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Abordagem cultural da organização do conhecimento na ciência da informação brasileira
Ilídio Lobato Ernesto MANHIQUE; Helen de Castro Silva CASARIN
Ilídio Lobato Ernesto MANHIQUE; Helen de Castro Silva CASARIN
Abordagem cultural da organização do conhecimento na ciência da informação brasileira
Cultural approach of knowledge organization in Brazilian Information Science
Encontros Bibli: revista eletrônica de biblioteconomia e ciência da informação, vol. 24, núm. 56, pp. 1-20, 2019
Universidade Federal de Santa Catarina
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Resumo: Objetivos: analisar a produção científica da Ciência da Informação brasileira sobre a abordagem cultural da organização do conhecimento.

Método: este estudo é de natureza exploratória e combina as abordagens qualitativa e quantitativa. A coleta de dados foi feita por meio de um levantamento bibliográfico na Base de Dados Referenciais de Artigos de Periódicos em Ciência da Informação (BRAPCI) e na Base de Brasileira de Teses e Dissertações (BDTD).

Resultado: a pesquisa indica que a integração desta abordagem de pesquisa no domínio da organização do conhecimento ainda é incipiente, considerando o número reduzido registros recuperados em ambas as bases de dados.

Conclusão: indica-se que é necessário que os estudos da organização do conhecimento incorporem esta abordagem, porque tem implicações positivas para a criação de esquemas e instrumentos contextualizados de classificação. Consideramos que esquemas que não atentam para esse aspecto têm o potencial de promover a exclusão e marginalização de grupos que se encontram fora do contexto mainstream.

Palavras-chave:Abordagem culturalAbordagem cultural,Organização do conhecimentoOrganização do conhecimento,Produção científicaProdução científica,BrasilBrasil,BRAPCIBRAPCI,BDTDBDTD.

Abstract: Objective: this research aims to analyze the scientific literature of cultural approach of knowledge organization in Brazilian information science.

Methods: this research is exploratory and it adopts the combination of quantitative and qualitative approaches. Data collection was carried out through survey in two Scientifics databases, namely: Base de Dados Referenciais de Artigos de Periódicos em Ciência da Informação (BRAPCI) and Base de Dados Brasileira de Teses e Dissertações (BDTD).

Results: this research indicate that the integration of this approach into knowledge organization domain remains incipient, considering the few number of retrieved records in both databases.

Conclusion: it indicates the need of further studies of knowledge organization, which incorporates this kind of approach, considering their positive implications for the creation of contextual classification schemes. We argue that the schemes that do not have cultural background can contribute to promote exclusion and marginalization of groups who are outside mainstream context.

Keywords: Cultural approach, Knowledge Organization, Scientific literature, Brazil, BRAPCI, BDTD.

Carátula del artículo

Artigo

Abordagem cultural da organização do conhecimento na ciência da informação brasileira

Cultural approach of knowledge organization in Brazilian Information Science

Ilídio Lobato Ernesto MANHIQUE
Universidade Estadual Paulista, Brasil
Helen de Castro Silva CASARIN
Universidade Estadual Paulista, Brasil
Encontros Bibli: revista eletrônica de biblioteconomia e ciência da informação, vol. 24, núm. 56, pp. 1-20, 2019
Universidade Federal de Santa Catarina

Recepção: 14 Maio 2019

Aprovação: 12 Agosto 2019

Financiamento
Fonte: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Ensino Superior - CAPES
Beneficiário: Ilídio Lobato Ernesto MANHIQUE
1 INTRODUÇÃO

Na Ciência da Informação (CI), os aspectos culturais são tratados no âmbito da epistemologia sociocognitiva, que considera que os processos de representação, produção, acesso, uso, apropriação e disseminação da informação são influenciados pelo contexto sociocultural.

A Organização do Conhecimento é uma subárea da CI que se preocupa com os processos de representação da informação para que ela se torne acessível e recuperada de forma eficaz pelos usuários. Essa função foi descrita nos trabalhos pioneiros da área como a responsabilidade social da CI (WERSIG; NEVELING, 1975). A materialização só poderá ser alcançada se os sistemas de organização do conhecimento adotados pelas unidades de informação refletirem as necessidades de informação de usuários em contextos específicos.

