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Artesanato e Turismo de Base Comunitária: interrelações e desafios na comunidade Ilha Grande dos Paulinos (Tutóia, Maranhão)
Glaucia Maria da Conceição Moraes; Karoliny Diniz Carvalho
Glaucia Maria da Conceição Moraes; Karoliny Diniz Carvalho
Artesanato e Turismo de Base Comunitária: interrelações e desafios na comunidade Ilha Grande dos Paulinos (Tutóia, Maranhão)
Handicrafts and Community-Based Tourism: interrelationships and challenges in the community Ilha Grande dos Paulinos (Tutóia, Maranhão)
Artesanía y turismo comunitario: interrelaciones y desafíos en la comunidad Ilha Grande dos Paulinos (Tutóia, Maranhão)
Caderno Virtual de Turismo, vol. 22, núm. 2, 2022
Universidade Federal do Rio de Janeiro
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Resumo: O artigo possui como objetivo central analisar as possibilidades para o desenvolvimento do Turismo de Base Comunitária (TBC) na comunidade Ilha Grande dos Paulinos (Tutóia, Maranhão) com foco na sua produção artesanal. Para tanto, delineou-se os seguintes objetivos específicos: a) discutir a relação o TBC como opção para o Bem Viver das comunidades tradicionais; b) caracterizar a comunidade Ilha Grande dos Paulinos; c) verificar o interesse das artesãs em participar do planejamento de ações voltadas para o desenvolvimento turístico do lugar e d) analisar o potencial do TBC como via de fomento ao artesanato neste local e contexto específicos. O embasamento teórico da pesquisa permeou discussões sobre o artesanato como patrimônio cultural e a sua apropriação pelo turismo com vistas a refletir sobre as potencialidades de projetos de TBC como fator de desenvolvimento local. Realizou-se uma pesquisa de campo por meio de entrevistas com 05 artesãs da comunidade, além do registro fotográfico da produção artesanal. De acordo com os resultados da pesquisa, o artesanato tradicional foi percebido como elemento importante da identidade das artesãs e o turismo como promotor da qualidade de vida. Ressalta-se a necessidade de ampliar as redes de cooperação público e privada a fim de fomentar a cadeia produtiva do artesanato e fortalecer as práticas artesanais por meio da atividade turística, além de incentivar a visitação turística na ilha, alicerçado nos preceitos da socioeconomia solidária.

Palavras-chave: Artesanato, Turismo de Base Comunitária, Tutóia (MA).

Abstract: The central objective of this article is to analyze the possibilities for the development of Community-Based Tourism (CBT) in the community Ilha Grande dos Paulinos (Tutoia, Maranhao) with a focus on its handicraft production. To do so, the following specific objectives were outlined: a) to discuss the relationship between CBT as an option for the Well-Living of traditional communities; b) to characterize the community Ilha Grande dos Paulinos; c) to verify the interest of the artisans in participating in the planning of actions aimed at the tourist development of the place and d) to analyze the potential of CBT as a way to promote handicrafts in this specific place and context. The theoretical basis of the research permeated discussions about craftsmanship as cultural heritage and its appropriation by tourism in order to reflect on the potential of BCT projects as a factor for local development. It is proposed to discuss the CBT as an option for the Well-Living of traditional communities, to inventory the craft products existing in the community Ilha Grande dos Paulinos and verify the interest of the craftswomen in participating in the planning of actions aimed at the tourism development of the place. Field research was carried out through interviews with 05 craftswomen from the community, in addition to the photographic record of the craft production. According to the results of the research, traditional crafts were perceived as an important element of the identity of the craftswomen and tourism as a promoter of quality of life. The need to expand the public and private cooperation networks is emphasized in order to foment the productive chain of handicrafts and to strengthen the handicraft practices through the tourist activity, as well as to encourage tourist visitation to the island, based on the precepts of socio-economy solidarity.

Keywords: Handicraft, Community Based Tourism, Tutóia (MA).

Resumen: El objetivo central de este artículo es analizar las posibilidades de desarrollo del Turismo Comunitario (TBC) en la comunidad Ilha Grande dos Paulinos ( Tutóia, Maranhão), centrándose en su producción artesanal. Para ello, se trazaron los siguientes objetivos específicos: a) discutir la relación de la TCC como opción para el Bienestar de las comunidades tradicionales; b) caracterizar la comunidad Ilha Grande dos Paulinos; c) verificar el interés de los artesanos en participar en la planificación de acciones dirigidas al desarrollo turístico del lugar y d) analizar el potencial del TBC como forma de promover la artesanía en este lugar y contexto específicos. La base teórica de la investigación impregnó los debates sobre la artesanía como patrimonio cultural y su apropiación por parte del turismo con el fin de reflexionar sobre el potencial de los proyectos de TDC como factor de desarrollo local. Se realizó una investigación de campo a través de entrevistas con 05 artesanas de la comunidad, además del registro fotográfico de la producción artesanal. Según los resultados de la investigación, la artesanía tradicional fue percibida como un elemento importante de la identidad de las artesanas y el turismo como promotor de la calidad de vida. Se destaca la necesidad de ampliar las redes de cooperación pública y privada para fomentar la cadena productiva de la artesanía y fortalecer las prácticas artesanales a través de las actividades turísticas, además de incentivar la visitación turística a la isla, basándose en los preceptos de la socioeconomía solidaria.

