ARTIGO
Recepção: 28 Junho 2022
Aprovação: 15 Dezembro 2022
DOI: https://doi.org/10.11606/issn.2316-9141.rh.2023.199429
Resumo: A inscrição monumental Aquemênida no monte Behistun (Bisitun), na província iraniana do Kermanshah (oeste do Irã), narra a versão oficial da ascensão de Dario ao poder na Pérsia Antiga. Em três línguas e grafias (persa antigo, elamita e acadiano), este inestimável documento histórico foi essencial para a decifração do cuneiforme no século XIX. Ele também se prestou à reconstrução da história do Império Aquemênida, anteriormente conhecida mormente graças aos relatos das fontes gregas e bíblicas. Devido à relevância e singularidade da Inscrição de Behistun, propõe-se uma tradução direta do persa antigo para o português, ampliando o acesso do público leigo e especializado ao documento. Comentários históricos abordando as principais discussões relativas à inscrição acompanham o texto.
Palavras-chave: Behistun, Pérsia, Persa antigo, Aquemênidas, cuneiforme.
Abstract: The monumental Achaemenid inscription at mount Behistun (Bisitun), in the Iranian province of Kermanshah (western Iran), reports the official version of Darius’ accession to power in Ancient Persia. Written in three languages and scripts (Old Persian, Elamite, and Akkadian), this invaluable historical document was vital to the decipherment of the cuneiform script in the 19th century. It also enabled the reconstruction of the Achaemenid Empire’s history, previously known to us mainly through the accounts of Greek and biblical sources. Due to the importance and uniqueness of the Behistun Inscription, we propose the translation of the Old Persian text directly to the Portuguese language, providing wider access to the document for specialized and non-specialized audiences. Historical commentaries approaching the most important debates associated with the inscription also follow the text.
Keywords: Behistun, Persia, Old Persian, Achaemenids, cuneiform.
Introdução
A mais extensa inscrição do Império Aquemênida, a principal base para a decifração de três grafias cuneiformes e possivelmente o mais antigo texto em persa antigo (KUHRT, 2007, p. 151): tal é o monumento à vitória de Dario I contra o usurpador Gaumāta, localizado no alto do monte Behistun (também grafado Bisutun, Bisotun, Bīsotūn, Bisitun, Bīsītūn, Bistun ou Beistum), com cerca de 500 metros de altura, a 32 quilômetros de Kermanshah, capital da homônima província iraniana (SCHMITT, 1991, p. 17; ALLEN, 2005, p. 38). Behistun é parte da cadeia montanhosa que delimita esta província ao norte, situando-se nas imediações de uma parada com fontes aquíferas na rota de caravana que ligava a Média à Mesopotâmia (KING; THOMPSON, 1907, p. xii; SCHMITT, 1991, p. 17-18). Trata-se, além disso, de um sítio sagrado desde a Antiguidade, como atesta a etimologia do nome: Behistun se origina do persa *Bagastāna-, “local dos deuses” (LECOQ, 1997, p. 83-84), helenizado para Bagístanon (óros) em Diodoro Sículo (autor que, a partir de Ctésias, considerava que o monumento seria obra de Semíramis, a mítica rainha assíria) (D.S. 2.13.1-2) (KING; THOMPSON, 1907, p. xiii-xiv; SCHMITT, 1991, p. 17; 2000; ROOT, 2013, p. 49; ARAUJO, 2018, p. 133; cf. LENFANT, 2004, p. 38-39; F1b §13, 1-2).
A Inscrição de Dario em Behistun, abreviada pelos especialistas como “DB” (junção das iniciais do rei e do local onde se situa),3 é um conjunto imagético e textual de 18 metros de comprimento por 7 metros de altura, talhado, ao que tudo indica, entre os anos 520 e 519 a.C. (SCHMITT, 1991, p. 17-18).4 Ele contém um relevo do monarca persa pisando sobre o inimigo Gaumāta, diante de nove reis cativos amarrados pelo pescoço, e sob a figura de um disco solar que, muito provavelmente, corporificava a deidade suprema do panteão persa, Ahura Mazda (ROOT, 1979, p. 169-176; 2013, p. 30; 52-54; ARAUJO, 2018, p. 133; HENKELMAN, 2021a, p. 1227).5 Há uma inscrição em grafia e língua elamitas à direita da imagem, outra em acadiano (no “dialeto” babilônico) à esquerda e, finalmente, uma inscrição em persa antigo, abaixo dos relevos (SCHMITT, 1991, p. 17-20). Uma cópia da versão elamita original foi inscrita à esquerda da versão persa, já que o primeiro texto elamita teve de ser abandonado no curso dos eventos a fim de se acrescentar a imagem de um malfadado rebelde cita (CAMERON, 1960, p. 60). Inscrições menores nomeando as personagens nos relevos, bem como uma genealogia de Dario, se encontram ao redor do conjunto (DBa-k) (SCHMITT, 2009, p. 91-96). O texto persa, ademais, possui uma quinta coluna, “suplementar”, ausente das versões elamita e acadiana, que reporta as últimas campanhas repressivas de Dario (SCHMITT, 2009, p. 18-19).
Presume-se que a versão original da inscrição teria sido composta em persa antigo, uma língua indo-europeia do ramo indo-iraniano (FORTSON, 2010 [2004], p. 239-241; MACEDO, 2020, p. 41-42) cuja forma conhecida através das inscrições régias é essencialmente literária, e não exatamente igual ao que seria o persa falado à época (ROSSI, 2021a, p. 53).6 A hipótese de que o rei teria ditado o texto em sua chancelaria a escribas que a traduziam automaticamente para o elamita escrito, a partir do qual uma cópia persa seria redigida (a tese da “aloglotografia” de GERSHEVITCH, 1979; cf. STOLPER, 2004, p. 64; ARAUJO, 2018, p. 140-142), é hoje vista com reservas (ROSSI, 2021a, p. 55). De toda forma, é provável que o elamita tenha sido a primeira grafia usada para inscrever a narrativa em pedra (ROSSI, 2021b, p. 78).7 Isso não surpreende, uma vez que o reino do Elam fora a mais importante entidade política da região antes da chegada dos iranianos e o seu cuneiforme era corrente para a documentação administrativa Aquemênida. Seja como for, os “parágrafos” (§§) da inscrição são unidades formais definidas pela fórmula de introdução θāti Dārayavauš xšāyaθiya (“diz Dario, o rei”), que remete a um mesmo fato essencial: um ditado áulico.
O monumento é pouco visível aos viajantes que o observam de longe (MATHESON, 1979, p. 127; ROOT, 2013, p. 47), sendo impensável que alguém pudesse lê-lo do chão ou mesmo da plataforma mais próxima, cerca de 20 metros abaixo do conjunto (SCHMITT, 1991, p. 17). Mesmo recentemente, o conteúdo da inscrição só pôde ser totalmente conhecido após as arriscadas empreitadas de diversos especialistas ao longo dos séculos XIX e XX. De fato, o próprio Henry Rawlinson, a quem se credita um papel essencial na decifração do cuneiforme, sujeitou-se a enormes riscos em suas visitas ao local entre 1835-1837 e em 1847 (KING; THOMPSON, 1907, p. xvi-xx; BOTTÉRO, 1987, p. 116).8 De toda forma, pode-se asseverar que o relevo visava a impressionar os transeuntes (ROOT, 2013, p. 47), e sabe-se que o texto da inscrição havia sido divulgado pelo império em várias línguas e suportes, como atestam cópias em aramaico (ROLLINGER, 2015, p. 121-122; 126; ROSSI, 2021b, p. 75-76) e fragmentos de uma estela contendo uma versão babilônica (SCHMITT, 1991, p. 13; SEIDL, 1999). A própria versão de Heródoto, cujas congruências narrativas com Behistun provocaram espanto na geração que decifrara o texto, é tida por muitos como testemunho dessa circulação, possivelmente numa versão em grego (ROLLINGER, 2015, p. 125). Essa ampla disseminação deve, portanto, corresponder a alguma função legitimadora da inscrição, sem prejuízo de outros aspectos, como, por exemplo, uma possível função cronográfica (KOSMIN, 2018).9 Por fim, se, de um lado, a divulgação do texto de DB é atestada, também é verdade que a audiência presumida das demais inscrições e relevos reais, como regra, seria bastante restrita. Com raras exceções, as inscrições e relevos se limitavam ao centro imperial (ROLLINGER, 2015; JACOBS, 2021a, p. 756-758) e alguns textos se endereçavam expressamente aos futuros reis (cf. DNb; MACEDO, 2020, p. 41).
O Império Persa Aquemênida, responsável pela monumental inscrição de Behistun, foi o mais extenso e diversificado império territorial até então visto no Mediterrâneo Antigo (KHATCHADOURIAN, 2016, p. xxxi-xxxiii). Ele adotou mecanismos complexos de controle e dominação, um sistema multilinguístico de escrita e administração, uma religião inovadora (LINCOLN, 2007), e teve, por fim, um impacto duradouro sobre a história e o imaginário das civilizações grega, helenística e latina (SPAWFORTH, 1994; LEROUGE, 2007; LENFANT, 2011).
