PANORAMA DA PRODUÇÃO ACADÊMICA INTERNACIONAL SOBRE CONFLITO TRABALHO-FAMÍLIA

PANORAMA OF INTERNATIONAL ACADEMIC PRODUCTION ON CONFLICT WORK-FAMILY

Nágila Giovanna Silva Vilela
Universidade Federal do Paraná, Brasil
Mariane Lemos Lourenço
Universidade Federal do Paraná, Brasil
Flavia Obara Kai
Universidade Federal do Paraná, Brasil
Lara Kessia Martins Ávila
Universidade Federal do Paraná, Brasil

PANORAMA DA PRODUÇÃO ACADÊMICA INTERNACIONAL SOBRE CONFLITO TRABALHO-FAMÍLIA

Revista de Administração FACES Journal, vol. 17, núm. 3, pp. 64-83, 2018

Universidade FUMEC

Recepción: 13 Noviembre 2017

Aprobación: 02 Abril 2018

Resumo: O objetivo desse artigo consiste em demonstrar o panorama das publicações relacionadas ao conflito trabalho-família disponíveis na base de dados da Web of Science no período de 2007 a 2016. Em termos metodológicos, trata-se de uma pesquisa quantitativa e descritiva e que se vale da bibliometria como estratégia de pesquisa. A partir da busca pela palavra-chave “work-family conflict” na base e período mencionados, 1490 resultados foram encontrados. Dentre os resultados, destacam-se: aumento do número de publicações ao longo dos anos, especialmente nas áreas de Psicologia e Economia de negócios, predominantemente escritos no idioma inglês e associados a 15 hot topics principais, tais como satisfação no trabalho, saúde e rotatividade. Apesar de não esgotar as possibilidades de um panorama a respeito do tema, contribui para a construção do conhecimento científico sobre conflito trabalho-família, bem como para os pesquisadores interessados na área.

Palavras-chave: conflito trabalho-família, bibliometria, produção científica, Web of Science, hot topics.

Abstract: The objective of this article is to demonstrate the panorama of publications related to the work-family conflict available in the Web of Science database from 2007 to 2016. Methodologically, this is a quantitative and descriptive research that is worth of bibliometrics as a research strategy. From the search for the keyword "work-family conflict" in the database and period mentioned, 1490 results were found. Among the results, we highlight the increase in the number of publications over the years, especially in the areas of Psychology and Business Economics, predominantly written in the English language and associated with 15 major topics such as job satisfaction, health and turnover. Although it does not exhaust the possibilities of a panorama on the subject, it contributes to the construction of the scientific knowledge on work-family conflict, as well as to the researchers interested in the area.

Keywords: work-family conflict, bibliometry, scientific production, Web of Science, hot topics.

INTRODUÇÃO

Nos últimos anos, mudanças nos âmbitos econômicos, sociais e culturais impactaram a vida profissional dos indivíduos (TAŞDELEN-KARÇKAY; BAKALIM, 2017). Demandas de trabalho impraticáveis, exaustão emocional, problemas de saúde, estresse e depressão são alguns dos tópicos relacionados a excessivas cargas de trabalho (ZHANG; PUNNETT; NANNINI, 2016; BAERISWYL; KRAUSE; SCHWANINGER, 2016; FARRADINNA; HALIM, 2016; MANSOUR; TREMBLAY, 2016). Por outro lado, pesquisas recentes têm evidenciado a importância da família, da qualidade do sono e de atividades de lazer (BARNES; LEFTER; BHAVE et al., 2016).

Nesse contexto, o conflito trabalho-família, modelo proposto inicialmente por Greenhaus e Beutell (1985), ocorre devido à incompatibilidade de exigências/condições que cada uma dessas esferas impõe. Mais especificamente, o conflito trabalho-família ocorre quando demandas e experiências do trabalho interferem na vida familiar (TAŞDELEN-KARÇKAY; BAKALIM, 2017). Essa interferência pode estar relacionada com o estresse no trabalho, longas jornadas de trabalho, horários de trabalho inflexíveis ou irregulares, viagens recorrentes, conflitos interpessoais, sobrecarga, ausência de apoio dos colegas de trabalho e do supervisor (TAŞDELEN-KARÇKAY; BAKALIM, 2017). Depreende-se, portanto, que o conflito trabalho-família é “[...] uma fonte significativa de tensão para os trabalhadores e pode afetar o trabalho, a família, a saúde e os comportamentos dos funcionários” (ZHANG; PUNNETT; NANNINI, 2016, p. 295).

