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APRESENTAÇÃO
Ana Carolina KERR
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PRESENTATION
PRESENTACIÓN
Interações, vol. 17, núm. 1, pp. 4-7, 2022
Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais
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APRESENTAÇÃO

APRESENTAÇÃO

PRESENTATION

PRESENTACIÓN

Ana Carolina KERR
Mestra em Ciências da Religião, doutoranda em Ciências da Religião pela PUC Minas., Brasil
Interações, vol. 17, núm. 1, pp. 4-7, 2022
Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais

INTERAÇÕES tem a alegria de apresentar às suas leitoras e aos seus leitores mais uma publicação temática livre, repleta de contribuições para a área de Ciências da Religião e Teologia. Espero que todas e todos tenham uma boa leitura, permeada de aprendizados e reflexões.

Iniciando a sessão ARTIGOS, o trabalho de Cleusa Caldeira TEOLOGIA NEGRA E ADVENTO DA NOVA HUMANIDADE, analisa o problema do racismo estrutural contemporâneo, fruto da marca colonial eurocêntrica presente em nossa sociedade. A autora nos incita a pensar sob a perspectiva decolonial, da teologia negra e do pensamento de Franz Fanon, o conceito de perdão que “[...] não pode estar desvinculado da luta pela transformação concreta das estruturas de poder.” Cleusa nos traz ainda, relevantes reflexões para a transformação dos sistemas vigentes sob a ótica da “descolonização das subjetividades, quer sejam brancas quer sejam não-brancas.”

Como as narrativas mitológicas da orixá Oxum podem ser um símbolo de resiliência e resistência feminina diante de uma sociedade marcada pelo patriarcado e racismo estrutural? No artigo MULHERES NEGRAS E RESILIÊNCIA: aprendendo com a orixá oxum, Gilmara Santos Mariosa e Sônia Maria Corrêa Lages buscam responder essa indagação através da análise de três narrativas míticas sobre Oxum, divindade dos rios e cachoeiras. As autoras afirmam que é possível, através da religiosidade afro-brasileira, promover espaços saudáveis diante da opressão sofrida por mulheres negras em nossa sociedade, uma vez que o candomblé possui “um repertório simbólico importante para a promoção de comportamentos resilientes diante das adversidades.”

Ensino de história da África e cultura africana é o terreno de investigação do artigo INTOLERÂNCIA RELIGIOSA E DISCURSO DOCENTE: influência de pais religiosos no ensino de História e Cultura Africana e Afro-brasileira das autoras Aurenéa Maria de Oliveira e Graziella Moura da Silva. A partir da análise do discurso de cinco professores da rede pública de Pernambuco, as autoras percebem que “[...] pais interferem no espaço educacional referente ao ensino em tela no que tange especialmente ao trato com as religiões afro-brasileiras”, sendo este dado reflexo da intolerância e racismo religioso. Portanto, as autoras discorrem ao longo do artigo sobre a necessidade de uma melhor estruturação educacional desse debate para toda comunidade escolar.

Uma crítica a interpretação do indólogo orientalista Paul Hacker sobre o Advaita Vedānta de Swami Vivekananda e suas implicações éticas é o tema discutid0 por Dilip Loundo em O CONCEITO DE ṚNA (DÍVIDA) NO HINDUÍSMO: SWAMI VIVEKANANDA E A ÉTICA DA NÃO-DUALIDADE (ADVAITA). Sua análise se baseia no arcabouço teórico do hinduísmo, especialmente na doutrina das três dívidas, onde o autor enfatiza que a tradição Vedānta de Vivekananda se constrói na relação entre a fundação ético-normativa e a filosofia da não-dualidade, afirmando “a compatibilidade intrínseca e inevitável entre a ontologia da não-dualidade e a plataforma ético-moral que informa as tradições do hinduísmo, em geral.”

Apofatismo é o tema central do artigo de Webert Cirilo Gonçalves, A TRADIÇÃO APOFÁTICA: perspectivas filosófica, teológica e mística do apofatismo. Em seu texto, o autor discorre sobre as várias possibilidades de se pensar este conceito: na perspectiva teológica da teologia negativa, no âmbito da mística enquanto experiência do mistério, e sob a luz da filosofia clássica. A partir dos teóricos Carabine, Yannaras, Luc-Marion e Lossky, Webert analisa que “a concepção da existência de uma tradição apofática no cristianismo tem a sua originalidade no discurso negativo dos filósofos da Grécia antiga, [e] sua configuração em teologia negativa e na mística de trevas a partir da Patrística”, relacionando também essas perspectivas à crítica das concepções ontológicas de Deus existentes na contemporaneidade.

