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Teses e Dissertações relacionadas às pessoas com deficiência na área de Ciência da Informação no Brasil no período 2000 a 2018
Theses and dissertations related to people with disabilities in information science’s field in Brazil from 2000 to 2018
Teses e Dissertações relacionadas às pessoas com deficiência na área de Ciência da Informação no Brasil no período 2000 a 2018
Encontros Bibli: revista eletrônica de biblioteconomia e ciência da informação, vol. 25, pp. 1-21, 2020
Universidade Federal de Santa Catarina
Recepção: 28 Abril 2019
Aprovação: 17 Maio 2019
Publicado: 03 Janeiro 2020
Resumo:
Objetivo: Apresenta a evolução da produção científica relacionada às pessoas com deficiência na área Ciência da Informação no Brasil no período de 2000 a 2018.
Método: Pesquisa de caráter descritivo e exploratório com abordagens quantitativa e qualitativa. Utiliza como base para recuperação da produção científica a ser examinada o Catálogo de Teses de Dissertações da Capes. O objetivo geral é analisar o panorama da produção de teses e dissertações na área de ciência da informação no Brasil quanto a temáticas em torno das pessoas com deficiência.
Resultados: Constatou-se que de 2000 a 2003 não houve nenhuma produção científica, sendo defendido o primeiro trabalho apenas em 2004, mantendo-se uma média de um a três trabalhos até 2012 e um avanço na produção a partir de 2013, possivelmente devido ao incremento de debates e maior visibilidade da questão nos anos anteriores no contexto de eventos e da aprovação de legislação federal específica bem como da divulgação de elevado índice de pessoas com deficiência no Brasil, conforme o Censo de 2010.
Conclusões: A instituição com maior produtividade na área é a Universidade Federal da Paraíba, com sete produções e a Universidade de Brasília, Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita e Universidade Federal de Minas Gerais, com seis estudos cada. Pesquisadores oriundos da biblioteconomia e estudos voltados para deficientes visuais representam aproximadamente 50% das defesas respectivamente.
Palavras-chave: Produção científica, Pessoa com deficiência, Ciência da informação, Acessibilidade, Inclusão.
Abstract:
Objective: Introduces the evolution of scientific production related to people with shortcoming in the Science Information in Brazil in the period from 2000 to 2018.
Methods: This is a descriptive and exploratory research with quantitative and qualitative approaches. It uses the Thesis of Dissertation Catalog from Capes as a basis to recovery the scientific production to be examined.
Results: The main goal is to analyze the panorama of the output of theses and dissertations in the science information area in Brazil about the issues surrounding people with disabilities. It was verified that from 2000 to 2003 there was no scientific production, being the first task stated only in 2004, maintaining an average of one to three tasks until 2012 and an increase in production from 2013, possibly due to increased debates and greater visibility of the matter in previous years in the context of events and the specific federal legislation approval as well as the disclosure of a high index of people with disabilities in Brazil, according to Censo in 2010.
Conclusions:The most productive institutions in the area are Federal University of Paraiba with seven productions and University of Brasilia, Paulista State University Júlio de Mesquita and Federal University of Minas Gerais with six reviews each. Researchers from librarianship and studies focused on the visually impaired represents approximately 50% of the tasks respectively.
Keywords: Scientific production, People with disabilities, Information Science, Accessibility, Inclusion.
1 INTRODUÇÃO
Estudos sobre a produção científica brasileira, nas mais diversas áreas e temáticas, vêm sendo realizados na Ciência da Informação (CI). Alguns exemplos são os estudos que analisaram as produções em química (MENEZES; CAREGNATO, 2018), a organização e representação da informação (SALES; GAUDÊNCIO; NEVES, 2018), arquivologia (MEDEIROS; VILAN FILHO, 2017), fluxos de informação (INOMATA et al., 2015) e avaliação de documentos (AKAICHI; SILVA, 2018).
Esta pesquisa sobre a produção científica relacionada às pessoas com deficiência nos programas de pós-graduação da área de ciência da informação no Brasil trata desse objeto de interesse da CI, que também está amparado em sua tradição, aplicabilidade, e caráter interdisciplinar (ARAÚJO, 2018; ARAÚJO, VALENTIM, 2019; BORKO, 1968; PINHEIRO, 1998, 2005, 2018).