Palabras clave: Artesanía, Turismo comunitario, Tutóia (MA).

Carátula del artículo

Artigos

Artesanato e Turismo de Base Comunitária: interrelações e desafios na comunidade Ilha Grande dos Paulinos (Tutóia, Maranhão)

Handicrafts and Community-Based Tourism: interrelationships and challenges in the community Ilha Grande dos Paulinos (Tutóia, Maranhão)

Artesanía y turismo comunitario: interrelaciones y desafíos en la comunidad Ilha Grande dos Paulinos (Tutóia, Maranhão)

Glaucia Maria da Conceição Moraes
Universidade Federal do Maranhão (UFMA), Brasil
Karoliny Diniz Carvalho
Universidade Federal do Maranhão (UFMA), Brasil
Caderno Virtual de Turismo, vol. 22, núm. 2, 2022
Universidade Federal do Rio de Janeiro

Recepción: 24 Octubre 2021

Aprobación: 22 Agosto 2022

1. Introdução

O turismo é um fenômeno social que enfatiza os patrimônios das comunidades na perspectiva de estimular projetos de desenvolvimento considerando a geração de renda, a economia solidária, a valorização dos saberes e fazeres tradicionais e a melhoria da qualidade de vida. Além disso, oportuniza o protagonismo dos atores sociais, os quais podem vislumbrar no turismo o Bem Viver como paradigma emergente de desenvolvimento local e/ou endógeno (Acosta, 2016).

Um dos modelos de gestão turística possíveis de alcançar estes propósitos consiste no Turismo de Base Comunitária (TBC), o qual vem se destacando nos últimos anos em oposição aos modelos de turismo segregador ou excludente (Bartholo, Sansolo e Bursztyn, 2009; Braga e Selva, 2016). Ele contempla a organização de produtos, bens, roteiros e serviços turísticos a partir das dinâmicas socioculturais: o artesanato, a gastronomia, os festejos tradicionais, o patrimônio ambiental e adota os princípios e os valores relacionados à autonomia e ao protagonismo comunitários e à formação de redes de cooperação institucional.

Diante das iniciativas, projetos e ações desenvolvidos em nível nacional e internacional, considera-se que o TBC agrega valor à experiência do visitante e contribui para o desenvolvimento turístico de pequenas localidades ou de regiões que estão iniciando o processo de articulação pelo e para o turismo. Neste cenário, destaca-se a comunidade Ilha Grande dos Paulinos, localizada cerca de 35,4 km do município de Tutóia, Maranhão, com uma população de aproximadamente 67 moradores. Destaca-se pela produção de artesanato feito da matéria prima da fibra da carnaúba, linho e talo do tucum, envolvendo em torno de 11 (onze) mulheres que moram no local. Ressalta-se que a Ilha Grande dos Paulinos é uma das ilhas que compõem 65% do Delta do Parnaíba que fica localizado no estado do Maranhão, nos municípios de Tutóia, Paulino Neves, Araióses e Água Doce.

Tendo em vista a importância que o turismo adquire para o desenvolvimento em escala local, o artigo possui como objetivo central analisar as possibilidades para o desenvolvimento do Turismo de Base Comunitária (TBC) na comunidade Ilha Grande dos Paulinos com foco na sua produção artesanal. Para tanto, delineou-se os seguintes objetivos específicos: a) discutir a relação o TBC como opção para o Bem Viver das comunidades tradicionais; b) caracterizar a comunidade Ilha Grande dos Paulinos; c) verificar o interesse das artesãs em participar do planejamento de ações voltadas para o desenvolvimento turístico do lugar e d) analisar o potencial do TBC como via de fomento ao artesanato neste local e contexto específicos.

A trajetória teórica e metodológica assumida pela investigação contou com a realização da pesquisa bibliográfica e de campo, de natureza qualitativa, possuindo um caráter exploratório. Conforme aponta Gil (2004), as pesquisas qualitativas preocupam-se com os aspectos simbólicos da realidade, os quais são impossíveis de serem quantificáveis, tais como as crenças, os valores, os símbolos, a trama dos significados no interior de um determinado grupo social.

