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USO DO MÉTODO DO ESTUDO DE CASO NA PESQUISA EM EMPREENDEDORISMO: ESTUDO COMPARATIVO EM PUBLICAÇÕES INTERNACIONAIS E NACIONAIS

USE OF CASE STUDY METHOD IN ENTREPRENEURSHIP RESEARCH: COMPARATIVE STUDY IN INTERNATIONAL AND NATIONAL PUBLICATIONS

Rivanda Meira Teixeira
Universidade Federal de Sergipe, Brasil
Cristiane Feitoza Dantas
Universidade Federal de Sergipe, Brasil
Simone Freitas Araújo Lima
Universidade Federal de Sergipe, Brasil

USO DO MÉTODO DO ESTUDO DE CASO NA PESQUISA EM EMPREENDEDORISMO: ESTUDO COMPARATIVO EM PUBLICAÇÕES INTERNACIONAIS E NACIONAIS

Gestão e Regionalidade, vol. 34, núm. 102, pp. 192-210, 2018

Universidade Municipal de São Caetano do Sul - USCS

Recepção: 13 Julho 2016

Aprovação: 24 Fevereiro 2017

Resumo: Resumo

O objetivo deste estudo é analisar como o método de estudo de caso tem sido utilizado nas pesquisas internacionais e nacionais em empreendedorismo no período de 2013 a 2015. O método de pesquisa escolhido foi a revisão sistemática da literatura (RSL). O levantamento dos artigos internacionais foi realizado nos cinco periódicos em empreendedorismo mais relevantes e, para os nacionais, utilizou-se a base de dados SPELL. Dentre os principais resultados vale destacar a diversidade de temáticas encontradas nesses estudos, o equilíbrio entre os estudos de caso único e múltiplos nos artigos internacionais, enquanto que, nos nacionais, predominam os de casos múltiplos. Grande diversidade de fontes de dados/evidências foi encontrada, com predominância de entrevistas. Já com relação as formas de análise de dados, observa-se a preferência pela análise de conteúdo nos estudos nacionais enquanto que, nos internacionais, a predominância é pelo uso de triangulação de dados/pesquisador e pela análise comparativa.

Palavras chave: Estudo de caso, Empreendedorismo, Método de pesquisa.

Abstract: The aim of this study is to analyze how the case study method has been used in international and national research in entrepreneurship from 2013 to 2015. The research method chosen was the systematic review of the literature (RSL). The survey of international articles was carried out on the five most important entrepreneurship journals and for the national, it was used the SPELL database. Among the main results is worth highlighting the diversity of themes found in these studies, the balance between single and multiple case studies in international papers, while in the national studies, predominantly multiple cases studies. Various sources of data / evidences was found, predominantly interviews. In relation to data analysis, there is a preference for content analysis in national studies while in international; the dominance is the use of triangulation of data / research and comparative analysis.

Keywords: Case study, Entrepreneurship, Research method.

1 Introdução

O crescente interesse dos pesquisadores acerca do estudo do empreendedorismo e sua consequente legitimação como campo de pesquisa pode ser evidenciado pelo aumento do número de publicações sobre o tema nos principais periódicos de gestão (BUSENITZ et al., 2014); e cujo fenômeno pode ser estudado a partir de diferentes ângulos, perspectivas ou paradigmas (PERREN; RAM, 2004; CAMPOS; PARELLADA; PALMA, 2012).

Pesquisas têm sido conduzidas para analisar o empreendedorismo como um campo intelectual (LANDSTRÖM; BENNER, 2010), para identificar as mudanças e tendências na literatura do empreendedorismo (BUSENITZ et al., 2014) e também para analisar os métodos de coleta de dados e abordagens metodológicas (MCDONALD et al., 2015).

O avanço do empreendedorismo como campo promove a discussão sobre quais estratégias ou métodos de pesquisa podem ser utilizados. Estudos recentes, a exemplo do realizado por McDonald et al. (2015), apontam que a abordagem quantitativa prevalece como estratégia de pesquisa dominante no estudo do empreendedorismo fornecendo resultados que quase sempre remetem a dados estatísticos, médias ponderadas, contagens numéricas ou desvio-padrão. Esses autores enfatizam que a tradição da abordagem quantitativa se limita a questões como “o que”, “quanto” e “quando” em detrimento de “como” e “por que” o fenômeno acontece, limitando assim a dimensão da informação. Desse modo, destacam a pluralidade de métodos como possibilidade de abordar mais claramente a complexidade e o caráter multifacetado do empreendedorismo.

