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Marcas de procedência: contribuições para o estudo do livro raro
Provenance marks: contributions to the study of the rare book
Encontros Bibli: revista eletrônica de biblioteconomia e ciência da informação, vol. 25, pp. 1-20, 2020
Universidade Federal de Santa Catarina

Artigos



Recepção: 02 Junho 2019

Aprovação: 28 Novembro 2019

Publicado: 06 Fevereiro 2020

DOI: https://doi.org/10.5007/1518-2924.2019.e65498

Resumo: Objetivo: Apresentar os resultados da pesquisa intitulada “Contexto, situação e perspectivas dos acervos bibliográficos raros pertencentes às universidades gaúchas”, que teve início no ano de 2017, especialmente no que se refere às marcas de procedência.

Método: De abordagem quanti-qualitativa, a presente pesquisa fez uso de revisão bibliográfica para a construção do aporte teórico. A partir de levantamento realizado na Internet, identificou-se 19 universidades no Estado do Rio Grande do Sul; destas, 12 possuem acervo raro e constituíram a amostra do estudo. Um questionário contendo 16 questões semifechadas foi enviado às referidas universidades. Para este trabalho, foram selecionadas três questões cujo teor tem relação com o tema “marcas de procedência”.

Resultado: Os resultados evidenciam a existência de acervos de obras raras heterogêneos, cuja formação se deu, predominantemente, por doação e negociação direta com o proprietário e/ou familiares do mesmo. Em relação aos aspectos bibliológicos e culturais das obras, observa-se que os apontados com maior frequência pelos respondentes foram “Obras que pertenceram a uma personalidade de destaque” e “Obras contendo dedicatórias ou autógrafos”.

Conclusões: Diante das diferentes e possíveis circunstâncias apresentadas, ressalta-se a importância dos estudos sobre a procedência das obras, tanto para o conhecimento de sua história, quanto para a valorização e o fortalecimento da imagem das bibliotecas e das instituições, bem como para a disseminação desses acervos.

Palavras-chave: Livros raros, Raridade bibliográfica, Marcas de procedência.

Abstract: Objective: To present the results of the research entitled "Context, situation and perspectives of the rare bibliographic collections belonging to the universities of Rio Grande do Sul", which began in the year 2017, especially with regard to marks of provenance.

Methods: From a quantitative-qualitative approach, the present research made use of bibliographical revision for the construction of the theoretical contribution. Based on an Internet survey, 19 universities were identified in the State of Rio Grande do Sul (Brazil); of these, 12 have a rare collection and were the study sample. A questionnaire containing 16 semifinished questions was sent to these universities. For this work, three questions were selected, the content of which is related to the theme "marks of provenance".

Results: The results evidenced the existence of collections of heterogeneous rare books, whose formation was predominantly by donation and direct negotiation with the owner and/or family members of the same. Regarding the bibliological and cultural aspects of the books, it is observed that those most frequently mentioned by the respondents were "Works that belonged to a prominent personality" and "Works containing dedications or autographs”.

Conclusions: In view of the different and possible circumstances presented, it is important to emphasize the importance of studies on the origin of works, both for the knowledge of their history and for the valorization and strengthening of the image of libraries and institutions, as well as for the dissemination of these collections.

Keywords: Rare books, Bibliographic rarity, Provenance marks.

1 INTRODUÇÃO

O livro, em seu formato mais tradicional, ou seja, impresso, é um objeto utilizado há séculos para o registro e a transferência de conhecimentos culturais, históricos e científicos. Permite o compartilhamento das ideias dos autores com seus leitores e serve, ainda, como ponte de acesso à época em que foi escrito, quer seja por meio da leitura do conteúdo apresentado em suas páginas, quer seja pelo exame minucioso da sua manufatura.

Enquanto base para esses registros feitos há várias gerações e por diferentes gerações de seres humanos, possui um valor que ultrapassa o seu suporte físico. A sua importância, que também é simbólica e imaterial, está no seu impacto para o desenvolvimento da sociedade nas mais diversas áreas do conhecimento.

Para ser considerado raro, o livro precisa ter sido produzido artesanalmente, ser de difícil reposição devido à presença de determinadas características que o difere dos livros considerados comuns, como por exemplo: apresentar ilustrações de artistas renomados, assinaturas de personalidades importantes, constituir uma edição censurada, ou de luxo, ou clandestina, dentre outras características que o tornam excepcional. Alguns destes elementos observados quando da elaboração de critérios de raridade bibliográfica podem ser percebidos na análise física do livro, sendo possível a identificação de propriedade(s) e trajetória(s) da obra através de uma investigação bibliológica, verificando, assim a sua procedência.