Conforme o Catálogo de Teses e Dissertações da Capes, que sistematiza dados a partir de 1987, há apenas um trabalho na Ciência da Informação relacionado às pessoas com deficiência anterior ao ano 2000, sendo o pioneirismo ocupado pela pesquisa intitulada “Informação e deficiência física: processo de inserção no mercado de trabalho competitivo em Belo Horizonte”, apresentada ao Programa de CI da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) (SILVA, 1997).
Torna-se oportuno observar que o cerne de toda produção científica recai sobre a sua comunicação e comunicar é parte essencial do processo de investigação científica, situando-se no próprio coração da ciência, tornando-a tão vital quanto à própria pesquisa em si (MEADOWS, 1999). Deste modo, espera-se que os resultados obtidos possam contribuir para a evolução de pesquisas no campo da CI relacionadas às pessoas com deficiência (PcD).
O objetivo geral deste estudo, portanto, é identificar e analisar a evolução da produção de teses e dissertações da área de ciência da informação no Brasil quanto às temáticas em torno das pessoas com deficiência. Os objetivos específicos compreendem: a) identificar os programas de pós-graduação da área de ciência da informação e respectivas produções; b) identificar a formação inicial dos discentes; c) identificar os tipos de deficiências abordadas; d) analisar as motivações das pesquisas.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
Nas últimas décadas, tem-se discutido questões relacionadas às PcD na sociedade, tendo como marco internacional a Declaração dos Direitos das Pessoas Deficientes, proclamada pela Organização das Nações Unidas em 09 de setembro de 1975 (ONU, 1975).
No Brasil, a Constituição Federal de 1988 estabeleceu os direitos dessas pessoas (BRASIL. Constituição, 1988). Aprovada em 2015 e em vigor a partir de janeiro de 2016, a Lei Brasileira de Inclusão (LBI), denominada também como Estatuto da Pessoa com Deficiência (BRASIL, 2015), tornou-se referência nas discussões e na garantia de implantação de inúmeros direitos às pessoas com deficiência, como o direito à saúde, educação, cultura e moradia. A lei reserva título específico sobre acessibilidade para tratar, dentre outros temas, de tecnologia assistiva e acesso à informação e à comunicação.
De acordo com dados oficiais da Organização Mundial da Saúde (OMS), publicado em 2011, mais de um bilhão de pessoas no mundo têm algum tipo de deficiência, 15% da população mundial (RELATÓRIO, 2012). No Brasil, conforme o IBGE (2018), a partir da releitura dos dados do Censo Demográfico de 2010, com base em critérios estatísticos internacionais, 6,7% da população brasileira tem algum tipo de deficiência, seja ela visual, motora, auditiva ou mental/intelectual.
A temática que relaciona informação e PcD está presente atualmente, com vigor, no Encontro Nacional de Pesquisas em Ciência da Informação (ENANCIB), promovido pela Associação Nacional de Pesquisa em Pós-Graduação em Ciência da Informação (ANCIB) desde 1994. Este é o principal evento científico da Ciência da Informação no Brasil, sendo que visa discutir e refletir a produção de conhecimento na área entre os pesquisadores que nela atuam. Com isso, os trabalhos apresentados neste evento refletem o estado da arte da pesquisa realizada nos programas de pós-graduação e na comunidade científica da Ciência da Informação. Logo, torna-se relevante a abordagem do evento neste estudo uma vez que se tem como análise teses e dissertações da área (ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA EM CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO, 2018).
O XIX ENANCIB, realizado em outubro de 2018, em Londrina, Paraná, teve como tema norteador “sujeito informacional e as perspectivas atuais na Ciência da Informação”. Na cerimônia de encerramento foi destacada a ocorrência de trabalhos voltados à temática da acessibilidade. Observamos que foram apresentadas pesquisas voltadas para questões em torno da pessoa com deficiência, em cinco dos nove Grupos de Trabalho do ENANCIB, como se observa a seguir.