O texto persa contém um preâmbulo com a titulatura real e a genealogia de Dario I, bem como uma narrativa dos eventos do final do reinado de Cambises. Reporta-se o secreto assassinato do irmão de Cambises, Br̥diya (“Esmérdis” na narrativa de Heródoto), a revolta de um farsante (o mago Gaumāta),10 a morte de Cambises e, finalmente, o assassinato de Gaumāta por Dario em setembro de 522 a.C. Adiante, o texto narra outras revoltas que teriam eclodido pelo império após a ascensão de Dario I e a derradeira vitória deste monarca Aquemênida contra seus inimigos, os nove “reis mentirosos” representados nos relevos.
A escrita cuneiforme persa foi, muito provavelmente, criada por ordem de Dario I, conforme sugere a debatida interpretação de uma passagem de DB (§70) (KUHRT, 2007, p. 157; STRONACH, 2000).11 É um sistema relativamente simples em que 33 de seus signos cuneiformes representam, cada um, uma sílaba, geralmente uma consoante (C) com a vogal “a” (<Ca>), mas também algumas terminadas em “u” (<Cu>) e “i” (<Ci>) (KENT, 1950, p. 11-12; SKJÆRVØ, 2009, p. 52-53). Há três sinais vocálicos (<a>, <i> e <u>), sem distinção entre longas e breves, salvo no meio ou no final de palavras em <Ca>, em que as longas são indicadas pelo acréscimo de um <a> (KENT, 1950, p. 13). Há pelo menos oito logogramas atestados, mas que ainda não eram usados na época em que foi inscrita a proclamação de Behistun (KENT, 1950, p. 18). Outra particularidade de Behistun são os signos <:> (divisor) e <ya>, cujas linhas iniciais, grafadas da metade da linha até embaixo, acabam sendo menores do que em outras inscrições (SCHMITT, 1991, p. 19; SKJÆRVØ, 2009, p. 53). Além do divisor de palavras, há alguns sinais numéricos (transliterados por números romanos) (KENT, 1950, p. 19). Entre as sílabas de leitura menos evidente, destacam-se o persa <ca>, que era uma africada (/č/ ou /tʃ/) pronunciada como o “tch” português em “tchau”; o <xa>, uma fricativa velar surda (/x/), como o “ch” do alemão “Buch”; e, finalmente, o <ça>, que tem valor fonético incerto (KENT, 1950, p. 24-25). A escrita <a-ra> poderia ser usada para denotar um “r silábico” (grafado pelos autores variavelmente como r̥ ou ar̥), pronunciado como no inglês bird (KENT, 1950, p. 15; SKJÆRVØ, 2009, p. 53). Os persas geralmente omitiam as nasais antes de consoantes, motivo pelo qual estas, quando pressupostas pela linguística comparativa, são amiúde sobrescritas na transcrição (transl.: <ba-da-ka> = transc. bandaka) (KENT, 1950, p. 17, §39). O <u> e <i> no final (ou, às vezes, no meio) de palavras eram convencionalmente grafados com um <va> e <ya> adiante, respectivamente (KENT, 1950, p. 17; SKJÆRVØ, 2009, p. 53). O “h” não era grafado antes de “u” (KENT, 1950, p. 12-13).12
Devido à agência do clima e do tempo, para não mencionar os estragos causados por disparos durante as duas guerras mundiais, o monumento em Behistun possui diversos trechos ilegíveis. A quinta coluna do texto persa, em particular, está em estado “deplorável”, como confessam os especialistas (SCHMITT, 1991, p. 22). Sendo assim, e na carência de fotografias do monumento inteiro, dependemos de edições críticas consagradas para conhecer o original. O primeiro a copiar todo o texto cuneiforme persa em Behistun foi Henry Rawlinson, no século XIX. Trechos do texto também foram copiados, em 1903, pelo professor William Jackson. A primeira edição cuneiforme completa, já defasada, é a de King e Thompson (1907) (incluindo o elamita e o babilônio). O professor George Cameron fez uma impressão em látex da inscrição, em 1948, garantindo maior precisão em nossas leituras (1951; 1960). Atualmente, a edição crítica mais completa é a de Rüdiger Schmitt (1991), com referências às reconstruções de outros especialistas. A edição de Schmitt não contém o cuneiforme em si, mas a transliteração e transcrição do texto persa. Ela nos servirá de base para nossa tradução, assim como para a normalização de termos persas e nomes próprios em geral (dando-se preferência, na tradução, àqueles consagrados pela tradição em língua portuguesa).13
Há mais de uma tradução do texto persa para o inglês, como a de KING e THOMPSON (1907), a de KENT (1950), a de SCHMITT (1991), e a de BROSIUS (2021, p. 50-59). Há uma versão em francês traduzida por LECOQ (1997), uma versão do texto persa em italiano, de ASHERI (1990), e, além disso, uma tradução para o alemão, por SCHMITT (2009). O dicionário de persa antigo mais atual, também em alemão, foi publicado por SCHMITT (2014). A versão elamita foi traduzida para o francês por GRILLOT-SUSINI, HERRENSCHMIDT e MALBRAN-LABAT (1993), e, mais recentemente, por PARIAN (2017; 2020; ainda incompleta). A versão do acadiano babilônico foi traduzida para o inglês por VON VOIGTLANDER (1978), e, mais tarde, para o francês, por MALBRAN-LABAT (1994). A versão conhecida do aramaico, fragmentária, pode ser consultada pela edição de GREENFIELD e PORTEN (1982), enquanto os fragmentos de uma estela babilônica foram tratados em um artigo em alemão por SEIDL (1999).14 O Projeto DARIOSH prevê a publicação de todas as inscrições Aquemênidas cotejando as suas diferentes versões (elamita, acadiano e persa), mas, salvo por alguns volumes já publicados, tais traduções ainda estão em andamento (BASELLO et al., 2012).15
A Inscrição de Dario em Behistun (DB) – versão em Persa Antigo
§1° Eu (sou) Dario, o grande rei, rei dos reis, rei na Pérsia, rei dos países, filho de Histaspes, neto de Arsames, um Aquemênida.16
§2° Diz Dario, o rei: meu pai (é) Histaspes, o pai de Histaspes (é) Arsames, o pai de Arsames (foi) Ariaramnes, o pai de Ariaramnes (foi) Teispes, o pai de Teispes (foi) Aquêmenes.17
§3° Diz Dario, o rei: por isso, nós somos chamados Aquemênidas; desde muito tempo, nós somos nobres; desde muito tempo, foram reis os de nossa estirpe.18
§4° Diz Dario, o rei: (houve) oito da minha família que foram reis antes; eu (sou) o nono; agora como antes, nós somos nove reis.19
§5° Diz Dario, o rei: pela vontade de Ahura Mazda, eu sou rei; a mim Ahura Mazda outorgou o império.20
§6° Diz Dario, o rei: estes (são) os países que me couberam; pela vontade de Ahura Mazda, eu fui o rei deles: Pérsia, Elam, Babilônia, Assíria, Arábia, Egito, os que (habitam) no mar, Lídia, Jônia, Média, Armênia, Capadócia, Pártia, Drangiana, Ariana, Corásmia, Báctria, Sogdiana, Gandara, Cítia, Satagídia, Aracósia, Mácria; vinte e três países no total.21
§7° Diz Dario, o rei: esses (são) os países que me couberam; pela vontade de Ahura Mazda, eles foram meus vassalos; eles me traziam tributo; o que lhes era dito por mim, de noite ou durante o dia, aquilo eles costumavam fazer.22
§8° Diz Dario, o rei: nesses países, o homem que era leal, eu o tratei bem; o que era desleal, eu o puni rigorosamente; pela vontade de Ahura Mazda, esses países observaram a minha lei; conforme lhes era dito por mim, assim eles costumavam fazer.23
§9° Diz Dario, o rei: Ahura Mazda me outorgou este império; Ahura Mazda me trouxe ajuda até que eu assumisse o controle deste império; pela vontade de Ahura Mazda, eu controlo este império.24
§10 Diz Dario, o rei: isto (é) o que foi feito por mim depois que me tornei rei: (um homem) de nome Cambises, filho de Ciro, da nossa família, ele era rei aqui antes; aquele Cambises tinha um irmão, de nome Esmérdis, de mesma mãe e mesmo pai que Cambises; então Cambises matou aquele Esmérdis; quando Cambises matou aquele Esmérdis, não fora conhecido pelo povo que aquele Esmérdis havia sido morto; depois Cambises partiu para o Egito; quando Cambises partiu para o Egito, então o povo se tornou desleal; e a mentira se tornou numerosa no país, na Pérsia, na Média e nos demais países.25
§11 Diz Dario, o rei: havia então certo homem, um mago, de nome Gaumāta. Ele se insurgiu a partir de Paišiyāuvādā, uma montanha de nome Arakadri, de lá (ele se insurgiu); eram passados quatorze dias do mês de Viyaxna, quando ele se insurgiu; ele mentiu assim ao povo: “Eu sou Esmérdis, filho de Ciro, irmão de Cambises”; então, o povo inteiro se rebelou contra Cambises (e) se bandeou para aquele (Gaumāta) – a Pérsia, a Média e os demais países; ele tomou o império para si; eram passados nove dias do mês de Garmapada, então ele tomou o império para si; depois, Cambises morreu sua própria morte.26
§12 Diz Dario, o rei: este império que Gaumāta, o mago, roubou a Cambises, este império pertenceu à nossa família desde muito tempo; depois, Gaumāta, o mago, roubou a Cambises a Pérsia, a Média e os demais países; ele se apoderou deles (e) os fez sua propriedade; ele se tornou rei.
