Debates e Comunicações
Recepción: 20 Agosto 2022
Aprobación: 26 Septiembre 2022
Resumo: Esta comunicação pretende dar continuidade a um levantamento sobre os ritos relacionados ao Vodún Sakpatá praticados no Brasil e como estes ritos se relacionam com o momento pandêmico pelo qual a humanidade fora acometida recentemente. Com vistas a dar continuidade sobre a compreensão da ritualística dessa divindade presente nos panteões Fon e Yorubá no Brasil, busca-se analisar os ritos dedicados ao Vodún Sakpatá e algumas de suas facetas: Ṣoponná, Ọbalùàiyé, Ọmọlu e Jagun, para que seja possível interpretar os cultos praticados a essa divindade em solo tupiniquim. A metodologia ocorrerá através de revisão bibliográfica, apoiada em um estudo antropológico através de entrevistas com sacerdotes do Candomblé escolhidos aleatoriamente, conforme interesse e disponibilidade de cada um, no intuito de justificar o fato do Vodún Sakpatá ser reconhecido como divindade ligada às epidemias. Possivelmente, para compreender o culto Fon, será necessário seguir de maneira perpendicular ao culto Yorubá, visando à compreensão mais abrangente acerca do entendimento dessa divindade. Esta comunicação conseguiu determinar dois ritos praticados pelos adeptos do Candomblé, sendo um deles de origem Fon, o Andeyì e outro de origem Yorubá, o Olugbajé.
Palavras-chave: Ciência da Religião Aplicada, Vodun, Sakpatá, Candomblé.
Abstract: This communication intends to continue a survey on the rites related to Vodún Sakpatá practiced in Brazil and how these rites relate to the pandemic moment by which humanity was recently affected. In order to continue the understanding of the ritual of this deity present in the Fon and Yorubá pantheons in Brazil, seeking to analyze the rites dedicated to the Vodún Sakpatá and some of its facets: oponná, balùàiyé, m lu and Jagun, so that one can interpret the cults practiced to this deity in tupiniquim soil. The methodology will be based on a bibliographic review, supported by an anthropological study through interviews with randomly Candomblé priests, according to their interest and availability, in order to justify the fact that Vodún Sakpatá is recognized as a deity linked to epidemics. Possibly, to understand the Fon cult, it will be necessary to follow in a perpendicular way to the Yoruba cult, aiming at a more comprehensive understanding of this of this deity. This communication was able to determine two rites practiced by Candomblé followers, one of them of Fon origin, the Andeyì and another of Yoruba origin, the Olugbajé.
Keywords: Science of Applied Religion, Vodun, Sakpata, Candomblé.
Resumen: Esta comunicación pretende continuar un levantamiento sobre los ritos relacionados con Vodún Sakpatá practicados en Brasil y cómo estos ritos se relacionan con el momento de pandemia por el que la humanidad se vio afectada recientemente. Para continuar la comprensión del ritual de esta deidad presente en los panteones Fon y Yorubá en Brasil, buscamos analizar los ritos dedicados a Vodún Sakpatá y algunas de sus facetas: oponná, balùàiyé, m lu y Jagun, para que sea posible interpretar los cultos practicados a esta deidad en suelo tupiniquim. La metodología se llevará a cabo a través de una revisión bibliográfica, sustentada en un estudio antropológico a través de entrevistas a sacerdotes de Candomblé escogidos al azar, según el interés y disponibilidad de cada uno, con el fin de justificar el hecho de que se reconoce a Vodún Sakpatá como una deidad vinculada a epidemias Posiblemente, para comprender el culto Fon, será necesario seguir de manera perpendicular al culto Yoruba, buscando una comprensión más integral de la comprensión de esta deidad. Esta comunicación logró determinar dos ritos practicados por los seguidores del Candomblé, uno de origen Fon, el Andeyì y otro de origen Yoruba, el Olugbajé.
