ARTIGOS

Recepción: 18 Agosto 2022
Aprobación: 23 Marzo 2023
Resumo: Este artigo teve por objetivo investigar o sentido de vida e o perfil da síndrome de burnout em professores da rede pública da Grande Aracaju e cidades do interior da Bahia. A amostra foi composta por 243 profissionais da Educação Básica. Trata-se de uma pesquisa de cunho quantitativo, transversal e correlacional. Os instrumentos utilizados foram: Questionário ociodemográfico, Burnout Clinical Subtype Questionnaire (BCSQ-12) e Questionário de Sentido de Vida (QSV). A seleção dos participantes deu-se por conveniência e a aplicação ocorreu de forma mista (online, fazendo o uso do Google Forms, e presencial, nas escolas selecionadas). Os dados coletados foram analisados pelas estatítiscas descritivas e multivariadas por meio do Jeffrey’s Amazing Statistics Program (JASP). Pela correlação de Spearman, foi possível notar uma relação negativa entre sentido de vida e os perfis da síndrome de burnout, evidenciando que, quanto maior o sentido de vida, menor o nível de burnout nos professores. Conclui-se, então, que reverter o quadro de burnout em docentes torna-se viável quando se regasta o sentido de vida. Portanto, a logoterapia pode ser uma estratégia promissora para preencher a lacuna existencial e, consequentemente, se distanciar do esgotamento profissional e promover saúde mental.
Palavras-chave: Esgotamento profissional, Sentido de vida, Logoterapia, Saúde mental docente, Educação Básica.
Abstract: This article aimed to investigate the meaning of life and the profile of the burnout syndrome in public school teachers in the Greater Aracaju and cities in the interior of Bahia. The sample consisted of 243 Basic Education professionals. This is a quantitative, transversal and correlational research. The instruments used were: Socio-demographic Questionnaires, Burnout Clinical Subtype Questionnaires (BCSQ-12) and Meaning of Life Questionnaires (QSV). Theselection of participants was based on convenience and the application took place in a mixed way (online using Google Forms and in-person interviews in the selected schools). The collected data were analyzed through descriptive and multivariate statistics through Jeffrey's Amazing Statistics Program (JASP). Through Spearman's correlation, it was possible to notice a negative relationship between meaning of life and the profiles of the burnout syndrome, evidencing the greater the meaning of life, the lower the level of burnout in teachers. It is possible to conclude, then, that reversing the burnout situation in teachers becomes viable when the meaning of life is recovered. Therefore, logotherapy can be a promising strategy to fill the existential gap and, consequently, move away from professional burnout and promote mental health.
Keywords: Professional burnout, Meaning of life, Logotherapy, Teachers’ mental health, Basic Education.
Resumen: Este artículo tuvo como objetivo investigar el sentido de la vida y el perfil del síndrome de burnout en profesores de escuelas públicas del Gran Aracajú y ciudades del interior de Bahía. La muestra estuvo conformada por 243 profesionales de la Educación Básica. Los instrumentos utilizados fueron: Cuestionario Sociodemográfico, Cuestionario de Subtipo Clínico de Burnout (BCSQ-12) y Cuestionario de Sentido de Vida (QSV). La selección de los participantes se basó en la conveniencia y la postulación se realizó de manera mixta (online y presencial). Los datos recolectados fueron analizados a través de estadística descriptiva y multivariada a través del Programa de Estadísticas Asombrosas de Jeffrey (JASP). A través de la correlación de Spearman, fue posible notar una relación negativa entre el sentido de la vida y los perfiles del síndrome de burnout, evidenciándose a mayor sentido de la vida, menor nivel de burnout en los docentes. Se concluye, entonces, que revertir la situación de burnout en los docentes se vuelve viable cuando se recupera el sentido de la vida. Por lo tanto, la logoterapia puede ser una estrategia prometedora para llenar el vacío existencial y, en consecuencia, alejarse del desgaste profesional y promover la salud mental.
Palabras clave: Agotamiento profesional, Sentido de vida, Logoterapia, Salud mental del profesor, Educación básica.