Inicialmente, realizou-se o levantamento bibliográfico sobre as temáticas TBC, comunidade, bem viver e desenvolvimento local, utilizando-se as contribuições teóricas de autores como Hallack, Burgos e Carneiro (2011), Lima e Anjos (2020), Paoliello (2016), Moraes, Mendonça e Pinheiro (2017), entre outros, a fim de possibilitar a construção do seu referencial teórico. Já o segundo momento, ou seja, a pesquisa de campo, contemplou a coleta de dados e informações junto às artesãs da Ilha Grande dos Paulinos.

Nesse norte, a pesquisa foi desenvolvida por meio de entrevistas online e por meio de ligações telefônicas, levando em consideração o contexto da pandemia de Covid-19. Apesar de restringir o potencial da pesquisa de campo, as entrevistas on line foram indispensáveis para se compreender a dinâmica sociocultural da comunidade, as práticas artesanais e verificar o interesse das artesãs no planejamento de ações voltadas para o desenvolvimento do TBC.

A coleta de dados ocorreu no mês de setembro de 2021. O roteiro de entrevistas contou com questões relacionadas às dinâmicas da produção artesanal, práticas de gestão e comercialização da produção artesanal local, ao entendimento sobre turismo e as oportunidades e os limites para viabilizar o TBC junto à comunidade. As informações obtidas foram sistematizadas e interpretadas com o uso da técnica de análise de conteúdo do tipo temática, seguindo as etapas da pré-análise, da exploração do material, inferência e interpretação (Bardin, 2010). Inicialmente, realizou-se uma leitura sistemática dos conteúdos fornecidos pelas informantes para em seguida reduzir os enunciados a temas e motivos de interesse para o estudo, relacionando-os às categorias pré-estabelecidas durante o processo de investigação. Posteriormente, passou-se às etapas de inferência e interpretação, dialogando com o referencial teórico adotado na pesquisa.

Diante destas considerações iniciais, o texto do artigo está estruturado em seções. De início, discute-se o TBC articulado aos princípios da economia solidária. Em seguida, a ênfase recai nos saberes e fazeres artesanais da comunidade Ilha Grande dos Paulinos. Posteriormente, apresentam-se os resultados da pesquisa de campo com vistas a refletir sobre as potencialidades das práticas artesanais como via para o desenvolvimento local por meio do turismo.

2. O Turismo de Base Comunitária (TBC) como um novo itinerário para as comunidades na busca pelo desenvolvimento local

O Turismo de Base Comunitária (TBC) ganhou ênfase nos últimos anos como proposta de desenvolvimento da atividade da turística de forma sustentável e surgiu como forma de resistência ao turismo de massa, o qual tem acarretado impactos negativos na dinâmica sociocultural e no patrimônio ambiental de diversas comunidades. As primeiras iniciativas em torno desse modelo no Brasil ocorreram por volta de 1990 em experiências sem o subsídio inicial por parte dos gestores públicos. A maioria delas se concentra atualmente na região nordeste do Brasil, nos estados do Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba e Pernambuco, incidindo-se em pequenas comunidades assentadas em povoados, aldeias e vilas e 80% das iniciativas ocorrem nas proximidades, no interior ou contêm áreas protegidas (Hallack, Burgos e Carneiro, 2011).

O TBC pode ser entendido como uma proposta de planejamento e gestão do turismo que se alinha aos interesses, expectativas e demandas comunitárias a partir do capital social, político e cultural existentes nos seus territórios. Segundo Lima e Anjos (2020, p.33) “[...] o Turismo de Base Comunitária é a atividade que tem com premissa a participação da população local nos processos de planejamento, implementação e avaliação da atividade turística”.

Trata-se, portanto, de um turismo alternativo que se alicerça na autogestão, no associativismo/cooperativismo e na valorização dos aspectos ambientais e culturais, cuja ênfase principal recai no protagonismo dos atores sociais. São eles que traçam os rumos do desenvolvimento do turismo por meio das articulações interinstitucionais, da formação de arranjos produtivos locais (APL’s) e das práticas de solidariedade e justiça social (Bartholo, Sansolo e Bursztyn, 2009; Braga e Selva, 2016).

Na visão de Irving (2009, p.108), o TBC está centrado “[...] na concepção e desenvolvimento de alternativas criativas e inovadoras de um tipo de turismo que internalize a variável local e as identidades envolvidas como elemento central de planejamento” capaz de contribuir para uma nova ética nas relações sociais em diferentes dimensões: social, política, cultural e humana. Além desses pressupostos, destacam-se a reciprocidade, a convivialidade, as trocas culturais e o intercâmbio de experiências entre os turistas e as comunidades como dimensões importantes para a construção de relações comerciais pautadas na conservação dos atrativos naturais e culturais, na equidade social e no fortalecimento da autoestima das comunidades. Conforme advogam Hallack, Burgos e Carneiro (2011, p.10), o TBC:

Trata-se de uma resposta alternativa que mantém vínculos não só com a imensão ambiental, como também com a dimensão sociocultural, através do estímulo de trocas culturais entre visitantes e moradores, podendo igualmente apontar caminhos frutíferos para a melhoria da qualidade de vida e do bem estar da população receptora.