A Biblioteconomia de livros raros, entendida como o ramo da Biblioteconomia que estuda a raridade dos materiais bibliográficos, encontra apoio em áreas correlatas, tais como a Bibliografia, a Bibliologia e a Bibliofilia, para sustentar suas práticas.

Ao adentrar na temática dos livros raros, algumas questões relacionadas costumam surgir, incluindo o próprio conceito de raridade bibliográfica aplicado a uma obra. A literatura da área demonstra que o livro raro, para assim ser definido, deve apresentar uma ou mais características que lhe confiram status diferenciado dos demais livros produzidos.

Enquanto existe a subjetividade para definir o que é raro de maneira universal por diferentes razões e motivações das instituições que possuem este tipo de material em meio a suas coleções, não há discussão, no entanto, sobre critérios universalmente aceitos. Estes tomam como base, características que tornam os livros peças únicas. Dentre tais critérios, podemos mencionar os seguintes:

  • os manuscritos: não restam dúvidas sobre sua excepcionalidade e raridade, uma vez que são documentos “[...] feitos à mão (inclusive partituras musicais, mapas etc.), datilografados e inscrições em tábuas de argila, em pedras etc.” (CÓDIGO..., 2004, Ap. D), o que os torna materiais sui generis.

  • Os incunábulos, primeiras obras produzidas imediatamente após a invenção da tipografia no Ocidente. Em meados de 1450, Johann Gutenberg (1397-1468) criou, em Mogúncia (Alemanha), a prensa de tipos móveis. Desde então, e até 1501, os primeiros livros impressos receberam a denominação de incunábulos. Este período corresponde ao que se pode chamar de “infância da imprensa”.

  • Os livros impressos até o ano de 1801, independentemente de sua nacionalidade, uma vez que os livros produzidos neste período foram feitos de maneira artesanal. Após a Revolução Industrial, o processo de produção de livros impressos sofreu mudanças, o que afetou as suas características: livros passaram a ser produzidos em grandes tiragens, com materiais de qualidade inferior em relação aos produzidos artesanalmente, já que o mercado passou a exigir mais exemplares de uma mesma obra, a preços mais acessíveis. (PINHEIRO, 1989, 2009; SANT’ANNA, 2001; RODRIGUES, 2006; GALBRAITH, SMITH, 2012).

Contudo, há critérios que são circunstanciais, os quais levam em conta características que tornam o exemplar exclusivo. Dentre as características que estes podem vir a apresentar, podemos citar:

  • as marcas de propriedade, tais como assinaturas, carimbos e etiquetas, especialmente se estas forem de uma pessoa ilustre ou de grande representatividade para uma área do conhecimento;

  • a presença de anotações manuscritas feitas por pessoa ilustre em determinada área, tais como notas marginais, grifos e observações;

  • a presença de dedicatórias e/ou autógrafos. (PINHEIRO, 1989, 2009; SANT’ANNA, 2001; RODRIGUES, 2006; GALBRAITH, SMITH, 2012).

Os critérios citados acima definem a chamada procedência, ou, proveniência, de uma obra rara. Este trabalho propõe uma revisão acerca da importância da determinação da procedência de um livro raro, bem como apresenta resultados da pesquisa intitulada “Contexto, situação e perspectivas dos acervos bibliográficos raros pertencentes às universidades gaúchas”, desenvolvida na Universidade Federal do Rio Grande (FURG) a partir de 2017.

Os procedimentos metodológicos que orientaram a realização deste estudo incluíram: revisão bibliográfica, a qual balizou o referencial teórico; levantamento das universidades e suas respectivas bibliotecas centrais; contato com os gestores das referidas bibliotecas; elaboração e envio de questionário; tabulação das respostas e interpretação das mesmas à luz do referencial teórico. Para a elaboração deste artigo, foram selecionadas as questões cujo objetivo visava obter informações relativas à procedência dos acervos raros.

Em relação à sua estrutura, este trabalho apresenta, na seção 2, a definição de procedência no âmbito da Biblioteconomia de livros raros. A seção 3 justifica a importância da elaboração de registros de procedência, enfatizando a relevância destas informações para pesquisas. A seção 4 apresenta os resultados da pesquisa realizada junto às universidades gaúchas. Por fim, apresentam-se as considerações e as fontes utilizadas neste estudo.