Cesar Motta Rios afirma que a reflexão sobre o prazer sempre permeou os primórdios formativos da filosofia clássica e helenística, especialmente nos escritos platônicos, epicuristas e estoicos. No entanto, quando falamos de tradição bíblica hebraica e do Novo Testamento, o prazer irá ocupar um lugar diferente nesses escritos. A partir disso, seu artigo O PRAZER NOS ESCRITORES CRISTÃOS ANTIGOS: Uma incursão inicial nos traz uma análise de textos do Novo Testamento, textos do período dos pais apostólicos, e dos autores Clemente de Alexandria e Gregório de Nissa com o intuito de examinar como o prazer é pensado e significado nesses campos. Cesar afirma que “o motivo de cuidarem do tema do prazer residia em uma rivalidade entre a atenção aos prazeres e a atenção a Deus.”

Em seu artigo intitulado O SOCORRO DOS PADRES DO CANADÁ: redes missionárias católicas na América em meados do século XX, Rodrigo Coppe Caldeira analisa o percurso histórico realizado pela empresa missionária católica do Quebéc em meados do século XX na sociedade brasileira e latino-americana. A partir de dados bibliográficos inéditos no Brasil, coletados nos Arquivos do Seminário de Nicolet no Quebéc, Rodrigo nos incita reflexões acerca da relação desses padres missionários com o Brasil, em especial na região do Maranhão, e suas implicações para pensar (e repensar) tanto o cenário sacerdotal canadense daquele período, quanto a trajetória histórica do cristianismo brasileiro.

As experiências de Jorge Mario Bergoglio (Papa Francisco), e sua atuação no governo da Província Jesuíta no cenário da ditadura militar argentina influenciaram as condutas de seu papado, sobretudo no que diz respeito a sua relevância no campo do debate público? Lucas Cozzani busca, em seu artigo JORGE MARIO BERGOGLIO: do provincial no contexto da ditadura argentina ao Papa Francisco, responder essa questão a partir de pesquisas histórico-bibliográficas que apontam para a necessidade de uma análise sociológica como base para esse objeto de estudo. Lucas defende a ideia de que a partir das vivências e condutas de Bergoglio na conjuntura ditatorial argentina, seria possível pensar em caminhos para os desafios enfrentados também na contemporaneidade.

Isabelle Merlini em CONDENAÇÃO OU INDULGÊNCIA ÀS FILHAS DE EVA?: a perspectiva de Edith Stein diante da natureza feminina problematiza o lugar da mulher na teologia e cosmogonia cristã, afirmando que desde o mito da criação de Eva, a mulher foi colocada “sempre em segundo lugar, submissa e silenciada, por toda a história do Ocidente.” O artigo nos mostra que, na contemporaneidade, lutas feministas (em especial inseridas no campo teológico) já vêm repensando essa estrutura patriarcal influenciada pela narrativa da criação de Adão e Eva, na esperança da conquista da equidade de gênero. Com o intuito de aprofundar essas questões acerca da natureza feminina, a autora utiliza a filósofa Edith Stein como eixo reflexivo dessa discussão.

O último artigo desta sessão, ESPIRITUALIDADE E OTIMISMO TRÁGICO NO ENFRENTAMENTO DA PANDEMIA À LUZ DO PENSAMENTO DE VIKTOR FRANKL de Marcos Meireles, Sandrelena da Silva Monteiro, Raquel Rinco Dutra Pereira e Lívia Rinco de Oliveira, nos propõe pensar as contribuições de Viktor Frankl para os desafios enfrentados no contexto da pandemia da COVID-19, a partir dos conceitos de espiritualidade e otimismo trágico presentes na literatura desse pensador. A partir de pesquisas bibliográficas, as autoras e autores afirmam que diante das vicissitudes da vida, como por exemplo a doença e a morte, os indivíduos possuem a “capacidade de transformar de modo criativo os aspectos trágicos da vida em algo construtivo”, tendo em vista que perante a condição efêmera de nossa existência, nasce também a possibilidade de construção de sentido para ela.

Finalizamos este número com a comunicação de Luciana Gangussu Prates, intitulado GEOMETRIA SAGRADA E ARABESCOS ISLÂMICOS. Neste trabalho, a autora explora a arte muçulmana presente na religiosidade islâmica, em especial na relação da geometria sagrada e os arabescos islâmicos. De acordo com a autora, existe uma conexão entre a representação do sagrado por meio de formas geométricas nas manifestações artísticas do Islã: “Segundo a tradição, os arabescos se constituem por meio da repetição regular de um padrão abstrato, semi-abstrato ou parcialmente figurativo, cuja simbologia explicita, por meio das formas geométricas, a profunda fé na eternidade de todo ser.”

Isto posto, desejo uma excelente leitura a todas e todos que acompanham a Interações!

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