Artigo Original

HUELLAS FOTOGRÁFICAS: PISTAS DA PRODUÇÃO BIBLIOGRÁFICA ARGENTINA EM FOTODOCUMENTAÇÃO

PHOTOGRAPHIC HUELLAS: CLUES TO THE ARGENTINE BIBLIOGRAPHIC PRODUCTION ON PHOTODOCUMENTATION

Elaine Torres Américo
Universidade de Brasília, Brazil
André Porto Ancona Lopez
Universidade de Brasília, Brazil

HUELLAS FOTOGRÁFICAS: PISTAS DA PRODUÇÃO BIBLIOGRÁFICA ARGENTINA EM FOTODOCUMENTAÇÃO

Encontros Bibli: revista eletrônica de biblioteconomia e ciência da informação, vol. 27, pp. 1-15, 2022

Universidade Federal de Santa Catarina

Recepção: 24 Setembro 2021

Aprovação: 15 Junho 2022

Publicado: 08 Julho 2022

RESUMO

Objetivo: O artigo objetivou identificar, de maneira não exaustiva, a temática bibliográfica predominante nas obras produzidas por pesquisadores argentinos sob a perspectiva da Fotodocumentação. Por meio de uma amostragem bibliográfica inicial destacou, resumidamente, algumas obras produzidas por autores integrantes de grupos de pesquisa argentinos dedicados aos estudos de fotografia, desde uma perspectiva interdisciplinar.

Método: Pesquisa de abordagem qualitativa por meio de pesquisa documental e bibliográfica.

Resultado: O estudo identificou intensa produção bibliográfica que interage com várias áreas de conhecimento, com tendência orientada à Fotodocumentação nas ciências humanas e sociais.

Conclusões: A produção bibliográfica argentina se apropria de forte tendência interdisciplinar ao gerar publicações que interagem com várias áreas do conhecimento e contribuem com reflexões centradas principalmente nos Direitos Humanos, Comunicação e Antropologia.

Palavras-Chave: Fotodocumentação+ grupos de pesquisa Argentinos+ produção colaborativa de conhecimento+ produção bibliográfica argentina.

ABSTRACT

Objective: The article aimed to identify, in a non-exhaustive way, the predominant bibliographical theme in the studies produced by Argentine researchers from the perspective of Photodocumentation. Through an initial bibliographical sampling, briefly highlighted some works produced by authors who are members of Argentine research groups dedicated to photography studies, from an interdisciplinary perspective.

Method: Qualitative approach research through documentary and bibliographic research

Result: The article identified an intense bibliographic production that interacts with various areas of knowledge, with a tendency towards photodocumentation in the human and social sciences.

Conclusions: Argentine bibliographic production appropriates a strong interdisciplinary tendency to generate publications that interact with various areas of knowledge and contribute with reflections centered mainly on Human Rights, Communication and Anthropology.

Keywords: Photodocumentation, argentine research groups, collaborative knowledge production, argentine bibliographic production.

1 INTRODUÇÃO

Este artigo se dedica a destacar algumas obras bibliográficas produzidas por autores argentinos integrantes de grupos de pesquisas dedicados à Fotodocumentação na Argentina. Concentra-se, assim, na identificação do viés temático bibliográfico presente na produção argentina, segundo o entendimento da Fotodocumentação: disciplina que considera as múltiplas relações disciplinares estabelecidas a partir dos estudos da fotografia.

A seleção dos autores argentinos, das respectivas obras e dos grupos de pesquisas aos quais os pesquisadores são integrantes é produto de pesquisas em bases de dados e diretórios de instituições de ensino, em citações e bibliografias, e da Rede FotoArq1.

A Fotodocumentação se constitui em uma proposta conceitual, pensada como área transversal, capaz de interligar os estudos fotográficos pensados a partir de suas informações. Como área de estudo, dá ênfase às questões informacionais em detrimento das técnicas e é capaz de reunir profissionais de diferentes áreas da fotografia como campo de estudo, sem que haja “ruído” disciplinar. Não se trata de estudar a fotografia como objeto de outras disciplinas, mas que ela mesma é a disciplina, construída com a contribuição de diversos profissionais que, interdisciplinares, concorrem para formar a Fotodocumentação, já que o valor social da imagem - fixa ou móvel - é baseado justamente em ser o produto de uma construção visual do social.2

Dentro do universo identificado neste estudo, observou-se que a bibliografia fotográfica argentina é orientada, em grande parte, por temáticas sociais e políticas. E diante do amplo universo temático representado nesse balanço, o artigo a analisa também a interdisciplinaridade apresentada nas obras e da interação e relação de outras áreas de estudo com a fotografia.