2 DEFININDO “PROCEDÊNCIA”

A procedência, ou proveniência, no âmbito da Biblioteconomia de livros raros, refere-se ao registro de propriedade de um livro impresso ou manuscrito, o que pode incluir, também, a jornada que um livro impresso ou manuscrito realizou ao longo de sua vida, passando de um proprietário para outro. (OVERMIER, DOAK, 1996; LEUNG, 2016).

Galbraith e Smith (2012) afirmam que identificar a história de propriedade dos livros nas coleções de livros raros (ou em qualquer coleção) pode enriquecer o valor de pesquisa de livros importantes e adicionar significado a livros comuns.

Segundo Leung (2016), embora as raízes da palavra procedência advenham da ideia de origem, o seu significado foi expandido para incluir diferentes manifestações de propriedade e informações associadas, como, por exemplo, data e local. Isto teve início no século XX, quando a procedência passou a ter um significado profissional, como um registro documentado utilizado para comprovar a autenticidade ou a qualidade de um objeto especial (LEUNG, 2016).

Na Biblioteconomia, especialmente no ramo que trata das coleções especiais e livros raros, a procedência é definida como a “Propriedade de livros, incluindo as evidências deixadas pelos proprietários desses livros, e outras evidências contextuais, tais como quando e onde um livro esteve.”. (PEARSON, 1994 apud LEUNG, 2016, p. 10, trad. nossa).

Neste contexto, a procedência é geralmente expressa como uma cronologia de proprietários, custódia ou localização de um livro histórico. Inclui não só nomes, mas outras informações contextuais de interesse para a história do livro (como tempo e local) para permitir mais entendimentos sobre as interações das pessoas com os livros ao longo do tempo. (LEUNG, 2016, p. 11, trad. nossa).

Corroborando a abordagem de Leung (2016), entende-se que para a identificação de procedência de um livro, seja ele um exemplar raro ou comum, é necessária a análise bibliológica do objeto na busca de evidências que indiquem propriedade, anotações que tornem possível traçar o curso do livro, evidenciando assim, parte da sua história. Segundo Galbraith e Smith (2012, p. 44, trad. nossa).

Se os livros são adicionados recentemente ou existem há muito tempo na coleção da biblioteca, a pesquisa de procedência começa com um exame físico do livro em busca de sinais de propriedade. A evidência mais comum é, obviamente, a assinatura do proprietário, uma marca de propriedade que existe desde o começo dos livros.

Dentre as diferentes manifestações de procedência passíveis de serem encontradas em um livro raro, que podem ser comprovadas por meio de evidências físicas, podem-se citar: assinaturas, autógrafos, dedicatórias, carimbos, brasões, monogramas, ex libris, super libris, etiquetas, marginalia, anotações, comentários e comprovantes de compra.

3 A IMPORTÂNCIA DOS REGISTROS DE PROCEDÊNCIA

A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), por intermédio do Programa Memória do Mundo, o qual foi constituído em 1992, tomou para si a tarefa de proteger o patrimônio bibliográfico mundial. Por suas características históricas peculiares, sociais, de conhecimento e estética, os acervos raros se tornaram valiosos, tanto por seu apelo cultural quanto econômico. Sob essa perspectiva, recai sobre as instituições depositárias a responsabilidade de identificar seu próprio patrimônio, tendo em vista que no âmbito da Ciência da Informação é indispensável conhecer e identificar, para que se possa proteger e disseminar esse patrimônio, essas coleções.

O ideal seria que as instituições responsáveis pela segurança e salvaguarda de materiais raros mantivessem registros atualizados e regulamentos para orientar o seu uso, mas, talvez por desconhecimento da importância das suas próprias coleções, nem sempre essas políticas são implementadas. Poucos são os cuidados que estas coleções recebem, seja por falta de conhecimento e/ou experiência sobre como lidar com os itens, pela privação de recursos, ou mesmo pela falta de iniciativa das instituições envolvidas nessas questões. Se por falta de catálogo ou inventário este material não é divulgado, acaba não recebendo recursos de projetos, acaba esquecido nas estantes. E como podemos valorizar a importância de algo, se não o conhecemos, não sabemos de sua história?

As bibliotecas têm sido depositárias e disseminadoras do conhecimento ao longo da história. No contexto dos estudos bibliográficos, percebe-se grande quantidade de pesquisas sobre formação e desenvolvimento de bibliotecas e coleções. Porém, observa-se, também, que não há investigação significativa sobre a procedência de livros como uma exteriorização do conhecimento e da responsabilidade cultural de determinado momento da história, ou sobre sua tipologia, ou, ainda, sobre os motivos pelos quais foram reunidos, ou separados, em determinados conjuntos.

