emergenciais sejam implementadas. Como enfatizam Maditinos e Vassiliadis (2008):

[....] Os desastres aumentam as preocupações de turistas com segurança e proteção colocando pressão crescente sobre planejadores e gestores envolvidos com o turismo, impelindo-os a analisar o impacto das catástrofes sobre essa indústria e a desenvolver estratégias para lidar com as crises. A redução da eminência do perigo de um desastre depende, sobretudo, de ações pautadas e estabelecidas na concepção de uma nova cultura, enfatizada no campo ambiental e social, visando uma melhor integração entre os seres humanos e ambiente (MADITINOS; VASSILIADIS, 2008, p. 68, tradução nossa).

No entanto, fatores como a intervenção por meio de planejamento e gestão por parte das esferas governamentais trazem benefícios para diminuição dos riscos de desastres e, consequentemente, aumento da capacidade de resiliência em diversas áreas, como, por exemplo, o setor do turismo. Segundo Sansolo (2009), no segmento do turismo é necessária a realização de uma abordagem relevante e sistemática do ponto de vista de que o poder público em âmbito de todas as esferas tem que passar a adotar medidas que visem o melhoramento do trade.

Adotar quesitos, como a gestão dos desastres na atividade turística em determinadas localidades como medida preventiva contra possíveis impactos, pode se tornar uma ferramenta indispensável para muitas localidades turísticas que apresentam alguma característica de vulnerabilidade. Dessa forma, essa questão é enfatizada por Kobiyama (2006, p. 31) que em seus estudos destaca que:

Dentro dessas linhas de raciocínio o desastre está muito vinculado à questão da prevenção e do planejamento por parte dos responsáveis a fim de diminuir os riscos de um evento calamitoso. Quando um evento desse porte ocorre em uma destinação turística, os efeitos são sentidos a curto, médio e longo prazo, trazendo problemas e principalmente prejuízos para a localidade turística.

Assim, localidades turísticas que são afetadas por esses eventos passam a ter seus fluxos turísticos prejudicados em função da interferência desse fenômeno sobre determinada destinação turística. Dentro dessa abordagem, outra condicionante que pode vir a tornar elemento prejudicial para a gestão e prevenção na relação dos desastres na atividade turística são os interesses tanto privados (empresários) quanto estatais (esferas municipais, estaduais e federal).

Esses interesses podem se sobressair às necessidades de se implantarem ações de gestão contra esses fenômenos. O modelo de desenvolvimento econômico fez com que a atividade fosse explorada de uma maneira sem precedentes, sempre ignorando a lógica do planejamento e gestão da atividade. Dessa forma, espaços naturais foram transformados em destinos turísticos a fim de beneficiar a lógica capitalista de exploração e a obtenção de lucro para estados e municípios, esquecendo-se dos possíveis e futuros impactos que a atividade poderia gerar. Com o crescimento da atividade turística no mundo, o poder público, sobretudo no nível federal, passou a liderar o desenvolvimento do turismo por meio de políticas públicas centradas na urbanização de espaços, tidos como potenciais ao desenvolvimento turístico” (SANSOLO, 2009).

Assim, o setor turístico se transformou em uma atividade extremamente importante no que tange a produzir renda, porém, houve um esquecimento das questões que norteiam os possíveis impactos gerados pela atividade. Essa preocupação inicial com questões econômicas fez com que as implementações de políticas públicas e de planejamento ficassem sempre em segundo plano nas esferas privadas e públicas.

Segundo Santos (2014), o destino turístico, enquanto espaço suporte, elemento físico em que o visitante permanece pelo menos uma noite, constitui-se como portfólio de serviços de apoio, de atrações turísticas, de produtos necessários ao provimento, tendencialmente completo, das vontades e desejos dos turistas nesse território. Todos esses elementos precisam estar organizados em torno de um trabalho contínuo de comunicação e imagem, já que a oferta no destino deve estar estruturada para cativar turistas menos envolvidos nas suas atrações e produtos, ganhando especial relevância a sua gestão estratégica, que deve envolver os agentes públicos e privados direta e/ou indiretamente ligados ao setor do turismo.