Atualmente, verifica-se uma tendência crescente de pesquisas que incorporam a abordagem cultural nos estudos da organização do conhecimento. Essa tendência, no entanto, contrasta com a prevalência, em bibliotecas, de esquemas e instrumentos de classificação que não contemplam os aspectos socioculturais, o que pode engendrar um problema ético associado à marginalização e exclusão de determinados grupos sociais (OLSON, 2002; MAI, 2016).

Desse modo, analisar a literatura do domínio da organização do conhecimento permitirá a compreensão dessas contradições, por meio do entendimento da estrutura intelectual desse domínio. Ao analisar a produção científica sobre uma temática evidencia-se a evolução dos saberes e práticas a eles relacionados, destacando-se novos conceitos, terminologias, definições e abordagens epistemológicas relacionadas um domínio científico específico (BUFREM et al., 2007).

Esta pesquisa tem como objetivo analisar a produção científica da CI brasileira sobre a abordagem cultural da organização do conhecimento, a partir da literatura indexada na Base de Dados Referenciais de Artigos de Periódicos em Ciência da Informação (BRAPCI) e na Base de Dados Brasileira de Teses e Dissertações (BDTD). Do ponto de vista específico, são identificados os autores mais produtivos, sua afiliação institucional, as tendências de pesquisa e os principais enfoques adotados pelos autores que pesquisam sobre essa temática.

2 CULTURA E ÉTICA NA ORGANIZAÇÃO DO CONHECIMENTO

Cultura é um conceito transversal que embasa alguns diálogos interdisciplinares entre várias áreas do conhecimento, sendo que seu uso operacional depende das especificidades de cada domínio do saber. Não obstante a diversidade conceitual do termo cultura, existem denotações comuns que definem suas peculiaridades.

Tais denotações tratam de entender a cultura como um conjunto de representações simbólicas compartilhadas por uma comunidade de sujeitos sociais, que se interconectam por meio de um sistema de signos e símbolos, em particular a linguagem. Portanto, a cultura implica a existência de traços comuns compartilhados por um grupo social e é um importante artífice da formação da identidade (BOURDIEU, 1989).

O objetivo de associarmos cultura à organização da informação consiste em demonstrar a relevância dos aspectos identitários na criação de esquemas e instrumentos de classificação. Esses aspectos perpassam pelo domínio ético, na medida em que sistemas de classificação, os intermediários individuais e coletivos que se apartam da identidade cultural têm o potencial de estimular a marginalização e os preconceitos contra os grupos que se encontram fora da esfera epistemológica hegemônica (MILANI; GUIMARÃES, 2011; FOX; REECE, 2012).

Deriva desse fato a importância da noção de intencionalidade do processo de classificação patente nas reflexões de Hope Olson (2001, 2002). Essas ponderações têm como premissa a ideia de que os sistemas de organização do conhecimento não são neutros, visto que há determinantes contextuais, culturais e semióticos que interferem na representação do conhecimento (OLSON, 2001, 2002; ALMEIDA; FUJITA; REIS, 2013). Uma abordagem que não considera esses aspectos tende a fomentar e a reforçar os preconceitos em relação a determinados grupos.

Não obstante, na CI existe uma convicção que considera os cientistas da informação, os bibliotecários e os sistemas de organização do conhecimento como “intermediários” neutros. Isso levou a crença altamente difundida e recomendada entre esses profissionais de que era necessária a padronização da linguagem, de modo que se evite a diversidade e a subjetividade (OLSON, 2001).

Por outro lado, essa crença deriva do entendimento de que:

[...] os sistemas de organização do conhecimento não possuem vieses e que são universalmente aplicáveis – mas, na verdade, escondem as exclusões sob o guizo da neutralidade [...] que desproporcionalmente, afetam o acesso à informação fora do contexto cultural mainstream e sobre os grupos historicamente marginalizados na nossa sociedade (MAI, 2016, p. 327, tradução nossa).

Olson (2001) sugere que a dificuldade de identificar tal marginalização e exclusão de determinados grupos deriva do fato de que os instrumentos de organização das bibliotecas refletem, muitas vezes, a posição cultural mainstream, e, portanto, as categorias de classificação parecem neutras, objetivas e transparentes.