No item 2, apresenta-se o percurso metodológico adotado para a identificação dos grupos de pesquisa, bem como, do mapeamento inicial da bibliografia argentina.

O item 3, dispõe de alguns conceitos que permeiam a natureza interdisciplinar proposta pelos estudos em Fotodocumentação.

O item 4, aponta para os resultados da pesquisa com as apreciações temáticas, qualitativas, observadas até o momento na literatura fotográfica argentina, selecionada pela pesquisa.

2 PERCURSO METODOLÓGICO

Metodologicamente trabalhou-se, de modo exploratório e qualitativo com uma seleção bibliográfica, seletiva e não-exaustiva, da área, relacionada à Argentina. A seleção de obras foi pautada no conhecimento anterior com relação os recursos bibliográficos e na prospecção de informações com a comunidade internacional especializada daquele país, por meio de uma enquete on-line, permitindo a elaboração de um informe regional (será detalhado mais a frente).

Tal produto partiu da proposta de cinco elementos verificados que influenciam na produção científica relacionada aos materiais fotográficos de arquivo (Lopez, 2008 e 2009; Lacerda, 2008, por exemplo): (i) o descompasso entre a utilização administrativa e social de recursos fotográficos e a sua incorporação aos arquivos; (ii) a pouca representatividade quantitativa da produção técnica e científica de tais estudos no panorama geral da produção bibliográfica da Arquivologia; (iii) a existência de nichos de reflexão sobre o tema, pouco articulados entre si; (iv) a ausência de informações consolidadas sobre tais estudos; (v) a necessidade de atitudes em rede para impulsionar a inovação científica na América Latina.

O informe regional compartilha uma listagem de obras sobre documentos fotográficos relacionada à Argentina e pode ser consultado diretamente em um ambiente on-line3, ao lado de dados de outros países da América Latina, por autor, área predominante (além da fotografia) e país. Pelo fato de os recursos serem acedidos diretamente por meio de tags, não foi necessário ordená-los por nenhum método.

A execução do informe argentino foi feita mediante um levantamento inicial de recursos bibliográficos de interesse potencial à discussão sobre Fotodocumentação na América Latina, sendo inseridos em uma planilha Excel, elencando, como campos, dados sobre o recurso bibliográfico, os motivos do interesse potencial ao projeto, às áreas correlatas e os responsáveis pela informação. Paralelamente, procedeu-se à prospecção de outros recursos - e/ou confirmação da importância do levantamento inicial - com a comunidade internacional especializada, através da aplicação de formulário específico. À medida que a planilha crescia, sistematizaram-se as ocorrências e consolidou-se as informações. Esse arquivo foi compartilhado em um ambiente Google Drive restrito à pesquisa, dispondo como campos: os dados do recurso selecionado, pessoa responsável por seu tratamento, link de acesso (quando pertinente), informações relacionadas à primeira prospecção e status de execução.

Em paralelo buscou-se o apoio de colaboradores específicos que auxiliaram na seleção qualitativa e, eventualmente, na inserção de novos recursos. O pesquisador ficou responsável por indicar os textos a serem selecionados, para uma tomada de decisão coletiva, e inseri-los no formulário de mapeamento de referências com vistas ao estabelecimento de um mini resumo (cerca de 50 palavras) sobre o recurso, usando o mesmo formulário. Os resumos foram feitos diretamente pela pesquisadora, usando diretrizes de técnicas de fichamento de texto. O resumo original do recurso (quando existente) foi levado em consideração apenas como indicativo do conteúdo, podendo, ou não, ter trechos aproveitados.

Textos considerados como mais significativos foram analisados mais a fundo e foram apresentados com vistas à elaboração de resumos estruturados, valendo-se de formulário específicos para isso. Os resumos estruturados buscaram identificar (i) o problema geral do texto; (ii) sua tese principal, (iii) os argumentos elencados para sustentar a tese e/ou discutir o problema e (iv) os principais autores mencionados.

