Linguística
As Primeiras noções de gramática historica da língua portuguesa, de Berta Valente de Almeida (1886-1982)
The historical grammar by Berta Almeida
As Primeiras noções de gramática historica da língua portuguesa, de Berta Valente de Almeida (1886-1982)
Acta Scientiarum. Language and Culture, vol. 43, núm. 2, 2022
Universidade Estadual de Maringá
Recepción: 10 Agosto 2020
Aprobación: 25 Septiembre 2020
Resumo: Berta Valente de Almeida (1886-1982) foi uma mulher à frente do seu tempo, que marcou a sua época pelo seu pioneirismo enquanto filóloga e profissional do ensino. Em um período em que a mulher tinha um papel subalterno, esta autora conseguiu afirmar-se num campo que era tradicionalmente masculino, tendo publicado várias obras, sobretudo no âmbito dos estudos gramaticais. Neste artigo, é nosso intento lembrar alguns aspetos principais da vida desta mulher singular e analisar a sua obra Primeiras noções de Gramática Historica da Língua Portuguesa, uma publicação destinada ao ensino secundário, baseada no programa oficial e que foi oficialmente aprovada pelo governo português para uso nas escolas. Num contexto em que se publicaram várias gramáticas históricas, Berta Valente de Almeida redigiu esta obra com o objetivo de simplificar a complexidade associada aos estudos da gramática histórica da língua portuguesa. Para levar a cabo esta investigação, foram consultadas fontes arquivísticas, bibliográficas e hemerográficas, de forma a perceber o contexto, a gramática e a autora, que merece ser recordada.
Palavras-chave: Gramática histórica, obra didática, gramaticografia feminina.
Abstract: Berta Valente de Almeida (1886-1982) was a woman ahead of her time, who marked her time by her pioneering spirit as both a philologist and a teaching professional. At a time when women had a subordinate role, this author managed to assert herself in a traditionally male field, having published several works, especially in the context of grammatical studies. In this paper, it is our intention to remember some of the most important moments of this singular woman’s life and to analyse the Primeiras noções de Gramática Historica da Língua Portuguesa, a publication destined for secondary schools, which was based on the official programme and approved by the Portuguese government to use in schools. In a context in which several historical grammars were published, Berta Valente de Almeida wrote this work with the objective of simplifying the complexity associated with the studies of the historical grammar of the Portuguese language. To carry out this investigation archivist, bibliographic and hemerographic sources have been consulted, in order to understand the context, the grammar and the author who deserves to be remembered.
Keywords: Historical grammar, didactic work, female grammarian.
Introdução[1]
Nos finais do século XIX e inícios do século XX, deu-se em Portugal uma mudança de paradigma na análise linguística, sob a influência do modelo histórico, que começou em território germânico e se estendeu às línguas românicas. Assim, a perspetiva histórico-comparativa foi aplicada às línguas particulares, como é o caso do português, dando origem à publicação de gramáticas orientadas por uma nova metodologia. É neste período que surgem as gramáticas históricas, cujo precursor foi Francisco Adolfo Coelho (1847-1919), a quem “[...] cabe, inegavelmente, a honra de ter introduzido em Portugal o método científico aplicado ao estudo das línguas” (Silva Neto, 1977, p. 34), com a obra A Lingua Portuguesa, publicada em 1868[2].
Entre as gramáticas históricas do português, podemos considerar, seguindo a proposta de Martins (1996), a existência de dois grandes grupos: no primeiro grupo, enquadram-se as “[...] obras de maior fôlego e ambição; elaboradas visando a comunidade científica [...]” (Martins, 1996, p. 56); no segundo grupo, “[...] constam as gramáticas a que poderemos chamar 'didácticas', isto é, as que destinadas a estudantes do ensino liceal, foram, em geral, elaboradas de acordo com os programas que aí vigoravam” (Martins, 1996, p. 56). Entre as obras que integram o primeiro grupo, encontram-se, por exemplo, as gramáticas de Jules Cornu (1888), Nunes ([1919] 1989), Ali ([1931] 1964), Huber ([1933] 1986), Williams ([1938] 1991); no segundo grupo, encontram-se, a título de exemplo, as gramáticas de Braga (1876), Silva Jr. (1878), Vasconcelos (1900), Pereira ([1916] 1935) e Nascentes ([1929] 1960).
Destes dois grupos, interessa-nos, no contexto do presente trabalho, o segundo grupo de gramáticas, pelo objetivo que têm em comum, nomeadamente pelo facto de se destinarem ao ensino e terem sido criadas com um propósito didático, respondendo às necessidades do ensino liceal da época, que contemplava no seu programa noções de gramática histórica.[3] É neste contexto de necessidade de criação de obras destinadas ao ensino da gramática histórica que surgem as Primeiras noções de Gramática Historica da Língua Portuguesa (n.d.a), de Berta Valente de Almeida (1886-1982).
Berta Valente de Almeida
Berta Valente de Almeida foi uma mulher notável, destacando-se na sociedade da época pela sua elevada cultura e pela sua dedicação à causa do ensino.