Ampliando ainda mais a discussão, alguns autores, como Jacob (2001), por exemplo, entende que a própria biblioteca, incluindo seu acervo, layout, serviços e todo o conjunto de elementos que a compõe, “[...] dissimula uma concepção implícita da cultura, do saber e da memória, bem como da função que lhes cabe na sociedade de seu tempo” (p.10). Desta forma, não há como negar esta idiossincrasia dos instrumentos e da própria biblioteca visto que ela própria é uma representação [...] do que uma sociedade, as instâncias de poder, um meio intelectual decidem transmitir (JACOB, 2001, p.15).

A Classificação Decimal de Dewey (CDD), por exemplo, praticamente desconsidera a literatura infantil enquanto tal, incluindo-a, como se sabe, de forma generalista no item 028.5. Tal opção é reflexo da visão que se tinha em relação à importância atribuída à literatura infantil à época do desenvolvimento da CDD, mantida em suas atualizações, bem como o papel das crianças quanto usuárias da informação, apenas para citar um exemplo.

Deste modo, podemos perceber que se por um lado os sistemas de organização da informação e a própria biblioteca é uma representação do pensamento mainstream da sociedade, que é situado no tempo e no espaço, por outro vemos que há uma rigidez na atualização destes instrumentos no sentido de não acatar as mudanças da sociedade.

Outro aspecto que complementa o que já foi apontado é que a concepção e o desenvolvimento dos Sistemas de Organização do Conhecimento, conforme Beak (2015), deveriam contemplar dois aspectos de forma equilibrada: os recursos informacionais e as características e necessidades dos usuários, evidenciando a questão contextual ou de tempo e espaço na sua elaboração e atualização. No entanto, observa-se que há uma ênfase na representação descritiva das características ou da natureza dos documentos, em detrimento da perspectiva do usuário.

Assim, apesar da alta incidência da literatura na CI que critica o neutralismo e o universalismo dos sistemas de organização do conhecimento, eles continuam sendo aplicados nas bibliotecas sem considerar todos os aspectos socioculturais da realidade em que estão.

Desse modo, ao invés dos valores tradicionais de neutralidade e universalidade da biblioteca, propõe-se uma perspectiva fundada na intencionalidade, na pluralidade e na diversidade, como forma de acomodar a diversidade de usuários e de coleções existentes nas bibliotecas (OLSON, 2001; MAI, 2016).

Ao examinar a relação entre a cultura e os sistemas de classificação, Lee (2015) aponta os problemas éticos que podem advir dessa relação, considerando o fato de a maioria dos serviços de informação ser disponibilizada a partir de esquemas de classificação padronizados, que, geralmente, não refletem as características culturais dos que importam tais esquemas.

Na CI existem vários estudos que evidenciam a influência da cultura nos processos de organização do conhecimento. Beghtol (2002b) identifica a cultura como uma das quatro garantias dos sistemas e teorias de classificação, tendo como base a premissa de que a classificação é um artefato cultural que reflete diversos conteúdos culturais.

Nessa perspectiva, há que se concordar com Lee (2015) quando este afirma que os esquemas de classificação desenvolvidos e aplicados em diferentes regiões culturais podem representar e contextualizar o mesmo objeto de formas diferentes. Isso significa que o contexto cultural afeta as terminologias, nomes, a identificação dos conceitos e a sua categorização.

Considerando que as ferramentas e os Sistemas de Organização do Conhecimento não são neutros, nem objetivos, as classificações baseadas em diferentes culturas incluem e excluem conceitos, o que resulta em um desafio ético concernente a representação e priorização (OLSON, 2002; MILANI; GUIMARÃES, 2011; LEE, 2015).

Estes aspectos reforçam a necessidade de estudos críticos que reflitam a representação e organização do conhecimento como ferramenta social e culturalmente construída. Tal perspectiva reforça a visão de Olson (2002) de que a classificação não é uma atividade neutra, nem passiva, uma vez que os bibliotecários decidem como representar os assuntos e, assim, afetam o acesso e o uso da informação.

Estes aspectos requerem que os profissionais de informação e as unidades de informação tenham uma sensibilidade cultural e contextual para classificar a informação de forma adequada. A falta dessa sensibilidade pode criar uma dissonância entre a representação de um assunto e a percepção do usuário e, por outro lado, reforçar os preconceitos em relação a outras realidades culturais, levando a emergência de problemas éticos ligados ao acesso desigual da informação (BRIGHTOL, 2002a; LEE, 2015), podendo resultar numa exclusão epistêmica.