A história da origem das coleções bibliográficas das bibliotecas é um espelho científico e cultural de importância para pesquisadores, bibliófilos e curiosos. As marcas e registros de procedência nos levam a conhecer com exatidão o conjunto de obras de mesma origem, abrindo um leque de estudos possíveis sobre aquela obra e/ou sobre seu(s) proprietário(s).

Pinheiro (2009), comenta que a Biblioteconomia de livros raros é a disciplina que se dedica a estudar a história das bibliotecas, bem como a produção, circulação, captação e acesso às fontes de informação escritas e impressas. Entende-se, assim, que ao abordar o patrimônio cultural a partir do objeto, devem-se incluir os materiais bibliográficos, pela importância dos manuscritos e dos impressos para a formação da identidade cultural dos povos.

Pinheiro (1989) afirma, ainda, que todo bom livro é raro, então podemos considerar que o termo "raro" não se restringe apenas a antigas obras publicadas, e que estas necessitam de cuidados especiais, de tratamento técnico diferenciado e de bibliotecários especializados, que conheçam a história da produção do livro impresso, a história da editoração, a história das práticas de leitura e do colecionismo de livros, para que esses itens possam ser identificados e preservados de forma adequada.

Conhecer a história do livro, da editoração, da leitura e do colecionismo nos fornece subsídios para perceber e apontar, com maior precisão, suas características, tais como o tipo de papel usado na sua confecção; os materiais empregados na sua encadernação; marca(s) de impressor(es); gravura(s), etc. A este levantamento ou identificação de características, dá-se o nome de análise bibliológica, o qual precede o colacionamento (descrição minuciosa de todos os detalhes identificados durante a análise bibliológica). A colação ou colacionamento está, por sua vez, inserido no bojo das rotinas de catalogação dos materiais bibliográficos raros. (RODRIGUES, CALHEIROS, COSTA, 2006; PINHEIRO, 2007).

As etapas mencionadas auxiliam na elaboração dos registros bibliográficos, mas, também, colaboram para a identificação de uma obra em caso de perda ou roubo, indicando todas as particularidades do exemplar, possibilitando o reconhecimento de propriedade da instituição reclamante.

Além das características intrínsecas, os traços de vida de uma obra sempre despertaram interesse de estudiosos e pesquisadores, o que levou a estudos individualizados sobre marcas identitárias, como podemos ver em projetos como o Material Evidence in Incunabula[1] (Evidência Material em Incunábulos), o qual se consolida por meio de um

[...] banco de dados projetado especificamente para registrar e pesquisar evidências materiais (ou copiar evidências específicas, de pós-produção e informações de procedência) de livros impressos do século XV: propriedade, decoração, encadernação, anotações manuscritas, selos, preços, etc. [...] cada elemento gravado (um certo estilo de decoração ou encadernação, uma nota manuscrita, preço, etc.) é tratado como uma pista valiosa da procedência e, portanto, pode ser geograficamente localizado e datado cronologicamente. (CONSORTIUM OF EUROPEAN RESEARCH LIBRARIES, 2015, trad. nossa).

O profissional bibliotecário nem sempre está preparado para reconhecer e descrever os elementos que identificam os dados históricos de uma obra, que os tornam exclusivos e que merecem atenção especial. As anotações marginais manuscritas, os elementos relacionados à decoração ou à encadernação, os carimbos, entre outros, são elementos que permitem traçar a história do livro. Sem o colacionamento, o registro bibliográfico de um livro raro seria semelhante ao de qualquer outro livro do catálogo. A diferença na catalogação dos materiais raros reside justamente nesse cuidado, nessa minúcia, no acréscimo de todas as particularidades que se apresentam no exemplar catalogado e que toda coleção rara deveria ter. A ausência do registro dessas informações esconde parte do passado do livro e da biblioteca.

A encadernação em si é, também, considerada uma marca de propriedade. Moraes (2005), comenta que esta é, muitas vezes, agregada à obra por vontade de seu dono, assim vários exemplares de uma mesma obra podem ter encadernações diferentes. O autor comenta que até o século XIX, os bibliotecários tinham, por modismo, o costume de manter suas coleções com um único modelo de encadernação, então em alguns casos é possível estabelecer a procedência da obra por meio da identificação das características da encadernação. Os livreiros também tinham esse hábito de personalizar livros através da encadernação, para movimentar seu comércio, e dar uma amostra do serviço aos seus clientes.