O seu percurso académico desenvolveu-se na Universidade de Lisboa, onde concluiu com grande mérito as secções de Filologia Clássica e Filologia Românica, sendo uma das primeiras mulheres a licenciar-se em Letras em Portugal.
O seu trajeto profissional está muito associado ao Liceu Maria Pia[4] (atual escola Maria Amália Vaz de Carvalho), onde aí iniciou funções como professora de Português e de Latim em 1907, em um período em que o acesso da mulher ao ensino ainda era muito restrito. Neste liceu, alcançou também um lugar de destaque, ao assumir as funções de reitora, entre os anos de 1920 e 1922, tendo sido muito louvada na portaria que se refere à sua exoneração.
Ao nível da docência, destaca-se ainda a sua nomeação, em 1918, para a regência de Metodologia Especial, da secção de Filologia Clássica da Escola Normal Superior da Universidade de Lisboa, cargo que desempenhou até 1930, data em que foi remodelada a organização das Escolas Normais.
A dedicação ao ensino levou Almeida a criar diversos manuais didáticos, muitos deles aprovados oficialmente pelo governo para adoção nas escolas. Note-se aqui o seu carácter pioneiro, uma vez que conseguiu afirmar-se em um mundo editorial tradicionalmente masculino, sendo que até 1960 apenas Berta Valente de Almeida e Virgínia Mota (1909-1997) viram as suas obras aprovadas oficialmente para o ensino do Português (Penim, 2008). Este facto, paralelamente ao número reduzido de autores cuja autoridade era reconhecida por meio da aprovação dos seus manuais, é indicador do estatuto que Almeida terá alcançado na época, o que, para uma mulher, seria um feito ainda mais significativo, dada sua reduzida participação na sociedade em geral.
Neste sentido, escreveu obras didáticas no âmbito dos estudos literários, como Breves noções de historia da literatura portuguesa (Almeida, n.d.b), Colecção de trechos de literatura arcaica e medieval (Almeida, n.d.c) e Resumo da história comparada de literatura portuguesa com as literaturas estrangeiras (Almeida, n.d.d). Com o intuito de fomentar o gosto pela leitura, publicou o Livro de Leitura (Almeida,1921a). Para a prática da redação, a autora publicou o livro Exercícios de redacção e composição (Almeida, n.d.e), no qual apresenta vários temas para composições escritas, fornece instruções para a redação de diferentes tipos de cartas, apresentando, também, regras de ortografia, acentuação e pontuação.
No âmbito dos estudos gramaticais, escreveu a Gramática prática da língua latina (Almeida, n.d.f) e, para a prática da mesma língua, o Livro método de exercícios da língua latina (Almeida, 1921b).
No que diz respeito à língua portuguesa, publicou a Gramática prática e muito elementar da língua portuguesa (Almeida, 1916)[5], a Gramática prática da língua portuguesa (Almeida, 1917) e as Primeiras noções de Gramática Historica da Língua Portuguesa (Almeida, n.d.a).
As Primeiras noções de Gramática Historica da Língua Portuguesa
As Primeiras noções de Gramática Historica da Língua Portuguesa são uma obra destinada ao ensino secundário, especificamente aos alunos que frequentavam o curso Complementar de Letras[6], como se pode verificar pela informação constante na capa da obra (Figura 1).

Com base na investigação realizada, acreditamos que esta obra terá surgido na sequência da abertura de um concurso com vista à aprovação de livros destinados ao ensino secundário, publicado em um Aviso no Diário do Governo, em outubro de 1921, que, para o português, anunciava as seguintes necessidades:
Gramática portuguesa – em um volume para as classes I, II, III, IV e V.
Gramática histórica – em um volume para as classes VI e VII de letras.
Resumo da história comparada de literatura portuguesa com as literaturas estrangeiras – em um volume para as classes VI e VII de letras.
Colecção de trechos de literatura arcaica e medieval (até o século XVI) - em um volume para as classes VI e VII de letras (II Série-N. 240, 1921, p. 4280).
De acordo com as necessidades anunciadas neste aviso, a autora terá criado as Primeiras noções de Gramática Historica da Língua Portuguesa, que foram redigidas segundo o programa de Português, tal como preconizado no aviso de abertura do concurso: “Todos os trabalhos deverão ser feitos em harmonia com os programas e respectivas instruções [...]” (II Série-N. 240, 1921, p. 4280).
Por outro lado, o facto de termos acesso a um dos contratos estabelecidos entre Berta Valente de Almeida e a editora responsável pela publicação das suas obras, a Papelaria, Livraria e Tipografia Fernandes & C.ª Ld.ª, datado de 29 de junho de 1921, permite-nos concluir que, nessa data, as Primeiras noções ainda não existiam ou não estariam concluídas, pois não fazem parte dos livros mencionados neste contrato.
A primeira menção oficial a este manual surge em 21 de abril de 1922, com a publicação em Diário do Governo da relação de obras apresentadas ao concurso acima referido. Este processo seria apenas concluído em 1923, momento em que se decreta a aprovação oficial desta obra. Tal facto leva-nos a crer que terá sido nesta sequência que a obra foi publicada.