As ações de gestão e planejamento a médio e/ou longo prazo podem trazer benefícios para o setor, principalmente no que norteiam as questões que envolvem a entrada de divisas para estados e municípios. Segundo Ouriques (2002), em sua análise sobre o turismo na periferia do capitalismo, esclarece que o setor turístico “pode ser encarado como o último milagre do capitalismo mundial em sua jornada autoexpansivo. É inegável que a introdução do turismo na periferia acabou por gerar ‘ilhas de prosperidade’, criando um circuito privilegiado de consumo e padrão” (OURIQUES, 2002, p. 136). A partir do momento em que o setor turístico é afetado por alguns desastres, como uma catástrofe natural, acidente industrial, ataque terrorista, epidemia, entre outros, o cenário turístico até então perfeito e estruturado passará a demonstrar instabilidade em decorrência dos impactos gerados por esse fenômeno e, consequentemente, trazendo enormes prejuízos, principalmente os financeiros.

Assim, percebeu-se que as relações que envolvem o segmento turístico e as questões sobre os desastres são extremamente complexas e muito abrangentes. Economias de muitos territórios são sustentadas basicamente pela exploração do turismo e, no entanto, localidades vêm apresentando algum tipo de vulnerabilidade, que associada com fatores externos como questões climatológicas, físicas, entre outros, podem gerar intempéries afetando diretamente o trade turístico. Assim, o turismo se torna uma atividade vulnerável a mudanças repentinas e dependente de uma gestão eficiente e eficaz com o propósito de gerir e minimizar possíveis impactos negativos que possam atingir o setor turístico.

A Problemática dos Desastres em Destinações Turísticas

A necessidade da sociedade em ter uma atividade de lazer em função das relações de trabalhos acaba sendo fator preponderante ao desenvolvimento turístico. A partir desse contexto, a atividade está baseada principalmente na exploração dos recursos naturais e culturais inseridos dentro do espaço geográfico, que ao longo do tempo foi sendo produzido pelo homem por meio das inter-relações pessoais e estas com o meio abiótico e biótico circundante. Analisado sob esse prisma, o conhecimento sobre os espaços turistificados constitui-se em elemento essencial para o desenvolvimento do trade. Esse segmento procura comercializar os potenciais turísticos de determinado território e, dessa forma, busca vender esses espaços para indivíduos dispostos a consumi-los, criando assim relações com o meio (espaço e autóctones) e com influência externa (turistas), atraindo fluxo de divisas para essas localidades.

Dentro da turistificação de espaços, entre eles os naturais, surgem destinações turísticas, localidades que detêm toda condição necessária para a realização da atividade turística. Tais destinações exercem um importante papel na economia da região em que ela está inserida, contribuindo para o desenvolvimento regional. Muitas destinações turísticas, além de contarem com todo atrativo necessário para o desenvolvimento do segmento do turismo, contam também com a iminência e muitas vezes com a consolidação de fenômenos como os desastres. Fatores como localização geográfica, características físicas, como geológicas, geomorfológicas, hidrológica e a questão de vulnerabilidade, podem vir a se tornar fatores que condicionem tais fenômenos, consequentemente, atingindo as destinações turísticas.

Observa-se um número crescente de catástrofes e crises que afetam a indústria do turismo, que vão desde incidentes naturais a influências de ações humanas. Nos últimos anos, a indústria global do turismo tem experimentado muitas crises e catástrofes, incluindo ataques terroristas, instabilidade política, recessão econômica, ameaças de biossegurança e desastres naturais (FAULKNER, 2001, tradução nossa). Muitas destinações, nacionais e internacionais, vêm apresentando a iminência dos desastres como fator preocupante sobre o turismo, consequentemente, correndo o risco de afetar a economia dessas localidades e, portanto, desestruturar toda a dinâmica do trade. Dentro desse contexto, podem-se citar exemplos de destinações turísticas que vêm convivendo com a ameaça e até mesmo com a efetivação dos desastres. Em suma, algumas destinações na Ásia e na América do Norte vêm tentando lidar com esse fator para diminuir a iminência dos impactos dos desastres sobre a indústria do turismo.