O livreiro mandava encadernar alguns exemplares para “amostra”, para oferecer ao freguês, e guardava o resto em folhas. À medida que ia vendendo uns, ia mandando encadernar outros. Os bibliófilos compravam os seus exemplares em folhas e mandavam encadernar ao seu gosto. (MORAES, 2005, p. 74).

Em relação às anotações manuscritas presentes em muitos livros raros, Gauz (2016) lembra que algumas destas podem.

[...] revelar a proveniência do impresso mais até do que um ex libris, como é o caso do acervo de Eduardo Prado, no qual nem todos os livros possuíam o selo de identificação, mas sim duas localizações, a lápis, numa das folhas de guarda. A anotação riscada indicava a localização que o livro tinha em sua fazenda; a outra registrava o local do livro na estante do Rio de Janeiro.

Pessoas e instituições têm necessidade de guardar seus registros escritos. Alguns destes acabam alcançando, ao longo do tempo, o status de patrimônio. Essa necessidade advém, segundo Dodebei (2008, p. 5), do “[...] desejo de perpetuar a memória”. Assim se formaram muitos acervos particulares e institucionais.

Santos Aramburo e Santo Domingo (2004, p. 11, trad. nossa), atentam para o seguinte:

Foi escrito abundantemente sobre o bibliófilo e/ou colecionador de livros. Porém, muito mais resta a ser dito. E, acima de tudo, no contexto da Biblioteca Histórica, há que se investigar um subconjunto do mundo da bibliofilia que, na universidade, é uma multidão, e que é definido, fundamentalmente, pela sua condição de professor e de estudioso. É o bibliófilo que Manuel Sánchez Mariana chama de bibliófilo erudito [...]. É justamente ele o maior interessado em investigar a Biblioteca Histórica, pois há muitos exemplos de homens ligados à ciência e à universidade que reúnem importantíssimas bibliotecas pessoais especializadas em determinados assuntos que, mais tarde, por diferentes procedimentos em cada caso, embora mais frequentemente por doação, dão entrada na biblioteca universitária.

A análise bibliológica, como já mencionamos anteriormente, implica no exame minucioso do livro página por página, e põe em evidência todas as informações intrínsecas e extrínsecas, originais ou acrescentadas no decorrer do tempo, atribuindo ao livro um registro de memória. Por meio desta análise, o bibliotecário pode, ainda, identificar as necessidades do livro: se ele precisa ser restaurado e se sua retirada temporária do acervo é necessária, se a obra deve passar por procedimentos de microfilmagem ou digitalização.

A análise bibliológica tem, também, o propósito de ser usada como um recurso de segurança, pois incorre no registro de todas as particularidades do exemplar, o que ajuda a garantir a sua propriedade. E é um dos meios que possibilita comprovar que a obra pertence a esta ou aquela instituição.

Pinheiro (2009, p. 36, grifo do autor) aponta que:

As características do exemplar, do item em mãos, reiteram a noção de raridade pelo caráter monumental do livro, verificável em todas as inserções, subtrações, complementações que não compunham o livro no momento seguinte à conclusão de sua produção – tais como: marcas de propriedade e procedência (ex libris, super libris, ex dono), marcas de artífices ulteriores à produção do livro (encadernadores, restauradores, livreiros), marcas de leitura (notas, sinais de destaque, correções, alterações), encadernações originais, exóticas e luxuosas (que podem reservar surpresas na “alma” das capas, onde o “cartão interior se fazia de folhas soltas, de provas ou impressos inutilizados, montadas com grude ou prensadas (PÉREZ REVERTE, 1995, p. 131), ou, ainda, imperfeições acidentais ou provocadas.

Gauz (2009) comenta que

Marcas de propriedade são próprias do gênero humano há, pelo menos, 500 anos, embora os papiros egípcios tivessem tabuinhas esmaltadas com o nome da biblioteca do faraó Amenophis III por volta do ano de 1400 AC. Identificar aquilo que pertence a uma pessoa é necessidade registrada na história do mundo, não apenas em livros.

As marcas de propriedade encontradas nas obras nos indicam quais caminhos foram trilhados por um livro, mostrando como se deu a formação do acervo, ou as origens de seus itens. Permitem, por exemplo, revelar pensamentos, ideias de seus proprietários, por meio da apreciação das anotações manuscritas deixadas no exemplar. É possível, ainda, em algumas circunstâncias, perceber nestes indícios, nuances da vida social e cultural de uma época.