1 INTRODUÇÃO
O quadro atual do trabalho docente aponta para um descompasso entre o que é oferecido para os professores e o que é exigido deles. Prevalece uma intensificação, somada à precarização social, econômica, das condições de trabalho e uma expectativa de polivalência do professor, responsável pelo sucesso ou fracasso educacional (ARAÚJO; PINHO; MASSON, 2019). Como resultado desse panorama desfavorável para o professor, há uma elevada incidência de transtornos mentais. No Brasil, em 2017, segundo a Confederação Nacional dos Trabalhadores (CNTE), 71% dos professores ficaram afastados de suas atividades laborais em virtude de problemas psicológicos e psiquiátricos (BRITO; ALMEIDA, 2019). Na conjuntura pandêmica da COVID-19, o contexto adoecedor se agravou com a implementação do ensino remoto emergencial, que aumentou a sobrecarga de trabalho docente, associada à falta de capacitação para manejo das ferramentas tecnológicas e de apoio institucional (SILVA; PASSOS; AQUINO, 2022; SILVA BARROS et al., 2022).
A Síndrome de Burnout (SB) configura-se em um tipo de esgotamento profissional ao qual os professores são essencialmente vulneráveis (RIBEIRO et al., 2020). Em professores brasileiros, é um dos principais transtornos mentais investigados (DIEHL; CARLOTTO, 2014; DIEHL; MARIN, 2016). Na edição mais recente, a Classificação Internacional de Doenças, CID-11 (código QD85), a SB é definida como um fenômeno associado ao trabalho, que prejudica a saúde do profissional, devido ao estresse crônico no ambiente laboral, gerenciado de modo ineficaz (DE OLIVEIRA et al., 2022).
Uma das perspectivas elaboradas para explicar o esgotamento profissional é a fenomenológica que a esboça como uma experiência acometida quando há disparidade considerável entre os esforços investidos e as recompensas obtidas no trabalho (FARBER, 2000). Em específico, delineiam-se três tipos clínicos: (1) Frenético, caracterizado por trabalhar progressivamente, isto é, cada vez mais até ficar exausto. Nesse caso, o profissional busca satisfação ou sucesso para equiparar o estresse provocado pelos esforços investidos; (2) Subdesafiado, reconhecido por apresentar motivação insuficiente. Nesse perfil, o trabalhador deve lidar com condições laborais monótonas e desanimadoras que não gera a satisfação necessária; (3) Desgastado, identificado por desistir quando se defronta com muito estresse ou por abdicar quando há baixa gratificação no trabalho (MONTERO-MARÍN et al., 2009). Cabe destacar que esta estrutura teórica ganhou visibilidade por levar em consideração a experiência subjetiva dos adoecidos (ABÓS et al., 2021).
O esgotamento profissional provoca vários problemas, afetando tanto os professores acometidos com a síndrome, quanto a instituição e os alunos. Predomina um declínio do desempenho organizacional, absenteísmo, presenteísmo e rotatividade de funções. Atinge diretamente os professores, todavia, os discentes e a organização escolar são prejudicados de forma indireta, pois a qualidade do ensino decai por conta da repercussão do estado adoecido do professor (GARCÍA-CARMONA; MARÍN; AGUAYO, 2019). Em contrapartida, há elementos que reduzem a probabilidade do burnout em professores. Alguns desses elementos são: ter um bom relacionamento com colegas e alunos, apoio e habilidade social elevados, oportunidade e satisfação profissional, fator motivacional potencial, salário adequado, satisfação inerente à tarefa executada, retorno positivo ao desempenho ofertado (DALCIN; CARLOTTO, 2017). Além desses elementos, a presença de sentido de vida pode se apresentar como uma camada de proteção para o esgotamento profissional.