O crescimento de pesquisas qualitativas tem sido recentemente evidenciado por pesquisadores que argumentam que esses métodos proporcionam uma compreensão mais profunda acerca de contextos e práticas do empreendedorismo (EDELMAN et al., 2014), difundindo a percepção de que tais métodos são especialmente importantes e bem-sucedidos porque dão às questões de pesquisa significância e valor (GARTNER; BIRLEY, 2002).

Para Henry e Foss (2015) a compreensão do fenômeno do empreendedorismo demanda uma abordagem exploratória e indutiva, uma vez que este está diretamente atrelado ao contexto e que, segundo tais autores, pode ser obtida por meio do uso do método de estudo de caso. Edelman et al. (2014) argumentam que o uso desse método nas pesquisas em empreendedorismo tem aumentado significativamente, principalmente em países da Europa, como demonstram os principais periódicos de empreendedorismo publicados nesses países.

O método de estudo de caso nas pesquisas em empreendedorismo tem sido utilizado para promover construções teóricas quando a questão da pesquisa ainda se encontra em sua fase inicial (SMITH; GANNON; SAPIENZA, 1989). Possibilita aos pesquisadores de empreendedorismo explorar as implicações das diferentes abordagens paradigmáticas e de perspectivas objetivas e subjetivas (PERREN; RAM, 2004), abordar a partir de diferentes lentes e níveis de análise o negócio familiar (LEPPÄAHO; PLAKOYIANNAKI; DIMITRATOS, 2015) ou ainda definir uma agenda de pesquisa no campo (HENRY; FOSS, 2015).

Em revisão sistemática da literatura realizada no período de 2008 a 2012, nos cinco periódicos internacionais mais importantes em empreendedorismo, também conhecidos como os “big five”, Henry e Foss (2015), revelam que o método de estudo de caso é utilizado por menos de 5% dos artigos publicados nesses periódicos. Entretanto, enfatizam que o método ainda não é totalmente aceito como

abordagem de pesquisa legítima e, por isso, não tem sido utilizado com maior frequência nas pesquisas sobre empreendedorismo.

O presente estudo teve como objetivo analisar como o método de estudo de caso tem sido utilizado nas pesquisas internacionais e nacionais em empreendedorismo no período de 2013 a 2015. Tem o intuito de dar continuidade ao estudo de Henry e Foss (2015) que foi realizado em periódicos internacionais no período de 2008 a 2012 e, além disso, também realizar essa mesma análise em periódicos nacionais. Particularmente, pretende apontar as temáticas desses estudos, descrever os tipos e as fontes de evidência, levantar as técnicas de análise de dados que foram utilizadas e, finalmente, analisar comparativamente como o método de estudo de caso tem sido usado nos estudos internacionais e nacionais em empreendedorismo.

Esta pesquisa se justifica por apresentar o método do estudo de caso como abordagem legítima para os pesquisadores do campo do empreendedorismo. Espera-se que os resultados apresentados possam ser úteis não só para os pesquisadores de métodos qualitativos, mas também para aqueles que almejam a melhoria contínua da pesquisa qualitativa.

Este estudo está estruturado em quatro seções. Inicialmente será apresentado a fundamentação teórica, a segunda seção descreve os procedimentos metodológicos, a terceira descreve os resultados com a discussão e, finalmente, é apresentada a conclusão da pesquisa.

2 Fundamentação Teórica

Esta seção é dividida em duas partes: inicialmente é apresentada uma breve explicação as características do método de caso e a seguir discute sobre o uso do método de estudo de caso nas pesquisas em empreendedorismo.

2.1 O método de Estudo de Caso

O método de estudo de caso é uma estratégia empírica que investiga um fenômeno contemporâneo dentro de seu contexto de vida real, especialmente quando os limites entre o fenômeno e o contexto não são claramente definidos (YIN, 2010). Para Stake (1994), o método de estudo de caso não é essencialmente qualitativo, embora seja uma forma muito comum de investigar qualitativamente pode ser utilizado de várias formas, como a analítica, a holística, a cultural, por medidas de repetição, por métodos mistos e outras. Nesse sentido, o estudo de caso é uma opção do que pode ser estudado e não uma escolha metodológica, não se limita ao progresso da ciência, mas à compreensão do caso.

Emprega-se o estudo de caso para compreensão de um fenômeno mal assimilado ou pouco conhecido almejando entendê-lo completamente (HOON, 2013). Revelando o contexto do processo, o pesquisador auxilia outros que leram o estudo de caso a tirar conclusões sobre o prolongamento em que seus achados possam ser generalizados a outras situações (ONATU, 2013).