Diante do exposto, observa-se que apesar de algumas diferenças conceituais em torno das definições de TBC, os autores compartilham de alguns princípios, enfatizando-se o protagonismo comunitário, a equidade social e bem comum e a valorização da história e da cultura. Em relação à demanda turística, o TBC é resultado da emergência de um novo perfil de visitantes interessados em construir vínculos emocionais com os lugares visitados. A adoção de novas práticas e modelos de gestão dos espaços turísticos ressignificam as experiências turísticas, aproximando os visitantes e as comunidades na intenção de aprendizado e da partilha de experiências (Fabrino, Nascimento e Costa, 2016).

O visitante que se dispõe a conhecer cultura das comunidades tradicionais depara-se com as potencialidades naturais e culturais diversificadas e um ritmo de vida particulares em cada comunidade. Nos roteiros de TBC, por exemplo, o turista não apenas transita pelas paisagens e pelos cenários construídos para o seu deleite ou status social, mas se detém nos aspectos do cotidiano do lugar turístico. Ele interage com as comunidades buscando o aprendizado e a interpretação da sua cultura, numa perspectiva de imersão nas tradições e nos modos de vida singulares que compõem o repertório cultural das comunidades visitadas. Inserido nesse contexto, destaca-se a produção artesanal como elemento do patrimônio imaterial das comunidades.

Conforme enuncia Paoliello (2016, p.03) “o fazer artesanal é, provavelmente, uma das manifestações mais tangíveis deste patrimônio intangível, tendo como foco principal os conhecimentos e capacidades envolvidas no artesanato”. Através de uma peça de artesanato tem-se uma experiência diferenciadora, pois a peça ou artefato transmite a simbologia, o aspecto estético e afetivo que se realça através da matéria-prima e técnicas utilizadas na sua fabricação e pelas cores e traçado que cada peça apresenta e demais elementos que integram a vida de uma comunidade:

O artesanato nunca possuiu uma realidade homogênea, também não é uma atividade que carrega certa simplicidade e facilidade em sua confecção e sua técnica; transmite trabalho, valores, técnicas, signos produzidos no sistema cultural a que o indivíduo e/ou o grupo pertence; é uma resposta às necessidades do meio ligadas ao trabalho, à vida doméstica, à identidade de grupos sociais e culturais (Tedesco, 2018, p.15).

Nesse aspecto, é interessante mencionar a importância da identidade cultural da comunidade que tem sua cultura passada de geração para geração, carregando sempre o sentimento de pertencimento daquele lugar. As identidades podem ser reafirmadas por projetos comunitários, favorecendo os artesãos e as suas tradições de modo a agregar valor à sua produção e complementar as suas rendas. Assim, a relação entre artesanato e o TBC pode ser benefíca ao pôr em relevo os saberes e fazeres tradicionais a partir do viés da socioconomia solidária, da autogestão comunitária e de valorização da cultura pelo turismo. O turismo organizado em bases comunitárias agrega valor à produção cultural e ao patrimônio ambiental e deve ser incentivado como forma de complementação às demais atividades econômicas existentes.

O propósito maior do TBC consiste em propiciar a construção de propostas de desenvolvimento trilhadas pelas próprias comunidades em diálogo com os seus saberes e potencialidades como gestores ou empreendedores turísticos, “[...] em todos os casos os atores se verão confrontados com necessidades que passam pela defesa de um território, enquanto expressão da manutenção de um modo de vida, de recursos vitais para a sobrevivência do grupo, de uma identidade ou de liberdade de ação” (Souza, 2014, p.109-110).

Essas ideias vão ao encontro dos novos paradigmas de desenvolvimento centrado na escala humana, na qual insere-se a concepção de Bem Viver como ruptura frente ao modelo colonial e que busca, nos termos de Acosta (2016, p.74), uma harmonia entre a sociedade e a natureza, práticas econômicas solidárias e sustentáveis e a revalorização da diversidade cultural, “[...] E, por estar imerso na busca e na construção de alternativas pelos setores populares e marginalizados, terá de se construir sobretudo a partir de baixo e a partir de dentro, com lógicas democráticas de enraizamento comunitário”.

