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APRESENTAÇÃO
Marina Correa CORREA; Flávio Senra SENRA
Marina Correa CORREA; Flávio Senra SENRA
APRESENTAÇÃO
Interações, vol. 14, núm. 25, 2019
Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais
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APRESENTAÇÃO

APRESENTAÇÃO

Marina Correa CORREA
PUC Minas, Brasil
Flávio Senra SENRA
Puc Minas, Brasil
Interações, vol. 14, núm. 25, 2019
Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais
PENTECOSTALISMO E POLÍTICA

Entrar em contato com a temática desse número sobre Pentecostalismo e política corresponde a dizer que o pentecostalismo, nos últimos anos, passou a ocupar um lugar de destaque nas pesquisas acadêmicas. Apresentamos, nesse número, importantes reflexões elaboradas sobre essa realidade através dos trabalhos enviados por articulistas de distintas áreas de pesquisa no campo dos estudos da religião. Agradecemos o esforço realizado tanto pelos autores e autoras quanto pelos colegas pareceristas. Esse trabalho nos rendeu uma rica experiência de intercâmbio com os diversos pesquisadores e pesquisadoras sobre o tema do pentecostalismo e sua relação com a política.

Os autores e autoras trouxeram, no conteúdo de cada um dos textos, a discussão ampliada sobre a realidade do tema pentecostalismo e política, não somente com dados quantitativos, mas ponderando, qualitativamente, as conclusões correlatas ao fenômeno. As produções científicas elencadas apresentam questões provocadoras sobre o pentecostalismo, em seu início marginalizado, e, atualmente, considerado como uma realidade cada vez mais dinâmica, complexa, repleta de determinações e que nos interpela com demandas cada vez mais ousadas, dentro do espaço público.

O editorial desse número é assinado por David Mesquiati de Oliveira, coordenador da RELEP Brasil - Rede Latino-americana de Estudos Pentecostais. O docente no Programa de Pós-graduação em Ciências das Religiões, modalidade profissional, da Faculdade Unida de Vitória, contextualiza a situação do debate atual sobre Pentecostalismo e política no Brasil.

O dossiê conta com cinco importantes contribuições. Na primeira delas, Gedeon Freire Alencar analisa a situação de um país laico com um governo cristão. O autor chama-nos a atenção para a movimentação do campo religioso e político brasileiro. Se antes o Estado era aliado à Igreja Católica, agora se observa a liderança dos pentecostais. Alencar assevera, no entanto, que a natureza protestante e evangélica é marcada pela disparidade, pelo dissenso e pela absoluta falta de unidade.

Marina Correa procura, em seu texto, afirmar que o pentecostalismo sempre esteve envolvido nas questões políticas. Desde a década de 1940, pastores percorreram um longo caminho em busca da transformação, visibilidade social e política, a ponto de ocuparem a metade das cadeiras no Congresso Nacional. Nas palavras da autora, as várias vertentes das Assembleias de Deus se distanciaram largamente de sua origem. Os hábitos praticados atualmente em seus domínios mostram um campo que caminha lado a lado com as necessidades sociais vividas no contexto urbano, uma comunidade massificada, capitalista, tecnológica e globalizada.

Claire Nevache desenvolve reflexões sobre o resultado de um novo enunciado e suas características das Igrejas Evangélicas no Panamá. Tais igrejas estão envolvidas nas questões políticas, e, desde o ano de 2016, seguem em campanha de mobilização em oposição a um projeto de lei que promove a educação sexual em centros educacionais. Claire enfatiza que o contexto panamenho é caracterizado pelo crescimento econômico mais importante da região e por ser o décimo país mais desigual do mundo.

Liniker Xavier promove um debate sobre os valores morais defendidos nas Lições Bíblicas – publicação de circulação interna –, sob responsabilidade das igrejas das Assembleias de Deus. A publicação circulou no segundo trimestre de 2018, durante as eleições presidenciais. Sob o tema valores cristãos, a publicação marcava posição quanto às crenças assembleianas. As discussões apresentadas durante as lições foram amplamente debatidas. Durante a campanha presidencial e o pleito eleitoral, o autor observou pontos de convergência e outros contraditórios na hora da escolha do candidato, apesar do distanciamento entre o pensamento pentecostal e o do candidato apoiado, a grande maioria optou pela defesa dos valores morais.

Em outra vertente, Geraldo Jose de Oliveira analisa a religião de vertente neopentecostal, com o propósito de discutir sobre a efervescência desse fenômeno religioso e a questão do fundamentalismo. Apresenta ainda as dificuldades que essa vertente possui em conviver com as demais convicções religiosas, notadamente as de matriz africana, kardecista e católica. O autor afirma que o neopentecostalismo pouco se interessa com a doutrina, mas centra-se no emocionalismo. Considerando-se que entre os seus adeptos há uma maioria composta por operários, negros, pobres e iletrados, o discurso neopentecostal não apenas leva a suportar, mas a resistir à vida sofrida e vivida à margem da sociedade, reforçando a ética da solidariedade e da obediência às autoridades.

Na seção de artigos de temática livre Sidney de Moraes Sanches examina a atividade testemunhal sobre Jesus de Nazaré que antecede e acompanha o período de formação das tradições orais nas primeiras comunidades cristãs. O teólogo defende que o Evangelho de Marcos é uma transcrição e edição de testemunhos e que o autor constrói uma vida de Jesus a partir da voz de suas testemunhas.

Também no âmbito dos estudos bíblicos, Joel Antônio Ferreira reflete sobre o contexto histórico e a força social do livro de Rute. Para o autor, o livro apresenta a bandeira de defesa do direito dos pobres, dos estrangeiros, das viúvas e mulheres, em confronto e desafio às posições de Esdras no pós-exílio.

A nova subjetividade pós-moderna é assumida por Cleusa Caldeira como solo fecundo para pensar e dizer a experiência de Deus e do humano. Seu artigo se propõe a apresentar duas versões de teologias cristãs em tempos de fragmentos no contexto da pós-modernidade.

Taciana Brasil dos Santos escreve sobre as contribuições da pedagogia de Comênio para o ensino religioso escolar, em particular a partir da Didática Magna, destacada obra do autor no âmbito da pedagogia moderna.

A partir do conceito de “comunidade de interpretação”, cunhado por Roger Chartier, Juliana de Mello Moraes analisa a relevância das obras impressas entre os irmãos terceiros franciscanos. A autora constatou a circularidade dos livros religiosos entre instituições congêneres e seu uso na conformação de ritos e práticas religiosas.

Brasil Fernandes de Barros discute o aspecto religioso do Espiritismo. Em diálogo com autores e perspectivas teóricas da área de estudos da religião, o autor procura compreender as razões de Kardec ter afirmado que o Espiritismo não era uma religião, assim como tratou de investigar a sua perspectiva secular.

Este número traz ainda a resenha de Marketing existencial: a produção de bens de significado no mundo contemporâneo, de Luiz Felipe Pondé, elaborada por Ezir George Silva.

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