O sentido de vida, constructo-base da logoterapia, pode ser considerado como atribuição de um significado para a vida do ser humano, não sendo universal, mas mutável, isto é, varia de pessoa para pessoa (SANTOS, 2016). Ao invés de ser algo abstrato, corresponde a uma tarefa concreta a ser efetuada em cada situação dada e, no que diz respeito à existência, é a motivação primária (SANTOS, 2019) e, indubitavelmente, a preocupação de mais urgência, importância e profundidade dos seres humanos (PARK, 2017). O sentido de vida equipara-se com a busca do para quê, do motivo e da razão do existir; logo, quando se faz presente, estimula a lutar por algum propósito ou para se comportar de determinado modo. Orienta e guia os seres humanos (KRAUS; RODRIGUES; DIXE, 2009).
O burnout se inicia a partir da vivência de sentimentos desprovidos de sentido. Quando identificado, constata-se um desenvolvimento gradativo da frustração proveniente do esforço para encontrar um significado para o trabalho. Pode ser considerado uma forma especial de vácuo existencial, que ocasiona perda de interesse, falta de disposição e exaustão emocional (BARZOKI et al., 2018). Em contrapartida, fomentar o sentido da vida proporciona o decréscimo de percepção de vazio no indivíduo e, por conseguinte, resulta em fatores protetivos ampliados (LUZ; MURTA; AQUINO, 2017). Vários estudos apontam o sentido de vida como um preditor de saúde física e mental (COELHO, 2021; MARGARIDA, 2013; NORONHA et al., 2018; SANTOS; FONTE; PIMENTÃO, 2021). A presença de sentido de vida desempenha função preventiva no desencadeamento de transtornos psíquicos - como o burnout - em profissionais da saúde (SOUTHWICK; WISNESKI; STARCK, 2021), constatação reforçada pela redução do esgotamento proveniente do ambiente laboral, após sessões de logoterapia (ASADI et al., 2012).
Altos índices de sentido refletem uma perspectiva positiva. Os valores mediadores da realização existencial - atitudes de amor, esperança, otimismo, felicidade, autotranscência- aumentam e, consequentemente, alargam a capacidade de superar as adversidades (SILVA; DAMÁSIO; MELO, 2009). Em professores, constatou-se que o sentido de vida está associado negativamente à síndrome de burnout, ao estresse percebido e promove níveis maiores de funcionamento psicológico e de satisfação vital em docentes (SANTOS; SILVA, 2022). Nessa linha, estimular a presença de sentido da vida pode se tornar um elemento favorável e recomendável para o desenvolvimento de uma vida realizada, especialmente, em professores atravessados por um contexto escolar de contrariedades. Ao adotar uma postura de resgate dos sentidos, apesar dos sofrimentos oriundos do cotidiano, a pessoa é remetida para si mesma , tornando-se responsável por sua vida (ANDRADE, 2018).
Considerando as circunstâncias de adoecimento do professor da Educação Básica e a influência do sentido de vida na diminuição de burnout em professores (REINHOLD, 2004), torna-se relevante avaliar a relação entre o esgotamento profissional e sentido de vida nesses profissionais. Para esse feito, foram selecionadas a rede estadual pública, tendo em vista a prevalência de transtornos mentais nesse ambiente (ARAÚJO; CARVALHO, 2009; TOSTES et al., 2018), principalmente, após a volta às aulas, depois da pandemia, como dita o estudo realizado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), em 2021.
Diante desse cenário de adoecimento e regresso ao modo presencial, este artigo tem o objetivo de investigar o sentido de vida e o perfil da síndrome de burnout em professores da rede pública da Grande Aracaju e cidades do interior da Bahia. De maneira específica, pretende (1) descrever o perfil da síndrome de burnout presente entre os professores; (2) identificar os níveis de sentido de vida dos profissionais da educação; (3) averiguar as diferenças nos níveis de sentido de vida e dos perfis da síndrome de burnout, em relação a variáveis sociodemográficas; (4) avaliar a relação entre sentido de vida e os perfis da síndrome de burnout manifestados pelos professores.
2 MÉTODO
2.1 Participantes
O tamanho amostral para a presente pesquisa foi calculado por meio do software G Power 3.1. Foram utilizados os seguintes parâmetros para a estimativa da amostra: teste estatístico de correlação (Correlation: Bivariate normal model), uma força de correlação de 0,3 e um nível de confiança de 95%. Com base nesses parâmetros, o programa computou uma quantidade mínima de 115 participantes para a pesquisa.