Além do acesso desigual à informação, existe o dilema da padronização e da localização. Perante esse cenário, sugere-se que haja um ponto de equilíbrio entre os esquemas padronizados de classificação e os locais, isto é, aqueles que refletem a experiência coletiva de uma sociedade, grupo ou comunidade, como forma de reduzir os bias da representação (OLSON, 2002; MILANI; GUIMARÃES, 2011; GUIMARÃES; PINHO; MILANI, 2016).

As discussões que tratam dos aspectos culturais e contextuais da organização e representação da informação se enquadram na epistemologia sóciocognitiva, que postula que a construção do conhecimento é influenciada pelo contexto sociocultural dos sujeitos. (HJØRLAND, 2007).

No âmbito dessa corrente epistemológica, Hjørland e Albrechtsen (1995) formularam a teoria de análise de domínio, que considera que as abordagens da CI devem ser tratadas tendo em consideração as especificidades das comunidades discursivas nas quais são aplicadas. Segundo Hjørland (2002, 2012), as classificações, os tesauros e as terminologias são parte das abordagens de domínio da CI.

3 METODOLOGIA

Com o intuito de analisar a produção científica sobre a abordagem cultural da Organização do Conhecimento, adotou-se, inicialmente, a pesquisa bibliográfica que contribuiu para a delimitação conceitual e teórica do objeto estudado. A pesquisa bibliográfica favorece a imersão no conhecimento já existente e fornece uma visão que permite situar o objeto no campo do conhecimento em que se insere, permitindo, também, conhecer as tendências de pesquisas e as novas descobertas num determinado campo do saber (SAMPIERI; COLLADO; LUCIO, 2010).

A coleta de dados foi feita por meio de um levantamento bibliográfico em duas bases de dados, que indexam tipos específicos de literatura científica. Tais bases são a BRAPCI, que indexa a maioria dos periódicos brasileiros da CI, e a BDTD, que é uma interface que integra o banco de Teses e Dissertações de instituições de todo o país e que foi desenvolvida e coordenada pelo Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT). As buscas nessas bases foram feitas utilizando as interfaces de busca avançada disponibilizadas por cada base, na medida em que proporcionam maior precisão e filtragem da informação recuperada.

Importa frisar que, no Brasil, as pesquisas no domínio da knowledge organization adotam também o viés da Organização da Informação, por isso, foram utilizadas expressões de busca que refletem essa diversidade terminológica, nomeadamente, “Cultura” AND “Organização do Conhecimento”; “Cultura” AND “Organização da Informação” e “Cultura” AND “Representação da Informação”.

Às buscas recuperaram 15 registros na BRAPCI, mas nem todos se enquadram nos critérios de inclusão previamente definidos para a pesquisa, segundos os quais as expressões de busca deveriam aparecer, em pelo menos, numa das seguintes partes do texto: título, resumo e/ou palavras-chave. Os artigos que não foram incluídos na lista final tratavam de cultura organizacional, gestão do conhecimento e inteligência competitiva.

Após a filtragem e análise inicial do conteúdo de cada artigo recuperado, o corpus da pesquisa ficou limitado a oito publicações, sendo três trabalhos apresentados no ENANCIB e cinco artigos de periódicos científicos da área (Quadro 1).

Na BDTD, os dados do levantamento aparecem sistematizados no Quadro 2, onde são identificados os autores e os respectivos orientadores, visto que os alunos se integram a um grupo de pesquisa, geralmente, coordenado por professores com uma longa experiência de pesquisa sobre uma determinada temática. Portanto, consideramos que as temáticas e os enfoques adotados pelos alunos são influenciados pelos orientadores e pelas discussões que ocorrem nas linhas e nos grupos de pesquisa.

Esta pesquisa adota os pressupostos da análise de domínio (HJØRLAND, 2002, 2012), considerando que procura compreender as manifestações de uma comunidade discursiva a partir da combinação de várias abordagens. Este estudo combina duas abordagens: a bibliométrica e a epistemológica.

A análise de dados teve como base a análise de conteúdo, cujas categorias definidas a priori são as seguintes: tendências de pesquisas nesse domínio e os aportes teóricos e epistemológicos adotados nas pesquisas que compõem o corpus desta investigação.