Neste concurso encontra-se um total de trinta e quatro autores, sendo digno de destaque o facto de Berta Valente de Almeida ser a única mulher a constar nesta lista, evidenciando-se, assim, o seu pioneirismo num universo tradicionalmente masculino. Além disso, o seu nome também figura a par de nomes de autores masculinos consagrados, como é caso de Nunes (1859-1932), que concorreu com as obras Compêndio de Gramática Histórica Portuguesa (1919) e Crestomatia Arcaica (1906), e Augusto Epifânio da Silva Dias (1841-1916), cuja obra apresentada para o concurso foi Syntaxe Historica Portuguesa (1918).
Na verdade, a autora viu várias de suas obras serem aprovadas pelo governo para uso oficial nas escolas, com frequente alusão à sua qualidade nos pareceres publicados em Diário do Governo. Veja-se, a título de exemplo, o Parecer da Comissão encarregada da escolha de livros para o ensino secundário de 1923 acerca de três obras de Almeida, entre as quais se encontram as Primeiras noções de gramática historica da língua portuguesa:
A «Coleção de trechos de literatura arcaica e medieval», a «Selecta de textos arcaicos e medievais» e as «Primeiras noções de gramática histórica da língua portuguesa» são obras organizadas com excelente critério e redigidas de forma a satisfazerem, não excedendo os limites do ensino secundário, devendo por isso ser aprovadas (II Série-N. 1, 1923, p. 4).
Este reconhecimento público da capacidade da autora de apresentar uma obra didática que satisfizesse as necessidades do ensino não foi alcançado pelos já mencionados e reconhecidos José Joaquim Nunes e Augusto Epifânio da Silva Dias. Apesar das suas obras se constituírem como manuais de elevado valor científico, não estavam adaptadas ao público-alvo, tornando mais difícil a compreensão de conteúdos que, por si só, já constituíam um entrave para os alunos. Por isso, a Comissão decidiu rejeitá-las, como se pode ler no parecer que seguidamente se transcreve:
O «Compêndio de grámática [sic] histórica», por José Joaquim Nunes e a «Sintaxe histórica portuguesa», por Augusto Epifânio da Silva Dias, são dois livros de elevado valor, verdadeiramente preciosos, onde os alunos das nossas Faculdades de Letras encontrarão elementos indispensáveis para os seus estudos, mas que não foram destinados ao ensino secundário onde êsse estudo se limita a noções de gramática histórica deduzidos do estudo dos textos, leis gerais de transformação do latim no português e formação do Léxico Português, pelo que devem ser rejeitadas (II Série-N. 1, 1923, p. 4).
Ao contrário destas duas obras mencionadas, as Primeiras noções de gramática historica da língua portuguesa apresentam um pendor didático, que é verificável por um conjunto de características que as definem.
Em primeiro lugar, o próprio título, ao integrar a expressão ‘Primeiras noções’, remete-nos de imediato para uma obra mais sucinta, em que a abordagem gramatical se restringe aos conteúdos que são considerados essenciais para o ensino secundário da época. O recurso a termos que indiciam uma menor complexidade das obras verifica-se em outras gramáticas históricas didáticas, como se pode constatar, por exemplo, através dos títulos Grammatica Portugueza Elementar, fundada sobre o methodo historico-comparativo (1876), de Braga (1843-1924), e Noções de Gramática Histórica da Língua Portuguesa (1930), de Brandt Horta.
A dimensão destas obras também é indicadora do seu ‘menor fôlego’ (Martins, 1996), levando em conta que os autores, intencionalmente, deixam de parte algumas matérias, por considerarem que excedem as necessidades do público-alvo a que se destinam, podendo a sua inclusão dificultar a compreensão de matérias que já são demasiado complexas. No caso da obra Primeiras noções de Gramática Historica da Língua Portuguesa, a autora restringe as matérias abordadas, reduzindo os conteúdos ao essencial, de forma a construir um manual metalinguístico fundamental para a iniciação ao estudo da gramática histórica. Estas eram precisamente as diretrizes emanadas das instruções para o ensino secundário, que, relativamente aos conteúdos gramaticais, referem explicitamente que os assuntos deviam ser tratados “[...] com um certo desenvolvimento, sem todavia descer a minuciosidades excessivas que, inteiramente descabidas no ensino médio, apenas servem para confundir” (Decreto n.º 6: 316, 1919, p. 2604).
Assim, podemos constatar que estamos diante de uma gramática de dimensão reduzida, em que a abordagem aos conteúdos é feita de uma forma bastante direta e clara, não se perdendo em divagações teóricas, indesejáveis numa obra deste teor.
O carácter didático da obra
Como anteriormente referimos, os programas do ensino secundário da época, especificamente os do Curso Complementar de Letras, contemplavam o estudo de noções de gramática histórica (Decreto n.º 6: 132, 1919, p. 2564).