Participaram 243 profissionais da Educação Básica, dos quais 197 eram da rede estadual de ensino público de Aracaju (81,1 %) e os demais, do interior da Bahia. A amostragem da pesquisa foi do tipo não probabilística e por conveniência; a coleta dos dados foi realizada por meio de questionários online (13,9%) e impressos (86,1%), no mês de novembro de 2021, e entre os meses de fevereiro a maio de 2022.
Do total dos participantes, 26 (10,7%) eram professores do Ensino Fundamental I; 42 (17,3%), do Ensino Fundamental II; 66 (27,2%), Ensino Fundamental e do Ensino Médio e 109 (44,8%), do Ensino Médio. Em relação à carga horária, 41 professores (16,8%) tinham 20h ou menos; 33 docentes (13,6%), 21h-29h; 28 (11,6%) tinham carga horária de 30h-39h, e 141 (58,0%), 40 horas ou mais. Sobre o tempo de exercício da profissão docente, 5 (2,1%) docentes tinham menos de um ano; 15 (6,2%), de 1-5 anos; 36 (14,8%), 6-10 anos; 89 (36,7%), 11-20 anos; 82 (33,7%), 21-30 anos e 16 (6,6%) tinham mais de 30 anos. Quanto às características sociodemográficas da amostra, observou-se que 59,3% pertenciam ao sexo feminino e a média de idade foi de 44,3 anos (Desvio Padrão [DP] = 8,22).
Os critérios de inclusão foram definidos da seguinte maneira: (1) Ser professor (a) do ensino fundamental I/II e/ou ensino médio da rede pública estadual dos municípios de Aracaju ou do interior da Bahia; (2) Estar exercendo as suas atividades laborativas em sala de aula; (3) Vínculo empregatício efetivo. Qualquer desenquadramento em um dos critérios de inclusão, configura-se em um critério de exclusão da pesquisa.
2.2 Instrumentos
Os seguintes instrumentos foram aplicados na condução deste estudo:
2) Burnout Clinical Subtype Questionnaire (BCSQ-12): corresponde à versão resumida do BCSQ-36, instrumento elaborado por Montero-Marín e García- Campayo (2010). Ao invés de 26, contém 12 itens que se distribuem em três fatores: sobrecarga, falta de desenvolvimento e negligência. A mensuração das três subescalas é feita por meio de uma escala do tipo Likert, que varia de 1 (discordo totalmente) a 7 (Concordo totalmente), de modo que as pontuações são computadas pela soma dos itens constituintes divididos pelo número deles. Quanto maiores as pontuações, maiores os níveis de burnout. Foi utilizada a versão brasileira validada por Demarzo et al. (2020), sendo que o IDE (Indíce de Determinação dos Fatores) foi 0,93, para sobrecarga; 0,94, para falta de desenvolvimento e 0,95, para negligência. Neste estudo, a fidedignidade composta (CR) dos fatores da medida foi 0,77 (frenético), 0,78 (subdesafiado) e 0,82 (desgastado).
3) Questionário de Sentido de Vida (QSV): elaborado originalmente por Steger (2009), este instrumento é composto por 10 itens segregados em duas dimensões: presença de sentido de vida e busca de sentido de vida. Estes dois fatores são mensurados em uma escala de 07 (sete) itens que vai de 01 (Totalmente Falso) a itens de cada fator; quanto mais alto o valor obtido, maiores serão os índices para cada dimensão. Este questionário foi adaptado por Aquino et al. (2015) para o contexto brasileiro, cujos resultados indicaram alfa = 0.89 um para busca de sentido de vida e a presença de sentido, um alfa = 0,85. Neste estudo, o instrumento apresentou os seguintes índices de fidedignidade composta (CR): 0,90 (Presença de Sentido de Vida) e 0,87 (Busca de Sentido de Vida).