O informe está disponível on-line, na mesma plataforma4, e é composto por uma tabela geral de recursos identificados na primeira fase, doze mini resumos, quatro resumos estruturados, dados sobre os autores mais relevantes apontados na prospecção primária internacional e no trato com o material pela pesquisa. Os dados não têm a pretensão de serem numericamente consistentes, apenas anotam a impressão geral identificada na prospecção. Por ser um projeto dinâmico, a autoria das fichas não corresponde linearmente à autoria dos informes.

Os recursos se comportam de maneira dinâmica e, paulatinamente, os pesquisadores vão incrementando a base, seja aprofundando as informações iniciais - isto é: realizando mini resumos de recursos apenas elencados e/ou resumos estruturados de textos que somente estavam na fase de mini resumo - e/ou acrescentando novos recursos. Igualmente, para buscar maior consistência, é possível que algumas referências sejam eliminadas para que o quadro geral apresentado possa melhor dar conta de recursos mais significativos, posto que não há pretensão de exaustividade.

Com base no mapeamento bibliográfico, qualitativamente, buscou-se identificar os grupos de pesquisa mais relevantes daquele país, tendo produzido um quadro síntese como um instrumento interno de pesquisa, que direcionou a leitura analítica da bibliografia selecionada, cuja consolidação preliminar no que tange à Fotodocumentação, está apresentada no item 4.

3 A INTERDISCIPLINARIDADE E TRANSDISCIPLINARIDADE

A Fotodocumentação pode ser entendida como uma disciplina que, dentre outras atribuições, discute a transversalidade fotográfica, ou seja, a capacidade da fotografia de permear diversas áreas. E, diante da inicial pesquisa bibliográfica argentina apresentada nesse artigo, verificou-se que a produção e estudos fotodocumentais argentinos caminham intensamente na inter e transdisciplinaridade para produção de conhecimento entre e além das disciplinas.

Sob a perspectiva de Frederic Darbellay (2012) o conhecimento tem caráter circulante, e permeia as ciências sociais, humanas, naturais em conceitos, teoria, métodos. Em sua concepção, o termo circulação do conhecimento corresponde ao ato de fazer circular, de mover, para difundir e transferir de uma forma mais ou menos livre ou limitada num movimento de refluxo e fluxo. A movimentação de conceitos, também defendida em seu texto como nomadismo, considera que:

O trabalho sobre conceitos circulantes e os seus trabalhos em rede para além da partilha disciplinar propõe de fato um estilo de raciocínio que não é puramente linear, causal e unidirecional na sequência justaposta de disciplinas, convida antes à decantação e à abertura dialogada do conhecimento, permitindo que surja o potencial de interrelações entre as disciplinas (tradução nossa, Darbellay, 2012).

Desta forma, o nomadismo corresponde a um recurso que promove a circulação de conhecimentos entre disciplinas de modo que reflexões e conceitos circulam entre várias áreas promovendo a transdisciplinaridade. O autor pensa na inter e na multidisciplinaridade como caminhos de investigação que levam a lugares onde o conhecimento disciplinar não se cruza, mas se constituem e se organizam em e através da circulação de noções, de conceitos, e de modelos.

Ao longo de seu texto, Darbellay (2012) não direciona seu posicionamento no sentido de uma área do conhecimento ou ciência específica, mas proporciona ao leitor uma reflexão do movimento existente entre os conceitos e teorias e as disciplinas. Abre a perspectiva reflexiva para o pesquisador se posicionar como agente ativo em um ambiente científico que requer a troca, a assimilação, o empréstimo, a reformulação, aprimoramento, desconstrução de conceitos.

Por outro lado, e para defender a forte interação com outras disciplinas, destaca-se também o ponto de vista de Araújo (2003) que aprofunda e contextualiza a correlação da ciência da informação (CI) com as ciências sociais. Na perspectiva adotada pelo autor é possível identificar justamente o reconhecimento da ciência da informação como usuária de analogias e empréstimos de conceitos (no caso, das Ciências Naturais e Ciências Sociais), assim, como mencionado de forma genérica por Darbellay (2012). A partir da abordagem de Araújo (2003) se observa de modo mais claro o fenômeno da inter e da transdisciplinaridade da CI, construídos a partir da circulação dos conhecimentos, tão defendida no texto de Darbellay (2012).