Assim, o conceito de Bem Viver afasta-se da tradicional noção de desenvolvimento econômico centrado no progresso e na acumulação de riquezas. Pode ser concebido também como uma filosofia de vida originária da cosmovisão dos povos andinos que pressupõe o respeito, a autodeterminação das comunidades tradicionais, a reciprocidade, a equidade e a interculturalidade como valores para a construção das relações sociais:

O Bem Viver aponta para a construção de saberes que não separam a teoria da prática - contrário ao que propõe a racionalidade moderna - representada por comunidades que preservam sua riqueza cultural, linguística e patrimonial. Ou seja, tradições e saberes. Neste sentido, o turismo pode constituir-se como atividade que gera benefícios econômicos locais, fortaleça as tradições e a cultura e contribua para preservar a natureza. Estes elementos, por sua vez, podem ser reconhecidos como constitutivos de um Bem Viver (Alcântara, Grimm e Sampaio, 2018, p. 63).

Seguindo essa perspectiva, o desenvolvimento local seria o resultado dos esforços e processos coletivos, de práticas de gestão solidária, de cooperação, de autonomia dos atores sociais e de experiências sociais diferenciadas. Desse modo, é necessário pensar em estratégias e ações que promovam a participação da comunidade desde o início do planejamento até o desenvolvimento da atividade turística no local, respeitando toda a história, a identidade e as práticas socioculturais do lugar para que possa haver uma boa relação entre os moradores da comunidade e os turistas.

3. Potencialidades do artesanato da comunidade Ilha Grande dos Paulinos para a implantação do TBC: o olhar das artesãs

A comunidade Ilha Grande dos Paulinos está inserida numa Área de Proteção Ambiental (APA) a uma distância de cerca de 35,4 km da sede do município de Tutóia, e conta com aproximadamente 67 moradores. Compõe, ao lado de outras ilhas, 65% do Delta do Parnaíba que fica localizado no estado do Maranhão (Figura 1). A sua economia baseia-se nas atividades tradicionais como a pesca, a agricultura, o artesanato e a captura do caranguejo. O atendimento às demandas relacionadas aos setores de saúde, educação e infraestrutura é escasso, dada a dificuldade de acesso dos moradores aos serviços básicos existentes na sede municipal (Da Ros e Soares, 2021).


Figura 1
Localização da Ilha Grande dos Paulinos
Diniz, Silva, Carreira, Almeida e Rêgo (2021, p.02).

De acordo com os referidos autores e com base nas narrativas dos moradores mais antigos, a comunidade é fruto da ocupação de pessoas oriundas de diversas localidades, sendo a sua história marcada pela exploração dos moradores e pela luta pela posse das terras. No tocante aos elementos potenciais para a atração turística (Figura 3), as particularidades naturais e culturais associadas à organização solidária dos moradores podem gerar condições para as práticas de ecoturismo de base comunitária:

Além de toda riqueza em termos de cultura (lendas, culinária, festejos) há que se ressaltar a presença dos chamados atrativos naturais com potencialidades para o ecoturismo como os banhos nas praias do Mandacaru e do Caju, que na verdade são formadas pela influência da maré no próprio Rio Mandacaru [...]. Esses atrativos não se qualificam somente pela beleza cênica, pois também retratam o cotidiano dos moradores locais, sejam nas atividades de subsistência ou de lazer. Outros dois pontos também bastante procurados pelos moradores como locais de lazer são pontos de banho formados por uma só lagoa, a conhecida Lagoa Grande que passou a ser denominada Lagoa do Jacaré, no povoado também conhecido como Jacaré (Da Ros e Soares, 2021, p.226).


Figura 2
Aspectos naturais a Ilha Grande dos Paulinos
Moraes (2021)

Inserido nesse universo de lendas, imaginários e de práticas de conservação da natureza, destaca-se a produção de artesanato feito da matéria prima da fibra da carnaúba, linho e talo do tucum, envolvendo em torno de 11 (onze) mulheres moradoras da ilha. Para atender aos objetivos da pesquisa realizou-se entrevistas junto à 05 artesãs da comunidade que aceitaram participar da pesquisa com o objetivo de conhecer a dinâmica da produção artesanal, verificar a existência de articulações e processos endógenos e possíveis desdobramentos para o desenrolar da atividade turística de base comunitária a longo prazo. O quadro a seguir apresenta a caracterização das informantes da pesquisa.

Quadro 1
Caracterização das informantes

Elaborado pelas autoras (2021)

No curso das entrevistas observou-se que as artesãs aprenderam o ofício quando crianças ou jovens, o que evidencia que os saberes artesanais vêm sendo repassados de geração a geração e nessa perspectiva, a atividade artesanal é considerada uma tradição familiar. Todas as artesãs possuem a mesma técnica de fabricação das peças de artesanato, denominada trançado, e a matéria prima é retirada na própria comunidade. As artesãs têm o cuidado de aproveitar os recursos naturais: a fibra de carnaúba, o linho e o talo do tucum os quais se materializam numa produção diversificada: cestos, redes (de trança ou corda), bolsas, descansos de panelas, entre outros (Figura 3).