A procedência dos livros raros tem sido cada vez mais valorizada por pesquisadores, os quais se utilizam destes elementos, não somente para identificar e estudar antigos proprietários, mas também para identificar a trajetória histórica percorrida por uma coleção. Por meio do estudo das marcas é possível descobrir outros livros que derivam de um mesmo domínio, permitindo que estes possam ser novamente reunidos em seu conjunto, se for este o objetivo.

É importante salientar, também, a relevância da presença de marca de propriedade nos exemplares das obras de uma determinada instituição, para fins de comprovação da mesma em situações em que se fizer necessária, como é o caso das obras resgatadas após furto ou roubo. No ano de 2018, durante o XIII Encontro Nacional de Acervo Raro (ENAR), promovido pelo Plano Nacional de Recuperação de Obras Raras (PLANOR), a questão foi amplamente debatida e, a partir do evento, a Biblioteca Nacional (BN) passou a recomendar a todas as instituições que possuem acervos especiais e raros que façam uso de carimbos de identificação de propriedade (informação verbal).[2]

A seção seguinte traz resultados da pesquisa intitulada “Contexto, situação e perspectivas dos acervos bibliográficos raros pertencentes às universidades gaúchas”, realizada durante os anos de 2017 e 2018. Neste trabalho, foram selecionados os resultados referentes especificamente às marcas de procedência.

4 A PROCEDÊNCIA DOS LIVROS RAROS PERTENCENTES ÀS UNIVERSIDADES GAÚCHAS

As bibliotecas universitárias são espaços de pesquisa e difusão do conhecimento. Diferem das demais tipologias de bibliotecas por estarem vinculadas a universidades. Nunes e Carvalho (2016, p. 179) destacam, ainda, que tais instituições

[...] estão voltadas para atender as necessidades de todos os membros da comunidade acadêmica da qual fazem parte, mas num processo dinâmico, onde cada uma de suas atividades não é desenvolvida de maneira estática e mecânica, mas com o intuito de agir interativamente para ampliar o acesso à informação e contribuir para a missão da universidade.

Historicamente, observa-se que grande parte das bibliotecas universitárias iniciam seus acervos a partir das doações de acervos particulares, muitas vezes de pesquisadores das próprias universidades às quais pertencem (MARTINS, 1996). O desenvolvimento de suas coleções se dá, em geral, a partir da aquisição de títulos selecionados com base nas necessidades apontadas pela comunidade acadêmica atendida. Portanto, em tese, bibliotecas universitárias não seriam unidades de informação que, tradicionalmente, deveriam manter ou custodiar obras raras.

A pesquisa realizada, no entanto, mostra que boa parte das bibliotecas universitárias gaúchas mantém coleções de obras raras. Das 19 universidades localizadas no Estado do Rio Grande do Sul, 12 instituições relataram possuir coleções de obras raras em seus acervos, conforme pode ser observado no Quadro 1.

Quadro 1
Universidades gaúchas e seus acervos

Fonte: dados da pesquisa (2018).

O resultado apresentado neste levantamento preliminar demonstra a importância de as bibliotecas universitárias constituírem políticas voltadas à gestão de coleções de obras raras. A partir daí a pesquisa prosseguiu com as 12 instituições que afirmaram dispor de acervos raros. Das 12 instituições identificadas, 08 são universidades privadas e 04 são públicas.

O instrumento utilizado para a obtenção de informações foi um questionário, contendo 16 questões semifechadas. Para este trabalho, foram selecionadas, para análise, as questões 2, 7 e 16, uma vez que estas têm relação com a procedência das obras raras, conforme apresenta o Quadro 2.

Quadro 2
Questões analisadas

Fonte: dados da pesquisa (2018).

Por questões éticas da pesquisa, a identificação das universidades foi omitida, portanto, as universidades foram nomeadas como A, B, C e assim sucessivamente. A questão número 02 abordou aspectos bibliológicos e culturais dos acervos, solicitando aos respondentes que apontassem as características apresentadas pelas obras. O Quadro 3 traz uma síntese das respostas.

Quadro 3
Aspectos bibliológicos e culturais das obras

Fonte: dados da pesquisa (2018).

