DOSSIÊ
SAÚDE, SIMBOLISMO E FÉ: reflexões sobre a liturgia pentecostal brasileira em tempos de pandemia
HEALTH, SYMBOLISM AND FAITH: reflections on the brazilian pentecostal liturgy in pandemic times
SALUD, SIMBOLISMO Y FE: reflexiones sobre la liturgia pentecostal brasileña en tiempos de pandemia
SAÚDE, SIMBOLISMO E FÉ: reflexões sobre a liturgia pentecostal brasileira em tempos de pandemia
Interações, vol. 18, núm. 2, e182d05, 2023
Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais

Recepción: 27 Octubre 2022
Aprobación: 04 Mayo 2023
Resumo: A pandemia da COVID-19 trouxe profundas marcas à população brasileira. Ante essa realidade, estudiosos das mais diversas áreas buscam compreender como a sociedade foi afetada com a circulação do novo coronavírus. Apesar de no início ter sido ventilada a possibilidade de um impacto quase nulo no Brasil, ideia ancorada em uma possível dificuldade do coronavírus em se propagar em clima tropical, a realidade se mostrou diferente, uma vez que, no final do mês de fevereiro de 2020 o vírus foi detectado no país e a partir de então, diversos danos foram causados pelo mesmo. O presente artigo tem por objetivo analisar como a pandemia da COVID-19 modificou a base do culto pentecostal brasileiro, em especial, como os elementos estruturais desse rito precisaram ser repensados para que as igrejas conseguissem se adaptar às novas realidades da sociedade frente aos iminentes desafios de saúde pública. Dessa forma, buscou-se investigar os elementos simbólicos da liturgia pentecostal, sob a perspectiva de Bourdieu. Por fim, foi possível compreender que o pentecostalismo enquanto segmento religioso valoriza a interação do fiel com o sagrado, o que pode facilitar a adaptação dessa doutrina nas mais adversas situações.
Palavras-chave: Pandemia, Pentecostalismo, Simbolismo, Saúde.
Abstract: The COVID-19 pandemic has brought deep marks to the Brazilian population. Faced with this reality, scholars from the most diverse areas seek to understand how society was affected by the circulation of the new coronavirus. Although, at first, the possibility of an almost zero impact in Brazil was raised, an idea anchored in a possible difficulty of the coronavirus in spreading in a tropical climate, the reality proved to be different, since, at the end of February 2020, the virus was detected in the country and from then on, several damages were caused by it. This article aims to analyze how the COVID-19 pandemic changed the basis of Brazilian Pentecostal worship, in particular, how the structural elements of this rite needed to be rethought so that churches could adapt to the new realities of society in the face of imminent challenges. of public health. In this perspective, we sought to investigate the symbolic elements of the Pentecostal liturgy, from the perspective of Bourdieu. Finally, it was possible to understand that Pentecostalism as a religious segment values the interaction of the faithful with the sacred, which can facilitate the adaptation of this doctrine in the most adverse situations.
Keywords: Pandemic, Pentecostalism, Symbolism, Health.
Resumen: La pandemia de la COVID-19 ha dejado profundas huellas en la población brasileña. Ante esta realidad, estudiosos de las más diversas áreas buscan comprender cómo la circulación del nuevo coronavirus afectó a la sociedad. Si bien en un principio se planteó la posibilidad de un impacto casi nulo en Brasil, idea anclada en una posible dificultad del coronavirus para propagarse en un clima tropical, la realidad resultó ser otra, ya que, a finales de febrero de 2020, el virus fue detectado en el país y a partir de ahí, varios daños fueron causados por el mismo. Este artículo tiene como objetivo analizar cómo la pandemia de COVID-19 cambió la base del culto pentecostal brasileño, en particular, cómo fue necesario repensar los elementos estructurales de este rito para que las iglesias pudieran adaptarse a las nuevas realidades de la sociedad frente a los desafíos inminentes. de salud pública. En esta perspectiva, buscamos investigar los elementos simbólicos de la liturgia pentecostal, desde la perspectiva de Bourdieu. Finalmente, se pudo comprender que el pentecostalismo como segmento religioso valora la interacción de los fieles con lo sagrado, lo que puede facilitar la adaptación de esta doctrina en las situaciones más adversas.