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

A pesquisa revela que os estudos sobre a abordagem cultural na CI brasileira continuam incipientes, considerando o número reduzido de registros recuperados nas duas bases de dados analisadas. Foram recuperados oito artigos na BRAPCI (Quadro 1) e 16 trabalhos (teses e dissertações) na BDTD (Quadro 2), totalizando 24 documentos.

Quadro 1
Lista de publicações selecionadas na BRAPCI para a análise

Fonte: Dados da pesquisa.

No caso dos trabalhos recuperados na BRAPCI, percebe-se uma predominância de pesquisadores vinculados ao IBICT, quatro dos oito trabalhos recuperados, seguidos da UNESP Marília, com duas publicações. As demais instituições (USP Ribeirão Preto e UNIRIO) tiveram uma publicação cada. Entre os autores das publicações recuperadas destaca-se Anderson Luiz Cardoso Rodrigues com três publicações em revistas da área, publicados entre 2005 e 2012. Outro autor, Carlos Cândido Almeida teve dois trabalhos apresentados no ENANCIB em parceria com outros autores. Os demais tiveram apenas um trabalho publicado.

Foram identificadas 11 dissertações e cinco teses. Em relação a instituição em que foram defendidas, duas se destacam: UNESP Marília, com nove trabalhos e UFRJ/IBICT com cinco, que a instituição que foi protagonista no estudo do tema, onde foi defendida a primeira dissertação como se verá mais adiante. A USP e a UNB têm um trabalho cada uma sobre esta temática. Os principais orientadores desta temática são: José Augusto Chaves Guimarães, com sete orientações, Rosali Fernandes de Souza, com cinco orientações e Carlos Cândido Almeida com duas orientações. Os demais, Marivalde M. Francelin e Marisa Bräscher, orientaram um trabalho cada. Percebe-se então que há uma predominância de estudo em duas instituições (UNESP Marília e UFRJ/IBICT) e de determinados pesquisadores destas instituições, o que parece confirmar a hipótese da influência dos orientadores na escolha dos temas e os enfoques adotados pelos alunos.

O Quadro 2 inclui as datas em que as teses e/ou dissertações foram defendidas, o que possibilita a identificação das tendências de pesquisas nesse domínio de estudos.

Quadro 2
Dados do levantamento feito na BDTD

Fonte: Elaborado pelos autores a partir dos dados da pesquisa.

Pode se associar esta constatação da incipiência dos estudos sobre a temática no Brasil à natureza recente de pesquisas com este enfoque na CI brasileira (Gráfico 1), considerando que o trabalho mais antigo, que pode ser considerado seminal, foi uma dissertação defendida no Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação da Universidade Federal do Rio de Janeiro, no ano 2001.


Gráfico 1
Comportamento das publicações ao longo do tempo
Fonte: Elaborado pelos autores a partir dos dados da pesquisa

Este gráfico identifica uma evolução cronológica de publicações relacionadas com a temática, em particular nos últimos três anos. Todavia, os números são pouco expressivos para trazer inferências conclusivas sobre tendências de pesquisas. A conclusão que se pode tirar é de que se trata de uma abordagem emergente que busca consolidar seus preceitos na área.

Isso corrobora a visão de que a abordagem sociocultural faz parte de uma transição epistemológica desafiante para os pesquisadores da área, considerando que modifica um sistema de pressupostos e práticas profissionais consolidadas na CI (HJØRLAND, 2002).

No âmbito teórico-epistemológico, os trabalhos recuperados e que foram objeto de análise nesta investigação (Quadros 1 e 2) foram segmentados em quatro eixos, que serão, a seguir, descritos. Importa ressaltar que essas publicações foram analisadas por meio de um processo inferencial dos dados disponibilizados nas seguintes seções dos trabalhos: título, resumo, palavras-chaves e em alguns casos as considerações finais.

O primeiro eixo (Quadro 3) engloba oito trabalhos em que a abordagem cultural está integrada na análise de domínio (domain analysis) e que adota um olhar epistemológico que encara a organização do conhecimento como um processo que envolve a construção de linguagens, terminologias e sistemas de classificação que refletem a realidade de comunidades discursivas específicas.