O tema “conflito trabalho-família” tem crescido cada vez mais na literatura internacional, provavelmente em consequência das dificuldades originadas pelo conflito entre esses dois papéis, que impactam nos domínios pessoal, organizacional e familiar (FURTADO, 2012). Diante disso, o problema de pesquisa proposto nesse artigo é: qual o panorama das publicações relacionadas ao conflito trabalho-família disponíveis na base de dados da Web of Science no período de 2007 a 2016?. O objetivo geral, portanto, consiste em demonstrar o panorama das publicações relacionadas ao conflito trabalho-família disponíveis na base de dados da Web of Science no período de 2007 a 2016. Para alcançar tal objetivo, foram evidenciadas as principais características e identificados os hot topics relacionados ao tema.

Essa pesquisa justifica-se pela pertinência de se conhecer a evolução teórica das publicações que tratam de um determinado tema, bem como mensurar a participação do assunto entre países, universidades e journals. Trata-se, portanto, de uma forma de avaliar a construção do conhecimento científico. Além disso, apesar de consolidado na literatura internacional, no Brasil o tema conflito trabalho-família ainda é emergente. Sendo assim, estudos de natureza bibliométrica podem contribuir para a compreensão da temática ao destacar lacunas e possibilidades de pesquisa. Por último, a indicação dos hot topics relacionados ao conflito trabalho-família contribui com uma visão holística a respeito de como a temática vem sendo estudada.

Este trabalho está estruturado em cinco tópicos principais: o primeiro refere-se à introdução; o segundo apresenta fundamentação teórica sobre o conflito trabalho-família e algumas indicações de pesquisas recentes sobre o tema; o terceiro aborda a metodologia utilizada na pesquisa; no quarto tópico são apresentados os resultados e as discussões e, por último, o quinto tópico contém as considerações finais.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Conflito trabalho-família

A crescente literatura sobre conflito trabalho-família reflete a crença que a vida no trabalho e na família são interdependentes (GREENHAUS; BEUTELL, 1985). Diversos estudos têm buscado entender a natureza do relacionamento entre os papéis vividos no trabalho e na família e o conflito nesta relação, como os trabalhos de Quental e Wetzel (2002); Kerslake (2002); Kiecolt (2003); Matthews, Del Priori, Aciteli et al. (2006); Streich, Casper e Nicole Salvaggio (2008); Aziz e Cunningham (2008); Knudsen (2009) e Koyuncu, Burke e Wolpin (2012).

Greenhaus e Beutell (1985), pioneiros a propor uma definição formal a respeito do conflito trabalho-família, apontam que quando os papéis familiares e profissionais geram incompatibilidade entre as demandas, surgem os conflitos. Desse modo, o termo conflito trabalho-família pode ser compreendido como “[...] uma forma de conflito entre papéis na qual as pressões vindas dos domínios trabalho e família são mutuamente incompatíveis de alguma maneira” (GREENHAUS; BEUTELL, 1985, p. 77).

Para Mazerolle, Bruening e Casa (2008) o conflito trabalho-família surge como uma discórdia entre o tempo dedicado às responsabilidades profissionais e o tempo disponível para desempenhar responsabilidades relacionadas à família. Ou seja, esse fenômeno ocorre quando as expectativas e restrições de tempo da vida profissional e pessoal não são compatíveis. Para os autores, o conflito trabalho-família é um subproduto do estresse e da sobrecarga das demandas dos papéis relacionados ao lar e ao trabalho. Além disso, essas demandas e responsabilidades no trabalho dificultam a realização das atividades na vida pessoal (MAZEROLLE; BRUENING; CASA, 2008).

As exigências excessivas do trabalho podem dificultar o cumprimento das demandas e expectativas no papel da família e vice-versa, de maneira que essas pressões simultâneas causam o conflito (BEUTELL; SCHNEER, 2014). Por essa razão, ressalta-se que o conflito é bidirecional, ou seja, as responsabilidades do trabalho podem afetar as obrigações familiares (conflito trabalho-família) e a incapacidade de cumprir com as atividades da família também podem prejudicar as tarefas do trabalho (conflito família-trabalho) em um ciclo vicioso negativo entre ambas as demandas (OLIVEIRA; CAVAZOTTE; PACIELLO, 2013).

O enfoque no presente estudo é o conflito trabalho-família, que de acordo com Greenhaus e Beutell (1985) possui três principais dimensões, isto é, três principais fontes geradoras de conflito: tempo, tensão e comportamento. Os múltiplos papéis desempenhados podem competir pelo tempo da pessoa, já que o tempo despendido em atividades de um papel não pode ser dedicado a atividades de outro papel (GREENHAUS; BEUTELL, 1985). Para McMillan, Morris e Atchley (2011) este é um conflito prevalente na medida em que os indivíduos atuam em diversos papéis e podem não ter energia para atender a todas as demandas, resultando em pressões que prejudicam a capacidade de desempenhar funções. Assim, quanto mais tempo e energia um indivíduo investe em um papel, menor será o tempo e energia disponível para gastar em outro papel (MAZEROLLE; BRUENING; CASA, 2008).

