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Editorial
Edney Sanchez; Eloise Botelho; Fernanda Barcelos;
Edney Sanchez; Eloise Botelho; Fernanda Barcelos; Ivone Belem
Editorial
Caderno Virtual de Turismo, vol. 23, núm. 1, 2023
Universidade Federal do Rio de Janeiro
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Editorial

Editorial

Edney Sanchez
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Brasil
Eloise Botelho
Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO), Brasil
Fernanda Barcelos
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Brasil
Ivone Belem
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Brasil
Caderno Virtual de Turismo, vol. 23, núm. 1, 2023
Universidade Federal do Rio de Janeiro

Muito se falou nos últimos meses em inteligência artificial e nos usos que podem ser dados às ferramentas que foram lançadas recentemente como o Chat GPT. Os debates centraram, principalmente, sobre os limites de seu uso e sobre o impacto que essas ferramentas virão a causar no mundo em que vivemos, quem perderá empregos e quais funções serão substituídas por estas soluções. Mesmo no meio acadêmico, há preocupação a respeito e as universidades começam a se mobilizar para evitar o que seria um uso indevido da inteligência artificial.

Obviamente, essa é um tema que merece reflexão aprofundada. E que deve ser feita a partir de tudo o que já sabemos e fazemos com essas ferramentas. Mas talvez a principal questão de nossos tempos é o que é ser humano. Mais precisamente, onde foi parar o elemento humano no mundo em que vivemos? O que fazemos em nossas vidas que de fato é essencialmente humano?

Com o passar do tempo vamos normalizando certas tarefas e comportamentos robotizados que vão tirando nossa própria humanidade. A começar pelas tarefas que nossos trabalhos vêm nos demandando e que exigem pouca criatividade e muita repetição. E, também, invadem nosso tempo livre, passando por comportamentos e passatempos que apenas nos tomam uma das coisas mais preciosas que temos à nossa disposição: o tempo! O tempo de estar presente, o tempo de viver aqui e agora.

Se conseguirmos utilizar ferramentas de inteligência artificial para automatizar o trabalho que pode ser delegado a um robô, tanto melhor! Nós do CVT sabemos da importância do desenvolvimento de novas ferramentas tecnológicas, mas também entendemos, como Manoel de Barros, que há muita sabedoria que a tecnologia não alcança.



A ciência pode classificar
e nomear os órgãos de um sabiá
mas não pode medir seus encantos.
A ciência não pode calcular
quantos cavalos de força existem
nos encantos de um sabiá.
Quem acumula muita informação
perde o condão de adivinhar: divinare.

Os sabiás divinam.

Fuente: Manoel de Barros

Neste número (assim como em todos os demais), apresentamos alguns textos de pessoas reais, que escrevem sobre problemas que importam a seres humanos. Como sempre, procuramos valorizar justamente o valor do elemento humano em cada um dos textos que chega até nós.

Começamos este volume com a publicação do texto de Viviane Costa Fonseca de Almeida Medeiros, Mayara Ferreira de Farias, Francisco Fransualdo de Azevedo intitulado “Experiências comunitárias e o processo de desenvolvimento do Turismo de Base Comunitária nas Praias de Batoque e Canto Verde”. A Especulação imobiliária e uma luta de décadas são alguns dos elementos deste artigo que traça uma reflexão sobre desenvolvimento e rede de pertencimento local, e como o turismo e a economia solidária podem ser uma saída para pensar o mundo de uma maneira bastante própria.

Se o elemento humano ganha destaque no primeiro texto, no segundo o debate é justamente como lidar com as transformações provocadas pelas plataformas (tecnológicas) de consumo compartilhado no turismo. Tiago Juliano se dedica a identificar os principais avanços e lacunas na legislação consumerista diante dos novos desafios impostos dos novos modelos de negócio baseados no compartilhamento, no caso do turismo.

Gilberto de Araujo Guimarães e Laura Marques Castelhano escrevem um texto bastante humano sobre as razões e motivações da hospitalidade. Um tema amplo e complexo que foi abordado de uma forma interdisciplinar e teórica, passando pela psicologia e filosofia.

Isabel Christina Araújo Da Silva, Kettrin Farias Bem Maracajá discursam sua pesquisa sobre a importância da gastronomia no desenvolvimento do turismo na Paraíba. A partir de informações coletadas junto a turistas que frequentaram a região, as autoras defendem um maior envolvimento da comunidade local por meio da produção dos produtos cultivados na região.

O artigo de Pedro de Alcântara Bittencourt Cesar apresenta um estudo sobre três metodologias distintas que qualificam dimensões turísticas de localidades brasileiras, aplicadas a alguns municípios da serra gaúcha. Por meio da análise destas metodologias, seus pontos de contato, sobreposições e divergências, o autor observa como elas podem se somar como ferramenta para melhor compreender o território, seus posicionamentos e possibilidades turísticas.

“Turismo e Objetivos de Desenvolvimento Sustentável: uma análise a partir da produção nacional e das políticas públicas brasileiras”, de Luciana Davi Traverso, Tiago Zardin Patias, Claudia Toselli e Lenise David da Silva, faz uma importante análise sobre a indústria do turismo e o desenvolvimento sustentável, pensando no futuro da humanidade.

Ouro Preto aparece com destaque neste número do CVT. Erick Alan Moreira Ferreira e Rafael Henrique Teixeira da Silva debatem a relação conflituosa entre turismo e patrimônio a partir do caso da cidade mineira. O artigo discorre sobre as tensões entre mercantilização do patrimônio para fins turísticos e as consequentes desigualdades manifestas no território, tecendo conexões com motivações políticas, institucionais e econômicas que estão no entorno da sua preservação.

Ouro Preto também é objeto de um ensaio fotográfico e multimídia nesta edição. A partir de uma experiência pré-pandemia, Eduardo Martino e Katia Augusta Maciel contam essa história em texto e principalmente diversos registros imagéticos sobre a cidade, que inclui além de inúmeras fotografias, um vídeo 360°.

Para encerrar este número do CVT, uma entrevista sobre o empreendedorismo e a força do patrimônio imaterial para o desenvolvimento local. Ilram Albuquerque entrevistou Rodrigo Nunes, Ana Cê e Leco Lisboa, fundadores da Cia. de Aruanda, que desenvolve diversas ações relacionadas a economia criativa local no bairro de Madureira, na cidade do Rio de Janeiro.

Nós do CVT seguimos apostando no humano e na importância das relações profundas entre as pessoas. E no que isso significa. É isso o que nos interessa. Esperamos que aproveitem mais este número de nossa revista.

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