Palabras clave: Pandemia, Pentecostalismo, Simbolismo, Salud.
1 INTRODUÇÃO
Em janeiro de 2020, o mundo começou a receber notícias sobre um novo vírus que estava causando um tipo de síndrome gripal na China. Em 30 de janeiro, porém, a Organização Mundial da Saúde – OMS declarou que existia um surto causado por uma forma diferente de coronavírus, e adotou um alerta de Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional – o mais alto nível de alerta da Organização (Opas, 2020). No dia 11 de março do mesmo ano, a OMS caracterizou a COVID-19 como uma pandemia (Opas, 2020).
O surgimento da COVID-19 trouxe diversas incertezas e deixou a população de todo o mundo apreensiva. Principalmente, no que diz respeito ao futuro econômico dos países. Não obstante dessa realidade, as igrejas pentecostais tiveram que se adaptar rapidamente às exigências surgidas durante a emergência de saúde pública causada pela pandemia.
Este artigo busca refletir sobre os reflexos da pandemia da COVID-19 na sociedade brasileira, em especial como os males causados pelo coronavírus modificaram o rito pentecostal brasileiro. As análises específicas serão realizadas a partir das ideias da Sociologia da Religião, ancorado nos pressupostos epistemológicos de Bourdieu. Para este estudo, realizamos um levantamento bibliográfico em livros, artigos e documentos, o que possibilita trabalhar com informações mais acuradas.
2 - A PANDEMIA DA COVID-19 NO BRASIL
O primeiro caso de COVID-19 confirmado no Brasil foi em 26 de fevereiro de 2020, na cidade de São Paulo. Segundo o Ministério da Saúde “o homem de 61 anos deu entrada no Hospital Israelita Albert Einstein, nesta terça-feira (25/2), com histórico de viagem para Itália, região da Lombardia.” (Brasil/Ministério da Saúde, 2020). O coronavírus avançou rapidamente no Brasil, e em 20 de março, praticamente um mês após a primeira confirmação da doença em solo nacional, o Ministério da Saúde reconheceu que no país já era possível a transmissão comunitária1 em todo o território nacional. Desde as primeiras notícias desse vírus, porém, o governo brasileiro, sob a liderança do Presidente da República Jair Messias Bolsonaro, adotou um discurso ideológico, contrapondo-se às recomendações científicas; essa postura do governo do Brasil assemelha-se ao modo de enfrentamento de Donald Trump, então Presidente dos Estados Unidos da América - EUA, que desferiu graves acusações contra o Governo Chinês. Nesse ínterim, Trump afirmou, por diversas vezes, que a China teria criado o novo coronavírus propositalmente para abalar a economia mundial (Fellet, 2020). Além disso, o Presidente dos EUA quase sempre se referia ao coronavírus como o vírus chinês, ou seja, de forma ofensiva ao país asiático (Fellet, 2020).
O coronavírus, no Brasil, desestabilizou não apenas a saúde da população, bem como causou grandes problemas econômicos, políticos e sociais no país. Os primeiros sinais de um abalo econômico ligado à pandemia da COVID-19 se deram em 30 de março de 2020, quando a equipe econômica do governo declarou que o Produto Interno Bruto – PIB poderia ser comprometido pela propagação da doença (Brasil/Ministério da Economia, 2020). Igualmente, com a pandemia da COVID-19, o cenário político brasileiro passou por uma forte efervescência, o que gerou rompimentos de alianças políticas em governos de vários municípios, estados e até mesmo no âmbito do governo federal (Peixoto, 2020). Entretanto, dentre todos os problemas políticos ocorridos, as constantes substituições no Ministério da Saúde geraram uma falta de continuidade das políticas públicas de combate e prevenção aos males causados pelo coronavírus, o que ocasionou consideráveis problemas para a população brasileira (Ministério da Saúde, 2020).