Com relação à dimensão tensão, o conflito existe quando a tensão em desempenhar um papel afeta a esfera de outro papel, tornando-os incompatíveis, já que a tensão criada por um dificulta o cumprimento das demandas do outro. Além disso, o envolvimento prolongado em um determinado papel auxilia na produção de sintomas de tensão como ansiedade, fadiga, depressão, irritabilidade e apatia (GREENHAUS; BEUTELL, 1985).

Na dimensão comportamento, quando padrões específicos em um comportamento são incompatíveis com as expectativas de comportamento em outro papel, ocorre o conflito. Nesse caso, o indivíduo não é capaz de adaptar seu comportamento às múltiplas expectativas de outros papéis (GREENHAUS; BEUTELL, 1985). Essa dimensão é considerada de natureza bidirecional, pois os comportamentos esperados no trabalho, por exemplo, são inapropriados no papel familiar (MCMILLAN; MORRIS; ATCHLEY, 2011).

Assim, por meio da identificação das três fontes de conflito mencionadas, Greenhaus e Beutell (1985) demonstram a incompatibilidade de pressões que envolvem o trabalho e a família. É importante destacar que o conflito trabalho-família desencadeia uma série de consequências. Um impedimento importante para o desempenho do trabalho dos funcionários é o estresse das múltiplas atividades no trabalho associado à vida pessoal (MCMILLAN; MORRIS; ATCHLEY, 2011).

Destacados os principais conceitos e fontes de conflito trabalho-família, a seguir são apresentadas algumas pesquisas realizadas nos últimos anos sobre a temática.

Estudos recentes sobre conflito trabalho-família

O artigo de Adisa, Gbadamosi, Osabutey (2016a) teve por objetivo explorar as várias estratégias de enfrentamento que são usadas por mães que trabalham em bancos nas cidades de Londres (Reino Unido) e Lagos (Nigéria). O trabalho desses autores contribui ao revelar as estratégias de enfrentamento das mulheres que trabalham em diferentes contextos socioculturais e institucionais.

Também tratando de gênero, Koyuncu, Burke e Wolpin (2012) aponta o conflito trabalho-família como um dos principais motivos responsáveis pela pequena quantidade de mulheres ocupando cargos de alta gerência. O conflito trabalho-família interfere nos resultados laborais e no bem-estar psicológico, sendo que o trabalho influencia mais no ambiente familiar do que o contrário (KOYUNCU; BURKE; WOLPIN, 2012).

Já o trabalho de Liu e Ngo (2017) teve o escopo de examinar como a orientação do papel de gênero (ou seja, a masculinidade e a feminilidade) na China afeta a identificação organizacional (IO) dos indivíduos e a intenção dos mesmos em deixar a organização. Concluiu-se que a masculinidade estava positivamente relacionada com o papel de carreira e a feminilidade positivamente relacionada com o papel da família (LIU; NGO, 2017). Os autores destacam que as organizações precisam fornecer mais recursos e suporte para os seus funcionários para aumentar o destaque do papel da carreira e diminuir o conflito de papéis, o que por sua vez, aumentaria o nível de IO, ajudando as pessoas a não abandonarem o trabalho.

Bennett, Beehr e Ivanitskaya (2017) investigaram os conflitos trabalho-família em diferentes gerações. Os autores encontraram diferenças entre as gerações: a Geração X relatou maior conflito trabalho-família, seguida pela Geração Y, e em seguida os Baby Boomers. A geração Millenials demonstrou ter maior centralidade no trabalho, e os Baby Boomers na família (BENETT; BEEHR; IVANITSKAYA, 2017). Os pesquisadores destacaram que este trabalho contrariou alguns estereótipos para tais gerações, por exemplo, de que a geração Millenials seria mais centrada na família e a Baby Boomers no trabalho.

O estudo de Adisa, Osabutey e Gbadamosi (2016) identificou três principais consequências relacionadas ao conflito trabalho-família entre os funcionários pesquisados, sendo elas: (i) casamentos ou famílias desfeitas; (ii) empregados descontentes e baixa performance no trabalho; e (iii) abandono e delinquência juvenil. Segundo a pesquisa, uma família fragmentada geralmente é o resultado de um casamento dissolvido, pois a incompatibilidade da demanda de trabalho e obrigações familiares geram conflitos, afetando os laços familiares e o casamento. O descontentamento no trabalho e, consequentemente, o baixo desempenho ocorrem devido às frustrações em relação às altas exigências no trabalho e os efeitos negativos de tais exigências na vida familiar (ADISA; OSABUTEY; GBADAMOSI, 2016). Além disso, devido à alta demanda de trabalho, os empregados são mais propensos a terem filhos delinquentes como consequência do abandono no cuidado com as crianças em razão do trabalho (ADISA; OSABUTEY; GBADAMOSI, 2016).