Figura 3
Artesanato da Ilha Grande dos Paulinos
Moraes (2021)

A primeira questão norteadora da pesquisa colocou em relevo os sentidos e os significados do artesanato, evidenciando-se o sentimento de apreço e de afetividade das artesãs no tocante às peças produzidas. A relação entre as artesãs e as peças produzidas perpassa as questões financeiras, emergindo uma dimensão afetiva que se relaciona às vivências familiares, às memórias da infância, bem como à construção da identidade pessoal.

Observou-se o sentimento de pertencimento, os laços afetivos das artesãs ao longo do processo de confecção de cada peça, a história e a identidade cultural que está explícita em cada detalhe. Os ofícios tradicionais, o labor passado de geração a geração, as técnicas, os recursos ou matérias-primas empregados na produção, a relação entre sociedade e natureza revelam marcas identitárias, uma memória afetiva que se liga indissociavelmente à história do sujeito. Desse modo, os ofícios artesanais contribuem também para afirmação da identidade das artesãs. Ainda, singularizam também os territórios: “[...] as artes e ofícios têm um papel muito importante na afirmação das identidades locais, mantendo e preservando um vasto espólio de memórias e patrimônio etnográfico e dando a conhecer, assim, a realidade social, cultural e econômica de uma determinada região” (Fernandes, 2010, p. 13).

Após conhecer a percepção sobre a importância do artesanato buscou-se saber a visão das artesãs sobre o turismo como fato que agregaria valor ao artesanato produzido. Em resposta a este questionamento, todas as entrevistadas ressaltaram que o turismo não se reduz às viagens e ao lazer, considerando-o como uma atividade que pode alavancar o desenvolvimento de comunidades tradicionais, trazendo vários benefícios por meio do TBC, utilizando alternativas sustentáveis e apresentando estratégias econômicas para o local.

O entendimento das artesãs sobre o turismo e suas potencialidades aproxima-se da visão de Alcântara e Duarte (2020, p.203) para quem “a relação sinérgica do homem com a cultura e natureza pode tornar-se uma importante fonte de lazer e entretenimento, fomentando o desenvolvimento local e a inclusão social.” Dessa forma, a articulação entre artesanato e turismo apresenta possibilidades para desenvolver o TBC em localidades como na Ilha Grande, levando-se em consideração a valorização e o reconhecimento da cultura local, as alternativas envolvendo o associativismo e o cooperativismo, os princípios de economia solidária e bem viver para os moradores e, principalmente, pensar em adotar ações de baixo impacto para a natureza, articulado ao protagonismo da comunidade.

Em seguida, questionou-se o interesse das artesãs em atuar com os princípios do TBC na comunidade Ilha Grande dos Paulinos e organizar visitas turísticas com o intuito de comercializar o seu artesanato. Ao tempo em que demonstraram interesse, as entrevistadas afirmaram que a comunidade dispõe de potencialidades que podem ser aproveitadas pela atividade turística. Elas ressaltaram também que o turismo traria oportunidades econômicas e sociais em termos de crescimento e desenvolvimento local, uma vez que, segundo elas, os roteiros turísticos comercializados atualmente em Tutóia não trazem retorno ou benefício para a comunidade.

Nesse sentido, interpelou-se se existe alguma cooperativa, associação ou organização voltada para o artesanato local. De acordo com os relatos das informantes, não há atuação de algum órgão com o objetivo de regularizar as questões burocráticas relacionadas ao artesanato. Em relação às parcerias na promoção e comercialização do artesanato, as artesãs indicaram a existência de parceria com o setor hoteleiro da cidade que se responsabiliza pela divulgação, promoção e comercialização dos produtos.

Com base na fala das entrevistadas, constatou-se a necessidade de criar e organizar uma cooperativa ou associação para que seja desenvolvido um trabalho direto entre artesã e visitante sem a presença de facilitadores. Destaca-se a importância de se estabelecer parcerias, tanto com o setor privado quando com o público. Com a criação de uma cooperativa ou associação, as artesãs podem ter acesso à benefícios disponibilizados em nível municipal, estadual ou federal.

Em relação à possibilidade de comercialização dos artesanatos na própria comunidade, as informantes ressaltaram que esta ação seria um fator importante e inovador para o local, pois ao invés de repassarem as peças de artesanatos para terceiros, os turistas teriam a chance de conhecer a comunidade, as suas belezas naturais e culturaisb, ocasionando benefícios que variam da geração de renda ao desenvolvimento local. Tais princípios alinham-se ao modelo do TBC que se caracteriza pelo contato direto do visitante com o modo de vida dos moradores com vistas a contribuir de forma positiva para a economia local.