§13 Diz Dario, o rei: não havia um homem, nem persa, nem medo, nem ninguém da nossa família, que pudesse recobrar o império àquele mago Gaumāta; o povo tinha muito medo dele; ele costumava matar em grande número o povo que antes conhecera Esmérdis; por isso ele costumava matar o povo: “para que não me reconheça, (para que não reconheça) que eu não sou Esmérdis, filho de Ciro”; ninguém ousava dizer algo sobre Gaumāta, o mago, até que eu cheguei; então, eu pedi ajuda a Ahura Mazda; Ahura Mazda me trouxe ajuda; dez dias do mês de Bāgayādi eram passados, então eu, com poucos homens, matei aquele Gaumāta, o mago, e os homens que eram seus principais seguidores; um forte de nome Sikayuvati, um país de nome Nisāya, na Média, lá eu o matei; eu tomei o império dele; pela vontade de Ahura Mazda, eu me tornei rei; a mim Ahura Mazda outorgou o império.27
§14 Diz Dario, o rei: o império que havia sido levado embora de nossa família, eu o restaurei; eu o fixei no lugar; eu refiz os templos que Gaumāta, o mago, destruíra, exatamente como antes; eu restituí ao povo as propriedades, o gado, os servos e as casas que Gaumāta, o mago, lhe havia roubado; eu estabeleci o povo no lugar, a Pérsia, a Média e os demais países; eu reestabeleci o que havia sido levado embora, exatamente como antes; pela vontade de Ahura Mazda, eu o fiz; eu me esforcei até que eu recolocasse o domínio da nossa família no lugar, exatamente como antes; pela vontade de Ahura Mazda, eu me esforcei assim, de tal sorte que Gaumāta, o mago, não tomasse nosso domínio.28
§15 Diz Dario, o rei: isso (é) o que eu fiz depois que me tornei rei.
§16 Diz Dario, o rei: quando eu matei Gaumāta, o mago, então um certo homem de nome Āçina, filho de Upadarama – ele se insurgiu no Elam (e) declarou assim ao povo: “eu sou rei no Elam”; depois, os elamitas se rebelaram; eles se bandearam para aquele Āçina; ele se tornou rei no Elam; e um certo homem babilônio, de nome Nadintabaira, filho de Ainaira, ele se insurgiu na Babilônia (e) mentiu assim ao povo: “eu sou Nabucodonosor, filho de Nabonido”; então o povo babilônico inteiro se bandeou para aquele Nadintabaira; a Babilônia se tornou rebelde; ele tomou o poder na Babilônia.29
§17 Diz Dario, o rei: então eu enviei (um mensageiro) para o Elam; aquele Āçina foi conduzido acorrentado até mim; eu o matei.30
§18 Diz Dario, o rei: então eu fui à Babilônia contra aquele Nadintabaira, que se dizia Nabucodonosor; o exército de Nadintabaira tinha o Tigre; lá (o exército) se postou, e (o Tigre) era (somente) navegável, em razão das águas; então eu coloquei o exército em couros de animal; a outros fiz serem conduzidos por camelo (e) aos demais dei cavalo; Ahura Mazda me trouxe ajuda; pela vontade de Ahura Mazda, nós atravessamos o Tigre; lá eu destruí completamente aquele exército de Nadintabaira; vinte e seis dias do mês de Āçiyādiya eram passados, então nós travamos batalha.31
§19 Diz Dario, o rei: depois, eu fui à Babilônia; então, quando eu ainda não havia me aproximado da Babilônia, um vilarejo de nome Zāzāna, à margem do Eufrates, para lá aquele Nadintabaira, que se dizia Nabucodonosor, foi com o (seu) exército, contra mim, para travar batalha; então nós travamos batalha; Ahura Mazda me trouxe ajuda; pela vontade de Ahura Mazda, eu destruí completamente o exército de Nadintabaira; uma parte na água foi lançada; a água a levou embora; eram passados dois dias do mês de Anāmaka, então nós travamos batalha.32
§20 Diz Dario, o rei: depois, Nadintabaira fugiu com poucos cavaleiros (e) foi para a Babilônia; então eu fui para a Babilônia; pela vontade de Ahura Mazda, eu capturei a Babilônia e capturei aquele Nadintabaira; então eu matei aquele Nadintabaira na Babilônia.33
§21 Diz Dario, o rei: quando eu estava na Babilônia, estes (foram) os países que se rebelaram contra mim: Pérsia, Elam, Média, Assíria, Egito, Pártia, Margiana, Satagídia (e) a Cítia.34
§22 Diz Dario, o rei: um certo homem, de nome Martiya, filho de Cincaxri, um vilarejo de nome Kuganakā, na Pérsia, lá ele ficava; ele se insurgiu no Elam, e declarou assim ao povo: “eu sou Imani, rei no Elam”.35
§23 Diz Dario, o rei: eu estava perto do Elam então; depois, os elamitas tiveram medo de mim; eles capturaram aquele Martiya, que era comandante deles, e o mataram.
§24 Diz Dario, o rei: um certo homem de nome Fraortes, um medo, ele se insurgiu na Média (e) declarou assim ao povo: “eu sou Xšaθrita, da família de Ciaxares”; depois, o exército medo que (estava) dentro do palácio, ele se rebelou contra mim (e) se bandeou para aquele Fraortes; ele se tornou rei na Média.
§25 Diz Dario, o rei: o exército persa e medo que estava sob meu comando, ele era pouco; então eu enviei um exército; um persa, de nome Hidarnes, meu vassalo, eu o tornei comandante deles; eu lhes disse assim: “ide e destruí aquele exército medo, o que não se diz meu”; então, aquele Hidarnes partiu com o exército; quando ele chegou à Média, um vilarejo de nome Māru, na Média, lá ele travou batalha com os medos; aquele que era comandante entre os medos, ele não se encontrava lá então; Ahura Mazda me trouxe ajuda; pela vontade de Ahura Mazda, o meu exército destruiu aquele exército rebelde completamente; eram passados vinte e sete dias do mês de Anāmaka, então a batalha foi travada por eles; depois, aquele meu exército, um distrito de nome Kampanda, lá ele me esperou até que eu chegasse à Média.36
§26 Diz Dario, o rei: um armênio de nome Dādr̥ši, meu vassalo, eu o enviei à Armênia; assim eu lhe disse: “vai (e), aquele exército rebelde que não se diz meu, destrói-o”; depois, Dādr̥ši partiu; quando ele chegou à Armênia, então os rebeldes se reuniram (e) foram contra Dādr̥ši travar batalha; um povoado de nome Zūzahya, na Armênia, lá eles travaram batalha; Ahura Mazda me trouxe ajuda; pela vontade de Ahura Mazda, o meu exército destruiu completamente aquele exército rebelde; eram passados oito dias do mês de Θūravāhara, então a batalha foi travada por eles.37
§27 Diz Dario, o rei: uma segunda vez os rebeldes se reuniram (e) foram contra Dādr̥ši travar batalha; um forte de nome Tigra, na Armênia, lá eles travaram batalha; Ahura Mazda me trouxe ajuda; pela vontade de Ahura Mazda, o meu exército destruiu completamente aquele exército rebelde; eram passados dezoito dias do mês de Θūravāhara, então a batalha foi travada por eles.38
§28 Diz Dario, o rei: uma terceira vez os rebeldes se reuniram (e) foram contra Dādr̥ši travar batalha; um forte de nome Uyavā, na Armênia, lá travaram batalha; Ahura Mazda me trouxe ajuda; pela vontade de Ahura Mazda, o meu exército destruiu completamente aquele exército rebelde; eram passados nove dias do mês de Θāigraci, então a batalha foi travada por eles; depois, Dādr̥ši me esperou na Armênia até que eu chegasse à Média.39
§29 Diz Dario, o rei: um persa de nome Vaumisa, meu vassalo, eu o enviei à Armênia; eu lhe disse assim: “vai (e), aquele exército rebelde que não se diz meu, destrói-o”; depois, Vaumisa partiu; quando ele chegou à Armênia, então os rebeldes se reuniram (e) foram contra Vaumisa travar batalha; um distrito de nome Izalā, na Assíria, lá travaram batalha; Ahura Mazda me trouxe ajuda; pela vontade de Ahura Mazda, o meu exército destruiu completamente aquele exército rebelde; eram passados quinze dias do mês de Anāmaka, então a batalha foi travada por eles.40
§30 Diz Dario, o rei: uma segunda vez os rebeldes se reuniram (e) foram contra Vaumisa travar batalha; um distrito de nome Autiyāra, na Armênia, lá travaram batalha. Ahura Mazda me trouxe ajuda; pela vontade de Ahura Mazda, o meu exército destruiu completamente aquele exército rebelde; no último dia do mês de Θūravāhara, então a batalha foi travada por eles; então Vaumisa me esperou na Armênia até que eu chegasse à Média.41
§31 Diz Dario, o rei: depois, eu parti da Babilônia (e) fui à Média; quando eu cheguei à Média, um vilarejo de nome Kunduru, na Média, para lá foi aquele Fraortes, que se dizia rei na Média, com o (seu) exército, contra mim, para travar batalha; então nós travamos batalha; Ahura Mazda me trouxe ajuda; pela vontade de Ahura Mazda, eu destruí completamente o exército de Fraortes; eram passados vinte e cinco dias do mês de Adukaniya, então nós travamos batalha.42
§32 Diz Dario, o rei: depois aquele Fraortes fugiu com poucos cavaleiros; um distrito de nome Ragā, na Média, para lá ele foi; então eu mandei um exército em seu encalço; Fraortes foi capturado (e) conduzido até mim; eu cortei seu nariz, suas duas orelhas e sua língua e eu furei um olho dele; ele foi mantido, acorrentado, no meu portão; o povo inteiro o viu; depois eu o empalei em Ecbátana, e os homens que eram seus principais seguidores, eu os enforquei em Ecbátana, num forte.43
§33 Diz Dario, o rei: um certo homem de nome Ciçantaxma, um sagartiano, ele se rebelou contra mim, (e) assim declarou ao povo: “eu sou rei na Sagártia, da família de Ciaxares”; então eu enviei o exército persa e medo; um medo de nome Taxmaspāda, meu vassalo, eu o tornei comandante deles; eu lhes disse assim: “ide (e) destruí aquele exército rebelde, o que não se diz meu”; então Taxmaspāda partiu com o exército (e) travou batalha contra Ciçantaxma; Ahura Mazda me trouxe ajuda; pela vontade de Ahura Mazda, meu exército destruiu aquele exército rebelde, capturou Ciçantaxma (e) o conduziu até mim; então eu cortei o nariz e as duas orelhas dele, e furei um de seus olhos; ele foi mantido, acorrentado, em meu portão; o povo inteiro o viu; depois eu o empalei em Arbaira.44
§34 Diz Dario, o rei: isso (é) o que foi feito por mim na Média.