A falta de obras no âmbito dos estudos da gramática histórica que dessem resposta às necessidades do programa, como sugere a abertura do concurso acima mencionado, assim como os anos acumulados de experiência na lecionação fizeram com que a autora se empenhasse na redação de uma obra que se focasse nos conteúdos essenciais acerca da temática e que se constituísse como uma base sólida de modo a que os alunos progredissem sem dificuldades no âmbito dos estudos gramaticais, como a própria autora refere no prefácio: “Reduzimos ao essencialmente necessário estas primeiras noções de Gramática histórica da língua portuguesa, ao que a prática nos tem provado ser o que deve constituír a base sôbre que assentar futuros conhecimentos já de carácter superior” (Almeida, n.d.a, p. VII).
Assim, foi seu objetivo evidente redigir uma obra didática, cujo propósito seria apresentar, da forma mais simples possível, conteúdos gramaticais que são bastante complexos e que envolvem uma grande capacidade de reflexão e abstração, cabendo ao professor o papel de facilitar e motivar o aluno ao longo deste processo:
Difícil se torna simplificar o que de natureza apresenta uma certa complexidade, mas apelando para os conhecimentos que o aluno a esta altura do seu curso deve já possuír das duas línguas que se põem em paralelo, ao professor cumpre ir fazendo apreensível o que a uma primeira leitura o estudante só por si repudiaria como importuno e desnecessário, mal recebidas, como são em geral, todas as noções estigmatizadas de gramaticais (Almeida, n.d.a., p. VII).
Historicamente, a gramática era ensinada de forma rígida, o que gerava um grande desinteresse, logo nos primeiros anos de ensino. A forma mecanizada como se transmitiam estes conteúdos e o apelo exagerado à memorização culminavam numa aprendizagem defeituosa, que tendia a agravar-se com o passar dos anos, como a própria autora reconhece na Gramática prática da Língua Portuguesa:
Todos os que se consagram à arte de ensinar hão de ter observado de quanta dificuldade é a aquisição correcta do conhecimento da língua materna. Defeituosos, em geral, os processos por que se deram os primeiros passos nesse conhecimento, aos primeiros elementos de instrução, essa dificuldade cresce de ponto quando necessário se torna fazer consciente o funcionamento dessa maravilhosa engrenagem por que mutuamente transmitimos os nossos pensamentos (Almeida, 1917, p. VII).
Portanto, uma das principais tarefas do professor deveria consistir na adoção de uma metodologia que atenuasse a aridez tão característica dos conteúdos gramaticais e que permitisse aos alunos não apenas a compreensão, mas que também lhes despertasse o interesse e o gosto por estas matérias. Uma forma de alcançar este objetivo passava pela criação de materiais adequados às necessidades dos alunos e adaptados à sua capacidade de compreensão. Por esse motivo, percebe-se que obras como a de José Joaquim Nunes foram recusadas pela comissão encarregada pela escolha dos manuais para o ensino secundário, em virtude de seu elevado grau de complexidade, o que poderia provocar desânimo e desmotivação nos alunos.
No prefácio da obra em análise, a autora centra-se em outro aspeto importante para o sucesso dos alunos nestas matérias, que passaria pela utilização de textos como forma de ilustração dos fenómenos gramaticais abordados:
Só à face dos textos, bem presentes aos conhecimentos adquiridos em gramática latina e portuguesa e assim par-e-passo guiado pelo professor, pode ao aluno tornar-se clara toda a evolução da sua língua, justificar as suas formas quer morfológicas quer sintácticas, pois impossível é num trabalho da natureza do presente colocar lado a lado quanto tornaria visível qualquer fenómeno em questão (Almeida, n.d.a., p. VII).
o longo da obra, fica claro que esse procedimento foi seguido pela autora, pois são diversas as notas de rodapé que remetem o leitor para as obras Breves noções de historia da literatura portuguesa (Almeida, n.d.b) e Colecção de trechos de literatura arcaica e medieval (Almeida, n.d.c), livros de sua autoria nos quais se poderiam encontrar excertos de “[...] textos por ordem cronológica das fases da língua que representam, de harmonia com as divisões do estudo da literatura que até certa altura exemplificam [...]” (Almeida, n.d.c, p. 5). Dessa forma, estudava-se a língua com base nos textos que, sendo autênticos, permitiam perceber e visualizar as alterações sofridas na língua portuguesa, seguindo-se igualmente os preceitos veiculados nas instruções que orientavam o ensino secundário: “O estudo filológico da língua apoiar-se há sempre sôbre a leitura dos textos” (Decreto n.º 6: 316, 1919, p. 2603).
Ao longo da obra, fica claro que esse procedimento foi seguido pela autora, pois são diversas as notas de rodapé que remetem o leitor para as obras Breves noções de historia da literatura portuguesa (Almeida, n.d.b) e Colecção de trechos de literatura arcaica e medieval (Almeida, n.d.c), livros de sua autoria nos quais se poderiam encontrar excertos de “[...] textos por ordem cronológica das fases da língua que representam, de harmonia com as divisões do estudo da literatura que até certa altura exemplificam [...]” (Almeida, n.d.c, p. 5). Dessa forma, estudava-se a língua com base nos textos que, sendo autênticos, permitiam perceber e visualizar as alterações sofridas na língua portuguesa, seguindo-se igualmente os preceitos veiculados nas instruções que orientavam o ensino secundário: “O estudo filológico da língua apoiar-se há sempre sôbre a leitura dos textos” (Decreto n.º 6: 316, 1919, p. 2603).