Outra abordagem que pode ser manifestada no âmbito dos estudos em interdisciplinaridade é atribuída a Majela Gómez (2005) em El fenómeno de la interdisciplinariedad en la Ciência de la Informacíon: contexto de aparicíon y posturas centrales. Conforme Gómez (2005 , no século XX emerge o pensamento sobre a interdisciplinaridade que se contrapõe ao pensamento científico reducionista, fragmentado e hierarquizado defendido até então pelos positivistas. A interdisciplinaridade surge no bojo dos pensamentos de Von Bertalanffy onde ao enunciar que ‘tudo está relacionado a tudo’, promovendo um ambiente e uma abertura ao diálogo dos estudos das interações e das cooperações interdisciplinares. Para Gómez (2005), a definição de interdisciplinaridade consiste na natureza de certas disciplinas estabelecerem relações com outras áreas para seu desenvolvimento teórico e prático. A autora identifica que a convergência de questões comuns a várias áreas e que a possibilidade de abordar essas questões a partir de diferentes disciplinas para facilitar o entendimento, favorece a interdisciplinaridade.

Por fim, e para contribuir com elementos mais conceituais sobre a interdisciplinaridade, transdisciplinaridade e multidisciplinaridade, o texto de Beátrice Fleury e Walter Jacques (2011), Interdisciplinarité, interdisciplinarités. Questions de communication, está estruturado em um debate a partir de definições de outros três teóricos: Jerôme Bourdon, Jean-Paul Resweber e Laurant Vidal. Para os autores, a multidisciplinaridade representaria o acréscimo de disciplinas sem uma necessária articulação. Já a transdisciplinaridade é pautada na integração de saberes de outras disciplinas e construção de um ambiente, um local diferenciado. E a interdisciplinaridade corresponde à união de conceitos em um ambiente de troca, cooperação e compartilhamento de maneira crítica. A pluridisciplinaridade corresponde ao fenômeno de estudo do objeto de uma dada disciplina por várias outras áreas. Destacando a posição de Bourdon, o texto ressalta que ele defende não existir a interdisciplinaridade, já que é inerente às ciências a relação entre os conceitos. Para Resweber, a interdisciplinaridade corresponde a uma ‘etapa’ intermediária entre a pluridisciplinaridade e a transdisciplinaridade. O ponto comum aos três teóricos corresponde à perspectiva de que a interdisciplinaridade é inerente ao estudo das disciplinas e se faz presente ‘naturalmente’.

4 PRODUÇÃO BIBLIOGRÁFICA ARGENTINA

A produção de conhecimento difundida pelos pesquisadores integrantes de grupos de pesquisa na Argentina resulta em relevantes produções bibliográficas que merecem ser destacadas. O projeto Bibliofoto5 buscou arrolar não apenas o material bibliográfico já internacionalmente conhecido, como também a produção de outros grupos e instituições que também se dedicam ao tema, permitindo consolidar redes de produção de conhecimento colaborativo, multiplicando os atores e seus respectivos estudos, e possibilitando seu reconhecimento por outros pares. Esse projeto traz dados consolidados de seis países latino-americanos: Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, México e Uruguai, permitindo melhor analisar o material que embasou o presente artigo6. A partir de pesquisas realizadas no universo bibliográfico argentino, observou-se que a bibliografia fotográfica é orientada, em grande parte, por uma temática de viés social e político. Sob a perspectiva da Fotodocumentação, observou-se a predominância temática de títulos dedicados à defesa dos direitos humanos, ao fotojornalismo e à antropologia. As obras destacadas a seguir permitem melhor compreender tais características.

Na obra Fotografía y teratología en América Latina: una aproximación a la imagen del monstruo en la retratística de estudio del siglo XIX, Cuarterolo (2009) conduz a uma reflexão da fotografia como instrumento do esforço das elites burguesas latino-americanas no século XIX para construção de seu processo de identidade social. A autora reflete, metaforicamente, sobre o uso ‘panóptico’ da fotografia como recurso de controle subjetivo da sociedade através das imagens, de modo que esse modelo de controle recém estabelecido se apoiava na observação sistemática dos indivíduos. Assim, Cuarterolo (2009) discorre sobre a apropriação e uso da fotografia pela medicina (por meio da teratologia) e pela antropologia (por meio de imagens de comunidades indígenas) para a construção de seus respectivos discursos à época. Ambas as ciências, utilizam as imagens como um recurso para categorizar a sociedade, que poderia ser segmentada a partir dos binômios: indivíduos saudáveis versus indivíduos doentes (considerados ‘monstruosos’ em razão das anomalias e/ou má formações genéticas), no contexto da medicina, e indivíduos evoluídos versus indivíduos atrasados, sob o contexto antropológico. Ao final, a autora defende que, enquanto a fotografia utilizada pela área médica ‘insere’ o indivíduo anômalo na sociedade utilizando recursos e técnicas de encenação fotográficas que o socializam ao mundo burguês, por outro lado, a antropologia se apropria das técnicas fotográficas para desumanizar as comunidades indígenas, estereotipando-as a uma representação ‘involuída’ da sociedade.