§35 Diz Dario, o rei: a Pártia e a Hircânia se rebelaram contra mim; se diziam de Fraortes; Histaspes, meu pai, ele estava na Pártia; o povo o abandonou (e) se tornou rebelde; então, Histaspes partiu com o exército, aquele que lhe era leal; num vilarejo de nome Višpauzāti, na Pártia, lá ele travou batalha contra os partos; Ahura Mazda me trouxe ajuda; pela vontade de Ahura Mazda, Histaspes destruiu completamente aquele exército rebelde; eram passados vinte e dois dias do mês de Viyaxna, então a batalha foi travada por eles.45
§36 Diz Dario, o rei: então eu enviei de Ragā o exército persa até Histaspes; quando aquele exército chegou até Histaspes, então Histaspes tomou aquele exército (e) partiu; um vilarejo de nome Patigrabanā, na Pártia, lá ele travou batalha contra os rebeldes; Ahura Mazda me trouxe ajuda; pela vontade de Ahura Mazda, Histaspes destruiu completamente aquele exército que era rebelde; era passado um dia do mês de Garmapada, então a batalha foi travada por eles.46
§37 Diz Dario, o rei: então o país se tornou meu; isso (é) o que foi feito por mim na Pártia.
§38 Diz Dario, o rei: um país de nome Margiana, ele se rebelou contra mim; um certo homem de nome Frāda, um margiano, dele fizeram (seu) comandante; então eu enviei um persa de nome Dādr̥ši, meu vassalo, sátrapa da Báctria, contra aquele (Frāda); eu lhe disse assim: “vai (e), aquele exército que não se diz meu, destrói-o”; então Dādr̥ši partiu com o exército (e) travou batalha contra os margianos; Ahura Mazda me trouxe ajuda; pela vontade de Ahura Mazda, o meu exército destruiu completamente aquele exército rebelde; eram passados vinte e três dias do mês de Āçiyādiya, então a batalha foi travada por eles.47
§39 Diz Dario, o rei: então o país se tornou meu; isso (é) o que foi feito por mim na Báctria.
§40 Diz Dario, o rei: um certo homem de nome Vahyazdāta, um vilarejo de nome Tāravā, um distrito de nome Yutiyā, na Pérsia, lá ele ficava; ele se insurgiu na Pérsia, pela segunda vez, e declarou assim ao povo: “eu sou Esmérdis, filho de Ciro”. Então o povo persa que (estava) no palácio (e viera) de Anšan outrora, ele se rebelou contra mim (e) se bandeou para aquele Vahyazdāta; ele se tornou rei na Pérsia.48
§41 Diz Dario, o rei: depois, eu enviei o exército persa e medo que estava sob meu comando; um persa de nome R̥tavardiya, meu vassalo, eu o tornei comandante deles; o outro exército persa foi atrás de mim à Média; depois, R̥tavardiya, com o exército, foi para a Pérsia; quando chegou à Pérsia, um vilarejo de nome Raxā, na Pérsia, para lá foi aquele Vahyazdāta, que se dizia Esmérdis, com o (seu) exército, contra R̥tavardiya, para travar batalha; então eles travaram batalha; Ahura Mazda me trouxe ajuda; pela vontade de Ahura Mazda, o meu exército destruiu completamente aquele exército de Vahyazdāta; eram passados doze dias do mês de Θūravāhara, então a batalha foi travada por eles.49
§42 Diz Dario, o rei: depois, aquele Vahyazdāta fugiu com poucos cavaleiros (e) foi para Paišiyāuvādā; de lá ele tomou um exército; uma outra vez, ele foi contra R̥tavardiya travar batalha; uma montanha de nome Pr̥ga, lá eles travaram batalha; Ahura Mazda me trouxe ajuda; pela vontade de Ahura Mazda, meu exército destruiu completamente aquele exército de Vahyazdāta; eram passados cinco dias do mês de Garmapada, então a batalha foi travada por eles; e eles capturaram aquele Vahyazdāta e capturaram os homens que eram os principais seguidores dele.50
§43 Diz Dario, o rei: então, aquele Vahyazdāta e os homens que eram os seus principais seguidores, um vilarejo de nome Uvādaicaya, na Pérsia, lá eu os empalei.51
§44 Diz Dario, o rei: isso (é) o que foi feito por mim na Pérsia.
§45 Diz Dario, o rei: aquele Vahyazdāta que se dizia Esmérdis, ele enviou um exército à Aracósia; um persa de nome Vivāna, meu vassalo, sátrapa na Aracósia, contra aquele (Vahyazdāta enviou o exército); e ele fez um único homem o comandante deles (e) lhes disse assim: “ide, destruí Vivāna e aquele exército que se diz de Dario, o rei.” Então aquele exército partiu, que Vahyazdāta enviara contra Vivāna para travar batalha; um forte de nome Kāpišakāni, lá travaram batalha; Ahura Mazda me trouxe ajuda; pela vontade de Ahura Mazda, meu exército destruiu aquele exército rebelde completamente; eram passados treze dias do mês de Anāmaka, então a batalha foi travada por eles.52
§46 Diz Dario, o rei: uma outra vez os rebeldes se reuniram (e) foram contra Vivāna travar batalha; um distrito de nome Gandutava, lá eles travaram batalha; Ahura Mazda me trouxe ajuda; pela vontade de Ahura Mazda, o meu exército destruiu completamente aquele exército rebelde; eram passados sete dias do mês de Viyaxna, então a batalha foi travada por eles.53
§47 Diz Dario, o rei: depois, o homem que era comandante daquele exército, o qual Vahyazdāta enviara contra Vivāna, ele fugiu (e) partiu com poucos cavaleiros; um forte de nome R̥ šādā, na Aracósia, para lá ele se dirigiu; então Vivāna foi no encalço deles com o exército; lá ele o capturou e matou os homens que eram seus principais seguidores.54
§48 Diz Dario, o rei: então o país se tornou meu; isso (é) o que foi feito por mim na Aracósia.
§49 Diz Dario, o rei: quando eu estava na Pérsia e na Média, pela segunda vez os babilônios se rebelaram contra mim; um certo homem de nome Araxa, um armênio, filho de Haldita, ele se insurgiu na Babilônia; um distrito de nome Dubāla, a partir de lá; ele mentiu assim ao povo: “eu sou Nabucodonosor, filho de Nabonido”; então o povo babilônico se rebelou contra mim (e) se bandeou para aquele Araxa; ele se apoderou da Babilônia; ele se tornou rei na Babilônia.55
§50 Diz Dario, o rei: depois eu enviei um exército à Babilônia; um persa de nome Intafernes, meu vassalo, eu o tornei comandante deles; eu lhes disse assim: “ide e destruí aquele exército babilônio que não se diz meu”; então Intafernes partiu com o exército para a Babilônia; Ahura Mazda me trouxe ajuda; pela vontade de Ahura Mazda, Intafernes derrotou os babilônios e os conduziu acorrentados; eram passados vinte e dois dias do mês de Vr̥kazana, então ele capturou aquele Araxa que se dizia mentirosamente Nabucodonosor, bem como os homens que eram os seus principais seguidores; eu ordenei (e) aquele Araxa e os homens que eram seus principais seguidores foram empalados na Babilônia.56
§51 Diz Dario, o rei: isso (é) o que foi feito por mim na Babilônia.