2. 3 Procedimentos e aspectos éticos
A entrada no campo de pesquisa deu-se pelo contato prévio com a direção das escolas selecionadas por conveniência, com o objetivo de obter consentimento das instituições. Assim sendo, o delineamento procedimental dividiu-se em três etapas. Na etapa 1, foi realizado o contato virtual com os diretores/coordenadores da escola para a explicação do projeto, envolvendo os objetivos da pesquisa, a participação voluntária, o sigilo, a confidencialidade das informações e a desistência sem qualquer penalidade por parte dos participantes. Na etapa 2, foi encaminhado um convite aos professores das escolas selecionadas para execução de modo online via Google Forms ou agendamento presencial para aplicação dos instrumentos de modo presencial.
Na etapa 3, a pesquisa foi realizada com os profissionais convidados da etapa 2, que aceitaram participar da pesquisa, por meio da apresentação e coleta de assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) e dos instrumentos na modalidade online ou impressos. Na pesquisa presencial, esses documentos foram aplicados, em espaços físicos, nas escolas participantes. A pesquisa foi autorizada pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Universidade Federal de Sergipe (UFS) (CAAE: 42516321.6.0000.5546 e CAAE: 43875921.5.0000.5546).
2. 4 Análise de dados
O programa JASP (Jeffrey’s Amazing Statistics Program), versão 0.16, foi utilizado para realização de análises descritivas, confirmatórias dos questionários e bivariadas, e o programa SPSS versão 25.0, para a imputação dos missings. No primeiro momento, foi realizada a imputação dos missings por meio do método da Expected Maximization (Maximização Esperada), procedimento para tratamento de dados ausentes, baseados na probabilidade máxima (DONG; PENG, 2013), no SPSS, versão 25.
No JASP, foram calculadas análises descritivas de distribuição de frequências, medidas de tendência central (média, mediana e desvio-padrão). Em seguida, os participantes foram classificados em três níveis (baixo índice, intermediários e alto índice), segundo os escores nas variáveis síndrome de burnout (SB) e de sentido vida (SV) para atender o primeiro e o segundo objetivos específicos.
A classificação se deu mediante ao desvio-padrão (DP) e da mediana. Quando os escores eram iguais ou menores que um DP abaixo da mediana os sujeitos encontravam- se no grupo baixo índice; quando os escores estavam entre um DP abaixo e um DP acima da mediana os sujeitos foram considerados com índices intermediários; quando os escores estavam maiores ou iguais a um DP acima da mediana os sujeitos foram classificados com alto índice (MACCALLUM; ZHANG; PREACHER; RUCKER, 2002).
Testes não paramétricos de Mann-Whitney e Kruskal-Wallis avaliaram em que as diferenças nos níveis de SV e SB eram equivalentes em relação ao sexo, estado, idade, diferentes níveis de ensino (Ensino Fundamental I, Ensino Fundamental II e Ensino Médio), a carga horária trabalhada e o tempo de exercício da profissão docente. Estes tipos de testes nãoparamétricos foram escolhidos em detrimento dos paramétricos, devido a não normalidade dos dados, apresentada pelo teste de Shapiro-Wilk, no programa Jasp (FARO et al., 2021). A correlação de Spearman foi utilizada para avaliar a relação entre sentido de vida e os perfis da síndrome de burnout manifestados pelos professores. Nesta análise, o teste r-to-z de transformação de Fisher será utilizado para comparar a magnitude das correlações entre as variáveis investigadas (LENHARD; LENHARD, 2014).
3 RESULTADOS
3.1 Estatísticas descritivas da BCSQ-12 e QSV
As estatísticas descritivas referentes ao BCSQ-12 indicaram que um total de 14,8% dos professores apresentou baixos escores do perfil frenético; 15,7%, do perfil subdesafiado e 23,9%, do perfil desgastado. No que se refere ao QSV, 21,4 % dos professores estudados apresentaram baixos índices de presença de SV, enquanto que, para a busca de sentido de vida, o total subiu para 24,3%.