Segundo Flyvbjerg (2006), a riqueza de detalhes do estudo de caso e sua proximidade com as situações da vida cotidiana são importantes para os pesquisadores desenvolverem visão diferenciada da vida real e para aperfeiçoarem as desenvolturas imprescindíveis para realizar uma boa pesquisa. No entanto,afirma esse autor, nem sempre o estudo de caso é apropriado ou relevante como método de pesquisa, a escolha do método deve depender do objeto do estudo, o problema e suas circunstâncias indicarão a seleção de caso (s) ou de grandes amostras aleatórias.

Na construção da teoria de estudos de casos é essencial que se defina a questão de pesquisa inicial e manter o foco delimitando a área de trabalho é indispensável para não se tornar bloqueado pelo volume de dados (EISENHARDT, 1989). Definir a questão de pesquisa e especificar os constructos antecipadamente, argumenta essa autora, não garante um lugar na teoria resultante, pois são apenas tentativas para desenvolver a teoria e a questão de pesquisa pode ser alterada durante a investigação.

Apesar de o método estudo de caso ser uma forma diferenciada de pesquisa empírica, Yin (2010) aponta suas fragilidades: (1) falta de rigor da pesquisa - já que muitas vezes o pesquisador foi negligente com procedimentos sistemáticos e evidências equivocadas (2) pouca base para generalização científica – não são generalizáveis às populações ou aos universos e sim às proposições teóricas; (3) a quantidade de tempo despendido para realização e os documentos volumosos, ilegíveis; e (4) os testes de campo aleatórios ou “verdadeiros experimentos” que não podem ser abordados pelos estudos de caso.

De acordo com Woodside (2010), pesquisadores cometem erros na elaboração do estudo de caso. Aprimora-se com a prática a elaboração e escrita da pesquisa de estudo de caso. Nesse sentido, é muito útil estudar o método de pesquisa de estudo de caso antes de ir a campo para coleta de dados e para evitar perguntas contundentes.

Para Mariotto, Zanni e Moraes (2014) a falta de aceitação do método estudo de caso na área de gestão pode ser atribuída à pequena quantidade de publicação do método nas revistas mais conceituadas na área e à sua incapacidade de cumprir critérios de padrões científicos para pesquisa, mas geralmente essa crítica é abordada por pesquisadores com orientação da ciência positivista. Isto posto, para cumprir os fundamentos de atribuição da ciência normal, os estudiosos estão tentando aumentar o rigor em estudos de caso, usar o caso para gerar teoria e falsificar ou refinar uma teoria existente.

Yin (2010), assim como Eisenhardt (1989), considera a generalização estatística em estudo de caso uma falha grave e assevera que os casos não são “unidades de amostragem”. No entanto, para Yin (2010) a generalização para estudo de caso é a analítica, que utiliza como padrão uma teoria previamente desenvolvida relacionando-a com os resultados empíricos do estudo de caso.

Para Flyvbjerg (2006), embora o conhecimento não possa ser generalizado, ele pode ingressar no processo coletivo de acumulação de conhecimento em um campo ou numa sociedade. Então, a generalização fundamentada em um único caso é possível, como complemento ou alternativa para outros métodos, o estudo de caso pode ser essencial para o progresso científico. No entanto, como fonte do desenvolvimento científico a generalização formal é supervalorizada, à medida que “a força do exemplo” é subestimada.

É relevante ressaltar os resultados do estudo de Barbosa (2008) que, ao avaliar o entendimento dos pesquisadores da área de administração acerca do método de estudo de caso constata a inadequação do uso em decorrência de discordâncias quanto a sua caracterização – se método ou metodologia. Segundo a autora, quando o estudo de caso é caracterizado como método, ou seja, como uma aplicação de técnicas visando a extração de dados, isto pode significar um “simples corte amostral”, induzindo a um raso interesse sobre o caso em si ou a um baixo envolvimento do pesquisador sobre o fenômeno. Tal aspecto remete à falta de rigor metodológico e a consequente redução na descrição dos critérios metodológicos realizados nas pesquisas.

2.2 O uso do método de Estudo de Caso nas pesquisas em empreendedorismo

Para Leppäaho, Plakoyiannaki e Dimitratos, (2015) o uso do método de estudo de caso que permite abordar três diferentes pressupostos filosóficos (positivista, interpretativista e realismo crítico), não deve se limitar apenas aos aspectos mensuráveis e padronizáveis para a geração de conhecimento, cuja observação empírica pode proporcionar ao tomar como base a realidade como um dado concreto. Certas unidades de análise demandam uma abordagem que nem sempre as inferências generalizáveis da pesquisa dedutiva possibilitam uma compreensão adequada. Perrem e Ram (2004) refletem que pouco se discute acerca das consequências filosóficas da aplicabilidade desse método nas pesquisas em empreendedorismo.