Alguns pesquisadores internacionais, como Chung-Hun Tsai, Cheng-Wu Chen, Perry W. Hystad, Peter C. Keller, Maditinos e Vassiliadis, vêm realizando investigações científicas sobre a relação entre os desastres sobre a óptica do setor do turismo e seus impactos. Alguns autores como Chung-Hung Tsai, Cheng-Wu Chen vêm concentrando suas pesquisas na Ásia, focando sua área de estudo sobre destinações turísticas e seus impactos associados com desastres na ilha de Taiwan. Em sua pesquisa mais recente, os autores vêm evidenciando uma problemática existente na ilha em que o turismo vem sendo fomentado pelo mercado turístico em localidades geograficamente inadequadas para o desenvolvimento do trade, passando a colocar em perigo o setor turístico e os turistas, devido ao grau de suscetibilidade em consequência da vulnerabilidade existente nesse território.

Segundo Tsai e Chen (2010, tradução nossa), para explorar plenamente os nossos recursos naturais, a maioria dos operadores de turismo, naturalmente, querem construir instalações turísticas em determinadas regiões ou perto desses locais com as mais belas paisagens, muitas vezes ao lado da montanha ou à beira-mar. O autor salienta que o “problema é que essas regiões são, de fato, caracterizadas por alto risco de desastres e falta de recursos para o trabalho de socorro ao público” (TSAI; CHEN, p. 471, tradução nossa). Em suma, o mercado turístico se preocupa basicamente com o retorno financeiro que a atividade poderá lhe proporcionar e, dessa forma, questões como a segurança, gestão e prevenção não são colocadas em pauta nas discussões.

Esses fatores se destacam em virtude de “Taiwan estar localizada na Zona Sísmica Circum-Pacífico, e, portanto, sujeita a terremotos frequentes. Nos últimos anos, tem havido, em média, mais de 200 abalos sísmicos por ano” (TSAI; CHEN, 2010, p. 472, tradução nossa). Devido à suscetibilidade física sobre a efetivação de um desastre provocado por abalos sísmicos, a ilha de Taiwan apresenta reais elementos de que o desenvolvimento do turismo precisa ser gerenciado levando em consideração essas condicionantes. Sobre as conclusões dos autores, expõem que:

A única maneira de diminuir a quantidade de danos e o impacto sobre as pessoas, empresas e governo, é contar com o preparo de redução de desastres ou medidas de dispersão de risco. É necessário identificar, avaliar, controlar e transferir o risco de desastre para a indústria do turismo por meio de uma abordagem adequada do risco e gestão de desastres. Também é importante para a construção seu modelo de avaliação de risco de desastres e gestão de estratégias superior para diminuir o impacto sobre os aspectos operacionais da indústria do turismo (TSAI; CHEN, 2010, p. 479, tradução nossa).

Dessa forma, pôde-se constatar que “existem muitos equipamentos turísticos localizados em regiões que também estão sujeitas a taxas de alta frequência de desastres naturais” (TSAI; CHEN, 2010, p. 478, tradução nossa) como terremotos. A destinação turística existente em Taiwan demonstra que o turismo tem na sua concepção a forma da voracidade turística. Esse fator não leva em consideração as atenuantes existentes, esquecendo-se das possíveis consequências ao setor e, principalmente, para aqueles que consomem essa mercadoria, ou seja, os clientes.

Segundo Toubes e Fraiz Brea (2012, tradução nossa), as estratégias de gestão da crise desenvolvidas em um destino turístico devem ser suficientemente amplas e abrangentes quando aplicadas em diferentes situações, não se limitando a casos específicos também. Devem levar em conta os elementos de prevenção, antes da crise, sendo uma parte essencial do planejamento da gestão estratégica da crise e que a preparação para uma crise em potencial é a chave para uma recuperação rápida e eficaz.