Beutell e Schneer (2014) destacam que trabalhos recentes reconhecem o lado positivo e benéfico da relação entre os papéis no trabalho e na família, especialmente quando estão em sinergia. Benefícios tais como horário flexível, possibilidade de trabalhar em casa, trabalho a tempo parcial, licenças parentais e serviços de suporte à família oferecidos pelas empresas podem amenizar o conflito trabalho-família. Entretanto, nem todos os benefícios são igualmente úteis, já que os trabalhadores muitas vezes não os utilizam ou os serviços não são oferecidos aos trabalhadores que realmente necessitam deles (FERRER; GAGNÉ, 2013).

Em complemento a essa ideia, Wayne e Casper (2016) confirmam que uma cultura de suporte familiar é mais importante como fator de atratividade da organização do que a flexibilidade no trabalho ou os programas de cuidados aos dependentes, demonstrando a relevância das organizações em manterem uma cultura de apoio à família. Essa “cultura trabalho-família” pode contribuir para o equilíbrio entre as duas esferas, elevar os níveis de satisfação no âmbito familiar e no seu funcionamento, bem como promover o bem-estar do indivíduo e sua satisfação com o trabalho (HALL, 2005).

A partir dos elementos conceituais aqui apresentados, foi possível conduzir a pesquisa conforme os procedimentos metodológicos detalhados a seguir.

PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Essa pesquisa, de caráter quantitativo (MASCARENHAS, 2012) e descritivo (BARROS; LEHFELD, 2007) tem o objetivo de demonstrar o panorama das publicações relacionadas ao conflito trabalho-família disponíveis na base de dados da Web of Science no período de 2007 a 2016. A estratégia de pesquisa utilizada para atingir esse fim é a bibliometria, técnica que se vale da aplicação de métodos quantitativos para analisar estatisticamente publicações científicas (SILVA; HAYASHI; HAYASHI, 2011).

As publicações foram coletadas na base de dados Web of Science do Institute for Scientific Information (ISI). Optou-se por essa base de dados já que por meio dela é possível acessar inúmeros artigos de periódicos e documentos científicos, além do diferencial em referências influentes, relevantes e credíveis. A palavra-chave buscada foi “work-family conflict”, aplicada a “tópico”, que inclui título do artigo, resumo, palavras-chave do autor e palavras-chave criadas (keywords plus). O tempo estipulado foi entre 2007 e 2016. Nessa busca foram encontrados 1490 resultados. Destaca-se que outros termos também podem se referir ao conflito trabalho-família, tais como conflito trabalho-casa, conflito trabalho-vida e conflito trabalho-não trabalho. No entanto, por escolha metodológica, será considerado nesse trabalho somente o termo “conflito trabalho-família”, já que é adotado o conceito de Greenhaus e Beutell (1985).

A partir dos resultados encontrados, a pesquisa foi dividida em duas etapas. Na primeira, as seguintes informações foram levantadas: (a) total de publicações, (b) ano das publicações, (c) áreas temáticas, (d) título das fontes (journals em que os artigos foram publicados), (e) autores com maior número de publicações, (f) instituições, (g) países, e (h) idiomas. Nessa etapa também foi elaborada uma lista com 40 possíveis hot topics a partir de uma breve análise das publicações e do que foi apresentado no tópico de fundamentação teórica. Mais especificamente, o conhecimento prévio das autoras sobre o tema, somado ao contato com a fundamentação teórica já apresentada e uma análise sucinta das publicações encontradas na base de dados, permitiram a listagem de 40 tópicos que, à primeira vista, eram relacionados com o tema conflito trabalho-família.

Na segunda etapa, esses 40 tópicos listados foram buscados em conjunto com o termo principal “work-family conflict” a fim de identificar os hot topics por meio dos índices h-b e m. O índice h-b foi proposto por Banks em 2006 e é uma extensão do h-index apresentado por Hirsh (2005) para quantificar o resultado de pesquisa científica de um indivíduo, destacando a importância, significância e impacto das contribuições do pesquisador (HIRSH, 2005). De acordo com Banks (2006), o índice h-b pode ser encontrado por meio do número de citações de um tópico ou da combinação de dois ou mais tópicos na base de dados Web of Science em determinado período, ordenando-os pelo número de citações (do maior para o menor). O índice m, por sua vez, é o resultado da divisão do índice h-b pelo período de análise em anos (BANKS, 2006). Para análise dos prováveis hot topics, foram utilizadas as definições de Banks (2006) conforme apresentado no Quadro 1.

Quadro 1
Definições para classificação de hot topics
Definições para classificação de hot topics
Elaborado pelas autoras (2018) fundamentado em Banks (2006).

Após o cálculo dos índices h-b e m dos 40 tópicos enumerados como possíveis hot topics, foi averiguado que nove deles continham m entre 0 e 0,5; 16 apresentaram m > 0,5 e ≤ 2; e 15 foram considerados hot topics, pois tiveram índice m > 2.