Das 12 universidades gaúchas pesquisadas, 09 responderam a questão número 2. Por meio do Quadro 3, percebe-se que as características presentes nas obras raras que mais se destacam são:

  1. 1. “Obras que pertenceram a uma personalidade de destaque”: 07 das 09 bibliotecas que responderam possuem obras com essa particularidade;
  2. 2. “Obras com dedicatórias ou autógrafos”: 06 das 09 bibliotecas possuem obras que apresentam essa característica;
  3. 3. “Edições personalizadas”, ”Edições princeps” e “Livros confeccionados em papel especial” aparecem, concomitantemente, em terceiro lugar: 03 das 09 bibliotecas mencionaram uma destas características.
  4. 4. “Edições de luxo”: estão presentes em 02, das 09 instituições;
  5. 5. “Outro”: 02, das 09 instituições respondentes, detalharam o seguinte: “Acervos provenientes das Bibliotecas e membros da Companhia de Jesus”; “Acervo em análise”.

O Gráfico 1 sintetiza as respostas e permite uma melhor visualização dos resultados.


Gráfico 1
Aspectos bibliológicos e culturais das obras
Fonte: dados da pesquisa (2018).

A questão número 7 do questionário, também de múltipla escolha, perguntou sobre a origem (modo de aquisição) e a procedência das coleções de obras raras das universidades. Das 12 instituições pesquisadas, 10 responderam a referida questão. Os quadros 4 e 5 sintetizam as respostas obtidas.

Quadro 4
Origem dos acervos raros

Fonte: dados da pesquisa (2018).

Quadro 5
Procedência dos acervos raros

Fonte: dados da pesquisa (2018).

O Quadro 4 revela que 09 bibliotecas iniciaram suas coleções de obras raras por meio do recebimento de doações; 04 bibliotecas começaram a desenvolver suas coleções através de compra; somente 01 biblioteca iniciou a coleção de obras raras por permuta. Devido ao alto valor monetário das obras raras e à importância histórica e cultural atribuída às mesmas, já era esperado, pelos pesquisadores, que predominasse a doação como modalidade de aquisição dos acervos.

Dando seguimento à questão de número 7, o Quadro 5 mostra as respostas que a pesquisa obteve quanto à procedência das coleções. Das 10 bibliotecas que responderam à questão 7:

  • 05 bibliotecas indicam a negociação com o proprietário, mesmo no caso de algumas terem recebido as coleções por meio de doações;

  • 01 biblioteca indica sebo antiquário;

  • 01 biblioteca marcou a opção “Outro” que, neste caso, se refere à “Transferência do acervo da Ordem [da Cia. de Jesus] para a biblioteca”.

Observa-se que a ausência de resposta também deve ser analisada, uma vez que esta é, também, um indício a ser considerado na pesquisa. Das 12 instituições pesquisadas, 03 não responderam à questão de número 02; 02 não responderam à questão de número 07, sendo que uma destas é a mesma que não respondeu à questão de número 02; a questão número 16, do tipo aberta, possibilitava ao respondente acrescentar informações consideradas importantes e que não tivessem sido contempladas em nenhuma outra questão do instrumento.

Uma das instituições justificou não ter respondido às questões de números 02 e 07, acrescentando a seguinte observação: “Acervo em análise”. A mesma instituição acrescentou, ainda, o seguinte comentário na questão 16: “Não respondeu questão 2 por desconhecimento: a bibliotecária que era responsável pelo acervo se aposentou e a nova não sabe responder”.

Infere-se que a falta de respostas das demais instituições tenha ocorrido, provavelmente, por desconhecimento do acervo por parte dos profissionais respondentes.

Os resultados obtidos corroboram com Martins (1996), uma vez que o autor observa que, historicamente, grande parte das bibliotecas universitárias iniciam seus acervos a partir das doações de acervos particulares. Resta saber se tais doações foram feitas por pesquisadores e professores vinculados à própria instituição.

Os resultados evidenciam, ainda, a existência de acervos de obras raras heterogêneos, cuja formação se deu, predominantemente, por doação e negociação direta com o proprietário e/ou familiares do mesmo. Em relação aos aspectos bibliológicos e culturais das obras, observa-se que os apontados com maior frequência pelos respondentes foram “Obras que pertenceram a uma personalidade de destaque” e “Obras contendo dedicatórias ou autógrafos”.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A revisão teórica empreendida neste trabalho possibilita verificar a importância das marcas de procedência e o seu registro para os acervos raros. As marcas de procedência presentes em um livro raro podem mudar os rumos da história, dependendo de seu conteúdo e teor. Da mesma forma, o estudo das marcas de propriedade possibilita conhecer preferências e modismos que historicamente influenciaram bibliotecas e coleções (LEUNG, 2016).