Ademais, Andrea Cuarterolo é uma das líderes do grupo de pesquisa Sociedade Ibero-Americana para a História da Fotografia - SHIF, criado no ano 2000. Os principais objetivos desse grupo correspondem a promoção de pesquisas e o intercâmbio de informações sobre a história da fotografia por meio da organização de congressos internacionais, exposições, publicação de livros e outras publicações. Atualmente, o grupo conta com membros da Argentina, Alemanha, Bolívia, Brasil, Colômbia, Cuba, Chile, Equador, Espanha, México, Paraguai, Peru, Portugal, Uruguai e Venezuela, fortalecendo assim sua rede de relacionamentos com pesquisadores latino-americanos, ao mesmo tempo que favorece e estimula o compartilhamento de informações e conhecimentos.

No artigo Políticas de la mirada y la memoria en la captura y el archivo de fotografías, Cleopatra Barrios (2013) `desenvolve sua narrativa a partir do acervo fotográfico disponível no Arquivo Geral da Nação (AGN) na Argentina, mais particularmente, sobre o conjunto integrado por fotografias relativas aos ritos religiosos realizados na província de Corrientes (localizada no nordeste argentino) nos séculos XIX e XX. Ao considerar este acervo, Barrios (2013) articulou a relação firmada entre os registros fotográficos dessas celebrações religiosas, o arquivo como detentor da guarda deste material e a memória, recorrendo à fotografia como indício de materialidade dos eventos realizados no século passado.

Apresenta a dicotomia entre duas instâncias: uma relativa ao ato fotográfico (sustentado pela ação de recortar a realidade e preservar esse registro para a posteridade) e outra relativa a atuação do arquivo (como entidade que classifica as imagens a partir de critérios muitas vezes arbitrários). Entretanto também ressalta que, tanto fotografia quanto arquivo, contam com elementos que favorecem a memória e a considera em duas vertentes: a memória individual (relativa ao indivíduo que captura a imagem e está inserido no contexto social) e a memória coletiva (representada por uma forma de consciência do passado compartilhada por um grupo social). Em seu artigo, analisa ainda o arquivo como instrumento de controle social, na medida em que as atividades de seleção, ordenação e divulgação incorrem no risco de se tornarem enviesadas e estereotiparem realidades heterogêneas.

Por outro lado, no que tange a abordagem antropológica presente na bibliografia fotodocumental argentina pode-se ressaltar duas produções. A primeira, de Alejandra Reyero (2010) em Difusión y consumo de la fotografía etnográfica chaqueña, onde a autora contrapõe a narrativa fotográfica produzida entre 1958-1964 para expressar o povoamento primitivo da região do Chaco e as pesquisas realizadas em 1978 com fotografias nas colônias de imigrantes nessa mesma região. Reyero aborda a temática antropológica, além de discorrer sobre a legitimidade na apropriação e uso destas imagens pelos indivíduos fotografados e/ou seus respectivos descendentes. A segunda, atribuída a Mariana Giordano (2012) que discorre em Fotografía, testimonio oral y memoria. (Re)presentaciones de indígenas e inmigrantes del Chaco (Argentina) uma análise acerca da narrativa visual presente em fotografias do final do século XIX e início do século XX e o universo fotográfico atual, proposto por pesquisadores mais recentes, acerca de dois universos étnicos: imigrantes e indígenas, na formação da identidade e memória da província do Chaco, Argentina.