Apresentados os procedimentos metodológicos utilizados para a realização da pesquisa, a seguir é apresentada a análise dos resultados encontrados.

ANÁLISE DOS RESULTADOS

Ano das publicações

Um total de 1490 resultados foi encontrado na última década sobre conflito trabalho-família na base de dados da Web of Science. A Figura 1 mostra a quantidade de artigos publicados por ano. Em todos os anos analisados o número de artigos foi superior à quantidade publicada no período anterior.

Quantidade de publicações sobre conflito trabalho-família na última década
Figura 1
Quantidade de publicações sobre conflito trabalho-família na última década
Elaborada pelas autoras (2018).

Sendo assim, a análise do histórico temporal de publicações a respeito da temática conflito trabalho-família demonstra que o assunto tem ganhado relevância e provocado o interesse dos pesquisadores com o passar dos anos. Destaque para o ano de 2016, cujo número de publicações (271) foi o maior no período em questão, equivalente a aproximadamente 18% do total de trabalhos da última década.

Áreas temáticas

Na Tabela 1 estão as principais áreas temáticas relacionadas ao estudo do conflito trabalho-família.

Tabela 1
Principais áreas temáticas das publicações sobre conflito trabalho-família
Principais áreas temáticas das publicações sobre conflito trabalho-família
Elaborada pelas autoras (2018).

Destaca-se que as áreas de Psicologia (43,09% do total de publicações) e Economia de negócios (33,89% do total de publicações) representam juntas aproximadamente 77% dos estudos referentes à temática na última década. Uma observação importante a ser feita é que um mesmo trabalho pode estar relacionado a mais de uma área temática, conforme é demonstrado a seguir.

Nos estudos na área de Psicologia, alguns exemplos envolvem: (1) influência da personalidade sobre a relação entre suporte social e conflito trabalho-família (SELVARAJAN; SINGH; CLONINGER, 2016); (2) proposta de um modelo causal dos efeitos dos seis tipos de conflito trabalho-família e conflito família-trabalho (tempo, tensão e comportamento para cada tipo de conflito) sobre a saúde mental e física de enfermeiros para identificar os conflitos mais perigosos já enfrentados (CHARKHABI; SARTORI; CESCHI, 2016); e (3) diferenças entre países para o conflito trabalho-família no que diz respeito aos aspectos culturais, institucionais e econômicos (ALLEN; FRENCH; DUMANI et al., 2015).

Nos estudos na área de Economia de negócios, exemplos de trabalhos incluem: (1) agenda de pesquisa sobre conflito trabalho-família e emoção por meio de diferentes lentes paradigmáticas (BOCHANTIN; COWAN, 2016); (2) papel da identificação organizacional na redução do conflito trabalho-família em empregos de alto risco como, por exemplo, bombeiros (ALLEN; CROWE; BARAN et al., 2016); e (3) avaliação das características do trabalho e seus efeitos no conflito trabalho-família para casais em que ambos trabalham (KUNDU; PHOGAT; DATTA et al., 2016).

A existência de publicações sobre conflito trabalho-família nas áreas de saúde pública ambiental, ciências sociais, sociologia, estudos familiares, ciências do esporte, entre outros, manifesta a pluralidade do tema no âmbito internacional. Porém, no Brasil, o conflito trabalho-família não tem sido um tópico muito estudado, não apenas nos estudos de administração, mas em geral. A precariedade de pesquisas a esse respeito pode ser exemplificada pela busca (sem estipulação de tempo) em algumas bases de dados brasileiras. Na Scientific Electronic Library Online (SciELO) o termo “conflito trabalho-família” retorna 43 resultados. Desses, 40 são artigos e 28 estão em português, dentre os quais 11 são da área de Ciências Humanas, nove de Ciências da Saúde e oito de Ciências Sociais Aplicadas. No Portal de Periódicos CAPES/MEC, ao procurar pelo termo “conflito trabalho-família”, são encontrados 18 resultados. Desses, 15 são artigos, dois são atas de congressos e um é dissertação de mestrado. Entre os artigos, sete foram publicados em português, sendo que três são da área de administração, três de psicologia e um da saúde. Por último, em busca similar no Scientific Periodicals Electronic Library (Spell), o termo “conflito trabalho-família” é encontrado em dois trabalhos, ambos da área de administração. O resultado dessas três bases de dados é um indicador de que, no Brasil, a temática central desse estudo tem amplo campo para desenvolvimento de pesquisas nas diferentes áreas do conhecimento.

Título das fontes

No que diz respeito às principais fontes que publicaram sobre a temática conflito trabalho-família na última década, destacam-se os journals elencados na Tabela 2.

Tabela 2
Título das fontes das publicações sobre conflito trabalho-família
Título das fontes das publicações sobre conflito trabalho-família
Elaborada pelas autoras (2018).

