Editorial
A principal preocupação da RCO é a de contribuir para a disseminação dos conhecimentos produzidos e servir como meio para reduzir o tempo entre a produção científica e a sua aplicação prática na sociedade. Este é um grande desafio, que se concretiza com a edição do volume 7, número 18 de 2013, oferecendo as seguintes contribuições científicas à comunidade.
Os autores Eugênio José Silva Bitti; André Carlos Busanelli Aquino; João Amato Neto desenvolveram um estudo sobre o “MONITORAMENTO E COORDENAÇÃO EM REDES DE FRANQUIA: DISPERSÃO GEOGRÁFICA E AUTOMAÇÃO IMPACTANDO O MIX CONTRATUAL”. Numa análise orientada pelas predições da Teoria da Agência, que preconiza que incentivos ao desempenho local desejado são obtidos alocando-se a propriedade da loja para agentes locais: os franqueados. Os testes estatísticos realizados, com base em informações de 191 redes franqueadas do Brasil, indicam que ambos os vetores agem no sentido esperado sobre a distribuição da propriedade das unidades (lojas próprias e franqueadas). Portanto, (i) a dispersão geográfica das unidades eleva custos de monitoramento, o que demanda o emprego de mecanismos de incentivo ao desempenho local; e (ii) o nível de automação dos processos da lojas potencializa a capacidade de monitoramento à distância, o que alivia a necessidade de investimento em incentivos (menos lojas franqueadas são esperadas).
O estudo realizado por Gilberto Ataide Camara e Fernando Caio Galdi buscou apresentar uma da “SECURITIZAÇÃO COMO MECANISMO DE GERENCIAMENTO DE RESULTADOS EM BANCOS BRASILEIROS”, em que buscou investigar a prática de gerenciamento de resultados nas instituições financeiras brasileiras por meio da realização de operações de securitização. Os autores identificaram: I) relação negativa entre os ganhos com securitização e os ganhos antes da securitização das instituições financeiras; ii) relação negativa dos ganhos com securitização e a variação dos ganhos antes da securitização entre o exercício atual e o exercício anterior; e iii) Não encontraram evidências de que a estruturação das operações com FIDCs influenciam o resultado com a transferência.
A pesquisa “ESCOLHA DE PRÁTICAS CONTÁBEIS: UM ESTUDO SOBRE PROPRIEDADES PARA INVESTIMENTO EM EMPRESAS BRASILEIRAS NÃO FINANCEIRAS DE CAPITAL ABERTO” de autoria de Thiago de A. Costa; Adolfo H. C. e Silva; Luiz da C. Laurencel, teve como objetivo analisar os incentivos econômicos para seleção do método (custo ou valor justo) de mensuração contábil das propriedades para investimento por parte das empresas brasileiras não financeiras de capital aberto, por meio das análises: univariada e multivariada, numa amostra de 36 empresas. Os resultados indicaram que apenas 14 empresas optaram pelo método do valor justo para mensuração de suas propriedades para investimento. Portanto, os autores concluem que apenas a variável receita líquida foi estatisticamente significante para explicar o método de mensuração das propriedades para investimento escolhido pelas empresas.
Os autores Rita de Cássia C. P. Camargo; Raphael Weigert Camargo; Luiz Alberton; Marcelo H. Dutra desenvolveram um trabalho com o objetivo de identificar “A PERCEPÇÃO DOS AUDITADOS EM RELAÇÃO ÀS COMPETÊNCIAS COMPORTAMENTAIS DOS AUDITORES INDEPENDENTES: UM ESTUDO EMPÍRICO NA REGIÃO DA GRANDE FLORIANÓPOLIS - SC”. Os resultados indicaram que a percepção dos auditados, para as vinte e uma competências investigadas variou entre média (mediana 3) e alta (mediana 4), com destaque para as competências “ambição” e “flexibilidade”, que obtiveram a mais alta e a mais baixa classificação, respectivamente. Em geral, algumas competências podem obter alta ou baixa classificação, de acordo com a experiência dos auditores.
O artigo “SEPARAÇÃO ENTRE PROPRIEDADE E CONTROLE E SUA RELAÇÃO COM DESEMPENHO E VALOR DE EMPRESAS BRASILEIRAS: ONDE ESTAMOS?” das autoras Fernanda Maciel Peixoto; Aline Rabelo Assis Buccini teve como objetivo, numa análise inicialmente da estrutura de propriedade e controle das empresas brasileiras de capital aberto, nos anos de 2004, 2006 e 2008, identificar uma possível relação entre a concentração de direitos de voto e a concentração de direitos sobre o fluxo de caixa com desempenho e valor das empresas, por meio de uma análise de dados em painel. Os resultados indicam que firmas com estrutura mais concentrada possuem menor valor e menor desempenho.
Os autores Marcelle C. Oliveira; João E. Ponte Junior; Oderlene V. Oliveira na pesquisa intitulada de “CORPORATE SOCIAL REPORTING PRACTICES OF FRENCH AND BRAZILIAN COMPANIES: A COMPARISON BASED ON INSTITUTIONALTHEORY” avaliaram, a partir dos relatórios publicados, pelas 15 empresas francesas e brasileiras, listadas no Top Ranking mundial da Forbes, o nível de divulgação das práticas de divulgação de informações sociais. Os resultados revelaram que as práticas de divulgação de empresas dos dois países são semelhantes, sem significância estatística ligada ao tamanho da empresa ou país de origem.
A equipe editorial da RCO e todos que participaram direta e indiretamente da construção desta edição desejam uma boa leitura!
Amaury José Rezende Editor-chefe da RCO