No GT 1- Estudos Históricos e Epistemológicos da Ciência da Informação foi apresentada a comunicação oral intitulada “Ciência da Informação e interações teórico-sistêmicas com a acessibilidade”, que objetivou identificar as bases teóricas da Ciência da Informação que estão relacionadas com a área da acessibilidade (HOTT; CRUZ-RIASCOS, 2018). No GT 3- Mediação, circulação e apropriação da informação, houve a apresentação do pôster “Tecnologia assistiva no processo de mediação da informação aos usuários com deficiência visual em bibliotecas universitárias” que investigou o acesso à informação por pessoas com deficiência visual e o uso de tecnologias assistivas na mediação da informação realizada por bibliotecários de bibliotecas universitárias (PINHEIRO; OLIVEIRA, 2018). No GT 4- Gestão da informação e do conhecimento foi apresentada a comunicação oral “Avaliação do fluxo de produção de informação acessível na UFRN”. Conforme os autores, o estudo partiu da premissa de que barreiras presentes no processo do fluxo informacional interferem na produção da informação acessível (GUERRA; VECHIATO, 2018). Já no GT 8- Informação e tecnologia foi apresentada a comunicação oral intitulada “Teste de acessibilidade em sites de comércio eletrônico com usuários cegos”, esta pesquisa apresentou os principais resultados obtidos com a realização do Teste de Acessibilidade em sites do comércio eletrônico com usuários cegos (GUIMARÃES; SOUSA, 2018). Por fim, no GT 9- Museu, Patrimônio e Informação foi apresentada a comunicação oral “Museus como atividade educativa: o que pensam os alunos surdos sobre acessibilidade?”, a pesquisa teve como foco museus e educação de sujeitos surdos que têm a língua de sinais uma das suas marcas identitárias (CHALHUB; GOMES, 2018).
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
O estudo de caráter exploratório e descritivo, com abordagem quantitativa e qualitativa, sobre a produção científica de teses e dissertações dos programas de pós-graduação no campo da ciência da informação no Brasil no período de 2000 a 2018, desenvolveu-se a partir de levantamento no Catálogo de Teses e Dissertações da Capes, em fevereiro de 2019. Optou-se por esta base por sua completeza e por permitir busca bibliográfica do conjunto de teses e dissertações produzidas nos programas de doutorado e mestrado no Brasil, que informam diretamente a Capes sobre as pesquisas apresentadas, responsabilizando-se pela veracidade dos dados disponíveis atualmente por meio da Plataforma Sucupira (CAPES, 2010).
Os termos de busca utilizados para a recuperação dos trabalhos foram: pessoa com deficiência, deficiente, deficiência, acessibilidade e inclusão. Sendo que as três primeiras expressões foram buscadas também no plural, o que possibilitou recuperar outros resultados. Ainda, a expressão “pessoa com deficiência”, nas variações de singular e plural foram pesquisadas entre aspas, para recuperar trabalhos em que as palavras se encontrassem relacionadas de forma exata, evitando-se as ocorrências onde somente uma palavra fosse mencionada, o que prejudicaria a recuperação da informação com resultados não relevantes à pesquisa.
A partir da definição dos termos a busca possibilitou a recuperação de 355 resultados na área do conhecimento ciência da informação, conforme descrito a seguir: pessoa com deficiência, sete resultados; pessoas com deficiência, 18; deficiente, cinco; deficientes, 15; deficiência, 44; deficiências, 28; acessibilidade, 74 e inclusão com 164 resultados. Após o exame dos resumos desses trabalhos chegou-se a um resultado de 47 produções de fato relacionadas às pessoas com deficiência, sendo cinco teses e 42 dissertações.
Algumas produções não constam com o texto completo no catálogo da Capes pois o trabalho é anterior à criação da Plataforma Sucupira, ocorrida em 2014 (CAPES, 2014). No entanto, o catálogo disponibiliza dados como: autor, título, ano de defesa, programa de pós-graduação, instituição e biblioteca depositária. Assim, por meio destes dados recuperou-se o inteiro conteúdo dos referidos trabalhos no site de busca Google Acadêmico e em repositórios institucionais indicados.
Os dados quantitativos levantados foram dispostos em software de planilha eletrônica Excel para subsidiar as análises da pesquisa com as seguintes variáveis: autor, orientador, título, tipo de deficiência, se tese ou dissertação, programa de pós-graduação, instituição, formação inicial dos pesquisadores e palavras-chave. Após a organização dos dados os resultados foram interpretados e discutidos com base no referencial teórico abordado no decorrer da pesquisa.