Era de se esperar, levando-se em consideração as principais áreas temáticas já destacadas, que as principais fontes estariam relacionadas à psicologia e à administração. O Journal of Vocational Behavior, journal com maior número de publicações sobre o tema, difunde artigos principalmente relacionados à carreira e ao trabalho e inclui tópicos como escolhas de carreira, desenvolvimento de carreira, transições de trabalho, gestão do trabalho-família, entre outros. Os quatro journals seguintes, com 44, 32, 30 e 28 publicações sobre conflito trabalho-família, respectivamente, são da área de psicologia.

Além desses, o Journal of Athletic Training, por exemplo, possivelmente abrange artigos da área ciências do esporte, destacada na Tabela 1 e o Journal of Family Issues, artigos da área de estudos familiares, também apresentada na Tabela 1.

Quanto maior o número de artigos de um tema em determinado journal, provavelmente mais alinhado esse tema está com o foco e escopo estabelecidos por aquela fonte. Sendo assim, a Tabela 2 indica as principais fontes internacionais sobre conflito trabalho-família, informação que pode colaborar para que os pesquisadores conheçam as principais diretrizes de um journal ao iniciar uma pesquisa sobre a temática.

Principais autores

Treze autores se destacaram por publicar 10 ou mais artigos sobre conflito trabalho-família nos últimos dez anos, conforme apresentado na Tabela 3.

Tabela 3
Principais autores das publicações sobre conflito trabalho-família
Principais autores das publicações sobre conflito trabalho-família
Elaborada pelas autoras (2018).

Stephanie M. Mazerolle, autora responsável por 24 publicações envolvendo o tema conflito trabalho-família é docente na University of Connecticut, segunda instituição com maior número de artigos sobre a temática (ver Tabela 4). De acordo com o sítio eletrônico da universidade, as áreas de estudo de Mazerolle envolvem: treino atlético, socialização profissional e organizacional, esgotamento físico e mental no trabalho, satisfação no trabalho, equilíbrio entre trabalho e vida, pesquisa qualitativa, educação clínica e orientação (UCONN, 2017).

Osman M. Karatepe, autor de 20 trabalhos a respeito da temática é professor de marketing na Faculdade de Turismo da Eastern Mediterranean University (ou Doğu Akdeniz Üniversitesi, apresentado na Tabela 4 como Dogu Akdeniz University). Seus interesses de pesquisa incluem marketing e administração, marketing interno e administração estratégica. Mais especificamente, Karatepe estuda temas como: qualidade do serviço, satisfação e fidelidade do cliente, conflito trabalho-família, esgotamento físico e emocional, processo de internacionalização de pequenas e médias empresas, entre outros (EMU, 2017).

Além desses apresentados, autores como Allen, Demerouti, Hammer e outros também parecem ter o conflito trabalho-família como um de seus principais temas de pesquisa, visto que tiveram, em média, pelo menos um trabalho por ano publicado sobre o assunto na última década.

Para os pesquisadores interessados no tema conflito trabalho-família, inteirar-se dos autores representantes ou expoentes da área pode ser relevante tanto no sentido de realizar network e estabelecer redes de pesquisa, quanto para identificar as lacunas que estão sendo encontradas em seus trabalhos (seja no que diz respeito a limitações ou pesquisas futuras).

Instituições

Na Tabela 4 estão listadas as principais instituições vinculadas à publicação de trabalhos nos últimos dez anos sobre o conflito trabalho-família.

Tabela 4
Principais instituições das publicações sobre conflito trabalho-família
Principais instituições das publicações sobre conflito trabalho-família
Elaborada pelas autoras (2018).

Das 18 universidades apresentadas na Tabela 4 apenas três não estão localizadas nos Estados Unidos: Erasmus University Rotterdam, na Holanda; Dogu Akdeniz University, em Chipre; e Tel Aviv University, em Israel.

O grande número de publicações decorrentes de universidades localizadas nos Estados Unidos está relacionado ao fato de esse ser o país com maior quantidade de trabalhos sobre a temática na última década, conforme é explicitado no tópico a seguir.

Países e idiomas

Quando observado o número de publicações em relação ao país de origem, os Estados Unidos recebem notoriedade com 615 estudos, equivalente a 41,28% do total de trabalhos do período analisado. Em seguida, conforme apresentado na Tabela 5, também se destacam a China, o Canadá, a Austrália, a Alemanha, a Holanda e a Inglaterra com mais de 60 publicações cada nos últimos dez anos.

Tabela 5
Países com publicações sobre conflito trabalho-família
Países com publicações sobre conflito trabalho-família
Elaborada pelas autoras (2018).

Além dos países apresentados na Tabela 5, outros 37 tiveram pelo menos dois trabalhos publicados na última década. Entre eles está o Brasil, com sete estudos sobre o conflito trabalho-família. Esse resultado relacionado ao Brasil revela lacunas sobre o estudo do tópico no âmbito nacional, conforme já mencionado no item 4.2.