A proposta de visitação sistemática na ilha Grande dos Paulinos possibilitaria ao visitante/turistas aprender e/ou observar como cada peça de artesanato é concebida, como a farinha é feita nas casas de fornos, como o peixe é pescado nos rios e entre outras atividades. Além das potencialidades artesanais, destacam-se os roteiros de turismo náutico e de lazer, uma vez que o município de Tutóia está inserido no pólo turístico Delta das Américas e faz parte da Rota das Emoções, roteiro integrado pelos estados do Piauí, Maranhão e Ceará. O aproveitamento das potencialidades turísticas provoca mudanças na dinâmica socioespacial do município de Tutóia, por meio da presença de visitantes interessados em conhecer os aspectos ambientais e o patrimônio cultural das comunidades (Santos, 2019).

O município conta com equipamentos, produtos e serviços turísticos estruturados como pousadas, hotéis e restaurantes e observa-se uma articulação dos atores sociais locais para incentivar o desenvolvimento do turismo (Santos, 2019). Em meio ao cenário de expansão do turismo nesta região, é fundamental a atuação coordenada da gestão pública, através da Secretária Municipal de Turismo no sentido de viabilizar projetos turísticos para os locais onde a atividade turística ainda não é desenvolvida, como por exemplo, na comunidade Ilha Grande dos Paulinos.

O TBC é considerado um segmento de destaque quando se trata de desenvolvimento em comunidades tradicionais, pois ele se vincula diretamente com a cultura, a história, as crenças, o artesanato, a culinária e os costumes de uma comunidade na perspectiva do desenvolvimento. Porém, assim como toda atividade se ele não for implantado e monitorado de forma correta, pode trazer impactos negativos para a comunidade, tais como a degradação do meio ambiente e a alteração na dinâmica das práticas culturais tradicionais. Por isso, é de suma importância a participação direta da comunidade no processo de tomada de decisões para viabilizar o desenvolvimento local e/ou para o surgimento de projetos futuros:

Nós, as artesãs da comunidade Ilha Grande dos Paulinos ficaríamos muito felizes se a atual gestão [...] pudesse desenvolver esse projeto pra cá, tenho certeza que a comunidade iria ganhar muitos benefícios e o próprio secretário sabe do potencial que o local tem, principalmente a questão do artesanato por ele ser o único parceiro que temos lá em Tutóia (Artesã 01)

Seria muito importante para o desenvolvimento local um roteiro turístico que a Ilha Grande estive inserida, lógico se todos da comunidade aprovasse, porque deve ser considerado a opinião de todos, e tomar os devidos cuidados também para que se algum dia chegar esse desenvolvimento para que quem venha de fora não acabe com o que é nosso, e para o artesanato vai ser mais um ponto positivo, receber pessoas que vem de fora para conhecer nossa cultura, o aumento da nossa renda e entre outros positivo (Artesã 03).

Assim, é fundamental que os planejadores e gestores do turismo conheçam as especificidades das comunidades que vivem nos territórios e neles estabelecem relações de afetividade e sentimentos de pertencimento. Nas estratégias de formatação de produtos comunitários, é necessária a participação dos diversos atores que compõem o sistema turístico de uma localidade: comunidades, gestores públicos, privados, organizações não governamentais atuando de forma integrada e sinergética com vistas a possibilitar as condições e os capitais social, institucional e político necessários para a materialização dessas propostas.

A formulação de políticas públicas e as ações de governança e do envolvimento efetivo das comunidades no planejamento e operacionalização do TBC são pressupostos para a viabilidade técnica e financeira e a sustentabilidade das inciativas a longo prazo. Nesse horizonte, diversas técnicas e propostas metodológicas podem ser utilizadas a fim de possibilitar o envolvimento e a participação efetiva dos moradores no processo de planejamento, gestão e avaliação da atividade turística (Pinheiro, 2011).

Portanto, organizar a oferta de produtos, bens e serviços turísticos envolvendo os princípios e associando os valores do TBC, tais como a economia solidária, acarreta um ambiente harmônico com ênfase no Bem Viver da comunidade, a ligação direta com a sustentabilidade utilizando os recursos que o lugar dispõe de forma equilibrada. Desse modo, o TBC é visto como alternativa para a inclusão social e valorização das práticas socioculturais tradicionais, fatores importantes para o desenvolvimento turístico local.