Palabras clave: Ciencia de la Religión Aplicada, Vodún, Sakpata, Candomblé.
1 INTRODUÇÃO
A ideia sobre a hipótese de pesquisar tal divindade se iniciou em 2019 e, por obra simples do acaso, aprofundou-se com o momento pandêmico que a humanidade passou, e ainda vivencia, com seus respectivos resquícios. Tal proposta tem como objetivo dar continuidade ao estudo acerca da relação dos ritos ligados ao Vodún Sakpatá e o seu engendramento no que tange a questões relacionadas à de seus adeptos e praticantes. Tais cultos começaram a chamar atenção devido ao aumento das práticas ritualísticas dos Candomblés em louvor a esta divindade encontrados nas redes sociais, possivelmente devido à crescente epidemia de COVID-19.
Esta pesquisa, de caráter ainda que inicial, adota a revisão bibliográfica como uma das metodologias a serem empregadas, tendo como fontes primárias de consulta as obras de Herskovits, Hérissé, Verger, Bastide, Maupoil e outras que acabaram surgindo durante o processo. Um estudo antropológico inicial, limitado devido às questões de isolamento social, pautou-se no culturalismo e na importância da cultura como uma força organizadora nos assuntos humanos, o que acabou sendo um norte para este estudo inicial. Também foi ampliada a pesquisa quantitativa, que, em fase preliminar a esta, fora realizada com três sacerdotes do Candomblé através de entrevistas semiestruturadas e, neste segundo momento, com vistas a privilegiar a riqueza de detalhes e uma maior assertividade, fora ampliada para dez[3] prestigiosos sacerdotes de Candomblé no Estado do Rio de Janeiro, abarcados aleatoriamente neste estudo, conforme suas disponibilidades de receber este autor em tempos de isolamento social. Assim, a referida pesquisa quantitativa será realizada nestes moldes onde cada sacerdote participante será identificado conforme a ordem na qual foram submetidos a entrevista, através das referidas siglas: A1, A2, A3, A4, A5, A6, A7, A8, A9 e A10, com vista à preservação das fontes. O número de entrevistados ainda possui uma amplitude relativamente pequena devido ao desconhecimento e à dificuldade que os sacerdotes, em sua maioria sexagenários, têm no que tange à utilização das ferramentas digitais e à sua abertura quanto ao compartilhamento de saberes referentes ao Candomblé. Contudo, deve-se considerar que os entrevistados supramencionados até este momento são sacerdotes e sacerdotisas que gozam de extremo respeito e posição de destaque devido aos saberes adquiridos em função do seu sacerdócio, o que fundamentalmente enfatiza a qualidade das informações extraídas desses encontros.
Em suma, certo é que a continuidade deste estudo aponta para o desdobramento desta pesquisa e, certamente, continuará seguindo o fluxo natural de aprofundamento, conforme sua continuidade, seja por parte do autor, seja por outros que se sensibilizarem ao tema, vez que há significativas possibilidades de que tal proposta aqui apresentada demonstre-se extremamente inovadora, não apenas para as Ciências da Religião, mas também, em alguma medida, para as Ciências Sociais em geral.
2. O VODÚN
A palavra Vodún[4] pode significar tanto a própria religião quanto os espíritos cultuados nessa religião. Trata-se de uma religião oriunda da antiga Costa dos Escravos e ainda hoje guarda semelhanças com religiões resultantes da diáspora africana no Brasil, principalmente através do Candomblé Jeje.
O termo Vodún (pronunciado Vodṹ, ou seja, com um u nasalado em tom alto) é o termo Gbè utilizado por um conglomerado regional, isto é, uma determinada faixa territorial na África que vai da Nigéria até à Costa do Marfim, passando pelo Benin, Gana, Togo e abrangendo cerca de vinte línguas sendo destas as mais faladas as línguas Ewe e Fon.