Em relação ao idioma utilizado nas publicações sobre conflito trabalho-família destaca-se o inglês, com 1440 trabalhos publicados, o que representa 96,64% da amostra. Nos demais estudos, os idiomas foram: francês (10), polonês (8), alemão (7), espanhol (5), italiano (4), chinês (3), tcheco (3), português (3), croata (2) e eslovaco (2).

Conflito trabalho-família e hot topics

Como apresentado no tópico referente aos procedimentos metodológicos, a fim de encontrar os hot topics relacionados ao conflito trabalho-família foi feita uma análise das publicações encontradas na base de dados da Web of Science e da fundamentação teórica discorrida. O conhecimento prévio das pesquisadoras a respeito do tema também foi fundamental para a seleção inicial dos possíveis hot topics.

Após a análise dos 40 tópicos inicialmente propostos, na Tabela 6 estão os 22 com maiores índices h-b. A coluna “número de publicações” refere-se à seguinte pesquisa conjunta: “work-family conflict” and “tópico” (job satisfaction, health, turnover, etc.). O índice h-b é calculado pela própria base de dados e encontra-se na terceira coluna da tabela a seguir.

Tabela 6
Tópicos relacionados ao conflito trabalho-família
Tópicos relacionados ao conflito trabalho-família
Elaborada pelas autoras (2018).

Os tópicos estão organizados em ordem decrescente quanto ao índice h-b, índice referente ao número de citações de uma temática em determinado período de tempo. Por essa razão, não necessariamente as combinações com maior número de publicação terão um índice h-b maior.

Apresentados os índices h-b dos tópicos relacionados ao conflito trabalho-família, o resultado do índice m está evidenciado na Figura 2. Para o cálculo desse índice, é necessário dividir o índice h-b pelo período de tempo em que a análise está sendo realizada, nesse caso, 10, pois a pesquisa avalia as publicações na última década.

Índice m dos tópicos listados como possíveis hot topics
Figura 2
Índice m dos tópicos listados como possíveis hot topics
Elaborada pelas autoras (2018).

Conforme apresentado na Figura 2, 15 tópicos foram considerados hot topics, isto é, assuntos que têm sido comumente associados à temática central desse estudo, o conflito trabalho-família. Além desses, sete tópicos foram destacados como possíveis hot topics. Algumas considerações sobre essas combinações são feitas a seguir.

A satisfação no trabalho e a satisfação com a vida podem estar relacionadas ao equilíbrio entre os papéis do trabalho e da família bem como com o apoio organizacional, apoio do supervisor e dos colegas de trabalho (PATTUSAMY; JACOB, 2016; ALEGRE; MAS-MACHUCA; BERBEGAL-MIRABENT, 2016; LAMBERT; MINOR; WELLS et al., 2016). Nos casos em que não há satisfação com o trabalho ou essa satisfação é baixa, a intenção de sair do emprego pode aumentar, elevando, consequentemente, a rotatividade.

Questões de saúde, saúde mental, esgotamento físico e mental, transbordamento, exaustão emocional e bem-estar, também têm sido associadas ao conflito trabalho-família já que “[...] menos conflito pode resultar em benefícios mais amplos para a saúde e bem­estar” (RUPANNER, 2013, p. 343). Por outro lado, a presença do conflito “[...] pode levar a depressão, ansiedade e saúde geral deficiente” (ZHANG; PUNNETT; NANNINI, 2016, p. 295).

Ainda em relação aos hot topics, o assunto crianças/cuidado de crianças e idade ainda não possui consenso na literatura sobre conflito trabalho-família. Por exemplo, de acordo com Nomaguchi (2012), nos Estados Unidos, uma quantidade maior de filhos pode ser proporcional aos conflitos trabalho-família, no entanto, a idade da criança mais nova não possui relação com o conflito. Diferentemente, Oishi, Chan, Wang et al. (2015) relataram que no leste asiático o fato de ter filhos não é associado com o conflito trabalho-família. Em acordo com Oishi, Chan, Wang et al. (2015) e em contraste com Nomaguchi (2012), Ruppanner (2013), após pesquisar diversos indivíduos de dez países, constatou que apesar de o fato de ter filhos não ser relacionado com o conflito trabalho-família, crianças pequenas são motivo de maior conflito para seus pais. Discordante dos trabalhos citados anteriormente, Sevä e Öun (2015) relataram que na Suécia tanto a presença quanto a idade da criança são preditores do conflito-trabalho família, sendo que quanto mais nova a criança, maior o conflito. Nesse sentido, nota-se que as questões relacionadas aos filhos se associam a aspectos culturais.