§52 Diz Dario, o rei: isto (é) o que eu fiz, pela vontade de Ahura Mazda; num único e mesmo ano, depois que eu me tornei rei; dezenove batalhas eu travei; pela vontade de Ahura Mazda, eu os derrotei, e nove reis eu capturei; havia um de nome Gaumāta, o mago; ele mentiu (e) assim declarou: “eu sou Esmérdis, filho de Ciro”; ele tornou a Pérsia rebelde; (havia) um de nome Āçina, um elamita; ele mentiu (e) assim declarou: “eu sou rei no Elam”; ele tornou o Elam rebelde; (havia) um de nome Nadintabaira, babilônio; ele mentiu (e) assim declarou: “eu sou Nabucodonosor, filho de Nabonido”; ele tornou a Babilônia rebelde; (havia) um de nome Martiya, um persa; ele mentiu (e) assim declarou: “eu sou Imani, rei no Elam”; ele tornou o Elam rebelde; (havia) um de nome Fraortes, um medo; ele mentiu (e) assim declarou: “eu sou Xšaθrita, da família de Ciaxares”; ele tornou a Média rebelde; (havia) um de nome Ciçantaxma, um sagartiano; ele mentiu (e) assim declarou: “eu sou rei na Sagártia, da família de Ciaxares”; ele tornou a Sagártia rebelde; (havia) um de nome Frāda, um margiano; ele mentiu (e) assim declarou: “eu sou rei na Margiana”; ele tornou a Margiana rebelde; (havia) um de nome Vahyazdāta, um persa; ele mentiu (e) assim declarou: “eu sou Esmérdis, filho de Ciro”; ele tornou a Pérsia rebelde; (havia) um de nome Araxa, um armênio; ele mentiu (e) assim declarou: “eu sou Nabucodonosor, filho de Nabonido”; ele tornou a Babilônia rebelde.57
§53 Diz Dario, o rei: esses (são) os nove reis que eu capturei nessas batalhas.
§54 Diz Dario, o rei: esses países (são) os que se tornaram rebeldes; a mentira os fez rebeldes porque esses (homens) aí mentiram ao povo; depois disso, Ahura Mazda os colocou na minha mão; tal qual (era) o meu desejo, assim eu fiz com eles.
§55 Diz Dario, o rei: tu, quem quer que fores rei no futuro, protege-te com firmeza da mentira; o homem que for mentiroso, pune-o com rigor, se tu pensares assim: “que meu país esteja seguro!”.
§56 Diz Dario, o rei: isso (é) o que eu fiz; pela vontade de Ahura Mazda, num único e mesmo ano eu fiz; tu, quem quer que no futuro leres esta inscrição, que aquilo que foi feito por mim te convença, para que tu não valorizes a mentira.58
§57 Diz Dario, o rei: eu juro por Ahura Mazda, que isso verdadeiramente, e não mentirosamente, eu fiz num único e mesmo ano.59
§58 Diz Dario, o rei: pela vontade de Ahura Mazda, também muita outra coisa foi feita por mim; isso não (está) inscrito nesta inscrição; não está inscrito por causa disto: para que aquele que no futuro vier a ler esta inscrição, a ele não pareça demasiado o que foi feito por mim (e) isso não o convença, (mas) julgue que é mentira.
§59 Diz Dario, o rei: os reis anteriores, enquanto viveram, por eles não foi feito tanto, quanto (foi feito) por mim, pela vontade de Ahura Mazda, num único e mesmo ano.
§60 Diz Dario, o rei: que agora te convença o que foi feito por mim; assim relata ao povo, (e) não (o) ocultes; se este relato não ocultares (e) reportares ao povo, que Ahura Mazda te seja amigo, que tua descendência seja numerosa e que tu vivas muito.
§61 Diz Dario, o rei: se tu ocultares este relato (e) não o reportares ao povo, que Ahura Mazda te seja destruidor (e) que tu não tenhas descendência.
§62 Diz Dario, o rei: isso (é) o que eu fiz num único e mesmo ano; pela vontade de Ahura Mazda, eu fiz; Ahura Mazda me trouxe ajuda, bem como os outros deuses que existem.60
§63 Diz Dario, o rei: por isto Ahura Mazda me trouxe ajuda, bem como os outros deuses que existem: porque não fui desleal, não fui mentiroso, não fui malfeitor, nem eu, nem a minha família; eu me comportei de acordo com a retidão; não fiz mal ao fraco, nem ao forte; o homem que se esforçou em minha casa, eu o tratei bem, o que causou dano, eu o puni rigorosamente.61
§64 Diz Dario, o rei: tu, quem quer fores rei no futuro, o homem que for mentiroso ou que for malfeitor, que tu não sejas amigo deles; pune-os com rigor.
§65 Diz Dario, o rei: tu, quem quer que no futuro vires esta inscrição, que eu inscrevi, ou estas imagens, não (as) destruas; enquanto estiveres vigoroso, assim protege-as.62
§66 Diz Dario, o rei: se vires esta inscrição ou estas imagens, (e) não as destruíres, e (se) enquanto tiveres força, as preservares, que Ahura Mazda te seja amigo, que tua descendência seja numerosa, que tu vivas muito e que aquilo que tu fizeres, Ahura Mazda o faça bem-sucedido para ti.63
§67 Diz Dario, o rei: se tu vires esta inscrição ou estas imagens (e) as destruíres, e (se), enquanto tiveres força, não as preservares, que Ahura Mazda te seja destruidor, que não tenhas descendência, e que aquilo que tu fizeres, Ahura Mazda o destrua.64
§68 Diz Dario, o rei: estes (são) os homens que então estavam aqui, quando eu matei Gaumāta, o mago, que se dizia Esmérdis. Então estes homens cooperaram como meus aliados: (um homem) de nome Intafernes, filho de Vahyasparuva, um persa; (um homem) de nome Otanes, filho de Θuxra, um persa; (um homem) de nome Góbrias, filho de Mardônio, um persa; (um homem) de nome Hidarnes, filho de Bagābigna, um persa; (um homem) de nome Megabizo, filho de Dātavahya, um persa; (um homem) de nome Ardumaniš, filho de Vahuka, um persa.65
§69 Diz Dario, o rei: tu, quem quer que fores rei no futuro, cuida bem da descendência desses homens.
§70 Diz Dario, o rei: pela vontade de Ahura Mazda, esta (é) a forma de escrita que eu acrescentei em ariano; e ela foi inscrita em tablete de argila e em pergaminho; eu acrescentei também a indicação dos nomes; eu acrescentei a genealogia; e (ela) foi posta por escrito e lida diante de mim; depois eu divulguei esta forma de escrita por toda parte nos países; o povo cooperou.66
§71 Diz Dario, o rei: isto (é) o que eu fiz no segundo e no terceiro ano, depois que me tornei rei; um país de nome Elam, ele se rebelou; um certo homem de nome Aθamaita, um elamita, dele fizeram (seu) comandante; então eu enviei um exército; um certo homem de nome Góbrias, um persa, meu vassalo, eu o tornei comandante deles; então Góbrias partiu com o exército para o Elam; ele travou batalha contra os elamitas; depois, Góbrias destruiu e aniquilou os elamitas; ele capturou aquele que era o líder deles e o conduziu até mim; então eu o matei; então o país se tornou meu.67
§72 Diz Dario, o rei: aqueles elamitas eram desleais e Ahura Mazda não era venerado por eles; eu venerei Ahura Mazda; pela vontade de Ahura Mazda, tal qual (era) o meu desejo, assim eu fiz com eles.
§73 Diz Dario, o rei: aquele que venerar Ahura Mazda, para ele haverá favor, assim na vida como na morte.68
§74 Diz Dario, o rei: depois, eu parti com o exército contra os citas; depois disso os citas, que vestem chapéu pontudo, eles vieram contra mim, quando eu desci até o mar; eu o atravessei com todo o exército por meio de madeira; depois eu derrotei aqueles citas (e) o outro (grupo) eles capturaram; este foi conduzido acorrentado até mim; e aquele que era comandante deles, de nome Skunxa, eles o capturaram e o conduziram acorrentado até mim; lá eu designei outro comandante, tal qual era o meu desejo; então o país se tornou meu.69
§75 Diz Dario, o rei: aqueles citas eram desleais e Ahura Mazda não era venerado por eles; eu venerei Ahura Mazda; pela vontade de Ahura Mazda, tal qual (era) o meu desejo, assim eu fiz com eles.
§76 Diz Dario, o rei: aquele que venerar Ahura Mazda, para ele haverá favor, assim na vida como na morte.