Henry e Foss (2015) argumentam que, apesar de atribuída ênfase ao uso do método de estudo de caso nas pesquisas em empreendedorismo, algumas críticas a esse método são encontradas, remetendo a questões que envolvem, por exemplo, critérios de validade interna e externa dos dados, confiabilidade e generalização dos resultados, comprometendo a legitimidade do método. Em contrapartida, sugerem aos pesquisadores do empreendedorismo o emprego de ferramentas utilizadas por pesquisadores de outras disciplinas e adeptos do uso do método de estudo de caso.

No Brasil, o estudo do empreendedorismo tem despertado a atenção dos estudiosos não apenas como disciplina acadêmica como também abordagem empresarial (FERREIRA et al., 2010; NASSIF et al., 2010). Como consequência, observa-se o crescente número de trabalhos acadêmicos acerca do tema, destacando-se aqueles destinados à análise descritiva e evolutiva da produção científica no campo do empreendedorismo, evidenciando os principais tópicos e os métodos como vêm sendo estudado (NASSIF et al., 2010; SILVEIRA et al., 2010; CAMPOS et al., 2012; GIAROLA et al., 2013: INÁCIO JR. et al., 2014: ÁVILA et al., 2014).

Diferentemente da literatura internacional, no Brasil observa-se um maior interesse ao uso da abordagem qualitativa nas pesquisas, assim como um crescimento gradual no uso do método estudo de caso (FERREIRA et al., 2010; NASSIF et al., 2010; INÁCIO JR. et al., 2014). Nassif et al. (2010) identificaram em seu trabalho de revisão de estudos em empreendedorismo, publicados nos congressos científicos EGEPE e EnANPAD no período de 2000 a 2008, a predominância do uso do método estudo de caso nos artigos de abordagens qualitativa e quali-quantitativa. Destacam também maior ênfase para os estudos de casos únicos de natureza descritiva, aspecto que, segundo tais autores, preconiza o interesse dos estudiosos em entender e esclarecer a teoria de um campo ainda em construção, objetivando solidificar suas pesquisas.

3 Metodologia

O método de pesquisa escolhido foi a revisão sistemática da literatura (RSL). Para Pittaway e Cope (2007), a RSL é considerada um “método”, transparente e aberto à análise metodológica, para elaboração de revisões de literatura que pode ser replicado e comprovado. Revisões sistemáticas são diferenciadas de comentários tradicionais pela sua abordagem irrefutável e sistemática (KAHN et al., 2003).

Os periódicos internacionais selecionados para este estudo foram os mesmos considerados por Henry e Foss (2015) na sua pesquisa e são os “big five” da pesquisa em empreendedorismo: Journal of Business Venturing (JBV); Journal of Small Business Management(JSBM); Small Business Economics (SBE); Entrepreneurship & Regional Development (ERD); e Entrepreneurship Theory & Practice (ETP).

A pesquisa foi conduzida por meio da base de dados do Portal de Periódicos CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior). Realizou-se uma pesquisa booleana em quatro dos cinco grandes periódicos internacionais. A lógica booleana possibilita que uma combinação de palavras-chave limite ou amplie o resultado da pesquisa (SAUNDERS; LEWIS; THORNIL, 2009).

Os critérios de busca desenvolvidos pelas autoras contemplaram as seguintes etapas: No Journal of Business Venturing (JBV) em busca avançada, foi inserido como palavras-chave “entrepreneurship” no abstract, “case study” em all fields, selecionando apenas os de Business, Management and Accounting no período entre 2013 até 2015. Obteve-se, portanto, um total de 19 artigos.

Para os periódicos Entrepreneurship Theory & Practice (ETP), Journal of Small Business Management (JSBM) e Entrepreneurship & Regional Development (ERD) foi realizada semelhante busca, com as palavras-chave “entrepreneurship” no abstract, “case study” em all fields, o número do ISSN dos periódicos e o período entre 2013 a 2015, totalizando, respectivamente, 34 e 19 e 8 artigos. Não foi possível realizar essa pesquisa booleana no periódico Small Business Economics (SBE), o que demandou o levantamento individual de cada número para que os dados desejados fossem coletados. Foram analisados um total de 378 artigos nos periódicos internacionais e foram identificados que 21 utilizaram o método de estudo de caso.