Após a caracterização da amostra e os resultados das estatísticas descritivas dos instrumentos, foram avaliadas as diferenças nos níveis de SV e SB em relação ao sexo, estado, idade, diferentes níveis de ensino (Ensino Fundamental I, Ensino Fundamental II e Ensino Médio), a carga horária trabalhada e o tempo de exercício da profissão docente. Os testes de Mann-Whitney e Kruskal-Wallis não identificaram resultados significativos em nenhuma das variáveis.


3.2 Análise correlacional da BCSQ e QVS
A tabela 4 apresenta os resultados das correlações obtidas. Os perfis da síndrome de burnout se correlacionaram, de maneira significativa, entre si, e cada perfil, com a presença de sentido de vida. Ao passo que, somente o perfil subdesafiado se associou de maneira significativa com a busca de sentido de vida.

O teste r-to-z de transformação de Fisher mensurou os resultados da magnitude das correlações encontradas. A presença de sentido de vida não se associou mais fortemente ao perfil subdesafiado (r = - 0,273, p < 0,01) do que o perfil frenético (r = - 0,234, p < 0,01). (z = -0,505; p = 0,307). Resultado semelhante foi identificado ao comparar a grandeza da associação da presença de sentido com o perfil subdesafiado (r = - 0,273, p < 0,01) e o perfil desgastado (r = - 0,341, p < 0,01) (z = 1,038; p = 0,15).
DISCUSSÃO
A pesquisa apresentou uma participação predominante de docentes do ensino médio nos locais pesquisados. Tendo em vista que a condução procedimental foi feita com professores da rede estadual, este achado reflete com o que previsto na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB, Art. 9. VI), na qual se estabelece que o Estado deve assegurar o ensino fundamental, mas, oferecer, com prioridade, o ensino médio. A predominância do público docente do ensino médio não foge do que é encontrado na literatura. Na revisão integrativa de Santos e Silva (2022), que averiguava a relação entre saúde e sentido de vida em professores, somente 1 dos 7 estudos selecionados era composto por uma amostra de professores universitários; o restante foi com professores do ensino fundamental e médio. Evidencia-se, assim, a carência de pesquisas com docentes da Educação Infantil e Universitária.
Em relação à carga horária, mais de 50% dos docentes tinham uma carga horária superior a 40 horas, fato relatado em outras pesquisas com esse público (PEREIRA et al, 2014a; PEREIRA et al, 2014b), trazendo, portanto, a sensação de sobrecarga (KOGA, 2015). Além de uma quantidade de horas extenuante dedicada ao trabalho, na docência, predominam remunerações baixas; superlotação de alunos em sala de aula; infraestrutura precária; metas institucionais demasiadamente elevadas; cobrança por alto desempenho profissional; desordem, ruídos e hostilidade por parte dos discentes; desalinhamento da relação família-escola; dupla jornada; excesso de atribuições; baixo nível de controle das tarefas e problemas institucionais (CORTEZ et al., 2017). Ou seja, há um conjunto de fatores desfavoráveis que potencializam a sensação de carga excessiva.
Mais de 70% dos profissionais pesquisados tinham entre 6-21 anos de tempo de exercício da profissional docente, refletindo o aumento do acesso da população brasileira ao sistema educacional básico de ensino (SILVA, 2019). Verificou-se que 59,3% dos docentes eram do sexo feminino, dado semelhante a pesquisas anteriores com este grupo (ABADIA et al, 2020; DE CARVALHO, 2018; DEFFAVERI; MÉA, FERREIRA, 2020) e que aponta para o processo de feminização da profissão do docente (VIANNA, 2013). No contexto social e cultural, há uma atribuição, às mulheres, de função de cuidadoras, na divisão sexual do trabalho e, historicamente, a docência é concebida como uma atividade de cuidado (DE ARAÚJO; YANNOULAS, 2020). Portanto, constata-se que o perfil pesquisado foi de professoras do ensino médio com um tempo médio de 6-21 anos de atuação docente.