Fontes
ASHERI, David. Erodoto, Le Storie. III, La Persia. (Appendice I: L’iscrizione di Dario a Behistun). Milano: Arnoldo Mondadori Editore, 1990.
BAE, Chul-Hyun. Comparative Studies of King Darius’ Bisitun Inscription. PhD, Doctor of Philosophy, Near Eastern Languages and Civilizations, The Department of Near Eastern Languages and Civilizations, Harvard University, 2001.
CAMERON, George Glenn. The Old Persian text of the Bisitun inscription. Journal of Cuneiform Studies, vol. 5, n. 2, 1951, p. 47-54. Disponível em: < https://www.jstor.org/stable/1359449>. Acesso em: 26 jun. 2022. doi: https://doi.org/10.2307/1359449.
CAMERON, George Glenn. The Elamite version of the Bisitun Inscriptions. Journal of Cuneiform Studies, vol. 14, n. 2, 1960, p. 59-68. Disponível em : <https://www.jstor.org/stable/1359255>. Acesso em : 26 jun. 2022. doi : https://doi.org/10.2307/1359255.
CTÉSIAS DE CNIDO. La Perse, L’Inde. Texto estabelecido, comentado e traduzido por LENFANT, Dominique. Paris: Les Belles Lettres, 2004.
DIODORO SÍCULO. Bibliothèque historique. Tome II, Livre II. Texte établi et traduit par Bernard Eck. Paris: Belles Lettres, 2003.
GREENFIELD, Jonas Carl; PORTEN, Bezalel. The Bisitun Inscription of Darius the Great. Aramaic Version. London: Corpus Inscriptionum Iranicarum, 1982.
GRILLOT-SUSINI, Françoise; HERRENSCHMIDT, Clarisse; MALBRAN-LABAT, Florence. La Version Élamite de la Trilingue de Behistun: Une Nouvelle Lecture. Journal Asiatique, vol. CCLXXXI.1-2, 1993, p. 19-59. Disponível em: <https://archive.org/details/LaVersionElamiteDeLaTrilingueDeBehistunUnNouvelleLecture>. Acesso em: 26 jun. 2022.
HERÓDOTO. Herodoti Historiae recognovit brevique adnotatione critica instrvxit Carolus Hude (Karl Hude). vol. 1. Oxford: Clarendon Press, 1908.
HERÓDOTO. Herodoti Historiae recognovit brevique adnotatione critica instrvxit Carolus Hude (Karl Hude). vol. 2. Oxford: Clarendon Press, 1920.
JACKSON, Abraham Valentine Williams. The Great Behistun Rock and some results of a re-examination of the Old Persian inscriptions on it. Journal of the Royal Asiatic Society, vol. 24, 1903.
KENT, Roland Grubb. Old Persian: Grammar, Texts, Lexicon. New Haven, Connecticut: American Oriental Society, 1950.
KING, Leonard William; THOMPSON, Reginald Campbell. The Sculptures and Inscription of Darius the Great on the Rock of Behistun in Persia. London: Longmans & Co., 1907. Disponível em: <https://archive.org/details/sculpturesinscri00brituoft>. Acesso em: 26 jun. 2022.
KUHRT, Amélie. The Persian Empire: A Corpus of Sources from the Achaemenid Empire. Londres e Nova Iorque : Routledge, 2007.
LECOQ, Pierre. Les inscriptions de la Perse achéménide. Paris: Gallimard, 1997.
MALBRAN-LABAT, Florence. La Version Akkadienne De L’inscription Trilingue De Darius à Behistun. Roma: Documenta Asiana - Gruppo editoriale internazionale, 1994.
NOVOTNY, Jamie; JEFFERS, Joshua. The Royal Inscriptions of Ashurbanipal (668–631 BC), Aššur-etel-ilāni (630–627 BC) and Sîn-šarra-iškun (626–612 BC), Kings of Assyria, Part 1 (RINAP 5). Pennsylvania: Eisenbrauns, 2018.
PARIAN, Saber Amiri. A New Edition of the Elamite Version of the Behistun Inscription. Cuneiform Digital Library Bulletin, vol. 3, 2017. Disponível em: <https://cdli.ucla.edu/file/publications/cdlb2017_003.pdf>. Acesso em: 26 jun. 2022.
PARIAN, Saber Amiri. A New Edition of the Elamite Version of the Behistun Inscription (II). Cuneiform Digital Library Bulletin, vol. 1, 2020. Disponível em: <https://cdli.ucla.edu/file/publications/cdlb2020_001.pdf>. Acesso em: 26 jun. 2022.
RAWLINSON, Henry Creswicke. The Persian cuneiform inscription at Behistun, decyphered and translated. Journal of the Royal Asiatic Society of Great Britain and Ireland, vol. 10, 1848, p. 1-349. Disponível em: <https://archive.org/details/jstor-25581217>. Acesso em: 26 jun. 2022.
SCHMITT, Rüdiger. The Bisitun Inscriptions of Darius the Great: Old Persian Text. London: Corpus Inscriptionum Iranicarum, 1991. Disponível em: <https://archive.org/details/Schmitt.R.TheBistunInscriptionOfDariusTheGreatOldPersianText.1991>. Acesso em: 26 jun. 2022.
SCHMITT, Rüdiger. Die altpersischen Inschriften der Achaimeniden. Editio minor mit deutscher Übersetzung. Wiesbaden: Reichert Verlag, 2009.
SEIDL, Ursula. Ein Monument Dariu’s I. aus Babylon. Zeitschrift für Assyriologie, Bd. 89, S. 101-114, Walter de Gruyter, 1999, p. 101-114. Disponível em: <https://www.degruyter.com/document/doi/10.1515/zava.1999.89.1.101/html>. Acesso em: 26 jun. 2022. doi: https://doi.org/10.1515/zava.1999.89.1.101.
VON VOIGTLANDER, Elizabeth Nation. The Bisitun Inscription of Darius the Great: Babylonian Version. London: Corpus Inscriptionum Iranicarum, 1978.
Referências Bibliográficas
ALLEN, Lindsay. The Persian Empire. Chicago: The University of Chicago Press, 2005.
ARAUJO, Matheus Treuk Medeiros de. O Império Aquemênida em Heródoto: Identidade e Política nas Histórias. Tese de doutorado, História Social, Departamento de História / Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, 2018. doi: https://doi.org/10.11606/T.8.2019.tde-13032019-104322 .
ASHERI, David; LLOYD, Alan; CORCELLA, Aldo. A Commentary on Herodotus Books I-IV. Oxford: Oxford University Press, 2007.
BAHRANI, Zainab. The Graven Image: Representation in Babylonia and Assyria. Filadélfia: University of Pennsylvania Press, 2003.
BARTHOLOMAE, Christian. Altiranisches Wörterbuch. Estrasburgo: Karl J. Trübner 1904.
BASELLO, Gian Pietro; FILIPPONE, Ela; GIOVINAZZO, Grazia; ROSSI, Adriano Valerio. DARIOSH Studies I: The Achaemenid Royal Inscriptions in an Intertextual Perspective. Ismeo: Associazione Internazionale di Studi sul Mediterraneo e l’Oriente. Napoli: Università degli Studi di Napoli “L’Orientale”, 2012.
BELTING, Hans. An Anthropology of Images: Picture, Medium, Body. Traduzido por Thomas Dunlap. Princeton, Oxford: Princeton University Press, 2011.
BENVENISTE, Émile. Études Iraniennes. Transactions of the Philological Society, vol. 44, n. 1, 1945, p. 39-78.
BENVENISTE, Émile. Le Vocabulaire des Institutions Indo-Européennes. Vol. 2. Paris: Les éditions de minuit, 1969.
BOTTÉRO, Jean. Mésopotamie: L’écriture, la raison et les dieux. Paris: Gallimard, 1987.
BRANDENSTEIN, Wilhelm; MAYRHOFER, Manfred. Handbuch des Altpersischen. Wiesbaden: Otto Harrassowitz, 1964.
BRIANT, Pierre. Histoire de l’Empire Perse: De Cyrus à Alexandre. Paris: Fayard, 1996.
BROSIUS, Maria. A History of Ancient Persia: The Achaemenid Empire. Hoboken: Wiley Blackwell, 2021.
BUCCI, Onorato. L’impero achemenide come ordinamento giuridico sovrannazionale e arta come principio ispiratore di uno “jus commune Persarum” (dāta). Modes de contacts et processus de transformation dans les sociétés anciennes. Actes du colloque de Cortone, 24-30 mai 1981, Rome: École Française de Rome, 1983, p. 89-122.
BUCCI, Onorato. xšaça- “impero” / xšāyaθiya-xšāyaθiyānām - “re di re”: note sulla costituzione formale dell’impero achemenide. Annali della Scuola Normale Superiore di Pisa, vol. 15, n. 3, 1985, p. 667-705.
CAMERON, George Glenn. The Persian satrapies and related matters. Journal of Near Eastern studies, vol. 32, n. 1/2, 1973, p. 47-56. Disponível em : < https://www.jstor.org/stable/543469>. Acesso em : 26 jun. 2022.