Para os periódicos nacionais, utilizou-se a base de dados SPELL (SCIENTIFIC PERIODICALS ELETRONIC LIBRARY), tendo como critério de busca a palavra-chave empreendedorismo em pesquisar busca simples, estabelecendo como filtros o período de janeiro de 2013 a dezembro de 2015 e a palavra artigo foi selecionada como tipo de documento, totalizando 245 artigos. A análise foi realizada apenas nos periódicos de maior relevância, considerando o critério de avaliação Qualis 2014, adotado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior- CAPES. Foram investigadas as revistas A2, B1 e B2 considerando que até o referido Qualis 2014, não existem periódicos com avaliação A1 publicado no Brasil. Excepcionalmente, foram adicionadas a Revista de Empreendedorismo e Gestão de Pequenas Empresas (REGEPE) e a Revista da Micro e Pequena Empresa (RMPE), ambas com classificação Qualis B3, por se tratarem de periódicos específicos de empreendedorismo, resultando um total de 38 artigos.

A análise inicial foi realizada por meio da leitura minuciosa da metodologia de cada artigo para identificar se o artigo era sobre empreendedorismo e se utilizava o método estudo de caso, pois apesar do filtro estabelecido pela pesquisa booleana, vários artigos não corresponderam aos critérios da busca. Quando as informações desejadas não eram encontradas na metodologia, foram lidos também o resumo e a introdução e, em alguns casos a conclusão, considerando que em alguns artigos nem todas as informações constavam na metodologia. As categorias de análise adotadas neste estudo foram adaptadas do estudo de Henry e Foss (2015): número de artigos por periódico, temáticas dos estudos, tipos de estudos de casos, fontes de dados/evidências e formas de análise de dados.

4 Resultados e discussão

Inicialmente foram identificados 21 artigos internacionais que utilizaram o método estudo de caso nos estudos sobre empreendedorismo. Verifica-se que nesse período o ano de 2014 obteve a maior quantidade de publicação, com 9 artigos. O periódico que obteve maior quantidade de publicação foi o Entrepreneurship & Regional Development (ERD), com 8 artigos, sendo 4 no ano 2013 e 4 no ano de 2014, conforme tabela 1.

Tabela 1
– Número de publicações por ano com estudos de caso em Empreendedorismo nos periódicos internacionais
– Número de publicações por ano com estudos de caso em Empreendedorismo nos periódicos internacionais

Ao comparar com o estudo de Henry e Foss (2015), observou-se proporcionalmente, semelhante resultado, a maior quantidade de artigos com estudos de casos também foi encontrado no ERD, 30 dos 52 coletados e em seguida, identifica-se a ETP com 14 artigos identificados por esses autores.

Nos periódicos nacionais no período de 2013 a 2015 (tabela 2) foram encontrados 38 artigos que utilizaram o método de estudo de caso em empreendedorismo. O ano de 2015 foi o de maior quantidade de publicações, totalizando 15 artigos. O periódico que obteve maior número de artigos foi a Revista de Empreendedorismo e Gestão de Pequenas Empresas - REGEPE com 15 estudos, seguido da Revista da Micro e Pequena Empresa – FACCAMP.

Tabela 2
–Número de publicações por ano com estudos de caso em empreendedorismo nos periódicos nacionais
–Número de publicações por ano com estudos de caso em empreendedorismo nos periódicos nacionais

Um dos objetivos deste estudo foi a identificação das temáticas encontradas nos estudos de casos. Nos periódicos internacionais, as temáticas de maior frequência foram empreendedorismo familiar com 3 artigos e internacionalização também com 3 artigos. Foi também identificado um artigo para cada temática seguinte: spin-off e alianças estratégicas; empreendedorismo étnico; empreendedorismo tecnológico; inovação e desenvolvimento regional; políticas para promoção empresarial; indústria regional; economias resilientes; empreendedorismo de nanotecnologia; empreendedorismo institucional; empreendedorismo habitual; empreendedorismo transgeracional; identidade e liderança empreendedora; e empreendedorismo social. As temáticas abordadas nos artigos internacionais e seus respectivos autores estão representados no quadro 1.

Quadro 1
– Temáticas dos artigos internacionais
– Temáticas dos artigos internacionais

Foi possível observar que os estudos que abordaram a temática empreendedorismo familiar evidenciaram como e por que a equipe empreendedora familiar é formada (CRUZ; HOWORTH; HAMILTON, 2013); como a cultura, a religião e o nacionalismo interfere no empreendedorismo familiar (SABAH; CARSRUD; KOCAK, 2014) e como famílias empresariais facilitam o crescimento do negócio (ALSOS; CARTER; LJUNGGREN, 2014).