Quadro 3
Relação dos trabalhos do eixo 1

Fonte: Elaborado a partir dos dados da pesquisa

O viés epistemológico desses estudos se enquadra no paradigma sóciocognitivo (HJØRLAND, 2007), segundo o qual a informação e a construção do conhecimento são determinadas pelo contexto em que as pessoas estão inseridas. Por isso, apesar da importância dos instrumentos padronizados criados por entidades internacionais, tais como a Library of Congress, as bibliotecas são desafiadas a desenvolver e/ou adaptar tais instrumentos aos seus sistemas locais de classificação (HJORLAND, 2012; LEE, 2016).

Com isso, espera que no contexto atual de rápidas mudanças tecno-sociais as bibliotecas e os demais ambientes de informação entendam que os instrumentos padronizados, tais como a CDD, servem de parâmetros que fornecem uma filosofia de classificação, mas que são adaptáveis a vários contextos conforme necessidades locais. Isso reforça a visão de Lee (2016) segundo a qual as unidades de informação devem adotar sistemas híbridos de classificação, buscando um equilíbrio entre os sistemas universais padronizados e os sistemas locais de classificação.

O segundo eixo é constituído por cinco trabalhos (Quadro 4) que destacam a necessidade de observância dos elementos históricos e culturais para a representação de grupos e/ou comunidades tradicionalmente excluídos ou marginalizados dos sistemas de organização do conhecimento.

Quadro 4
Relação de pesquisas do eixo 2

Fonte: Elaborado pelos autores

Nesses trabalhos considera-se que os sistemas universais e hegemônicos têm classificado de forma deficiente grupos historicamente marginalizados, tais como negros, os aspectos da cultura indígena e das religiões de matriz africana. Um resultado similar foi encontrado por Milani e Guimarães (2011) que constataram que grande parte dos termos do catálogo de assunto da Library of Congress contém alguns vieses regionais e ideológicos que, em alguns casos, torna-se evidente o uso de linguagens que mostram um preconceito a favor de um ponto de vista particular e contra outros.

Para reduzir os vieses da representação da informação é necessário que se abandone o pressuposto de que as ferramentas de representação da informação são neutras. Olson (2001) indica que a ideia da neutralidade dos sistemas de classificação evidente nas práticas dos profissionais de informação pode contribuir para aumentar os vieses que dificultam o entendimento da intencionalidade subjacente a todo o processo de representação da informação.

As pesquisas com esse foco se enquadram no âmbito da teoria crítica da organização do conhecimento, que consiste em trazer uma abordagem alternativa que caminhe para além dos Standards tradicionalmente vigentes na pragmática da CI.

O terceiro eixo diz respeito às pesquisas em que a abordagem cultural coincide com a perspectiva semiótica da Organização do Conhecimento. Dois trabalhos se enquadram neste eixo, sendo um artigo e uma dissertação. Nessas pesquisas, os autores tratam da noção da antropossemiose como uma importante concepção para o desenvolvimento de linguagens que não tenham como ponto de partida a língua enquanto signo linguístico (FARIAS; ALMEIDA, 2017). Outro trabalho trata da semiótica da cultura como uma das abordagens socioculturais da organização do conhecimento (FARIAS 2014).

De acordo com Almeida, Fujita e Reis (2013), ainda existe pouca evidência teórica sobre o potencial da semiótica nos processos de organização do conhecimento, devido, em parte, à interpretação incompleta dessa metodologia na CI. Esses autores consideram que a maioria dos estudos da área se limita ao primeiro nível da semiótica, que é o da gramática especulativa, sem considerar os pressupostos da lógica pura que destacam o processo inferencial que envolve toda a atividade de representação da informação.

O quarto eixo (Quadro 5) é constituído por pesquisas que tratam da dimensão ética como fundamento da organização do conhecimento, dos quais cinco dissertações e duas teses, todos orientados por José Augusto César Guimarães da UNESP.

Quadro 5
Pesquisas que compõem o eixo 5

Fonte: elaborado pelos autores

Nas sete pesquisas que compõem este eixo, a questão da ética foi tratada na perspectiva dos vieses da organização do conhecimento e dos desafios éticos ligados à representação de certas temáticas, tais como o feminismo (MILANI, 2010, 2014) e a questão da imprecisão das linguagens de indexação de temáticas relativas à homossexualidade (PINHO, 2010; CABRERA, 2012). Esse eixo inclui, também, pesquisas que aprofundam os aspectos conceituais e teóricos da ética na organização do Conhecimento (PINHO, 2012; EVANGELISTA, 2016) e dos códigos de ética entre os profissionais de informação (SILVA, 2016).