COLBURN, Henry. Art of the Achaemenid Empire, and Art in the Achaemenid Empire. In: BROWN, Brian; FELDMAN, Marian (eds.). Critical Approaches to Ancient Near Eastern Art. Berlin: De Gruyter, 2014, p. 773-800.
CURTIS, John; RAZMJOU, Sharokh. The Palace. In: CURTIS, John. TALLIS, Nigel. (eds.). Forgotten Empire: The World of Ancient Persia. London: The British Musem Press, 2005, p. 50-103.
DÉMARE-LAFONT, Sophie. dātu ša šarri. La “loi du roi” dans la Babylonie Achéménide et Séleucide. Paris: Revista Droit et Cultures, vol. 52, 2006, p. 13-26. Disponível em: <http://journals.openedition.org/droitcultures/544>. Acesso em: 26 jun. 2022. doi: https://doi.org/10.4000/droitcultures.544.
FINKEL, Irving Leonard. The Decipherment of Achaemenid Cuneiform. In: CURTIS, John; TALLIS, Nigel. (eds.). The Forgotten Empire: The World of Ancient Persia. London: The British Museum Press, 2005, p. 25-29.
FORTSON, Benjamin. Indo-European language and culture: An Introduction. 2ª edição [2004]. Oxford: Blackwell, 2010.
FREI, Peter. Persian Imperial Authorization: A Summary. In: WATTS, James (ed.). Persia and Torah: The Theory of Imperial Authorization of the Pentateuch. Atlanta: Society of Biblical Literature, 2001, p. 5-40.
GARRISON, Mark. By the favor of Auramazda: kingship and the divine in the early Achaemenid period. In: IOSSIF, Panagiotis; CHANKOWSKI, Andrzej; LORBER, Catharine (eds.). More Than Men, Less Than Gods: Studies on Royal Cult and Imperial Worship. Leuven, Paris, Walpole: Peeters, 2011, p. 15-104.
GARRISON, Mark. Royal Achaemenid Iconography. In: POTTS, Daniel. (ed.) The Oxford Handbook of Ancient Iran. Oxford: Oxford University Press, 2013, p. 566-595.
GERSHEVITCH, Ilya. The alloglottography of Old Persian, Transactions of the Philological Society, vol. 77, n. 1, 1979, p. 114-190. Disponível em: <https://onlinelibrary.wiley.com/doi/abs/10.1111/j.1467-968X.1979.tb00856.x>. Acesso em: 17 abr. 2022. doi: https://doi.org/10.1111/j.1467-968X.1979.tb00856.x.
GNOLI, Gherardo. Note su xšāyaθiya- e xšaça-. In: BERGMAN, Jan (ed.). Ex orbe religionum: studia Geo Widengren oblata. Parte II. Leiden: Supplements to Numen, XXII, 1972, p. 88-97.
HENKELMAN, Wouter Franklin Merijn; REDARD, Céline (eds.). Persian Religion in the Achaemenid Period / La Religion Perse à l’Époque Achéménide. Wiesbaden: Harrassowitz Verlag, 2017.
HENKELMAN, Wouter Franklin Merijn. The Heartland Pantheon. In: JACOBS, Bruno; ROLLINGER, Robert. (eds.). A Companion to the Achaemenid Persian Empire. 2 Vols. Hoboken, NJ: Wiley Blackwell, 2021a, p. 1221-1242. Disponível em: <https://onlinelibrary.wiley.com/doi/abs/10.1002/9781119071860.ch85>. Acesso em: 26 jun. 2022. doi: https://doi.org/10.1002/9781119071860.ch85.
HENKELMAN, Wouter Franklin Merijn. Practice of Worship in the Achaemenid Heartland. In: JACOBS, Bruno; ROLLINGER, Robert. (eds.). A Companion to the Achaemenid Persian Empire. 2 Vols. Hoboken, NJ: Wiley Blackwell, 2021b, p. 1243-1270. Disponível em: < https://onlinelibrary.wiley.com/doi/abs/10.1002/9781119071860.ch86>. Acesso em: 26 jun. 2022. doi: https://onlinelibrary.wiley.com/doi/abs/10.1002/9781119071860.ch86.
HERZFELD, Ernst. The Persian Empire. Studies in Geography and Ethnography of the Ancient Near East. Wiesbaden: Franz Steiner Verlag, 1968.
HYLAND, John O. The Casualty Figures in Darius’ Bisitun Inscription. Journal of Ancient Near Eastern History, vol. 1, n. 2, 2014, p. 173-199. Disponível em: <https://www.degruyter.com/document/doi/10.1515/janeh-2013-0001/html>. Acesso em: 26 jun. 2022. doi: https://doi.org/10.1515/janeh-2013-0001.
JACOBS, Bruno. Achaemenid Satrapies. Encyclopaedia Iranica, 2011 [2006]. Disponível em: <http://www.iranicaonline.org/articles/achaemenid-satrapies> Acesso em: 26 jun. 2022.
JACOBS, Bruno. Achaemenid Art - Art in the Achaemenid Empire. In: JACOBS, Bruno. ROLLINGER, Robert. (eds.). A Companion to the Achaemenid Persian Empire. 2 Vols. Hoboken, NJ: Wiley Blackwell, 2021a, p. 749-768. Disponível em: <https://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/9781119071860.ch55>. Acesso em: 26 jun. 2022. doi: https://doi.org/10.1002/9781119071860.ch55.
JACOBS, Bruno. Satrapal Administration. In: JACOBS, Bruno; ROLLINGER, Robert. (eds.). A Companion to the Achaemenid Persian Empire. 2 Vols. Hoboken, NJ: Wiley Blackwell, 2021b, p. 835-858. Disponível em: < https://onlinelibrary.wiley.com/doi/abs/10.1002/9781119071860.ch59> Acesso em: 26 jun. 2022. doi: https://doi.org/10.1002/9781119071860.ch59.
KELLENS, Jean. L’idéologie religieuse des inscriptions achéménides. Journal Asiatique, 290.2, 2002, p. 417-464. Disponível em: <https://poj.peeters-leuven.be/content.php?url=article&id=504298&journal_code=JA>. Acesso em: 26 jun. 2022. doi: https://doi.org/10.2143/JA.290.2.504298.
KELLENS, Jean. The Achaemenids and the Avesta. In: JACOBS, Bruno; ROLLINGER, Robert. (eds.). A Companion to the Achaemenid Persian Empire. 2 Vols. Hoboken, NJ: Wiley Blackwell, 2021, p. 1211-1220. Disponível em: <https://onlinelibrary.wiley.com/doi/abs/10.1002/9781119071860.ch84>. Acesso em: 26 jun. 2022. doi: https://doi.org/10.1002/9781119071860.ch84.
KHATCHADOURIAN, Lori. Imperial matter: Ancient Persia and the archaeology of empires. Oakland: University of California Press, 2016. Disponível em : <https://www.jstor.org/stable/10.1525/j.ctt1ffjn7j>. Acesso em : 26 jun. 2022.
KIPP, Godehard. Franz Hampl, Herodot und die Thronbesteigung des Dareios. In: HAIDER, Peter; ROLLINGER, Robert (eds.). Althistorische Studien im Spannungsfeld zwischen Universal und Wissenschaftsgeschichte. Fetschrift für Franz Hampl gedacht zum 90. Geburtstag am 8. Dezember 2000. Stuttgart: Franz Steiner Verlag, 2001, p. 158-265.
KLEBER, Kristin (ed.). Taxation in the Achaemenid Empire. Wiesbaden, Otto Harrassowitz, 2021.
KOSMIN, Paul J. A New Hypothesis: The Behistun Inscription as Imperial Calendar. Iran: Journal of the British Institute of Persian Studies, 2018, p. 1-10. Disponível em : <https://doi.org/10.1080/05786967.2018.1505442> Acesso em : 26 jun. 2022. doi : https://doi.org/10.1080/05786967.2018.1505442.
LENFANT, Dominique. Les perses vus par les grecs: lire les sources classiques sur l’Empire Achéménide. Paris: Armand Colin, 2011.
LEROUGE, Charlotte. L’image des Parthes dans le monde gréco-romain: du début du Ier siècle av. J.-C. jusqu’à la fin du Haut-Empire romain. Stuttgart: Franz Steiner Verlag, 2007.
LINCOLN, Bruce. Religion, empire & torture: the case of Achaemenid Persia, with a postscript on Abu Ghraib. Chicago: The University of Chicago Press, 2007.
MACEDO, José Marcos. O Espelho de Príncipes de Dario (DNb): Tradução do Persa Antigo com Breves Comentários Linguísticos. Translatio. Porto Alegre, n. 19, Outubro de 2020, p. 41-56. Disponível em: <https://www.seer.ufrgs.br/translatio/article/view/105576>. Acesso em: 26 jun. 2022.
MATHESON, Sylvia A. Persia: An Archaeological Guide. London: Faber and Faber Limited, 1979.
OLMSTEAD, Albert Ten Eyck. History of the Persian Empire. Chicago, London: The University of Chicago Press, 1948.