Em relação à temática internacionalização, foram discutidas as seguintes questões: como a localização e o tipo setorial influenciam na internacionalização e na rede dinâmica do cluster industrial (ANDERSSON; EVERS; GRIOT, 2013); como o empreendedorismo internacional é percebido por meio da lente teórica do effectuation (SARASVATHY et al., 2014) e o que realmente importa na internacionalização de pequenas e médias empresas familiares (CALABRÒ; BROGI; TORCHIA, 2015).

Nos estudos nacionais, as temáticas foram também muito diversas, relacionadas a educação e cultura; religião; inovação aberta e empresas incubadoras; identificação e oportunidades de negócios; capital de risco e spin-offs acadêmicos; políticas públicas; aprendizagem empreendedora experiencial; rotinas; criação de negócios; franchising; microfranquias; sucessão; redes sociais; poder de negociação; capital social e APL (Arranjo Produtivo Local); tomada de decisão; cultura organizacional e processo empreendedor; gerenciamento de riscos; orientação empreendedora; competências empreendedoras; custos de inovação; estratégia e redes de cooperação; empreendedorismo social; familiar; institucional e internacional. As temáticas mais abordadas foram empreendedorismo social; empreendedorismo internacional e competências empreendedoras, com 3 artigos cada, seguido de empreendedorismo familiar; inovação aberta; incubadoras e redes sociais com 2 artigos cada. As temáticas abordadas nos artigos nacionais e seus respectivos autores estão representados no quadro 2.

Quadro 2
– Temáticas dos artigos nacionais
– Temáticas dos artigos nacionais

Os estudos nacionais sobre empreendedorismo social buscaram compreender as tensões e dilemas ocorridos ao longo da existência de um negócio social a fim de elucidar as questões que esse tipo de empreendimento pode enfrentar (IIZUKA; VARELA; LARROUDÉ, 2015); identificar os fatores que interferem nos resultados de um negócio social e mapear os desafios que permeiam o desenvolvimento desse tipo de negócio (MOURA; COMINI; TEODÓSIO, 2015) e de que maneira a organização busca, monitora e utiliza a informação recebida do meio externo para antecipar estratégias que possam proporcionar a sustentabilidade e competitividade do negócio social (BLANCK; JANISSEK-MUNIZ, 2014).

Nos estudos sobre empreendedorismo internacional, as questões versaram sobre como identificar a predisposição à adaptação como perspectiva deste tipo de empreendedorismo nas empresas selecionadas (LEITE; MORAES; SALAZAR, 2014); os tipos de oportunidades suscitadas (LEITE; MORAES; SALAZAR, 2015) e como o empreendedor analisa as estratégias e responde as facetas do risco no processo de internacionalização (LEITE; MORAES, 2014). Quanto à temática competências empreendedoras, os argumentos envolveram sua identificação e análise (SILVA; FONSECA; ARAÚJO, 2015; SOUZA; TEIXEIRA, 2013) e a frequência das competências nos atores participantes (PAGNONCELLI; ZAMPIER; STEFANO, 2014). Ao comparar as temáticas com as encontradas por Henry e Foss (2015) no período de 2008 a 2012 verificou-se também grande variedade quando o método estudo de caso foi adotado.

Com relação ao tipo de estudo de caso, foi identificado que, dos 21 artigos internacionais, 10 utilizaram o estudo de caso único e 11 o estudo de caso múltiplo, demonstrando não haver grandes diferenças entre os dois tipos, conforme tabela 3.

Tabela 3
– Tipos de estudos de caso em periódicos internacionais
– Tipos de estudos de caso em periódicos internacionais

Os estudos de casos únicos foram utilizados nos estudos internacionais analisados para compreender como certos indivíduos, inseridos em determinados campos culturais, utilizam a sua posição para criação de oportunidades de atuação em outros campos culturais, como forma de empreendedorismo institucional (WRIGHT; ZAMMUTO, 2013); explorar e trabalhar a perspectiva de desenvolvimento da liderança empreendedora (LEWIS, 2015); examinar a criação e configuração da infraestrutura para o empreendedorismo de nanotecnologia (WOOLEY, 2014); demonstrar progressões da indústria regional sucedidas dentro de uma região periférica e fornecer novas interpretações que melhoram a compreensão da renovação regional (ARBUTHNOTT; VON FRIEDRICHS, 2013), procurando analisar os vários aspectos de um único fenômeno.