No meio social, os problemas causados pelo coronavírus também foram marcantes, uma vez que a população brasileira se viu obrigada a se adaptar a uma nova realidade, em que o distanciamento social, o uso de máscara de proteção e a utilização do álcool em gel passaram a fazer parte da rotina do brasileiro (Insper, 2020); essa nova rotina, recomendada por especialistas da saúde, ficou conhecida como o novo normal, uma vez que grande parcela da população passou a acreditar que tais práticas preventivas iriam transpassar a pandemia da COVID-19 e se consolidariam como vezo na cultura do Brasil (Insper, 2020).
Medidas diversificadas foram adotadas por parte das autoridades no Brasil, como a suspensão das aulas presenciais em escolas de educação básica e superior, a proibição de aglomeração de pessoas em locais públicos, a doação de cestas e kits de alimentação para as famílias necessitadas, e ainda medidas para garantia e manutenção dos empregos, também a aplicação do lockdown2 como forma de conter a circulação da população, e outras ações que objetivavam diminuir o contato entre as pessoas para, consequentemente, impedir a transmissão do vírus (Brasil/Ministério da Saúde, 2020).
3 - AS RAÍZES DO RITO PENTECOSTAL BRASILEIRO
A ritualística pentecostal é diversificada, porém, suas raízes estão pautadas na essência do livro bíblico de Atos dos Apóstolos que apregoa as promessas dos dons para a Igreja. Entretanto, cabe pontuar que a doutrina pentecostal defende que o fiel deve buscar vivenciar experiências com o sagrado e o sobrenatural. Nessa perspectiva, cabe ressaltar que essa premissa, que incentiva o fiel a possuir um relacionamento mais íntimo com a sua crença, possibilita o surgimento de diferentes expressões de fé (Oliveira, 2011).
O pentecostalismo é um segmento do cristianismo desenvolvido a partir da raiz protestante, e dessa forma, sua ritualística expressa os valores e princípios de uma liturgia judaico-cristã (Oliveira, 2012). Não obstante dessa realidade, a construção do simbolismo litúrgico pentecostal deve ser compreendida a partir de um exame hermenêutico da Bíblia, uma vez que as premissas desse livro são consideradas, pelos pentecostais, verdades absolutas em termos de fé. Dessa forma, mesmo possuindo práticas diferentes das demais alas do cristianismo, as estruturas pentecostais se encontram fundamentadas em uma base cristocêntrica (Oliveira, 2012). Igualmente, é mister pontuar que os pentecostais acreditam que ocorrências de curas, profecias, transe ou êxtase podem ocorrer em todas as reuniões, e, inclusive, tais manifestações devem ser buscadas com empenho pelo fiel. Entretanto, mesmo que essas expressões espirituais sejam constantemente ligadas ao pentecostalismo, elas não são exclusivas desse segmento religioso, antes, porém, podem ser encontradas em todo o cristianismo e inclusive em religiões não cristãs3. Na Bíblia, por exemplo, há diversos relatos de visões, profetismos, revelações e transes religiosos antes mesmo do advento do cristianismo; como no caso de Saul, registrado no primeiro livro dos Reis capítulo 19, onde narra que o mesmo entrou em transe, juntamente com seus oficiais (Bíblia, 2010). Igualmente, no cristianismo primitivo, manifestações como as relatadas no segmento pentecostal eram vivenciadas pelos fiéis, como as experiências relatadas em Atos 2, passagem conhecida como a descida do Espírito Santo; ou em Atos 10, denominada a visão de Pedro; como também no próprio livro de Apocalipse, escrito pelo Apóstolo João (Bíblia, 2010).
