A Revista de Contabilidade e Organizações, em cumprimento com sua missão, apresenta o número 3 do volume 2, com as seguintes contribuições:

A pesquisa intitulada “RELACIONAMENTO ENTRE PERSISTÊNCIA DO LUCRO RESIDUAL E PARTICIPAÇÃO DE MERCADO EM FIRMAS BRASILEIRAS DE CAPITAL ABERTO”, dos autores Antonio Carlos Dias Coelho e Andson Braga, avalia os efeitos da participação de mercado de firmas brasileiras sobre a série de lucros residuais, estimados pelo modelo de avaliação da firma de Ohlson (1995). Trata-se de uma pesquisa em que a amostra é coletada da base de dados da Economática e que utiliza três variáveis: índice de concentração industrial, crescimento do PIB e porte da firma. Os resultados do estudo indicam que, partindo-se da análise de lucros residuais, a participação de mercado não provoca ganhos anormais em firmas brasileiras.

Sirlei Lemes e Lycea Maria Maciel Nogueira, com “ESTUDO DO NÍVEL DE COMPARABILIDADE DOS AJUSTES PARCIAIS EM USGAAP E BRGAAP”, analisaram o nível de comparabilidade das empresas brasileiras que apuram seus resultados de acordo com os USGAAP. O estudo é exploratório, com pesquisa documental na coleta de dados. O índice utilizado para cálculo do nível de comparabilidade foi o Índice de Comparabilidade de Gray (1980). A pesquisa identificou que os ajustes que mais afetaram as reconciliações analisadas foram Combinações de Negócios e Intangíveis. O estudo demonstra também mensurações materialmente diferentes do lucro/ prejuízo líquido apurado segundo os BRGAAP e os USGAAP.

O estudo sobre “A INFLUÊNCIA DA COBERTURA DAS EMPRESAS DE RATING SOBRE O GERENCIAMENTO DE RESULTADOS DAS COMPANHIAS ABERTAS BRASILEIRAS”, de Camila Vasconcelos, Denilson Reis, Ivan Miyashiro e Edilson Paulo, discute a relação entre o comportamento discricionário dos gestores de companhias brasileiras e a cobertura das empresas de rating. O estudo enquadra-se como exploratório, utilizando-se também da pesquisa bibliográfica e empírica. Foram utilizados os modelos Jones e KS e a abordagem pooling of independent cross sections para mensurar os accruals discricionários. Os resultados evidenciam que não há relação entre o gerenciamento de resultados e a cobertura das empresas de rating no mercado brasileiro.

Suliani Rover, Fernando Dal-Ri Murcia, José Alonso Borba e Ernesto Fernando Rodrigues Vicente, na pesquisa “DIVULGAÇÃO DE INFORMAÇÕES AMBIENTAIS NAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS: UM ESTUDO EXPLORATÓRIO SOBRE O DISCLOSURE DAS EMPRESAS BRASILEIRAS PERTENCENTES A SETORES DE ALTO IMPACTO AMBIENTAL”, examinam a divulgação voluntária de informações ambientais pelas empresas brasileiras. A técnica utilizada foi a análise de conteúdo, sendo que, como unidade de registro, optou-se pelo número de sentenças. A amostra do estudo são as empresas listadas na Bolsa de Valores de São Paulo e pertencentes a setores de alto impacto ambiental, segundo a Lei 10.165/2000. O resultado da pesquisa evidenciou que a categoria com maior número de sentenças é a de “Políticas Ambientais”, seguida pela de “Informações Financeiras Ambientais”. A maioria das informações é declarativa, e não auditada, o que corrobora a Teoria do Disclosure Voluntário.

Marcos Antonio de Souza, Charline Barbosa Pires e Fabiana Costa Silveira abordam o tema “COLHEITA FLORESTAL: MENSURAÇÃO E ANÁLISE DOS EFEITOS DAS VARIÁVEIS CONTROLÁVEIS E NÃO CONTROLÁVEIS NO CUSTO DAS ATIVIDADES DE CORTE E DESCASQUE MECANIZADO”, discutindo aspectos da classificação, mensuração e análise dos custos envolvidos na prestação de serviços da colheita florestal, mais especificamente nas atividades de corte e descasque. Trata-se de um estudo de caso único, que utilizou como fonte de dados a observação direta, entrevistas, documentos e registros em arquivos.

Chega-se a conclusão que o modelo apresentado oferece subsídios para decisões sobre custo, produtividade e preço de venda.O estudo “UMA APLICAÇÃO DA REGRESSÃO LOGÍSTICA NO INVENTÁRIO DE ESTILOS DE APRENDIZAGEM DE CANFIELD (LSI) SOB A ÓTICA DAS REPROVAÇÕES ACADÊMICAS”, dos autores Jacqueline Veneroso Alves Cunha, Edgard Bruno Cornachione Junior e Gilberto de Andrade Martins, tem como objetivo analisar o nível de repetência dos discentes dos cursos de Ciências Contábeis no contexto brasileiro, utilizando as variáveis consideradas pelo Inventário de Estilos de Aprendizagem de Canfield (LSI). O estudo foi feito por meio de aplicação de questionário em uma das maiores instituições de ensino particulares do estado de Minas Gerais. Utilizou-se a regressão logística como ferramenta estatística.

A conclusão da pesquisa é que a reprovação está associada positivamente à preferência dos alunos por detalhes, quando se trata de aulas expositivas, e à alta expectativa com relação às suas notas. Sandra Rolim Ensslin e Beatriz Maurilia dos Santos da Silva, por meio do tema “INVESTIGAÇÃO DO PERFIL DOS ARTIGOS PUBLICADOS NOS CONGRESSOS DE CONTABILIDADE DA USP E DA UFSC COM ÊNFASE NA INICIAÇÃO CIENTÍFICA”, apresentam os artigos publicados nos anais dos Congressos USP de Controladoria e Contabilidade e Iniciação Científica em Contabilidade, no ano de 2004, e comparam com a produção dos Congressos UFSC de Controladoria e Finanças e Iniciação Científica em Contabilidade, no ano de 2007. A pesquisa tem caráter descritivo e busca apresentar as características das produções que contemplam a modalidade “Iniciação Científica”. Os resultados evidenciaram, entre outros aspectos, que: o macro-tema Contabilidade Gerencial é o mais explorado pelos autores mais prolíficos; prevalecem os estudos empírico-teóricos; as referencias nacionais se sobressaem; os livros são as obras mais referenciadas.

Na pesquisa sobre “APLICAÇÃO DA ANÁLISE POR ENVOLTÓRIA DE DADOS UTILIZANDO VARIÁVEIS CONTÁBEIS”, os autores Silvia Pereira de Castro Casa Nova e Ariovaldo dos Santos demonstram a importância do uso de técnicas estatísticas e matemáticas para testar os desempenhos econômico, financeiro e operacional das empresas. O objetivo do estudo é apresentar a aplicação dos pressupostos do modelo DEA na avaliação dos níveis de eficiência das empresas brasileiras, a partir de variáveis contábeis. A técnica utilizada permitiu traçar uma fronteira de eficiência para o conjunto de empresas analisadas, além de possibilitar a identificação das ações que a companhia considerada ineficiente deveria realizar para atingir a fronteira.

Boa leitura! Os Editores.