Nos estudos de casos múltiplos dos estudos internacionais foram examinados, dentre outros aspectos, o impacto da conjunção de efeitos da cultura, religião e nacionalismo sobre o grau de empreendedorismo em empresas familiares (SABAH; CARSRUD; KOCAK, 2014); como empresas familiares nutrem o espírito empreendedor por entre as gerações e como pode ser realizada a transferência de motivação e capacidade empreendedora entre sucedidos e sucessores (JASKIEWICZ; COMBS; RAU, 2015); como redes locais e internacionais de pequenas empresas motivam seu processo de internacionalização; (ANDERSSON; EVERS; GRIOT, 2013); como são explorados os atributos que constituem ecossistemas empresariais e como eles influenciam a competitividade de novos empreendimentos (SPIGEL, 2015); buscando analisar os diferentes casos identificando as suas peculiaridades e similaridades.

Nos estudos nacionais, dos 38 artigos que utilizaram o método estudo de caso em empreendedorismo, 14 artigos utilizaram o tipo de estudo de caso único e 24 o de casos múltiplos, conforme representado na tabela 4.

Tabela 4
– Tipos de estudos de caso em periódicos nacionais
– Tipos de estudos de caso em periódicos nacionais

Nos periódicos nacionais, por meio dos estudos de casos únicos discutiu-se empreendedorismo social, empresa familiar e empreendedorismo e cultura. Nos estudos de casos múltiplos, por sua vez, o foco foi sobre empreendedorismo internacional, competências empreendedoras, redes sociais e incubadoras.

Ao comparar as informações coletadas dos periódicos internacionais e nacionais observa-se que o método estudo de caso múltiplo é mais aplicado pelos pesquisadores nacionais. Nos internacionais, a diferença entre casos únicos e múltiplos foi irrelevante no período analisado. Já na pesquisa realizada por Henry e Foss (2015) foi observada a utilização de ambos os tipos de estudos de casos, com destaque para os estudos de casos múltiplos. Do total de artigos pesquisados por esses autores aproximadamente 1/3 aplicaram o estudo de caso único.

O terceiro objetivo desse estudo foi identificar as fontes de dados/evidências utilizados nos estudos de caso em empreendedorismo. Para os estudos internacionais, as principais fontes de evidências identificadas foram observação, dados secundários, sites e entrevistas semiestruturadas, sendo esta a de maior incidência, o equivalente a 90,48% dos casos em 19 trabalhos (tabela 5). Também foram identificadas outras fontes de dados como grupos de discussão, arquivo de dados e notas de campo. Foi observado também a utilização de questionário para complementar o estudo caso em apenas um artigo.

Tabela 5
Fontes de dados/evidências nos periódicos internacionais e nacionais
Fontes de dados/evidências nos periódicos internacionais e nacionais

A tabela 5 também apresenta os dados da revisão sistemática da literatura nacional. Foi verificado a utilização de mais de uma fonte de dados em cada caso analisado, predominando as entrevistas (33); documentos (8); observação (participante e não participante) (8); fontes primárias e secundárias (6) e registro de arquivos (5). Verifica-se que a diversidade de fonte de dados/evidências usados foi evidenciada tanto na revisão internacional quanto na nacional, com destaque para a técnica de entrevista. Henry e Foss (2015) constataram no seu estudo também variedade de fonte de dados a qual incluiu entrevistas, observações e visitas a sites como os predominantes.

O quarto objetivo desse estudo diz respeito as formas adotadas para análise dos dados. Nos periódicos internacionais foi verificada uma variedade (tabela 6), como por exemplo: análise baseada em várias fontes; análise de conteúdo; análise de discurso; análise de narrativa; análise de temática; triangulação; análise comparativa dos casos; e utilização do software Nvivo. A triangulação de dados e/ou pesquisador juntamente com a análise comparativa dos casos foram as que obtiveram o maior número (4 cada). Foi identificado 2 artigos utilizando outros tipos de análises como análise de regressão logística e a codificação empírica. Dos 21 artigos que utilizaram o método estudo de caso em empreendedorismo nos periódicos internacionais, 5 artigos não especificaram o tipo de análise de dados realizada.

Tabela 6
Análise de dados nos periódicos internacionais e nacionais
Análise de dados nos periódicos internacionais e nacionais
Obs: Alguns artigos utilizaram mais de um tipo de análise

Nos periódicos nacionais, demonstrado na tabela 6, esta pesquisa também evidenciou diversidade de formas de análises de dados, com predomínio para a análise de conteúdo (18, das quais 3 foram análise de conteúdo temática); em alguns casos também contou com a utilização de software (Atlas.ti) (5) e houve também a utilização do software UCINET em um artigo. A análise de discurso foi identificada em 2 artigos e a análise de narrativa em apenas um. Foram também identificados outros tipos de análises tais como: análise por categorias de Bauer e Gaskell (2010); análise interpretativista; técnica de regressão OLS e simetrização dos máximos. Dos 38 artigos de estudos de casos analisados, 9 não especificaram a forma adotada para a análise dos dados coletados.