Nesses estudos, os autores destacam apenas os vieses éticos que ocorrem ao nível dos sistemas de classificação. Todavia, Fox e Rice (2012) indicam que o escrutínio ético deve ocorrer nos três níveis que envolvem o processo da organização do conhecimento: o nível coletivo, o nível dos sistemas e o nível dos intermediários individuais.

O nível coletivo é constituído pelo conjunto que envolve os catalogadores, os indexadores e outros intermediários individuais, até o nível de sistemas que inclui classificadores, fornecedores e utilitários bibliográficos. As entidades do nível dos sistemas criam e mantém as estruturas que facilitam o acesso à informação para protegerem os usuários da “violência conceitual”[1]. No entanto, essas entidades ou, simplesmente “Corporate Person”, também têm responsabilidades morais e éticas para que os sistemas criados não aprofundem os preconceitos sobre certos grupos. O terceiro nível envolve intermediários individuais, tais como catalogadores e indexadores, que também atuam para maximizar o acesso à informação. Estes também estão sujeitos a falhas éticas que podem ocorrer por meio de erros, agendas pessoas ou pela confiança ingênua nos sistemas (FOX; REECE, 2012).

Os trabalhos analisados nesta investigação identificam as várias dimensões pelas quais a abordagem cultural é incorporada nos estudos e práticas da organização do conhecimento. Destacam-se os aspectos ligados à perspectiva de análise de domínio, que permite compreender os grupos, os domínios, os campos científicos enquanto comunidades discursivas e de práticas.

Estes elementos permitem-nos compreender que as ferramentas, as linguagens, as terminologias envolvidas na organização do conhecimento não são elementos neutros, haja vista que é um processo intencional influenciado por determinantes contextuais (BEGHTOL, 2002a). Todo o processo que não considera esses pressupostos tem o potencial de promover o acesso desigual à informação, o que configura um dos principais desafios éticos da organização do conhecimento.

É considerando essas premissas, que a CI assume a responsabilidade social de produzir aportes teóricos e metodológicos que permitam compreender que processo de atribuição de classes, as linguagens utilizadas, a seleção de terminologias não é estático nem linear, pois envolve os aspectos culturais, políticos, históricos ligados a cada contexto sociocultural.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O domínio da Organização do Conhecimento é uma das subáreas da CI que está em constantes transmutações, devido a vários fatores, dentre os quais as inovações tecnológicas que impõem novos desafios às práticas profissionais da área, incluindo os aprofundamentos teóricos, metodológicos e epistemológicos que têm ocorrido na CI. A organização do conhecimento também tem sido afetada por essas mudanças, tanto que a abordagem cultural faz parte desses esforços que visam tornar efetivos a recuperação e o acesso à informação dentro de contextos específicos.

Esta investigação teve como objetivo analisar a produção científica da CI brasileira que aborda a Organização do Conhecimento na perspectiva cultural. A primeira constatação observada foi de que esta é uma abordagem emergente no contexto brasileiro, considerando a incipiência de registros recuperados em duas bases de dados de grande impacto científico, sobretudo para a CI.

Embora emergente, existe a tendência de se associar a abordagem cultural à análise domínio, que contribui, significativamente, para que os processos de representação da informação sejam harmonizados com características de grupos específicos, reduzindo, desse modo, a aplicação acrítica dos padrões universais de classificação, largamente utilizados nas bibliotecas.

Das pesquisas analisadas é possível traçar o perfil epistemológico da abordagem cultural no domínio da Organização do Conhecimento. Evidencia-se a multiplicidade de aportes teóricos que traduzem práticas culturais dos processos de representação da informação, sobretudo no que concerne à definição de terminologias apropriadas ao contexto para cada situação.

Baseado na premissa de que existem grupos tradicionalmente marginalizados e excluídos, a análise permitiu identificar os vieses existentes nos sistemas de classificação hegemônicos, sobretudo pela constatação de que grupos como negros e mulheres, e temas como cultura indígena, religiões de matriz africana, feminismo e homossexualidade têm sido representados de forma deficiente nos sistemas de classificação utilizados nas bibliotecas.