Conteúdo e estrutura da obra
As Primeiras noções de Gramática Historica da Língua Portuguesa são uma obra que se enquadra à luz dos trabalhos desenvolvidos ainda no século XIX cuja descrição histórico-comparativa dos factos linguísticos constituía um dos principais objetivos.
A autora classifica de histórica a sua gramática, como se pode verificar pelo próprio título, embora não apresente diretamente uma definição de gramática histórica. No entanto, no seu estudo pretende dar conta das alterações que ocorreram entre o estádio mais antigo da língua e o mais recente, estabelecendo comparações e observando transformações. Assim, trata-se de uma obra que faz uma análise diacrónica dos factos linguísticos e não se detém em dados históricos. Por outro lado, na senda do que defende Malkiel (1968, p. 73), uma gramática histórica é necessariamente comparativa e, no caso particular desta obra, a comparação estabelece-se entre o latim e o estádio mais recente da língua portuguesa. Segundo Almeida, cabe ao glotólogo o papel de encetar este trabalho: “A investigação histórica das mais remotas línguas conhecidas leva o glotólogo às origens da linguagem, a buscar os seus antecedentes” (Almeida, n.d.a., p. 7).
Embora a autora não mencione explicitamente nenhuma fonte, parece-nos clara aqui, assim como noutros momentos, a influência da teoria de Francisco Adolfo Coelho, expressa na obra A Lingua Portuguesa. Noções de Glottologia Geral e Especial Portugueza. A par de Gonçalves Viana, este autor foi um dos responsáveis pela introdução do termo glotologia em Portugal, que ele entende como “[...] uma sciencia historiologica e comprehende tambem parte descriptiva, comparativa, classificatoria, e parte geral, em que se assentam principios relativos aos elementos, ás condições de producção e de evolução da linguagem” (Coelho, 1897, p. 16).
Almeida também adota na sua obra o termo glotologia[7] que define como a: “[...] sciência que estuda as línguas, seus elementos, condições de produção, sua evolução e relações, em contacto com a Antropologia, depois de o haver estado com a Física (Acústica) e a Fisiologia” (Almeida, n.d.a, p. 8).
Esta definição, para além do destaque que é dado à parte histórica, ressalta a relação que a autora estabelece da glotologia com outras ciências, que mais uma vez a aproximam de Adolfo Coelho. Veja-se, a título de exemplo, na Tabela 1 que se segue as semelhanças entre o texto da autora e o do introdutor da ciência linguística em Portugal a respeito da Fisiologia.

No que diz respeito à estrutura das Primeiras Noções de Gramática Historica da Língua Portuguesa, esta obra conta com um total de [VII], 78, [IV] páginas, foi impressa sob a chancela da Papelaria, Livraria e Tipografia Fernandes & C.ª Ld.ª, editora que publicou todas as obras de Berta Valente de Almeida ao longo de vários anos e que fez um “[…] grande investimento na autora, reconhecida publicamente pelos meios ligados ao governo […]” (Tormenta, 1999, p. 23-24), particularmente através da aprovação oficial da maior parte das suas obras.
Para uma melhor compreensão da estrutura interna da obra, apresentamos a Tabela 2.
Como se pode observar pela Tabela 2, a obra está organizada em cinco partes fundamentais, das quais a formação do léxico é a parte mais extensa, seguida da fonética, o que se poderá explicar, mais uma vez, pelas necessidades impostas pelo programa de português da época, que contemplava os seguintes conteúdos de gramática histórica: “Gramática da língua, compreendendo noções de gramática histórica, deduzidas do estudo dos textos; leis gerais de transformação do latim no português. Formação do léxico português” (Decreto n.º 6: 132, 1919, p. 2564).
Por outro lado, a sintaxe é a parte mais reduzida. Embora ocupe duas páginas, apenas uma delas lhe é dedicada, uma vez que na segunda página a autora apresenta uma súmula dos princípios gerais que subjazem à evolução da língua portuguesa. O pouco peso atribuído à sintaxe em obras deste género é justificado por Gonçalves (2004) nos seguintes termos: “Mais produtiva no campo da fonologia ou da fonética, excluindo a fisiologia dos sons, visto esta pertencer à fisiologia geral do homem, não à ciência da linguagem, a perspectiva dos neogramáticos revelava-se, porém, menos apta para o estudo da sintaxe” (Gonçalves, 2004, p. 48).