Com relação a triangulação foi encontrada em 4 artigos internacionais e 2 nacionais, o uso do software NVivo foi utilizado em apenas 2 estudos de casos internacionais e 6 nacionais. Apesar da diversidade identificada na análise de dados nos periódicos internacionais e nacionais, foi evidente a presença de estudos de casos que não especificaram a forma de análise de dados adotada. No estudo de Henry e Foss (2015), também se constatou variedade de formas de análise. No entanto, diferentemente desses autores, que apontaram a análise temática como a mais utilizada, este estudo identificou apenas um.

5 Conclusões

O objetivo deste estudo foi analisar como o método de estudo de caso tem sido utilizado nas pesquisas internacionais e nacionais em empreendedorismo no período de 2013 a 2015. Teve também o objetivo de dar continuidade ao estudo de Henry e Foss (2015) realizado em periódicos internacionais no período de 2008 a 2012 e, além disso, realizar esse mesmo levantamento em periódicos nacionais.

Dentre os principais resultados, vale destacar que o periódico de maior número de publicações internacionais sobre empreendedorismo foi o mesmo encontrado no estudo de Henry e Foss (2015) que foi a Entrepreneurship & Regional Development (ERD). No Brasil, por sua vez, o periódico que obteve maior número de artigos foi a Revista de Empreendedorismo e Gestão de Pequenas Empresas – REGEPE.

Observou-se nos estudos sobre empreendedorismo grande diversidade de temáticas, tanto nas pesquisas internacionais quanto nas nacionais, resultado semelhante ao encontrado por Henry e Foss (2015) no período de 2018 a 2015. Percebe-se o equilíbrio entre os estudos de caso único e múltiplo nos artigos internacionais, enquanto que nos nacionais predomina o de estudo de casos múltiplos. Comparando com a pesquisa realizada por Henry e Foss (2015) foi verificado destaque para os estudos de casos múltiplos, com 2/3 dos estudos de casos encontrados.

A grande diversidade de fontes de dados/evidências foi verificada tanto nos estudos de casos internacionais quanto nos nacionais, com predominância de entrevistas. Já com relação as formas de análise de dados, observa-se a preferência pela análise de conteúdo nos estudos nacionais enquanto que nos internacionais, é destacado a triangulação de dados/pesquisador e a análise comparativa. Também são utilizados tanto nos internacionais como nos nacionais a análise de discurso, a análise narrativa e o uso de softwares.

A diversidade temática e metodológica presentes no campo do empreendedorismo pode estar associada aos vários contextos cujo fenômeno pode ser estudado, justificando a aplicabilidade de métodos qualitativos e em especial o estudo de caso, possibilitando a realização de pesquisas com maior profundidade e riqueza de informações. Também pode revelar um campo ainda em processo de construção teórica, que permite uma flexibilidade nos procedimentos metodológicos. Tais aspectos podem amenizar as críticas em relação aos critérios de validade, confiabilidade e generalização sempre colocados quando se trata do método de estudo de caso e amplia suas possibilidades de consolidação como método de pesquisa no campo de empreendedorismo.

Para Perren e Ram (2004) esses aspectos podem ser explicados pelo caráter multifacetado do campo do empreendedorismo e pela multidimensionalidade que este campo pode assumir, resultando na expansão da produção teórica quando se considera tal diversidade como o surgimento de novas proposições de trabalho e a consequente ampliação dos espaços nas agendas dos pesquisadores. Henry e Foss (2015) destacam que um campo emergente e cujo fenômeno é dinâmico e complexo como o empreendedorismo requer do pesquisador atenção, observação ampla, conhecimento acerca de outras áreas e, principalmente, domínio da abordagem metodológica.

No entanto, os resultados desta pesquisa demonstram que, a não especificação de aspectos essenciais em um estudo de caso, como a forma como a análise dos dados foi realizada, pode indicar falta de rigor metodológico e remete a discussão se a falta de legitimidade do método não decorre de equívocos ou desconhecimento acerca de suas características fundamentais.

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Autor notes

Endereço dos autores: Rivanda Meira Teixeira E-mail: rivandateixeira@gmail.com Cristiane Feitoza Dantas E-mail: cristianefeitos@gmail.com Simone Freitas Araújo Lima E-mail: sfreitasufs2013@gmail.com

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