O estudo de caso apresentado da destinação turística na Ásia (Taiwan) demonstra que os desastres fazem parte do cotidiano da atividade turística nessa localidade. Com isso, pôde-se perceber que a ameaça dos desastres é fator claro em virtude das características existentes na destinação turística. Portanto, a gestão e a prevenção dos desastres tornam-se necessárias perante as condições existentes. No entanto, fica evidente que esses aspectos não estiveram presentes associados com o desenvolvimento do turismo. Esse fator coloca em perigo a continuidade do desenvolvimento do turismo nessa destinação, sendo que esse fenômeno prejudica a capacidade de resiliência da destinação e, sem salientar a falta de segurança com turista em virtude da ausência de um sistema de gestão que pudesse gerir essa problemática.

Estudo de Caso da Destinação Turística Costa Verde e Mar

Atualmente Santa Catarina tornou-se um dos destinos mais procurados no Brasil em função da diversidade, como as diversas paisagens naturais existentes. Para destacar as potencialidades e propor um desenvolvimento do trade, o Estado, por meio da institucionalização, criou regiões turísticas como medida de desenvolver o turismo no estado de forma regional. O mapa abaixo apresenta o território da destinação turística, a Costa Verde e Mar, que se constitui de um território composto pelos seguintes municípios: Luís Alves, Balneário Piçarras, Penha, Ilhota, Itajaí, Camboriú, Balneário Camboriú, Itapema, Porto Belo e Bombinhas.


Figura 1
Localização dos municípios que integram a destinação da Costa Verde e Mar.
Fonte: (ESTADO DE SANTA CATARINA, 2011)

A destinação turística Costa Verde e Mar se constituiu a partir das enormes belezas existentes nos municípios integrantes e também em função do município indutor (Balneário Camboriú) que atrai milhares de pessoas para a cidade, consequentemente, fomentando essa destinação e o desenvolvimento econômico, se tornando importante para o desenvolvimento regional. A Costa Verde e Mar, além de ter Balneário Camboriú como município indutor, possui também outros municípios importantes para a dinâmica do setor que atrai centenas de turistas a fim de conhecer seus potenciais turísticos.

Em função dessa enorme segmentação de mercado existente na destinação, ela se tornou ponto de referência em questão de diversidade sobre a prática do turismo. Contudo, apesar da região ser caracterizada por possuir diversos atrativos voltados para a prática do turismo, alguns municípios da destinação turística se encontram em uma área física muito vulnerável a desastres. Santa Catarina, além de apresentar elementos que afirmam seu potencial natural voltado ao turismo, também se encontra entre os estados da Federação que mais possuem índices de desastres no Brasil.

Pesquisas apontam que o estado registrou 12,2% de todos os desastres [...] ocorridos no Brasil entre 1991 e 2010. Apesar de representar apenas 1,2% do território nacional, o estado está no terceiro lugar do ranking (atrás do RS e MG) onde mais ocorrem esses fenômenos [....] (REQUEBI, 2012). A Figura 2 apresenta dados sobre essa intempérie, como, por exemplo, os desastres ocorridos no estado entre os períodos de 1991 a 2010, abordando quais são os tipos de desastres mais recorrentes no período analisado.


Figura 2
Desastres mais recorrentes em Santa Catarina (1991 a 2010)
Fonte: UFSC (2013)

Na análise do gráfico, percebe-se que ao longo desse período foram registrados vários fenômenos associados às condições climáticas no estado que proporcionaram os desastres. Entre eles estão fenômenos como inundação gradual, estiagem e seca, vendavais e/ou ciclone e granizo. Os fenômenos citados como inundação brusca, estiagem e seca foram os mais recorrentes no estado, totalizando um percentual de 32% na questão da ocorrência desse fenômeno ao longo do período analisado. A Figura 3, sobre inundação brusca e alagamento por região brasileira, apresenta a ocorrência ao longo do período analisado.