No que respeita à organização da obra em partes, a primeira é dedicada à introdução, momento em que a autora faz uma incursão histórica sobre a origem e evolução do português, reconhecendo que, tal como se verifica noutras línguas românicas, a nossa língua provém do “[...] latim popular, o sermo plebeius, vulgaris, do soldado ou comerciante que era a grande massa das religiões que Roma enviava às suas conquistas [...]” (Almeida, n.d.a, p. 12) e não do latim literário, perspetiva que já se encontrava também presente na obra de Vasconcelos[8].
Depois da introdução, seguem-se as três partes fundamentais, a fonética, a morfologia e a sintaxe. À semelhança do que fazem Braga (1876) e Vasconcelos (1900), a autora adota uma divisão tripartida e apresenta uma descrição da evolução da língua portuguesa, tomando como ponto de partida o latim, para dar conta das principais mudanças sofridas:
Esbocemos agora o que de mais geral e evidente nos apresenta a evolução de latim ao português; observemos as transformações capitais por que passou aquela língua até esta; formulemos as leis que acompanharam essas modificações, isto é, façamos uma elementar ‘gramática histórica da língua portuguesa’ respectivamente seccionada nos seus três capítulos – ‘Fonética, Morfologia e Sintaxe’ (Almeida, n.d.a., p. 18).
Assim, o primeiro capítulo é dedicado ao estudo da fonética, constituindo-se como uma parte significativa da obra, quer pela extensão quer pela profundidade com que o assunto é tratado. Na verdade, como constata Martins (1996, p. 61,), “[...] a fonética e a fonologia mereceram dos neogramáticos particular atenção por ser a esse nível que a formulação de ‘leis’ se mostrava mais produtiva”. Relativamente à organização deste capítulo, a autora começa por enunciar os princípios que subjazem à evolução fonética, seguindo-se a análise das vogais, dos hiatos, dos ditongos e das consoantes, estas últimas apresentadas por ordem alfabética. Termina este capítulo com uma síntese dos principais fenómenos fonéticos e com uma referência à analogia, que, como refere Gonçalves (2004, p. 45), na época, era definida “[...] como tendência das línguas para a uniformidade em padrões mais frequentes”.
No segundo capítulo, destinado à morfologia, a autora ocupa-se do estudo “[...] do substantivo, adjectivo, numerais, pronomes, artigos e verbos ou palavras flexivas, e advérbios, proposições, conjunções e interjeições, ou inflexivas” (Almeida, n.d.a, p. 37). No âmbito do estudo das ‘palavras flexivas’, a autora trata separadamente cada uma destas classes e, fazendo uma incursão de carácter histórico, aborda aspetos flexionais. Relativamente às palavras ‘inflexivas’, a autora acaba por não as desenvolver por considerar que elas estão sujeitas aos mesmos princípios de evolução apontados para as restantes classes.
No terceiro capítulo, a autora dedica-se, de uma forma muito sumária, à sintaxe, mencionando a perda dos casos latinos e o recurso à ordem direta na frase portuguesa. Como já referido, esta é uma parte muito pouco desenvolvida, facto que não surpreende, pois os trabalhos de influência neogramática seguiam uma metodologia que se revelava menos eficaz no âmbito da sintaxe, como nos atestam as palavras de Martins (1996, p. 62): “Quanto à sintaxe, sendo mais dificilmente conciliável com os métodos de trabalho e os objectivos dos neogramáticos, e conduzindo por isso o seu estudo a resultados menos gratificantes, mereceu deles menor atenção”. Assim, a sintaxe é pouco desenvolvida na obra de Almeida, na linha do que também era comum verificar-se noutras gramáticas históricas. Se, por um lado, alguns autores conferem um menor peso a esta parte, como por exemplo Vasconcelos (1900), que lhe dedica apenas 11 páginas num universo total de 330 páginas; por outro lado, outros nem sequer contemplam a sintaxe nas suas obras gramaticais, como é o caso de Cornu (1888) e Nunes (1919).
Para finalizar a obra, Berta Valente de Almeida apresenta ainda um capítulo dedicado à formação do léxico português, tratando este tema num capítulo à parte[9], contrariamente ao que fazem Braga (1876) e Vasconcelos (1900), que incluem a formação de palavras no âmbito da morfologia. Relativamente à formação do léxico do português, Almeida indica que este provém maioritariamente do latim, sofrendo a influência das línguas faladas na Península Ibérica, assim como das línguas dos povos que por aí passaram. Paralelamente, neste capítulo a autora aborda ainda a influência de outras línguas estrangeiras, bem como algumas transformações que o léxico sofreu, nomeadamente através dos arcaísmos e neologismos, por exemplo.
Considerações finais
Berta Valente de Almeida foi uma mulher de elevada cultura, que se destacou nos inícios do século XX pela sua dedicação ao ensino.
Enquanto professora, são fáceis de encontrar testemunhos da época a realçar a sua excelência; enquanto autora, é meritório o seu espólio significativo de obras dedicadas ao estudo da língua portuguesa e da língua latina, devidamente validadas pela aprovação do governo. Empenhou-se fortemente em criar diversas obras didáticas, particularmente no âmbito dos estudos gramaticais, área em que se afirmou e em que lhe foi reconhecido mérito, como se pode confirmar pela adoção das suas obras não apenas no liceu onde lecionou durante toda a sua carreira, mas também noutras escolas do sistema educativo português.