Para a concretização do objetivo quanto às motivações que originaram as pesquisas foi realizada a leitura das teses e dissertações, sendo classificadas oito motivações principais que impulsionaram os autores a realizarem as pesquisas. Com isso, foram identificadas como motivações as vivências acadêmicas, a experiência profissional ou no voluntariado, a escassez de pesquisas na área da CI, as dificuldades de acessibilidade digital, os direitos das PcD, a sensibilidade frente aos índices do IBGE, ser PcD e a responsabilidade social da CI em relação às PcD.
4 DISCUSSÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS
No período deste estudo a dissertação de Ramaldes (2004), intitulada “A relação entre informação e trabalho pedagógico de professores de alunos com deficiência da Rede Municipal de Ensino de Belo Horizonte”, apresentada ao Programa de Ciência da Informação da UFMG, em 2004, é o segundo trabalho que consta no catálogo de teses e dissertações da CAPES e indica a continuidade do acolhimento da Ciência da Informação a temas de interesse das pessoas com deficiência.
Nas últimas duas décadas vêm se discutindo mais as temáticas relacionadas às pessoas com deficiência nos mais variados campos de estudo e é nesse contexto de maior atenção à causa e ao tema da inclusão social desses grupos que se insere esta análise do panorama de pesquisas de teses e dissertações na área da ciência da informação. Nessa perspectiva é importante destacar que o cientista da informação, por definição, tem compromisso com o desenvolvimento da sociedade muito particularmente quanto aos fatores influentes nos processos de acesso e uso da informação, neste caso, por membros de grupos com determinadas características limitadoras do pleno uso dos sentidos.
4.1 Programas de Pós-Graduação e Instituições de Ensino Superior
As teses e dissertações recuperadas estão distribuídas em três Programas de Pós-Graduação: Ciência da Informação (PPGCI), com 45 trabalhos, ou 95,74% do universo; Gestão da Informação (PPGIC) e o Programa de Memórias e Acervos (PPGMA), ambos com um trabalho cada. Credita-se o percentual quase de 100% das produções nos programas de ciência da informação por serem mais antigos e tradicionais na área de ciência da informação no Brasil, em detrimento dos outros dois.
No gráfico 1 observa-se a evolução dessas produções científicas dentre as Instituições de Ensino Superior de onde os referidos programas fazem parte. Pode-se observar que embora o ano inicial desta pesquisa seja o de 2000, apenas em 2004 foi defendido o primeiro trabalho, realizado no programa de Pós-Graduação em CI da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Trata-se de uma dissertação que buscou compreender a relação existente entre a informação e o trabalho pedagógico desenvolvido por professores do ensino regular da rede municipal de Belo Horizonte que trabalham com alunos com deficiência.
De 2004 a 2012, com exceção de 2005 pois não houve defesa de trabalhos neste ano, as produções oscilavam entre um e três defesas por ano, com um total de 15 trabalhos divididos entre 11 dissertações e quatro teses, distribuídos entre programas de cinco instituições; UFMG, UNB, UNESP, USP e UFRJ. Nos anos seguintes, de 2013 a 2018, houve crescimento tanto no número de produções, com destaque para o ano de 2014 com sete produções, quanto de instituições. Sendo defendidas mais que o dobro do quantitativo ao período anterior, com 32 pesquisas nos programas de 12 IES, a saber: UFMG, UNB, UNESP, UFRJ, UFF, UFSC, UEL, UFPE, UFBA, UFCEM UFRN e FCRB.

Ainda, com base no gráfico 1 é possível destacar as Universidades mais produtivas segundo a temática trabalhada na pesquisa. A amostra compreende 13 IES e uma Fundação pública federal vinculada ao Ministério da Cidadania, destacando-se as seguintes: Universidade Federal da Paraíba (UFPB) com o maior número de trabalhos produzidos, sete produções. Posteriormente, as Universidades de Brasília (UNB), Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP) e Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) com 06 pesquisas cada. Em seguida a Universidade de São Paulo (USP) e a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) em parceria com o Instituto Brasileiro de Informação Ciência e Tecnologia (IBICT) registram quatro trabalhos cada.