Figura 3
Inundação brusca e alagamento por região
Fonte: UFSC (2013)

A análise do gráfico de ocorrências de desastres por região demonstra que a região Sul é a mais afetada por esse tipo de desastre, sendo o estado de Santa Catarina o mais afetado por esse fenômeno. No caso das inundações bruscas e alagamentos, são registrados a partir do aumento da precipitação, onde a vazão é ultrapassada e o escoamento da água fica comprometido. Assim, quando a quantidade de chuva é elevada, o nível dos rios aumenta, transpondo seus leitos. Dessa forma, a Figura 4 apresenta dados sobre a frequência mensal de inundação brusca no estado de Santa Catarina, no período de 1991 a 2010.


Figura 4
Frequência mensal de inundação brusca (1991 a 2010)
Fonte: UFSC (2013)

Os dados acima mostram que o estado possui um grande problema sobre a questão das inundações bruscas, sendo que entre os meses de setembro a fevereiro acontece a maior incidência de chuva no estado. Segundo Monteiro (2001 apud UFSC, 2013, p. 37), no verão, em Santa Catarina, a intensidade do calor, associada aos altos índices de umidade, favorece a formação de convenção tropical, resultando em pancadas de chuvas, principalmente no período da tarde e noite, contribuindo com volumes significativos de chuvas entre novembro e março. Assim, várias regiões, como foi apresentado, sofrem com a iminência desse fenômeno.

A Bacia Hidrográfica do Vale do Rio Itajaí é uma região que vem apresentando um histórico de desastres ao longo do processo de colonização de Santa Catarina. O estado foi atingido por diversos desastres associados com fenômenos naturais. A Figura 5 apresenta a Bacia Hidrográfica do Rio Itajaí e suas microrregiões. A Bacia é divida em três microrregiões, sendo Alto, Médio e Baixo Vale do Itajaí.


Figura 5
Mapa da Bacia Hidrográfica do Rio Itajaí
Fonte: (UFSC, 2013)

A região do Vale do Itajaí, devido a algumas condições físicas existentes, possui um alto grau de suscetibilidade a desastres, sendo que em um período curto de tempo aconteceram dois fenômenos que atingiram integralmente essa região, em 2008 e 2011. Na região do Vale do Itajaí, a população em geral sofre com enchentes e alagamentos constantes. Essa suscetibilidade às intempéries é devido às características geológicas da região, como estar em um Vale e pelo Rio Itajaí passar por toda a extensão da Bacia. Associado a esse fator, pode-se citar o aumento territorial e populacional que essa região sofreu e, assim, tiveram que se adaptar com os impactos que esse fenômeno passou a proporcionar, tais como: alagamentos, enchentes, deslizamentos de encostas que ao passar dos anos foram se tornando cada vez mais severos.

O desastre ocorrido em 2008 provocou uma série de devastação em função do alto nível de precipitação nas cidades que são cortadas pelo Rio Itajaí-Açu, assim “obrigando quatorze municípios catarinenses a decretar estado de calamidade pública e sessenta e três a decretar situação de emergência” (ESTADO DE SANTA CATARINA, 2009, p. 7). As regiões como o Médio e Baixo Vale do Itajaí sofreram de forma intensa com a força da natureza, deflagrando as inundações, alagamentos e os deslizamentos de encostas que trouxeram perdas de vidas humanas em algumas cidades. Após o fenômeno, foi “registrado 135 mortos, 78.656 desalojados e desabrigados, dos quais 27.404 desabrigados e 51.252 desalojados e 1,5 milhão de afetados” (ESTADO DE SANTA CATARINA, 2009, p. 8).