As primeiras noções da gramatica histórica são uma obra em que se articulam claramente duas importantes dimensões que caracterizam a autora, um sólido conhecimento científico e uma grande capacidade pedagógica. Assim, esta gramática prima pela simplicidade e clareza, aspetos difíceis de alcançar quando se trata de assuntos tão complexos.
Assumindo a autora o pendor didático da sua obra, renuncia ao tratamento exaustivo das matérias não por falta de rigor e incapacidade da sua parte, mas pela preocupação didática em redigir um compêndio que correspondesse às necessidades do público-alvo a que se destinava.
Em suma, numa época em que a voz da mulher tinha dificuldade em fazer-se ouvir e impor, Berta Valente de Almeida conseguiu afirmar-se e ver as suas obras aprovadas e adotadas em várias escolas do país, tendo deixado à posterioridade um importante legado no âmbito dos estudos gramaticais femininos.
Referências
Ali, M. S. (1931-1964). Gramática secundária e gramática histórica da Língua Portuguesa (Ed. rev. e atualizada). São Paulo, SP: Universidade de Brasília.
Almeida, B. V. d. (1916). Gramática prática e muito elementar da Lingua Portuguesa. Lisboa, PT: Fernandes & C.A. Lda.
Almeida, B. V. d. (1917). Gramática prática da Língua Portuguesa: Constituindo com “Exercícios de redacção e composição”, da mesma autora, um tratado elementar, mas completo, da língua, curso geral dos liceus, 1a, 2a, 3a classes e escolas congéneres, prefaciada pelo Dr. José Joaquim Nunes. Lisboa, PT: Livraria Brasileira de Monteiro & C.A.
Almeida, B. V. d. (1921a). Livro de Leitura: curso geral dos liceus: I e II classe: Língua Portuguesa. Lisboa, PT: Fernandes & C.A. Lda.
Almeida, B. V. d. (1921b). Livro Método de exercícios da língua latina, curso geral dos liceus, 3a classe. Lisboa, PT: Fernandes & C.A. Lda.
Almeida, B. V. d. (n.d.a). Primeiras noções de gramática histórica da língua portuguesa. Ensino secundário - curso complementar. Lisboa, PT: Papelaria, Livraria e Tipografia Fernandes & C.A.
Almeida, B. V. d. (n.d.b). Breves noções de história da literatura portuguesa. Curso geral dos liceus, V classe. Lisboa, PT: Editores Papelaria Fernandes & C.A.
Almeida, B. V. d. (n.d.c). Colecção de trechos de literatura arcaica e medieval. Ensino secundário - curso complementar. Lisboa, PT: Papelaria, Livraria e Tipografia Fernandes & C.A.
Almeida, B. V. d. (n.d.d). Resumo da história comparada de literatura portuguesa com as literaturas estrangeiras. Ensino secundário - Curso complementar. Lisboa, PT: Papelaria, Livraria e Tipografia Fernandes & C.A.
Almeida, B. V. d. (n.d.e). Exercícios de redacção e composição. Lisboa, PT: Papelaria, Livraria e Tipografia Fernandes & C.A.
Almeida, B. V. d. (n.d.f). Gramática Prática da Língua Latina, III, IV e V classes do curso geral dos liceus. Lisboa, PT: Fernandes & C.A.
Braga, T. (1876). Grammatica portugueza elementar, fundada sobre o methodo historico-comparativo. Porto, PT: Livraria Portugueza e Estrangeira.
Caetano, M. d. C. (2003). A formação de palavras em gramáticas históricas do português. Análise de algumas correlações sufixais (Teses de doutoramento). Universidade Nova de Lisboa, Lisboa.
Carvalho, R. d. (2008). História do ensino em Portugal: desde a fundação da nacionalidade até o fim do regime de Salazar Caetano (4a ed.). Lisboa, PT: Fundação Calouste Gulbenkian.
Coelho, F. A. (1897). A lingua portugueza: noções de glottologia geral e especial portugueza (3a ed.). Porto, PT: Magalhães e Moniz.
Coelho, S., & Fontes, S. (2016). A grammatica analytica da língua portugueza (1831) de Francisco Solano Constâncio. In C. Assunção, G. Fernandes & Kemmler (Eds.), Tradition and Innovation in the History of Linguistics: Contributions from the 13th International Conference on the History of the Language Sciences [ICHoLS XIII] (p. 74-85). Münster, AL: Nodus Publikationen.
Coelho, S., & Fontes, S. (2018). The role of women in the history of portuguese grammar in the early 20th century. Dossiers d’HEL, SHESL, Aspects historiques des grammaires portugaises et brésiliennes, 12, 88-99.
Cornu, J. (1888). Die portugiesische Sprache. In G. Gröber (Ed.), Grundriss der Romanischen. Philologie (p. 715-803). Strassburg, FR: Karl J. Trübner.