Sobre o perfil da síndrome de burnout, no público estudado, identificou-se um percentual menor ou próximo de 24% de professores com baixos índices nos três perfis. Esse resultado indica uma prevalência dos perfis frenético, desgastado e subdesafiado, de modo que o primeiro deles foi o de maior concentração de professores com níveis intermediários e altos de esgotamento profissional. Estudos revisionais têm descrito uma alta prevalência da síndrome de burnout em trabalhadores da Educação Básica da rede pública brasileira (BATISTA et al., 2010; ROCHA et al., 2018). Esse fato é explicado por conjunto de determinantes que envolve, além das variáveis sociodemográficas e questões de personalidade, as condições contextuais, tais como: carga horária, números de alunos, relações interpessoais com os membros da rede, estado físico do espaço, recursos disponibilizados, suporte social, normas de funcionamento, filosofia organizacional, modelo de gestão, políticas educacionais, questões administrativas, estrutura pedagógica, gestão curricular e cultura da escola (CARLOTTO, 2012). Soma-se aos aspectos contextuais o fato de os pesquisados estarem em um período de retorno às atividades presenciais em salas de aula, após o fechamento das escolas por medidas de contenção de Covid-19. Durante esse período, o docente foi abruptamente submerso a um novo modo de ensino que desencadeou adoecimento psíquico. Por outro lado, o apoio social e o sentido de vida configuram-se como mecanismos de enfrentamento ao estado adoecedor (SANTOS et al., 2022).
Identificou-se um percentual pequeno de professores com índices baixos de presença de sentido de vida. Ao passo que houve maior concentração de participantes com níveis intermediários tanto de busca de sentido de vida (59,7%), como de presença de sentido de vida (56%). Esse resultado se contrapõe, em parte, a um estudo realizado com professores gregos que, apesar da elevada busca de sentido, apresentaram escores maiores de presença de sentido em comparação à busca (PLATSIDOU; DANILIDOU, 2021). Estudos indicam que maiores níveis de presença de sentido de vida estão associados ao uso de estratégias de enfrentamento adaptativas por diferentes populações, diante de circunstâncias estressantes (HALAMA, 2014; VOS; VITALIS, 2018). Por outro lado, esses indicadores de níveis de busca de sentido, apresentados pelos docentes na presente pesquisa, apontam para possíveis prejuízos no exercício das atividades laborais dos pesquisados (WARD; KING, 2017), fato constatado pela prevalência dos três tipos de perfis de esgotamento profissional.
Os resultados indicaram que não há diferença entre os níveis de burnout, de presença e de busca de sentido de vida, em relação às variáveis sociodemográficas coletadas no estudo. Em relação aos resultados sobre esgotamento profissional, outras evidências sobre o assunto corroboram que não há variações nos níveis da síndrome, ao levar em consideração as variáveis sociodemográficas (ABÓS et al., 2021; COSTA; BORSA; DAMÁSIO, 2020; MOHEBBI et al., 2019), indicando que outros fatores contextuais, como qualidade da liderança dos gestores e nível de atenção dos alunos estão associados a esse sofrimento psíquico (GILLET et al., 2022).
Sobre os níveis de presença e de busca de sentido de vida, os resultados são contraditórios no que se refere ao sexo e a idade. Muitos estudos, assim como nesta pesquisa, apontam que há invariância em relação ao gênero (BALGIU, 2020; JIANG; BAI; XUE, 2016). No que tange à percepção do sentido da vida, no ciclo vital, há indicações de que percepção da presença de sentido tende a aumentar à medida que as faixas etárias aumentam, enquanto a busca diminui ao longo da vida (AQUINO et al., 2017; PLATSIDOU; DANILIDOU, 2021). Esse desfecho apresentado, em relação à faixa etária, não se aplica no presente estudo, visto que os resultados encontrados não expressam diferença estatística significativa na linha temporal.