O vocábulo Vodún[5] pode significar tanto a própria religião quanto as divindades cultuadas nesta religião. Desse modo, acredita na existência de Deus ou Deuses, como uma figura suprema aos demais, bem como agrega a este conceito a cosmovisão de alma.
Em La Geomancie à L’Anciene Côte des Esclaves, (MAUPOIL, 1943) ilustra a importância do sentido religioso do Vodún:
Um laço de solidariedade une o Vodún e os homens; eles se completam e não poderiam passar uns sem os outros. Mediante suas orações e seus sacrifícios os homens “dão força” aos Voduns. Quanto mais numerosas e magníficas as oferendas, mais as divindades têm força, melhores são suas intenções. (MAUPOIL, 1943, p. 57, tradução nossa)[6].
Verger deixa clara a perfeita simbiose entre as divindades e os humanos, bem como a interdependência que comungam, ou seja, os humanos realizam as ofertas com intuito de fortalecer e agradar as divindades, em troca de que esse fortalecimento e/ou satisfação sejam suficientes e a fim de que seus desejos sejam atendidos. Tais desejos vão desde a terra fértil com a possibilidade de boa colheita, pedidos de cura para diversos fins e também a intercessão para a não proliferação de doenças contagiosas.
3. OMOLÚ, OBALÚAIYÈ, SÀNPÒNNÁ, SAKPATÁ
De fato, este estudo tem demonstrado que para compreender os ritos ao Vodún Sakpatá, divindade integrante do panteão Fon, cultuado de forma adaptada nos Candomblés Jeje, foi necessário seguir de maneira perpendicular ao culto Yorubano dos Orixás, com vistas a uma compreensão mais abrangente acerca do entendimento desta divindade, absorvida pelos Candomblés no Brasil. Possivelmente, o intercâmbio cultural-religioso ocorrido entre os escravos, quando compartilharam suas culturas e saberes de maneira livre nos quilombos, promoveram não apenas esta, como provavelmente muitas outras apropriações culturais.
Em Orixás - Deuses Iorubás na África e no Novo Mundo, (VERGER, 1981), o autor introduz conceitos esclarecedores acerca dos diversos nomes, entre os quais o Vodún Sakpatá é conhecido: “Obalúaiyé ou Omolú são nomes geralmente dados a Sànpònná, Deus da varíola e das doenças contagiosas, cujo nome é perigoso de ser pronunciado” (VERGER, 1981, p. 218).
Conforme as entrevistas iniciais realizadas para este estudo, tal nome Sakpatá não pronunciado em questão por Verger, possivelmente por respeito e adesão dele ao Candomblé, figurou de maneira unânime entre os entrevistados. Aliás, estes também não o verbalizaram, e sim grafaram em papel o vocábulo: Sakpatá, como nome original dos muitos epítetos dessa divindade.
Retornando a Maupoil, o autor, traz luz sobre a etimologia do termo Sakpatá: “SA, significa amigo...KPATÁ, evoca a ideia de uma ação realizada até o fim. O conjunto ficaria: o amigo de todos que, no entanto, mata todo mundo”. (MAUPOIL, 1943, p. 92, tradução nossa)[7].
Percebe-se, então, o motivo pelo qual essa divindade possui um grande respeito e reverência por parte dos adeptos não só em sua terra natal, através de seus ritos originais, como em seu percurso histórico no Brasil, através das religiões de matrizes africanas, não havendo a mínima intenção por parte destes em desafiar ou aborrecer a referida divindade, com vistas a não sofrerem sua ira, justificando, portanto, o uso de epítetos, títulos e outros termos para identificá-la, sem pronunciar o seu nome.
Berkenbrock (2012) em, A Experiência dos Orixás, também acena para a ligação do Vodún Sakpatá e as epidemias: “As doenças estão sob o domínio de Omolú[8], especialmente a varíola, as doenças de pele e as epidemias.” (BERKENBROCK, 2012, p. 242).