Assim, os municípios de Itajaí, Luís Alves, Ilhota e Navegantes, que integram a Costa Verde e Mar e ficam localizados na Bacia do Rio Itajaí-Açu, foram seriamente afetados em função dos impactos do desastre ocorridos em 2008 e 2011, como enchentes, alagamentos e deslizamentos de terras. Outras localidades como “Balneário Camboriú, considerado um destino indutor de desenvolvimento turístico regional” (ESTADO DE SANTA CATARINA, 2011, p. 15) poderia ter colocado seu fluxo em risco para o desenvolvimento do setor turístico. Assim, os municípios que possuem economias alicerçadas no turismo poderiam ter sofrido efeitos negativos desses impactos. Portanto, o conjunto de infraestrutura, como meios de transporte (aéreo e terrestre), meios de hospedagens, setor de serviços, lazer e entretenimento, são segmentos turísticos suscetíveis a sofrer enormes perdas na eminência e efetivação desse fenômeno.

Os possíveis impactos no setor do turismo proporcionado a partir de intempérie nos períodos de 2008 e 2011 seriam reflexos da ausência de planejamento e uma gestão cuidadosa pelo poder público, tanto nas esferas municipal, estadual e federal. Um plano de gestão e prevenção de desastres sobre a atividade turística na Costa Verde e Mar seria uma ferramenta de extrema importância, levando em consideração o histórico de desastre na região do Vale do Itajaí. A gestão dos desastres sobre essa vertente seria uma resposta imediata às questões como vulnerabilidade que propiciam a iminência desses fenômenos encontrada na destinação turística. A questão mais importante no momento atual para a operação do turismo e desenvolvimento é a forma de diminuir a perda decorrente de desastres (TSAI; CHEN, 2011).

No entanto, as pesquisas que vêm trazendo uma abordagem sobre os desastres e o setor do turismo são relativamente novas e, dessa forma, novas análises precisam ser realizadas para subsidiar estudos mais aprofundados. Essa preocupação de levantar esse debate sobre a destinação turística Costa Verde e Mar se pauta dentro da importância que essa destinação possui para o desenvolvimento regional do Vale do Itajaí e de Santa Catarina. Segundo Faulkner (2001), existe uma falta de investigação sobre crise ou fenômenos, como desastre na indústria do turismo, sobre os impactos dos tais eventos, tanto na indústria e organizações específicas, e as respostas da indústria do turismo para tais incidentes.

Existe uma ausência de dados tanto qualitativos quanto quantitativos sobre os possíveis impactos gerados pelos desastres nos municípios da Bacia do Vale do Itajaí e que fazem parte da destinação turística Costa Verde e Mar, em virtude da falta de pesquisas e implementações de políticas públicas realizadas pelo poder público. Essa falta de dados sobre os possíveis impactos de intempérie sobre o turismo na destinação se dá pela ausência de medidas adotadas pelo poder público estadual e municipal que não deram a devida importância. A gestão das atividades turísticas precisa ser crescentemente planeada de modo estratégico e participativo, sempre com monitoramento, avaliação das ações e intervenções, com o propósito de ser atingido um desenvolvimento local e regional sustentável (SANTOS, 2014). Fica evidente que existe grande carência na gestão do turismo por parte do governo do estado, o qual se mostra ainda distante da realidade da Costa Verde e Mar como uma instituição que tem o objetivo de desenvolver o turismo regional. Assim, esta pesquisa se fundamenta na lacuna existente da falta de estudo existente no Brasil em função de “muitos estudiosos terem notado um aumento do número de catástrofes e crises, que afetam a indústria do turismo, que vão a incidentes naturais e influenciados pela ação humana” (MADITINOS; VASSILIADIS, 2008, p. 68, tradução nossa).