Mais recentemente, as marcas de propriedade como carimbos e etiquetas tornaram-se importantes, também, como formas de verificação da propriedade da instituição que afirma ser possuidora da obra, tornando-se aspecto relevante em situações de necessária comprovação legal da propriedade.

Observa-se, a partir das respostas obtidas nesta pesquisa, que a diversidade de características e particularidades presentes nas obras raras pertencentes às bibliotecas das universidades gaúchas podem vir das diferentes motivações e intencionalidades que levaram essas bibliotecas e instituições a formar e desenvolver seus acervos raros, o que, sob certos aspectos, contribui para a construção de bibliotecas que possuem obras que enriquecem o acervo através das suas particularidades bibliológicas e dos seus conteúdos de importância histórica e cultural.

Outros fatores que podem ter contribuído com a existência de acervos de obras raras tão heterogêneos dentro das bibliotecas pesquisadas são: a localização geográfica das universidades, fator de influência para as relações culturais e profissionais que surgiram a partir daí e que possibilitaram a formação, o desenvolvimento, e o crescimento dos acervos raros que existem nos dias de hoje. O tempo de existência do acervo, a época que este foi formado, as datas em que essas obras foram reunidas, também são elementos que influenciam na diversidade do acervo devido às individualidades e influências de cada época para a construção das coleções.

Mesmo diante das diferentes e possíveis circunstâncias apresentadas, entende-se a importância dos estudos sobre a procedência das obras para a valorização e o fortalecimento da imagem das bibliotecas e das instituições, e para a disseminação desses acervos.

A observação das características bibliológicas, feita pelo exame físico da obra, contribui para que os profissionais responsáveis conheçam as suas coleções. Assim, sinais de procedência são, também, critérios que definem a raridade de uma obra e que afetam de maneira direta os procedimentos que serão adotados para a sua preservação e conservação, tornando possível a pesquisa pelas gerações vindouras.

No Brasil, os estudos sobre o tema são incipientes, assim como muitos aspectos relativos à Biblioteconomia de livros raros. Tanto o são, que nem mesmo a terminologia utilizada na área é consagrada: não há consenso sobre o uso dos termos “procedência” ou “proveniência”.

Nesse sentido, este trabalho buscou, mesmo que de forma introdutória, contribuir com a área em estudo, expondo os motivos e a necessidade de investimento em pesquisa e na capacitação de pessoas especializadas para trabalhar com acervos especiais e raros.

Destacamos, ainda, a necessidade de atenção e esmero na descrição bibliográfica dos livros especiais e raros, contemplando, entre outros aspectos, as evidências de propriedade, o que contribui, de forma efetiva, para a sua preservação.

Materiales Suplementarios

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REFERÊNCIAS

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Notas

[1] Página do projeto na Internet: https://data.cerl.org/mei/_search
[2] Notícia fornecida pela equipe de profissionais bibliotecários da Biblioteca Nacional, durante o XIII ENAR, em novembro de 2018.

Informação adicional

CONTRIBUIÇÃO DE AUTORIA: Concepção e elaboração do manuscrito: M. C. Rodrigues, A. E. Vian, H. D. Teixeira Coleta de dados:H. D. Teixeira Análise de dados:H. D. Teixeira, M. C. Rodrigues Discussão dos resultados:M. C. Rodrigues, A. E. Vian, H. D. Teixeira Revisão e aprovação:M. C. Rodrigues, A. E. Vian, H. D. Teixeira

CONJUNTO DE DADOS DE PESQUISA: O conjunto de dados que dá suporte aos resultados deste estudo não está disponível publicamente.

LICENÇA DE USO: Os autores cedem à Encontros Bibli os direitos exclusivos de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution (CC BY) 4.0 International. Estra licença permite que terceiros remixem, adaptem e criem a partir do trabalho publicado, atribuindo o devido crédito de autoria e publicação inicial neste periódico. Os autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não exclusiva da versão do trabalho publicada neste periódico (ex.: publicar em repositório institucional, em site pessoal, publicar uma tradução, ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial neste periódico.

PUBLISHER: Universidade Federal de Santa Catarina. Programa de Pós-graduação em Ciência da Informação. Publicação no Portal de Periódicos UFSC. As ideias expressadas neste artigo são de responsabilidade de seus autores, não representando, necessariamente, a opinião dos editores ou da universidade.

EDITORES: Enrique Muriel-Torrado, Edgar Bisset Alvarez, Camila Barros.



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