Através de Berkenbrock, pode-se ratificar o argumento de Maupoil sobre a ligação desta divindade com as epidemias, elucidando o porquê do aumento dos ritos destinados nos Candomblés a essa divindade durante o período mais tenso da pandemia.
Por fim, o autor deixa claro a estreita ligação desta divindade com as epidemias e consequentes doenças infectocontagiosas.
4. OS RITOS DE SAKPATÁ E SUA RELAÇÃO COM A SAÚDE
Antes de as entrevistas semiestruturadas serem realizadas em nosso universo de pesquisa que abarca os dez Sacerdotes[9], sendo cinco destes de culto de matriz africana de origem Fon, ou seja, Candomblé Jeje, e cinco de culto de matriz africana de origem Yorubana, ou seja, Candomblé Keto, este autor teve de realizar as oferendas recomendadas por alguns desses sacerdotes em seus templos religiosos, a fim de que fosse possível conseguir uma autorização da divindade para propiciar um ambiente favorável à realização das referidas entrevistas, visando à obtenção de informações síncronas, precisas e substanciais para o prosseguimento deste estudo.
Os sacerdotes de origem Fon, A1 e A7 indicaram que realizam um rito denominado de Andeyì (pronunciado Andêí, ou seja, com e nasalado e o i alto), em louvor ao Vodún Sakpatà, devido à origem ancestral de seus templos estarem ligados a cidade de Savalou[10], de onde, provavelmente, surgiu esta cerimônia que visa agradar o Vodún Sakpatà varíola e impedir o encontro deste com Vodún Djò, o furacão, sendo este o fio condutor que através da força dos ventos teria a capacidade de espalhar os vírus por todo o planeta satisfazendo o desejo do Vodun Sakpatá em punir a humanidade por atitudes e condutas tidas como reprováveis pela divindade. Todos os sacerdotes de origem Fon A1, A3, A7, A9 e A10 declararam que conhecem relativamente bem o rito destinado a esta divindade realizada pelos praticantes do Candomblé Ketu, porém A9 e A10 não pronunciaram o nome de tal cerimônia.
Os outros sacerdotes de culto Fon, denominados de A3, A9 e A10, sinalizaram que conhecem o rito Fon do Andeyì, pertencente à vertente do Candomblé Jeje Savalou, porém declararam não conhecerem os segredos de tal ritualística por serem adeptos do Candomblé Jeje de vertente Mahin, vez que estes últimos não realizam cerimônias específicas ao Vodún Sakpatá. Além disso, declararam da mesma forma conhecerem a cerimônia chamada Olugbajé[11](pronunciado Olubadjé, ou seja, com b mudo, com j com som de dj, u alto e e alto e aberto), realizada em alguns templos Mahinos, mesmo se tratando de uma cerimônia de origem yorubana. A3 e A9 declararam que não realizam nenhum rito em louvor a essa divindade e A10 declara que realiza o rito do Olugbajé.
O sacerdote A4, de origem yorubana, praticante do Candomblé Ketu, declarou conhecer vagamente a grande cerimônia savaluna do Andeyì, mas que não tem informações relevantes a declarar sobre esse rito por se tratar de uma vertente absolutamente diferente da qual pratica. Os demais sacerdotes A2, A5, A6 e A8, praticantes dessa origem, declararam não conhecerem tal rito Fon dedicado à referida divindade.
Todos os sacerdotes de origem yorubana, a saber, A2, A4, A5, A6 e A8, declararam conhecerem e realizarem anualmente, no mês de agosto, de maneira fidedigna o rito do Olugbajé, o banquete do Rei, em louvor ao Orixá Obaluayê, em seus respectivos templos. Desse modo, contextualizaram o rito, com uma descrição sucinta e bem objetiva no intuito de agradecerem por uma cura recebida ou de suplicarem pelo prolongamento da vida, através da promoção da saúde ao sacerdote, bem como para a comunidade do terreiro e demais adeptos.