Dessa forma, surge a preocupação de estudos que possam viabilizar pesquisas sobre a implementação da gestão e dos possíveis impactos dos desastres sobre a destinação turística Costa Verde e Mar, sendo evidente “o desinteresse das entidades competentes pela formação de agentes intervenientes e do empresariado privado na conjugação de esforços de parceria e cooperação” (SANTOS, 2014, p. 82). Essa abordagem se faz necessária em função da suscetibilidade às intempéries que a região do Vale do Itajaí possui, sendo que tal destinação se encontra dentro de uma região suscetível a desastres. Contudo, as características físicas existentes na região do Vale do Itajaí propiciam a preocupação e evidencia a emergência de pesquisas alicerçadas na gestão e prevenção dos desastres sobre o setor do turismo.

Objetiva-se que esse trabalho seja um ensaio de futuras pesquisas que venha preencher essa lacuna existente no campo científico. Assim, a destinação turística Costa Verde e Mar apresenta todas as características para o desenvolvimento do turismo. No entanto, vários municípios que integram a destinação Costa Verde e Mar se encontram localizados na Bacia Hidrográfica do Vale do Itajaí e vêm apresentando diversos elementos comprovados sobre sua suscetibilidade para desastres, além de possuir um histórico que reafirma que a destinação turística Costa Verde e Mar se encontra dentro de uma área de intenso perigo.

Considerações Finais

Os desastres são fenômenos que se constituem a partir de interferências externas, como alterações climáticas, características físicas de determinado território ou questões associadas com a vulnerabilidade socioambiental, entre outros fatores. Dessa forma, quando os desastres são estabelecidos ou propiciados por algumas de suas condicionantes, esse fenômeno passa a provocar e desestruturar todas as relações existentes no território atingindo diretamente a comunidade local. Contudo, procurou-se apresentar um aporte teórico sobre essa relação, a fim de evidenciar uma problemática existente, trazendo por meio de um estudo de caso a relação que pode existir entre a atividade turística e os desastres.

O presente estudo, a partir dessas concepções teóricas, pretendeu contribuir com reflexões acerca da problemática que envolve os desastres, território e destinações turísticas, evidenciando a destinação Costa Verde e Mar localizada no estado de Santa Catarina. A destinação turística Costa Verde e Mar apresenta diversas características que lhe dão a confirmação de ser uma das destinações turísticas mais procuradas por turistas no estado, em função das enormes belezas naturais e atrativos existentes nessa região. Porém, alguns municípios dessa destinação encontram-se localizados dentro da Bacia Hidrográfica do Rio Itajaí-Açu, a qual possui um histórico de desastres afetando várias cidades que integram a destinação. Essa região, conhecida como “Vale do Itajaí”, possui características físicas, como geológicas, geomorfológicas e hidrológicas associadas com fatores humanos, como, por exemplo, práticas ambientais inadequadas, que a partir de sua interação contribuiu para a ameaça e a consolidação dos desastres, como os acontecidos em 2008 e 2011.

Muitas cidades da destinação turística têm no turismo uma das principais arrecadações provenientes desse segmento. Assim, as políticas públicas estabelecidas na Costa Verde e Mar se fundamentam basicamente em apresentar as características da destinação, tentando buscar e abranger novos mercados e, consequentemente, atrair novos visitantes para os espaços turistificados com o propósito de consolidar essa destinação entre as mais visitadas do Brasil. Dessa forma, questões como a iminência dos desastres se tornam questões secundárias, não estando na pauta de discussão pelos gestores do setor a fim de implementar planos de gestão e planejamento elencando os desastres e o turismo.

Assim, tal ensaio se torna importante para que essa temática seja evidenciada e apresentada a partir de reflexões para que possa se tornar alvo de discussão. Dessa forma, nota-se que as pesquisas em nível regional e/ou nacional sobre a dinâmica do turismo e dos desastres ainda estão engavetadas em função de não haver uma percepção sobre os perigos iminentes que envolvem os impactos (sociais, econômicos e ambientais) dos desastres na atividade turística. Portanto, a presente pesquisa pretende iniciar uma discussão pautada em dois elementos encontrados no Vale do Itajaí, sendo a potencialidade desse território para o desenvolvimento do turismo e a suscetibilidade para a efetivação dos desastres.

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