Um dos fatores que podem ter influenciado no aumento de interesse e produções nos últimos seis anos foi o resultado do Censo demográfico de 2010 em que as pessoas com deficiência correspondiam a quase um quarto da população brasileira. Esse dado passou a servir de base para discussões em torno das PcD no país, principalmente quanto à necessidade de políticas que pudessem atender a esta expressiva demanda social que inclusive respaldou muitas pesquisas científicas. A partir da criação da Lei Brasileira de Inclusão, mais recentemente, é provável o avanço do interesse e dos estudos, também na CI, na forma de teses e dissertações voltadas para as PcD.
4.2 Formação inicial dos discentes e a relação com a interdisciplinaridade na CI
A formação diversificada dos pesquisadores da Ciência da Informação favorece trabalhos que abordam abordagens de extrema relevância relacionada à pessoa com deficiência. Essa composição por agentes de múltiplas disciplinas na CI se soma à natureza multidisciplinar da própria CI que vem sendo discutida desde a sua gênese.
Saracevic (1996) afirma que pesquisadores de diversas áreas contribuíram de forma pioneira com a ciência da Informação. Silva, Lima e Araújo (2009) também destacam que a característica interdisciplinar da área conjuga saberes oriundos de áreas ligadas a representação do conhecimento, às ciências sociais, às tecnologias de informação, assim como áreas diversas da engenharia, computação, sociologia comunicação entre outras.
Pinheiro (2018, p. 125, 126), ao tratar das novas subáreas na Ciência da Informação, inclui em seu quadro o tema “Informação para usuários com necessidades especiais (incluindo tecnologias assistivas)”. Mais adiante ela cita que este tema representa na verdade uma disciplina no âmbito de “usuários e usos da informação”.
Neste sentido, buscou-se investigar a formação inicial dos discentes, mestrandos e doutorandos, que desenvolveram suas pesquisas na CI a fim de identificar de onde são oriundos. Os dados obtidos podem ser vistos na tabela 1.
| Formação inicial | Quantitativo | Percentual % |
| Biblioteconomia | 23 | 49% |
| Pedagogia | 6 | 13% |
| C. da Computação | 5 | 11% |
| Comunicação | 3 | 6% |
| Educação Artística | 3 | 6% |
| Administração | 2 | 4% |
| Arquivologia | 2 | 4% |
| Ciência da Informação | 1 | 2% |
| Fisioterapia | 1 | 2% |
| Letras | 1 | 2% |
| Total | 47 | 100% |
Os resultados obtidos apontam que 49% dos produtores de trabalhos sobre a temática de PcD na área da CI têm como formação inicial a Biblioteconomia. Em seguida temos a formação na área da Pedagogia com 13%; Computação com 11% distribuído entre os cursos de Design, Sistema de Informação, Análise e Desenvolvimento de Sistemas e Processamento de dados. As áreas da Educação Artística, Administração e Comunicação representam 6% cada, enquanto que a área da Arquivologia 4% e as áreas de Letras, Fisioterapia e Ciência da Informação apresentam 2% cada.
Ao analisarmos a tabela 01 observamos também que estas têm relação com a origem da ciência da informação que conforme Borko (1968) derivou de campos relacionados, por exemplo, Linguística, Ciência da Computação, Artes Gráficas, Comunicação, Biblioteconomia, Administração, e outros campos científicos semelhantes.
4.3 Tipos de deficiência
Quanto aos tipos de deficiência abordados o gráfico 2 demonstra não apenas os trabalhos que foram voltados para um tipo de deficiência específico, isto é, visual, física, auditiva ou mental/intelectual, mas, também, classificou-se àquelas pesquisas direcionadas a todos os tipos de deficiência, o que denominamos de “deficiência em geral”. Verificou-se então que dos 47 trabalhos 24 foram direcionadas às pessoas com deficiência visual, o que representa 51% do levantamento; seguido por 13 trabalhos que enfatizaram uma abordagem sobre deficiência em geral, observada em 28% da amostra. A deficiência auditiva, por sua vez, foi temática em 15% dos estudos representada por sete trabalhos defendidos; posteriormente, a deficiência mental ou intelectual foi tema em 4% dos trabalhos com dois trabalhos e a deficiência física foi objeto de apenas um trabalho o que corresponde a 2% dos levantados na pesquisa.