Os dados da correlação de Spearman sugerem que há associação negativa entre os perfis da síndrome de burnout e a presença de sentido de vida, sem diferença nas magnitudes correlacionais encontradas. Esse achado se coaduna a pesquisas anteriores sobre a relação entre síndrome de burnout e sentido de vida (DAMÁSIO; MELO; SILVA, 2013; REINHOLD, 2004; SILVA, DAMÁSIO, MELO, 2009; TOMIC et al., 2004; TOMIC; TOMIC, 2008). Os resultados também indicaram que o perfil subdesafiado está associado à busca de sentido de vida. Verifica-se que o perfil subdesafiado é caracterizado pela atuação profissional superficial e por contemplar outras possibilidades de vínculo empregatício (MONTERO-MARÍN; GARCÍA-CAMPAYO, 2010; MONTERO-MARÍN et al. 2009), apontando para o esvaziamento de sentido da atividade laboral (LÄNGLE, 2003) e consequente busca de sentido de vida. De forma majoritária, as investigações realizadas na área de sentido de vida utilizavam outros instrumentos para aferir o esgotamento profissional, como o Maslach Burnout Inventory (MASLACH; JACKSON; LEITER, 1997) e o Questionário de Saúde Geral (SARRIERA; SCHWARCZ; CÂMARA, 1996), evidenciando a incipiência de estudos que adotam a Burnout Clinical Subtype Questionnaire (BCSQ-12) como escala norteadora.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente estudo teve por objetivo avaliar os índices de sentido de vida e o perfil da síndrome de burnout em professores baianos e sergipanos da rede pública estadual. A partir das estatísticas descritivas, foi possível evidenciar a predominância de um público do sexo feminino, atuantes no ensino médio, com carga horária superior a 40 horas e com 6 a 21 anos de tempo de exercício da profissional. As variáveis sociodemográficas não se relacionaram estatisticamente, de forma significativa, às variáveis estudadas. O perfil da síndrome de burnout, presente entre os professores, foi, de forma decrescente, subdesafiado, frenético e desgastado. Nos níveis baixos e intermediários, o sentido de vida dos profissionais da educação foi de maior busca de sentido em comparação à presença de sentido, enquanto, no nível alto, a presença foi mais elevada do que a busca de sentido. A análise fatorial confirmou a validade, a confiabilidade e a consistência dos instrumentos de mensuração utilizados. Por meio de uma análise correlacional, foi possível notar uma relação negativa entre sentido de vida e os perfis da síndrome de burnout, manifestados pelos professores, isto é, quanto maior o sentido de vida, menor o nível de esgotamento profissional ou quanto menor o sentido de vida, maior o nível de burnout.
Conforme o presente estudo, a presença de sentido de vida configura-se em um elemento que se opõem à aparição de burnout em professores. À vista disso, reverter o quadro de esgotamento profissional expressado em docentes torna-se concebível quando se resgata o sentido. A aplicação de intervenções embasadas na logoterapia pode ser uma estratégia adequada e eficiente para preencher a lacuna existencial e, consequentemente, afastar o estado adoecedor. De forma global e, principalmente no Brasil, os estudos sobre burnout em professores, sob prisma fenomenológico, são escassos. Os resultados aqui encontrados contribuem, substancialmente, para o afastamento da incipiência, alargando o arcabouço teórico e empírico da Logoterapia e Análise Existencial.
Apesar das perceptíveis contribuições sociais e científicas, o estudo contém limitações, tais como: englobar somente professores da rede pública, a inclusão de apenas dois estados brasileiros, não abarcar o nível universitário, ser uma amostra transversal que impossibilita generalizações causais e a ausência de outras variáveis moderadoras. Dito isto, recomenda-se que, nas próximas pesquisas, haja comparações entre professores da rede pública e privada, uma amostra que abarque todo o território nacional, a inclusão do nível universitário, um estudo longitudinal e a consideração de outros fatores individuais e contextuais.
REFERÊNCIAS
ABADIA, Lígia Emília de et al. Fatores ambientais e sociodemográficos associados à fadiga e à Síndrome de Burnout em professores do ensino médio de escolas públicas. Saúde (Santa Maria), v. 46, n. 2, p. 48048-48059, 2020.
ABÓS, Ángel et al. Examining the psychometric properties of the Burnout Clinical Subtype Questionnaire (BCSQ-12) in secondary school teachers. Current Psychology, v. 40, n. 8, p. 3809-3826, 2021.
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