Decreto n.º 6: 132, I Série-N. 261. (1919). Programas. Diário do Governo, 23 de dezembro de 1919, Lisboa, PT: Direção Geral da Imprensa Nacional.
Decreto n.º 6: 316, I Série-N. 266. (1919). Instruções a que se refere o presente decreto. Diário do Governo, 30 de dezembro de 1919, Lisboa, PT: Direção Geral da Imprensa Nacional.
Decreto n.º 7: 558, I Série-N. 123. (1921). Regulamento da Instrução Secundária. Diário do Governo, 18 de junho de 1921, Lisboa, PT: Direção Geral da Imprensa Nacional.
Dias, A. E. d. S. (1918). Syntaxe Historica Portuguesa. Lisboa, PT: Livraria Clássica Editora.
Gonçalves, M. F. (2004). Notas sobre o positivismo linguístico em Portugal no século XIX: sobre a Língua Portugueza (1871), de F. Adolfo Coelho. Diacrítica – Ciências da Linguagem, 18, 29-56.
Horta, B. (1930). Noções de gramática histórica da língua portuguesa. Rio de Janeiro, RJ: J. R. de Oliveira.
Huber, J. (1933-1986). Gramática do português antigo (M. M. G. Delille, Trad.). Lisboa, PT: Fundação Calouste Gulbenkian.
II Série-N. 1. (1923). Parecer da comissão encarregada da escolha de livros para o ensino secundário (cursos complementares) referente ao último concurso. Diário do Governo, 2 de janeiro de 1923, Lisboa, PT: Direção Geral da Imprensa Nacional.
II Série-N. 240. (1921). Aviso declarando aberto concurso para livros de estudo de ensino secundário. Diário do Governo, 17 de outubro de 1921, Lisboa, PT: Direção Geral da Imprensa Nacional.
Malkiel, Y. (1968). Essays on linguistic themes. Oxford, UK: Basil Blackwell.
Martins, A. M. (1996). Gramáticas históricas do português. In I. Duarte & M. Miguel (Eds.), Actas do XI Encontro Nacional da Associação Portuguesa de Linguística. Vol. 3: Gramática e Varia (p. 53-71). Lisboa, PT: Associação Portuguesa de Linguística.
Nascentes, A. (1929-1960). O idioma nacional (3a ed.). Rio de Janeiro, RJ: Livraria Acadêmica.
Nunes, J. J. (1906-1921). Crestomatia arcaica. Excertos da literatura portuguesa desde o que de mais antigo se conhece até ao século XVI acompanhados de introdução gramatical, notas e glossário. 2.ª edição correcta, aumentada e disposta segundo um plano inteiramente novo. Lisboa, PT, Rio de Janeiro, RJ: Limitada Sociedade Editora/Companhia Editora Americana.
Nunes, J. J. (1919-1989). Compêndio de gramática histórica portuguesa: fonética e morfologia. Lisboa, PT: Clássica.
Penim, L. (2008). A alma e o engenho do currículo: história das disciplinas de português e desenho no ensino secundário do último quartel do século XIX a meados do século XX (Tese de Doutoramento). Universidade de Lisboa, Lisboa.
Pereira, E. C. (1916-1935). Gramática Histórica. São Paulo, SP: Companhia Editora Nacional.
Reinhardstoettner, C. V. (1878). Grammatik der Portugiesischen Sprache. Strassburg: Karl J. Trübner.
Schäfer-Prieß, B. (2002). Entre a gramática filosófica e a linguística histórico-comparativa: Francisco Solano Constâncio e a sua Grammatica analytica da lingua portugueza de 1831. In R. Kemmler, A. Schonberger & B. Schäfer-Prieß (Eds.), Estudos de História da Gramaticografia e Lexicografia Portuguesas (p. 159-175). Frankfurt am Main, AL: Domus Editoria Europaea.
Silva Jr., M. P. d. (1878). Grammatica historica da lingua portuguesa: compendiada para uso dos alumnos do 7 anno do imperial collegio de Pedro II, das escolas normaes e de todos os que estudam o idioma nacional. Rio de Janeiro, RJ: Typ. a Vapor de D. M. Hazlett.
Silva Neto, S. d. (1977). Manual de Filologia Portuguesa: história, problemas, métodos (3a ed.). Rio de Janeiro, RJ: Instituto Nacional do Livro.
Tormenta, R. (1999). Os professores e os manuais escolares: um estudo centrado no uso dos manuais de língua portuguesa (Dissertação de mestrado). Universidade do Porto, Porto.
Vasconcellos, J. L. d. (1911). Lições de philologia portuguesa dadas na Bibliotheca Nacional de Lisboa. Lisboa, PT: Livraria Clássica.
Vasconcelos, A. G. R. d. (1900). Grammática histórica da língua portuguêsa (VI e VII classes do curso dos lyceus). Paris, FR: Aillaud.
Williams, E. B. (1938-1991). Do Latim ao Português. Rio de Janeiro, RJ: Tempo Brasileiro.
Notas
Notas de autor
sfontes@utad.pt