Questões relacionadas a gênero e diferenças de gênero é outro tópico que provoca ampla discussão nos estudos sobre conflito trabalho-família (conforme apresentados nos trabalhos de Adisa, Osabutey, Gbadamosi, 2016b; Koyuncu, Burke e Wolpin, 2012; Liu; Ngo, 2017). Frequentemente a mulher é vista como mais sujeita a enfrentar conflitos entre o trabalho e a família já que a responsabilidade doméstica e familiar ainda tem maior peso para ela (GRÖNLUND; JAVORNIK, 2014). Não obstante, as mulheres também enfrentam desvantagem em aspectos biológicos, isto é, elas precisam se recuperar do parto e amamentar (REDDICK; ROCHLEN; GRASSO et al., 2012).

Quanto aos casais de dupla renda ou pais empregados, o conflito trabalho-família pode envolver outras variáveis como, por exemplo, trabalho flexível e licença parental. No trabalho de Radcliffe e Cassel (2015), realizado com 24 casais, observou-se que quando a mulher tinha um trabalho flexível, as demandas da casa a sobrecarregavam, aumentando o conflito. Para os homens, ter um trabalho flexível não teve o mesmo efeito (RADCLIFFE; CASSEL, 2015). No caso de utilização de licença parental, apesar de o período ser considerado positivo, o conflito trabalho-família pode aumentar quando a licença vai chegando ao final (GRÖNLUND; JAVORNIK, 2014).

O conflito trabalho família também pode estar associado ao compromisso organizacional. Esse último pode ser afetado quando há um desequilíbrio entre os papéis dos trabalhadores, isto é, quando esses percebem uma excessiva carga de trabalho e de responsabilidades familiares (FARRADINNA; HALIM, 2016). Por fim, altas demandas de trabalho e carga de trabalho podem estar relacionadas com exaustão emocional (BAERISWYL; KRAUSE; SCHWANINGER, 2016), bem como com o estresse devido ao conflito trabalho-família e conflito família-trabalho (MANSOUR; TREMBLAY, 2016).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Nesse artigo objetivou-se demonstrar o panorama das publicações relacionadas ao conflito trabalho-família disponíveis na base de dados da Web of Science no período de 2007 a 2016. A busca por publicações sobre o tema resultou em 1490 publicações. Ao longo dos anos é possível perceber um aumento no interesse dos pesquisadores pelo tema, evidenciado pelo crescimento no número de publicações na última década, já que em todos os anos analisados o número de artigos foi superior à quantidade publicada no período anterior.

Essas publicações estiveram relacionadas principalmente às áreas de Psicologia e Economia de negócios. Quanto às fontes em que essas publicações estavam vinculadas, destacam-se o Journal of Vocational Behavior, Journal of Occupational Health Psychology e Journal of Managerial Psychology, com 53, 44 e 32 publicações, respectivamente. Os autores mais relevantes nas publicações sobre conflito trabalho-família foram Stephanie M. Mazerolle e Osman M. Karatepe. No que diz respeito às instituições a que essas publicações estavam vinculadas, sobressaíram a State University System of Florida, University of Connecticut e Oregon University System, com 66, 41 e 37 artigos, respectivamente. Outra consideração é que dentre as 18 instituições destacadas, somente quatro não estão localizadas nos Estados Unidos, fato relacionado a esse ser o país com maior quantidade de trabalhos sobre a temática na última década. Sendo assim, os Estados Unidos lideraram o ranking dos países que mais publicaram estudos relacionados ao conflito trabalho-família, com 615 publicações, seguido da China, com 146 e do Canadá, com 109. Além disso, o inglês foi o idioma predominante nesses trabalhos, equivalente a 96,64% das publicações.

Na combinação de alguns tópicos com o conflito trabalho-família foram identificados 15 hot topics, isto é, assuntos que têm sido comumente associados à temática central desse estudo. Esses tópicos incluíram: satisfação no trabalho, saúde, rotatividade, bem-estar, satisfação com a vida, esgotamento físico e emocional, casais de dupla renda, pais empregados, demandas do trabalho, transbordamento, apoio organizacional, diferenças de gênero, filhos, compromisso organizacional e saúde mental. Além desses, tópicos como exaustão emocional, compromisso, apoio do supervisor, cuidado de crianças, trabalho flexível, equilíbrio trabalho-vida e carga de trabalho foram considerados como possíveis hot topics.

Os resultados dessa pesquisa contribuem para a construção do conhecimento científico acerca do conflito trabalho-família, bem como contribui para os pesquisadores interessados na área uma vez que apresenta os principais journals, autores e temáticas associadas. No entanto, essa pesquisa não esgota as possibilidades de apresentação de um panorama a respeito do conflito trabalho-família. Sugere-se, portanto, que estudos posteriores ampliem a técnica de coleta de dados, por exemplo, incluindo bases de dados nacionais. Pesquisas futuras também podem investigar como os trabalhos estão sendo estruturados quanto à metodologia e identificar as redes de autores sobre conflito trabalho-família.

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