Restou declarado que o desdobramento dessa cerimônia é feito com o oferecimento de no mínimo nove[12] pratos típicos da culinária africana, os quais são depositados sob uma esteira, onde em seu trono, o Orixá Obaluayê, encontra-se sentado enquanto são realizados cânticos em seu louvor. Normalmente, em algum momento, esse Orixá dança e, posteriormente, determina que tais comidas sejam servidas para todos os presentes. Tal partilha simboliza a promoção da vida e saúde, onde um punhado de cada comida é depositada em uma folha que servirá como prato chamada “Ewe Llara Funfun[13]”, denominada a folha do Rei, também conhecida popularmente como mamona e possuidora de um veneno mortal, que simboliza a morte ou o Orixá Ikú[14], isto é, o adepto ou o visitante estará, neste ponto do rito, no limiar entre o prolongamento da vida, representado através das iguarias oferecidas, e a morte, representada através da folha da planta venenosa, na qual são servidas.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nas religiões de matrizes africanas, fica perceptível o envolvimento direto dos ritos do Vodún Sakpatá quanto às questões relacionadas à saúde. Outrossim, identificou-se duas cerimônias associadas à referida divindade, quais sejam o Andeyì, de origem Fon, e o Olugbajè, de origem yorubana, tendo como objetivo principal o prolongamento da vida e a promoção da saúde.
A ritualística, principalmente de origem, Fon, caracteriza-se por ser muito mais fechada e envolta em mistérios. O pesquisador teve de alçar mão de sua polidez e sensibilidade, a fim de ter obter informações que as fontes não pretendiam repassar. Os sacerdotes de culto yorubano são mais abertos e suas cerimônias já são abordadas pelas academias há algumas décadas.
É notório a importância das abordagens dos ritos ao Vodún Sakpatá por parte dos Cientistas da Religião, bem como sua ligação direta com a questão relacionada à saúde, sobretudo no recente período pandêmico, o que além de pavimentar um caminho para um estudo comparado entre ambas, visa compreendê-las e, com isso, preencher as lacunas sobre uma das ritualísticas mais importantes do Candomblé Jeje, de vertente Savalou, e também uma das mais importantes do Candomblé Ketu.
Por fim, esta comunicação, através das informações colhidas, certamente irá indicar um caminho promissor para as Ciências da Religião e fomentar a continuidade deste estudo em momentos posteriores.
REFERÊNCIAS
BERKENBROCK, Volney. A Experiência dos Orixás. Petrópolis-RJ: Vozes, 2012.
DECALO, Samuel. Historical Dictionary of Dahomey (Metuchen, N.J: The ScarecrowPress, 1976).
FONTENOT, Wonda. L. Secret Doctors: Enthnomedicine of African Americans (Westport: Bergin& Garvey, 1994).
HERSKOVITS, M.J. and Hersovits, F.S. Dahomey: Na Ancient West African Kingdom. Evanston, IL: Northwestern University.
HERSKOVITS, M.J. and Hersovits, F.S. Na Outline of Dahomean Religious Belief (Wisconsin: The American Anthropological Association, 1933).
HÉRRISÉ, Auguste Le. L’ancien Royaume du Dahomey, Moeurs, religion, Histoire. Paris: Hachete Livre BnF, 1911.
MAUPOIL, Bernard. La Geomancie L'ancienne des Esclaves (Paris: L'universit‚ de Paris, 1943).
PRANDI, Reginaldo. Mitologia dos Orixás. São Paulo: Cias das Letras, 2012.
VERGER, Pierre Fatumbi. Orixás: Deuses Iorubás na África e no Novo Mundo. Salvador: Fundação Pierre Verger, 1981.
VERGER, Pierre Fatumbi. Notas sobre o Culto aos Orixás e Voduns. São Paulo: EDUSP, 1999.
Notas