Portanto, os resultados coletados nessa pesquisa buscam contribuir academicamente de forma positiva, auxiliando projetos futuros que poderão ser desenvolvidos pelo próprio setor público, interligando as práticas socioculturais da comunidade Ilha Grande dos Paulinos, a exemplo do artesanato. Através dele, pode-se iniciar um processo de transformação social por meio do turismo e de fortalecimento da identidade e valorização do seu patrimônio cultural (Moraes, Mendonça e Pinheiro, 2017).

Dessa forma, faz-se necessário manter a valorização do artesanato para o desenvolvimento local e para se pensar no planejamento turístico adequado, tendo em vista a participação e o protagonismo da comunidade local. Através do desenvolvimento turístico local, a comunidade poderá se desenvolver de forma organizada. Assim, o turismo pode agregar valor à produção econômica, social e cultural e elevar a qualidade de vida da Ilha Grande dos Paulinos, possibilitando aos turistas a experiência de conviver diretamente com o dia a dia dos moradores e colecionar memórias, sentimentos e conhecimentos.

4. Considerações Finais

O presente estudo buscou analisar as possibilidades de desenvolvimento turístico da comunidade Ilha Grande dos Paulinos a partir da produção artesanal local, articulado ao conceito de Turismo de Base Comunitária (TBC). No decorrer desta pesquisa analisou-se a dinâmica sociocultural das mulheres artesãs, seus movimentos, articulações e os possíveis desdobramentos que podem advir do interesse em projetar o artesanato por meio de inciativas de TBC naquela região.

Com base no referencial teórico e da pesquisa de campo realizada, verificou-se que o TBC se configura como um modelo de gestão turística voltado para o desenvolvimento local e que contribui para o Bem viver dos moradores. Os princípios e valores que permeiam as propostas de TBC permitem aos visitantes conviver e aprender com a cultura de cada comunidade, observando e participando das práticas culturais, compartilhando de conhecimentos e troca de saberes, entendendo como funciona os fazeres artesanais, assim, a visitação torna-se uma experiência inesquecível.

O TBC surge como uma alternativa sustentável para o desenvolvimento de comunidades que ainda não possuem visitações turísticas e que se preocupa em manter a comunidade como fator fundamental desse processo. Tendo em vista que o desenvolvimento local deve ocorrer abordando questões ligadas ao planejamento e ao conceito do Bem Viver, a Ilha Grande dos Paulinos, assim como outras comunidades do município de Tutóia, possui um grande potencial voltado para o artesanato, porém, cada uma com o seu diferencial e com outras atividades que estão diretamente ligadas ao TBC.

Desse modo, conclui-se que o artesanato da comunidade Ilha Grande dos Paulinos detém potencial para viabilizar iniciativas de TBC e potencializar o desenvolvimento local, em agregação à outras atividades econômicas presentes no município de Tutóia. Ressalta-se que o planejamento estratégico alinhado ao fortalecimento e valorização do artesanato é condição essencial para que a Ilha Grande dos Paulinos em Tutóia Maranhão possa inserir-se na atividade turística de modo harmonioso, equilibrando e respeitando os ritmos da comunidade.

Nesse caminhar é indispensável o envolvimento dos diversos atores sociais, tais como o poder público através da Secretaria Municipal de Turismo e a iniciativa privada em questões, como por exemplo, qualificação para os artesãos locais para melhorias no desempenho, da divulgação, promoção e comercialização das peças de artesanato, realização de projetos turísticos voltados para comunidades tradicionais com vistas a beneficiar os moradores, gerando renda extra através da atividade turística desenvolvida de modo sustentável; e a criação de uma cooperativa ou associação a fim de que as artesãs possam otimizar o processo produtivo e captar recursos em nível local, estadual ou federal, dentre outros.

Os resultados obtidos na pesquisa buscam contribuir com a temática artesanato, TBC e desenvolvimento local, dando a oportunidade para que outros pesquisadores desenvolvam estudos voltados para as diversas produções artesanais do local, os atrativos naturais e culturais e sobre a história da região, uma vez que a região do Delta e dos Lençóis dispõe de um campo extenso de possibilidades para pesquisas que ainda não foram exploradas. Sendo assim, documentar e registrar as práticas, os saberes e fazeres tradicionais e a dinâmica turística torna-se fundamental para que a atividade turística se desenvolva de forma equilibrada, mantendo os seus benefícios para as comunidades locais.

Material suplementario
5. Referências
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Notas

Figura 1
Localização da Ilha Grande dos Paulinos
Diniz, Silva, Carreira, Almeida e Rêgo (2021, p.02).

Figura 2
Aspectos naturais a Ilha Grande dos Paulinos
Moraes (2021)
Quadro 1
Caracterização das informantes

Elaborado pelas autoras (2021)

Figura 3
Artesanato da Ilha Grande dos Paulinos
Moraes (2021)
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