PIRNGRUBER, Reinhard. Jurisdiction. In: JACOBS, Bruno; ROLLINGER, Robert. (eds.). A Companion to the Achaemenid Persian Empire. 2 Vols. Hoboken, NJ: Wiley Blackwell, 2021, p. 1087-1096. Disponível em: <https://onlinelibrary.wiley.com/doi/abs/10.1002/9781119071860.ch75>. Acesso em: 26 jun. 2022. doi: https://doi.org/10.1002/9781119071860.ch75.
ROLLINGER, Robert. Royal Strategies of Representation and the Language(s) of Power: Some Considerations on the Audience and the Dissemination of the Achaemenid Royal Inscriptions. In: PROCHÁZKA, Stephen; REINFANDT, Lucian; TOST, Sven; WAGENSONNER, Klaus (eds.). Official Epistolography and the Language(s) of Power: Proceedings of the 1st International Conference of the NFN ‘Imperium and Officium’: Comparative Studies in Ancient Bureaucracy and Officialdom. University of Vienna, 10-12 Nov., 2010, Papyrologica Vindobonensia, vol. 8. Vienna: Verlag der Österreichischen Akademia der Wissenschaften, 2015, p. 117-130.
ROOT, Margaret Cool. The King and Kingship in Achaemenid Art: Essays on the Creation of an Iconography of Empire. Leiden: Brill, 1979.
ROOT, Margaret Cool. Defining the divine in Achaemenid Persian kingship. In: DUINDAM, Jeroen. MITCHELL, Lynette; MELVILLE, Charles (eds.). Every inch a king: comparative studies on kings and kingship in the Ancient and Medieval Worlds. Leiden, Boston: Brill, 2013, p. 23-66.
ROOT, Margaret Cool. Statuary and Relief. In: JACOBS, Bruno; ROLLINGER, Robert. (eds.). A Companion to the Achaemenid Persian Empire. 2 Vols. Hoboken, NJ: Wiley Blackwell, 2021, p. 1377-1396. Disponível em: <https://onlinelibrary.wiley.com/doi/abs/10.1002/9781119071860.ch94>. Acesso em: 26 jun. 2022. doi: https://doi.org/10.1002/9781119071860.ch94.
ROSSI, Adriano Valerio. Once again on DB / AE L and DB / OP iv 89-92. In: SCHMITT, Rüdiger; ROSSI, Adriano Valerio; PANAINO, Antonio; FILIPPONE, Ela; SADOVSKI, Velizar. (eds.). Achaimenidika 1. Wien: Verlag der Österreichischen Akademie der Wissenschaften, p. 31-54, 2020.
ROSSI, Adriano Valerio. Languages and Script. In: JACOBS, Bruno; ROLLINGER, Robert. (eds.). A Companion to the Achaemenid Persian Empire. 2 Vols. Hoboken, NJ: Wiley Blackwell, 2021a, p. 53-60. Disponível em: <https://onlinelibrary.wiley.com/doi/abs/10.1002/9781119071860.ch4>. Acesso em: 26 jun. 2022. doi: https://doi.org/10.1002/9781119071860.ch4.
ROSSI, Adriano Valerio. The Inscriptions of the Achaemenids. In: JACOBS, Bruno; ROLLINGER, Robert. (eds.). A Companion to the Achaemenid Persian Empire. 2 Vols. Hoboken, NJ: Wiley Blackwell, 2021b, p. 75-86. Disponível em: <https://onlinelibrary.wiley.com/doi/abs/10.1002/9781119071860.ch6> Acesso em: 26 jun. 2022. doi: https://doi.org/10.1002/9781119071860.ch6.
SCHWINGHAMMER, Gundula. Imperial Crisis. In: JACOBS, Bruno; ROLLINGER, Robert. (eds.). A Companion to the Achaemenid Persian Empire. 2 Vols. Hoboken, NJ: Wiley Blackwell, 2021, p. 417-428. Disponível em: https://onlinelibrary.wiley.com/doi/abs/10.1002/9781119071860.ch30. Acesso em: 26 jun. 2022. doi: https://doi.org/10.1002/9781119071860.ch30.
SCHMITT, Rüdiger. Epigraphisch-exegetische Noten zu Dareios’ Bīsutūn Inschriften. Viena: Verlag der Österreichischen Akademie der Wissenschaften, 1990.
SCHMITT, Rüdiger. BISOTUN i. Introduction. Encyclopaedia Iranica, vol. IV, fasc. 3, 2000, p. 289-290. Disponível em: <https://iranicaonline.org/articles/bisotun-i>. Acesso em: 26 jun. 2022.
SCHMITT, Rüdiger. Pseudo-Altpersische Inschriften: Inschriftenfälschungen und moderne Nachbildungen in altpersischer Keilschrift. Wien: Verlag der Österreichischen Akademie der Wissenschaften, 2007.
SCHMITT, Rüdiger. Dāta. Encyclopaedia Iranica, vol. VII, fasc. 1, 2011 [1994], p. 114-115. Disponível em: <http://www.iranicaonline.org/articles/data>. Acesso em: 26 jun. 2022.
SCHMITT, Rüdiger. Wörterbuch der altpersischen Königsinschriften. Wiesbaden: Reichert Verlag, 2014.
SKJÆRVØ, Prods Oktor. Avestan Quotations in Old Persian? Literary Sources of the Old Persian Inscriptions. In: SHAKED, Shaul; NETZER, Amnon (eds.). Irano-Judaica IV. Jerusalem: Ben Zvi Institute, 1999, p. 1-64.
SKJÆRVØ, Prods Oktor. Old Iranian. In: WINDFUHR, Gernot (ed.). The Iranian Languages. London and New York: Routledge, 2009, p. 43-195.
SKJÆRVØ, Prods Oktor. Achaemenid religion. Religion Compass, vol. 8, n. 6, 2014, p. 175-187. Disponível em: <https://compass.onlinelibrary.wiley.com/doi/abs/10.1111/rec3.12110>. Acesso em: 26 jun. 2022. doi: https://doi.org/10.1111/rec3.12110.
SPAWFORTH, Antony. Symbol of unity? The Persian-Wars tradition in the Roman Empire. In: Hornblower, Simon (ed.). Greek historiography. Oxford: Clarendon Press, 1994, p. 233-247.
STOLPER, Matthew Wolfgang. Elamite. In: WOODARD, Roger (ed.). The Cambridge encyclopedia of the world’s ancient languages. Cambridge: Cambridge University Press, 2004, p. 60-94.
STOLPER, Matthew Wolfgang. Achaemenid languages and inscriptions. In: CURTIS, John; TALLIS, Nigel (eds.). Forgotten Empire: the world of Ancient Persia. London: The British Museum Press, 2005, p. 18-24.
STOLPER, Matthew Wolfgang. ‘His own death’ in Bisotun and Persepolis. ARTA: Achaemenid Research on Texts and Archaeology, n. 2, 2015, p. 1-28. Disponível em: <http://www.achemenet.com/document/ARTA_2015.002-Stolper.pdf> Acesso em: 26 jun. 2022.
STRONACH, David. Of Cyrus, Darius and Alexander: a new look at the epitaphs of Cyrus the Great. In: DITTMANN, Reinhard; HROUDA, Barthel; LÖW, Ulrike; MATTHIAE, Paolo; MAYER-OPIFICIUS, Ruth Mayer; THÜRWÄCHTER, Sabine (eds.). Variatio Delectat: Iran und der Westen, Gedenkschrift für Peter Calmeyer. Münster: Ugarit-Verlag, 2000, p. 681-703.
TANCK, Claudia. Arch?, ethnos, polis: Untersuchungen zur begrifflichen Erfassung des Achämenidenreiches in zeitgenössischen griechischen Quellen. Berlim, Bern, Nova Iorque, Paris, Viena: Peter Lang, 1997.
TUPLIN, Christopher. The administration of the Achaemenid empire. In: CARRADICE, Ian (ed.). Coinage and Administration in the Athenian and Persian Empires. Oxford: British Archaeological Reports International Series 147, 1987, p. 109-66.
VALLAT, François. Darius, l’héritier légitime, et les premiers Achéménides. In: ÁLVAREZ-MON, Javier; GARRISON, Mark (eds.). Elam and Persia. Winona Lake, Indiana: Eisenbrauns, 2011, p. 263-284.
WATERS, Matt. Darius and the Achaemenid line. Ancient History Bulletin, vol. 10, 1996, p. 11-18.
WATERS, Matt. Cyrus and the Achaemenids. Iran, vol. 42, 2004, p. 91-102. Disponível em: <https://www.jstor.org/stable/4300665>. Acesso em: 26 jun. 2022. doi: https://doi.org/10.2307/4300665.
WATERS, Matt. King of the World: The Life of Cyrus the Great. Oxford: Oxford University Press, 2022.
WIESEHÖFER, Josef. Ancient Persia: from 550 BC to 650 AD. Traduzido por Azizeh Azodi. 2ª edição. Londres, Nova Iorque: I. B. Tauris Publishers, 2001 [1996].
Notas
Autor notes
ContatoDepartamento de História – FFLCH/USP Av. Prof. Lineu Prestes, 338 05508-080 – São Paulo – São Paulo – Brasil matheus.araujo@usp.br