Isso levanta a necessidade de que os bibliotecários e os demais profissionais de informação pensem os sistemas de organização de conhecimento numa perspectiva contextual, de forma que compreendam os elementos políticos e socioculturais que interferem em todo o processo de representação do conhecimento.

Uma perspectiva que desconsidera esses aspectos tem o potencial de promover um acesso desigual à informação para determinados grupos, porque os esquemas de classificação desenvolvidos e aplicados em diferentes regiões culturais podem representar e contextualizar o mesmo objeto de formas diferentes. Isso significa que o contexto cultural afeta as terminologias, nomes, a identificação dos conceitos e a sua categorização.

Esses elementos consubstanciam um dos dilemas éticos da Organização do Conhecimento, que envolve todos os intervenientes, desde os bibliotecários, os sistemas de organização do conhecimento e as respectivas entidades que criam instrumentos de classificação para que sejam utilizados nas bibliotecas e em outras unidades de informação.

Dessa forma, conclui-se que a perspectiva cultural faz parte dos desdobramentos evolutivos da CI que, no âmbito da epistemologia sociocognitiva e das teorias críticas, favorece o questionamento e aprofundamento dos modelos normativos vigentes na área.

Material suplementar
Informação adicional

CONTRIBUIÇÃO DE AUTORIA: Concepção e elaboração do manuscrito: I.L.E. Manhique Coleta de dados: I.L.E. Manhique Análise de dados: I.L.E. Manhique, H.C.S. Casarin Discussão dos resultados: I.L.E. Manhique, H.C.S. Casarin Revisão e aprovação: H.C.S. Casarin

CONJUNTO DE DADOS DE PESQUISA: Todo o conjunto de dados que dá suporte aos resultados deste estudo foi publicado no próprio artigo.

LICENÇA DE USO: Os autores cedem à Encontros Bibli os direitos exclusivos de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution (CC BY) 4.0 International. Estra licença permite que terceiros remixem, adaptem e criem a partir do trabalho publicado, atribuindo o devido crédito de autoria e publicação inicial neste periódico. Os autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não exclusiva da versão do trabalho publicada neste periódico (ex.: publicar em repositório institucional, em site pessoal, publicar uma tradução, ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial neste periódico.

PUBLISHER: Universidade Federal de Santa Catarina. Programa de Pós-graduação em Ciência da Informação. Publicação no Portal de Periódicos UFSC. As ideias expressadas neste artigo são de responsabilidade de seus autores, não representando, necessariamente, a opinião dos editores ou da universidade.

EDITORES: Enrique Muriel-Torrado, Edgar Bisset Alvarez, Camila Barros.

Gratidão

Ao Professor Doutor José Augusto Chaves Guimarães, pelos insights e sugestões de literatura.

REFERÊNCIAS
ALMEIDA, Carlos Cândido de, FUJITA, Mariângela e REIS, Daniela Marjorie dos. Peircean Semiotics and Subject Indexing: Contributions of Speculative Grammar and Pure Logic. Knowledge Organization, v. 40, n. 3, p. 225-241, 2013.
BARDIN, Laurence. Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70, 2010.
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BEGHTOL, Clare. A proposed ethical warrant for global knowledge representation and organization systems. Journal of Documentation, v. 58, n. 5, p. 507-532, 2002a.
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BOURDIEU, P. O poder simbólico. Rio de Janeiro: Brasil, 1989.
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Notas
Notas
[1] Fox e Reece (2012) definem a “violência conceitual” como um dano é um dano ético que ocorre por uma deturpação linguística estrutural na representação.
Quadro 1
Lista de publicações selecionadas na BRAPCI para a análise

Fonte: Dados da pesquisa.
Quadro 2
Dados do levantamento feito na BDTD

Fonte: Elaborado pelos autores a partir dos dados da pesquisa.

Gráfico 1
Comportamento das publicações ao longo do tempo
Fonte: Elaborado pelos autores a partir dos dados da pesquisa
Quadro 3
Relação dos trabalhos do eixo 1

Fonte: Elaborado a partir dos dados da pesquisa
Quadro 4
Relação de pesquisas do eixo 2

Fonte: Elaborado pelos autores
Quadro 5
Pesquisas que compõem o eixo 5

Fonte: elaborado pelos autores
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