As pessoas com deficiência de natureza visual ou auditiva têm o acesso à informação e comunicação mais comprometido do que as pessoas com outras deficiências. Uma pessoa deficiente visual, por exemplo, sofre sérias limitações no acesso à informação por ser cego ou com baixa visão, assim como pela escassez de materiais acessíveis. Por sua vez a pessoa com deficiência auditiva enfrenta barreiras em termos de comunicação, uma vez que mesmo que ela domine a Libras, é notório que a maioria da população não conhece essa língua, o que seria necessário para a efetividade do processo comunicacional. Esses são alguns dos motivos que justificam as pesquisas voltadas para pessoas com deficiência sensorial.
A Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, assinada em março de 2007 em Nova Iorque e ratificada pelo governo brasileiro por meio do Decreto Legislativo 186, de 09 de julho de 2008, e posteriormente promulgada pelo Decreto 6.946 de 2009, é base para a legislação brasileira aprovada após este documento, em que se reconhece, entre tantos direitos para eliminação de obstáculos e barreiras à acessibilidade, o acesso à informação e comunicação às pessoas com deficiência (BRASIL, 2009).
No entanto, há que se considerar que embora outras formas de deficiência como de locomoção ou mental/intelectual apresentem percentual consideravelmente abaixo das sensoriais, isto não deve refletir a importância que deva ser dada às pesquisas direcionadas a estes tipos de deficiência, muito menos, às pessoas com essas limitações. Entende-se que estes dados possam despertar o interesse de futuras pesquisas, uma vez que conforme Tarapanoff (2006), construir uma sociedade na qual todos possam criar acessar, utilizar e compartilhar informação e conhecimento é um desafio que se impõe a todas as nações e corporações do mundo atual.
4.4 Motivações para as pesquisas
Quanto às motivações que levaram os mestrandos e doutorandos a desenvolverem pesquisas voltadas aos PcD, foram identificados diversos fatores de ordem pessoal, o que confirma as conclusões de Meadows (1999, p. 79) quando afirma que a decisão de pesquisar é tomada a partir de motivações pessoais, pois “para alguns basta a oportunidade de desenvolver as próprias aptidões e estudar temas que os fascinam”. Ainda, conforme o autor, num mesmo campo de pesquisa pode haver notáveis diferenças de motivação.
Dito isto, observa-se, a tabela 2, as motivações que originaram o desenvolvimento das teses e dissertações examinadas. Ressalte-se que muitos autores apresentaram múltiplas motivações para a pesquisa. Por exemplo, há estudos em que foram relacionadas, pelo autor, até quatro motivações, como o de Bastos (2017) onde identificamos motivações associadas a questões acadêmicas, ao problema de acessibilidade digital, ao resultado do Censo/IBGE sobre PcD e aquelas referentes à atenção da CI às pessoas com deficiência.
| IDQUANTIDADE DE TRABALHOSPERCENTUAL%MOTIVAÇÃO 01º 13 28% Experiências na vida acadêmica 02º 11 23 % Experiência profissional ou voluntariado com PcD 03º 10 21% Necessidade/Escassez de pesquisas sobre a temática PcD 04º 09 19% Potencialidades da Acessibilidade digital aos PcD 05º 08 17% Direitos das PcD 06º 06 13 % Sensibilidades frente aos dados do IBGE sobre PcD 07º 05 11% Vivência pessoal enquanto PcD 08º 05 11% Atenção social da CI e as PcD |
Percebe-se que o maior quantitativo de trabalhos possui motivação de natureza acadêmica o que inclui estágios desenvolvidos na graduação, disciplina em cursos de graduação ou pós-graduação, participação de eventos em que houve abordagens relacionadas às pessoas com deficiência ou a realização de Trabalhos de Conclusão de Curso representando 28%. Em alguns casos uma razão leva a outra como ocorreu com a dissertação de Cardoso (2014) em que a motivação surgiu durante a graduação em biblioteconomia e quando fez estágio em uma biblioteca onde trabalhavam oito surdos, o que a inspirou a fazer o Trabalho de Conclusão de Curso acerca da inclusão desses trabalhadores na biblioteca e posteriormente dissertação sobre a produção científica sobre surdos na ciência da informação.