As três pesquisadoras mencionadas integram o grupo Núcleo de Estudios y Documentación de la Imagen - NEDIM, tendo Mariana Giordano como líder do grupo, criado em 2003. O NEDIM propõe abordagens interdisciplinares sobre diversos objetos de estudos regionais, dependendo das linhas de pesquisa em andamento e de acordo com a formação disciplinar de seus membros: História, Letras, Sociologia, Arquitetura, Comunicação Social, Artes, Filosofia, Direito, cujas linhas de trabalho remetem e abordam os estudos com a imagem. O grupo se propôs a constituir um arquivo fotográfico, divulgando neste acervo imagens fotográficas do Nordeste argentino e regiões adjacentes além de fotografias etnográficas, tanto de indígenas quanto de imigrantes, visões urbanas e arquitetônicas, fotografia social, entre outras. A rede de relacionamentos, que favorece o compartilhamento de conhecimento e intercâmbios informacionais, é firmada com outros grupos localizados na França, América Latina, além de vários pesquisadores argentinos integrantes de outros grupos como Andrea Cuarterolo (Sociedad Iberoamericana de Historia de la Fotografía - SIHF), Verónica Tell (Área de Estudios sobre Fotografía - AF/UBA) e Ludmila da Silva Catela (Investigadores de Córdoba - CDB).

Menajovski e Brook (2004) discorrem no artigo Tener la foto. Fotoperiodismo, mercado y apropiación de sentido sobre os processos de produção e o uso das fotografias pelo mercado de imprensa. Avaliam a condição de mercadoria a qual a fotografia foi gradativamente colocada e como sua produção original passou a atender o mercado dos meios gráficos. Na medida que a fotografia se torna produto de um mercado, a intenção inicial do fotógrafo, o que foi visto e selecionado por ele, podem ser radicalmente transformados quando da publicação pelo meio gráfico. Defendem que a fotografia detém um significado intrínseco, pois capta apenas um instante, um momento específico de um dado acontecimento. No sentido da significação de imagens, defendem que as proposições de Panofksy, onde são considerados três níveis para sua interpretação, também são aplicáveis à condição de representação visual da fotografia de imprensa. O texto considera, deste modo, que “o valor da fotografia de imprensa é firmado pela facilidade de leitura e a objetividade que lhe é atribuída”. Os autores consideram, ainda, as inovações nas relações trabalhistas firmadas especialmente a partir da década de 80 com o surgimento da modalidade de free lancers. Diante de uma crescente precarização da atividade do fotógrafo, esse profissional passa a obedecer determinadas exigências e requisitos do mercado de imprensa, que afetam e influenciam o processo de produção fotográfica em troca de uma remuneração. Entretanto, ressalta, que mesmo obedecidos todos estes requisitos do mercado de imprensa, o valor estético identificado na imagem, ainda constitui importante diferencial no momento de sua “negociação”.

A obra de Ana Longoni (2010) denominada Fotos y siluetas: dos estrategias en la representación de los desaparecidos destaca-se em razão do tema de elevada representatividade social e política para o país, pois aborda o uso da fotografia e das silhuetas como instrumentos de denúncia às violações de Direitos Humanos durante o Regime Militar que vigorou na Argentina de 1976 até 1983. Tais representações visuais constituíram duas formas, dentre outras, de manifestação utilizadas pelo movimento Madres de la Plaza de Mayo para atentar a sociedade civil e a comunidade internacional quanto ao desaparecimento e extermínio de cidadãos argentinos. Inicialmente, Longoni (2010) explica o uso da fotografia e sua ressignificação dentro do movimento: a partir de fotos removidas de acervos particulares, álbuns familiares e/ou extraídas de documentos civis (carteiras de identidade e passaporte, principalmente), as mães dos desaparecidos políticos passam a divulgar os crimes que vinham sendo cometidos pelo Estado. Por outro lado, as silhuetas, ao serem distribuídas por muros e fachadas nas cidades, tinham por intenção ‘substituir’ o corpo ausente e denunciar o espaço deixado por um desaparecido. Qualquer que fosse sua identidade, qualquer que fosse sua mãe. Por fim, a autora apresenta uma análise onde identifica as principais abordagens defendidas pelas duas estratégias de representação visual (silhuetas e fotografias): coletivo versus particular, anonimato versus a identificação pessoal, a violência do desaparecimento versus uma biografia prévia).

No que tange à vinculação dos autores a grupos de pesquisa, Ana Longoni e Julius Menajovski são pesquisadores integrantes do grupo argentino Área de Estudios sobre Fotografía - AF/UBA. O grupo ao qual fazem parte foi constituído em 2013 a partir de um projeto apresentado à Faculdade de Ciências Sociais na Universidade de Buenos Aires, junto à carreira de comunicação, com cerca de dez pesquisadores. A proposta do grupo está pautada nos estudos de cultura visual, história dos meios de comunicação, memória e história com projetos de intervenção, produção bibliográfica e criação de arquivos fotográficos. O grupo/programa se desenvolve na necessidade de compreensão da tangibilidade do documento fotográfico como condição de sua análise interpretativa, sempre ancorada em uma perspectiva sociocultural e política. A rede de relacionamentos firmada entre o grupo e demais entes articula com diferentes pesquisadores da América Latina, participação Revista Photo & Documento, do GPAF (Grupo de Pesquisas Acervos Fotográficos - Brasil) além da interconexão de alguns membros no GF/IIGG (Grupo de Estudios en Fotografía Contemporánea, Arte y Política - FoCo)

Na obra Memoria, historia e imagen fotografica: los desafios del relato visual, Mirta Lobato (2003) relata as principais dificuldades presentes na análise e interpretação de imagens. Propõe uma reflexão sobre os principais desafios no estudo e investigação de imagens fotográficas. Analisa a fotografia como instrumento de apoio a investigações e informações; destaca o caráter de recordação, de sustentação da memória e da identidade para comunidades e como instrumento de expressão artística. Ao defender a fotografia como evidência histórica e, neste sentido, como fonte histórica, destaca algumas dificuldades na leitura das imagens por parte de muitos pesquisadores. Caracteriza a capacidade testemunhal e indicial da fotografia, ao mesmo tempo, que reconhece que este recorte da realidade pode ser resultado da intenção do fotógrafo ou fruto da omissão de detalhes invisíveis ao fotógrafo. Apresenta, ainda, uma abordagem geral sobre o tema, exemplificando algumas dificuldades na análise de conjuntos particulares e álbuns familiares e, também, analisa o acervo fotográfico peronista referente às comemorações do dia 1º de Maio, onde a participação da mulher trabalhadora ganhava destaque durante o evento, mas do ponto de vista crítico estes registros reafirmam a limitada participação da mulher no contexto político.

Em outra obra que pode ser destacada Dos veces Julio. Sobre algunas memorias fotográficas del pasado reciente en la Argentina, Natalia Fortuny (2015) aborda a ressignificação e análise de fotografias de ex-desaparecidos ou ex-prisioneiros políticos em novos contextos da história argentina. Enumera o trabalho realizado em algumas exposições e livros onde imagens de sobreviventes da Ditadura Militar são registradas sob novas perspectivas e contextualizadas para a representação da recente memória Argentina. Fortuny (2015) lidera o grupo de Estudios en Fotografía Contemporánea, Arte y política (FoCo), vinculado à Universidade de Buenos Aires (UBA). Desde sua criação em 2016, esse grupo busca consolidar a intersecção entre a produção fotográfica contemporânea e as leituras críticas das Ciências Sociais. O grupo considera a fotografia contemporânea, tanto argentina quanto latino-americana, concebida a partir de suas relações com política, história recente e arte, além de estudar na fotografia suas tensões com documentários, mercado, curadorias e elementos museológicos, entre muitos outros. A composição do grupo é multidisciplinar, com destaque, ao lado de fotografia, Antropologia, Ciência Política, Comunicação, Arte e Estética. As conexões com outros pesquisadores e grupos estão fortalecidas por meio da interação com alguns membros na AF/UBA e vice-versa, pesquisadores ligados ao SIHF e contribuições na Revista Photo & Documento, do GPAF, (Brasil).

5 À GUISA DE CONCLUSÃO

Esse estudo possibilitou identificar a articulação da Fotodocumentação e seu caráter interdisciplinar com os estudos e produções bibliográficas na Argentina.

Ao final da pesquisa, verificou-se que muitos estudos e obras consideram os conjuntos fotográficos como instrumentos de denúncia às violações dos direitos humanos durante a ditadura militar argentina (1976-1983), (re)significada por movimentos sociais e humanitários na busca por informações de desaparecidos políticos. A fotografia é tomada, também, como prova da existência de cidadãos quando da omissão do Estado argentino nestes desaparecimentos. Ademais, observa-se que em muitos textos os conjuntos de fotografias são considerados ferramentas de preservação da memória para a sociedade e pesquisadores em geral.