Trabalhos que tiveram origem em experiências profissionais e voluntariado com PcD também figuram entre os com maior incidência, com 23% das pesquisas. Este tipo de motivação refere-se a experiências profissionais ou voluntariados que os autores tiveram por meio destas atividades. Como, por exemplo, a tese em que Passos (2010) abordou o tema da Information Literacy e os deficientes visuais. Nesse trabalho, a autora a partir de sua experiência como bibliotecária, observou que havia em seu espaço de trabalho lacunas sobre essa temática fundamental para esse grupo, fato que a despertou a contribuir com produção própria numa questão tão fundamental ao deficiente visual na sua busca por melhor condição de acesso à informação. Nesse caso há uma conexão entre a vivência profissional atenta a uma situação de escassez, portanto uma combinação de dois fatores motivacionais.
Quanto aos trabalhos motivados pela identificação de necessidade/escassez de pesquisas, destaca-se a pesquisa de Alves S. (2014) motivada pela percepção de necessidade de mais estudos voltados para os surdos o que o levou a desenvolver a dissertação sobre as necessidades e apropriação da informação na web por esta comunidade. Ressalta-se que dentre os 10 trabalhos que apresentaram este tipo de motivação todos os tipos de deficiência estiveram presentes, isto é, visual, auditiva, física, mental/intelectual, compreendendo nove das 10 ocorrências.
As potencialidades da acessibilidade digital constam entre as motivações em 19% dos estudos, a exemplo da tese de Cusin (2010) que aborda a acessibilidade em ambientes informacionais digitais a partir de vários fatores como a concepção de que uma web tecnicamente inacessível seria pouco provável que perdurasse ao longo do tempo. Pesquisas relacionadas a este assunto possibilitam a democratização do acesso à informação às pessoas com deficiência, gerando a inclusão e acessibilidade informacional.
Já os trabalhos motivados pela questão dos direitos das PcD compreendem temáticas relacionadas à conscientização quanto aos direitos e garantias das pessoas com deficiência, do direito à igualdade a todos, principalmente o de acesso à informação. Entre as pesquisas em que houve motivações a partir destas questões, Carneiro (2014) abordou a e-acessibilidade direcionada aos surdos em um portal governamental.
Os dados estatísticos resultantes do censo do IBGE referentes ao Censo 2010 fazem parte de 13% das motivações das pesquisas que ressaltaram o quantitativo expressivo de pessoas com deficiência no Brasil. Segundo o Censo, 45,6 milhões de pessoas constavam com alguma deficiência, 23,9% da população. No entanto, em 2018, houve a releitura dos dados com base em recomendações internacionais do Grupo Washington para Estatísticas sobre Pessoas com deficiência. Com base nos novos critérios o quantitativo de pessoas com deficiência no Brasil é de 12,7 milhões, ou 6,7% da população. Ainda não é possível medir quais os impactos que isto pode ocasionar nas futuras pesquisas. Entre os trabalhos que tiveram a motivação a partir dos dados estatísticos do Censo 2010 há a dissertação de Bastos (2017) que tratou dos desafios encontrados no acesso à informação digital por pessoas com deficiência visual.
Em relação às motivações que originaram os trabalhos há aqueles em que a motivação principal, de ordem pessoal, é o fato de que os próprios pesquisadores são pessoas com deficiência. Essa motivação corresponde a 11% dos estudos. Como exemplos identificamos os estudos de Alves (2014), surdo, que desenvolveu a sua dissertação sobre tetraplegia e informação; Botelho (2014), deficiente físico, que pesquisou sobre mediação e acesso à informação em bibliotecas universitárias para PcD; Silva (2014), também deficiente físico, pesquisou sobre a construção de sítio virtual para democratização da informação para PcD; Marques (2016), deficiente visual, defendeu a dissertação sobre a sinestesia das pessoas cegas; e em 2018, Girão, deficiente visual, pesquisou sobre os áudios games no processo de aprendizagem de deficientes visuais sob a ótica da mediação da informação. Há que se considerar que nestas pesquisas os pesquisadores não relatam como única motivação para desenvolverem os referidos estudos nos programas de pós-graduação o fato de serem pessoas com deficiência, mas também outros fatores como acadêmicos, necessidade de estudos e interesse profissional.