Outra temática que foi observada na bibliografia é relacionada ao fotojornalismo e à fotografia de imprensa. Analisada por sua função social e política como meio de denúncia do período ditatorial argentino, a fotografia jornalística foi abordada nos textos como instrumento de mobilização da opinião pública nacional e internacional, como veículo de memória, veículos de construção de sentidos e análise histórica. Ainda dentro da temática de fotografia de imprensa, encontram-se abordagens críticas relativas à condição de construção de sentidos e significados, onde a fotografia se torna uma mera mercadoria às agências de comunicação para produção de notícias.

Outro direcionamento bibliográfico é relativo ao tema antropológico e à formação étnica da Argentina, especialmente da Península do Chaco. A relevância desta temática é justificada pelas construções de narrativas fotográficas muito questionadas e criticadas socialmente quanto ao processo civilizatório aplicado aos povos indígenas nessa região.

Demais temas, tão relevantes quanto os citados anteriormente, embora com menor recorrência, são referentes às fotografias digitais e novas tecnologias e a relação firmada entre fotografia e cinema. Foram identificadas poucas manifestações relativas à temática técnica, estética ou da história da fotografia.

Algumas discussões podem ser construídas sobre o caráter inter, pluri ou transdisciplinar nos estudos do documento fotográfico e as relações firmadas com outras ciências. E o que se observa é que não existe uma resposta correta. Há um espaço tão amplo para defesas e refutações assim como a interação que a Fotodocumentação estabelece com as demais disciplinas. Como área aplicada, ainda está aberta às interações sociais, sempre mutáveis e transitórias.

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Notas

1 Ambiente científico virtual sobre documentos fotográficos de arquivo. Rede de investigação, discussão e compartilhamento de informação sobre acervos fotográficos. Acesso disponível em http://gpaf.info/
2 O Simposio Las Redes de Investigación y la Fotodocumentación, realizado em dezembro de 2021 aprofundou o campo conceitual da Fotodocumentação. Ver: https://xivgpaf.blogspot.com/
3 Disponível em https://bibliofotogpaf.blogspot.com/p/bibliofoto.html
4 https://bibliofotogpaf.blogspot.com/p/argentina-v2.html
5 Disponível a partir de http://gpaf.info/.
6 6Dados específicos sobre a bibliografia argentina estão em https://bibliofotogpaf.blogspot.com/search/label/Argentina e https://bibliofotogpaf.blogspot.com/p/argentinav2.html
CONJUNTO DE DADOS DE PESQUISA O conjunto dos dados sobre a produção bibliográfica argentina em Fotodocumentação está disponível publicamente no ambiente do projeto Bibliofoto (acessível por http://gpaf.info/)
FINANCIAMENTO Artigo financiado com bolsa CAPES para a primeira autora pela CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), através do Programa Demanda Social (DS). Artigo financiado parcialmente com bolsa de Produtividade Científica para o segundo autor, pelo CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico). Processo: 313008/2018-3; chamada 09/2018
LICENÇA DE USO Os autores cedem à Encontros Bibli os direitos exclusivos de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution (CC BY) 4.0 International. Estra licença permite que terceirosremixem, adaptem e criem a partir do trabalho publicado, atribuindo o devido crédito de autoria e publicação inicial neste periódico. Os autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não exclusiva da versão do trabalho publicada neste periódico (ex.: publicar em repositório institucional, em site pessoal, publicar uma tradução, ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial neste periódico.
PUBLISHER Universidade Federal de Santa Catarina. Programa de Pós-graduação em Ciência da Informação. Publicação no Portal de Periódicos UFSC. As ideias expressadas neste artigo são de responsabilidade de seus autores, não representando, necessariamente, a opinião dos editores ou da universidade.
EDITORES Edgar Bisset Alvarez, Ana Clara Cândido, Patrícia Neubert e Genilson Geraldo.

Autor notes

CONTRIBUIÇÃO DE AUTORIA Concepção e elaboração do manuscrito: E.T. Americo, A.P.A. Lopez

Coleta de dados: E.T. Americo, A.P.A. Lopez

Análise de dados: E.T. Americo, A.P.A. Lopez

Revisão e aprovação: A.P.A. Lopez

Endereço de correspondência do principal autor: SGAN 911 Bloco D apt 114, Asa Norte, Brasília, Distrito Federal.

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