Por fim, há motivações relacionadas à relação entre a Ciência da Informação e a PcD, isto é, a contribuição e o compromisso social da CI. Sobre este tipo de motivação observa-se que a discussão em torno de PcD recai sobre a temática da responsabilidade social, ainda que esta, por si mesma, seja uma abordagem em alta na sociedade contemporânea (GARCIA; TARJINO; DANTAS, 2012). Para a Ciência da Informação o tema já vem sendo discutido desde 1975, quando os autores Gernot Wersig e Ulrich Nevelin propuseram um fundamento social para CI afirmando que o processo de transmissão do conhecimento para aqueles que dele necessitam, se caracteriza como uma ação de responsabilidade social (FREIRE, 2001; FREIRE; ARAÚJO, 1999).
Ainda, Freire e Araújo (1999) argumentam que cabe a CI e ao profissional da informação exercer o seu papel de agente transformador de mudanças, seja em uma unidade de informação ou na comunidade em que estão inseridos. Dentre as pesquisas motivadas por estas questões há o trabalho de Melo (2018) que por entender o compromisso da CI na sociedade do conhecimento, sentiu-se motivada em investigar informação de interesse para pessoas com deficiência visual e para os profissionais da informação que se preocupem e/ou trabalhem para esse público.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Verificou-se neste estudo que as pesquisas na ciência da informação no Brasil foram consonantes com o cenário de discussão sobre temáticas em torno da pessoa com deficiência, intensificam-se a partir de 2013, quando houve o aumento de defesas de pesquisas em decorrência de múltiplos fatores com destaque para a divulgação, pelo IBGE, do elevado índice de pessoas com deficiência no país.
A atenção a estudos focados nos fluxos de informação a uma parcela da sociedade que encontra dificuldades para exercer direitos básicos, como o de acesso à informação e comunicação, fundamentais para o desenvolvimento dos indivíduos, da cidadania e da sociedade, desvela e reforça o senso de responsabilidade social da ciência da informação.
Em um contexto de rápidas mudanças nos fluxos informacionais, sobretudo com o emprego de novas tecnologias de informação e comunicação, a análise do panorama da produção de teses e dissertações na área da ciência da informação, com temáticas do universo das pessoas com deficiência contribui para o debate sobre o assunto e fornece subsídios para futuras pesquisas e discussões.
REFERÊNCIAS
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Informação adicional
CONTRIBUIÇÃO DE AUTORIA: Concepção e elaboração do manuscrito: A. L. Pinheiro, A. C. P. Rodrigues, D. C. Mendonça, H. V. Oliveira Coleta de dados: A. L. Pinheiro, A. C. P. Rodrigues, D. C. Mendonça Análise de dados: A. L. Pinheiro, A. C. P. Rodrigues, D. C. Mendonça, H. V. Oliveira Discussão dos resultados: A. L. Pinheiro, A. C. P. Rodrigues, D. C. Mendonça, H. V. Oliveira Revisão e aprovação: A. L. Pinheiro, H. V. Oliveira
CONJUNTO DE DADOS DE PESQUISA: O conjunto de dados que dá suporte aos resultados deste estudo não está disponível publicamente.
LICENÇA DE USO: Os autores cedem à Encontros Bibli os direitos exclusivos de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution (CC BY) 4.0 International. Estra licença permite que terceiros remixem, adaptem e criem a partir do trabalho publicado, atribuindo o devido crédito de autoria e publicação inicial neste periódico. Os autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não exclusiva da versão do trabalho publicada neste periódico (ex.: publicar em repositório institucional, em site pessoal, publicar uma tradução, ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial neste periódico.
PUBLISHER: Universidade Federal de Santa Catarina. Programa de Pós-graduação em Ciência da Informação. Publicação no Portal de Periódicos UFSC. As ideias expressadas neste artigo são de responsabilidade de seus autores, não representando, necessariamente, a opinião dos editores ou da universidade.
EDITORES: Enrique Muriel-Torrado, Edgar Bisset Alvarez, Camila Barros.