Porém, o que torna o Pentecostalismo diferente dos outros segmentos do Cristianismo é a sua ênfase nas manifestações desses fenômenos, que de acordo com o entendimento Pentecostal são dons espirituais enviados àqueles que buscam com fé (Oliveira, 2012). Vale ressaltar que alguns cristãos acreditam que certas expressões religiosas defendidas pelos pentecostais não podem ocorrer nos dias atuais, uma vez que foram fatos isolados vivenciados pela Igreja Primitiva e por outros poucos escolhidos ao longo da história da igreja, e, assim, não podem ser entendidos como acontecimentos possíveis para todos os cristãos (Horton, 1994). De outro lado, porém, a doutrina pentecostal defende que a promessa espiritual contida na Bíblia pode ser experimentada em qualquer tempo, basta, apenas, a pessoa possuir fé e dedicar a viver uma vida de santidade e oração (Oliveira, 2012). Esse entendimento dos fiéis pentecostais possibilita que o culto pentecostal seja permeado de convicção acerca da ocorrência das manifestações de algum dom espiritual, como por exemplo, o dom de falar em línguas4, que é um dos mais recorrentes no âmbito pentecostal (Fajardo, 2015).
Essa expectativa proporciona ao culto pentecostal uma constante inovação em suas reuniões, uma vez que, no entendimento desta doutrina, a direção do culto deve ser guiada pela interação do fiel para com o sagrado, o que leva as reuniões a adquirirem uma dinâmica própria e imprevisível (Oliveira; Campos, 2016). Porém, apesar dessa forma diferenciada, o rito pentecostal busca na Bíblia a inspiração para seu desenvolvimento, e, assim, é composto por vários elementos da religiosidade judaico-cristã (Horton, 1994).
No Antigo Testamento5 o rito religioso era copiosamente formal, o que não permitia uma grande participação da congregação, e focava, sobretudo, no desenvolvimento cerimonialista das reuniões (Gonzaga, 2019). Entretanto, na religiosidade judaica antes do advento do cristianismo havia uma alta valorização dos sacrifícios religiosos, como observado no Pentateuco6. Nesse período, porém, as manifestações espirituais, como profetismo, visões e êxtases ocorriam com certa previsibilidade, uma vez que até então as ocorrências desses fenômenos eram ligadas a algumas classes específicas, como no caso dos profetas e dos sacerdotes (Horton, 1994).
No cristianismo do primeiro século, a comunidade religiosa se alimentava das diversas promessas realizadas por Jesus, que, segundo relatos, havia realizado grandes e inexplicáveis feitos. Em sua passagem pela Terra, Jesus deixou uma herança filosófica que foi a base para o surgimento de uma das mais importantes religiões da história da cultura humana, o Cristianismo (Schottroff, 2007). Assim, os primeiros cristãos, catequizados pelos apóstolos, guardavam a certeza de que a partir da fé era possível realizar feitos similares àqueles de Jesus que se encontram descritos nos evangelhos (Horton, 1994). Porém, essa ênfase na fé apregoada pelo cristianismo afastou a liturgia desse novo movimento religioso do ritual judaico, pois que as cerimônias sacrificiais implantadas pela tradição mosaica, já não faziam parte do ensinamento apostólico cristão (Vermes, 1996). Da mesma forma, durante a Patrística, alguns pensadores foram responsáveis pela elaboração de diversos ensinamentos, a fim de tornar a doutrina cristã mais fundamentada e capaz de responder aos ataques do paganismo, uma vez que até então, as principais bases de conhecimento eram advindas da tradição judaica (Mondin, 2006).
A partir do século IV, o cristianismo ganhou forças na sociedade, em especial após o Édito de Milão7 publicado em 313, e a oficialização desse como religião oficial do Império Romano dada em 380. Já na Idade Média8, a religião se disseminou em toda a Europa, e a partir de sua ligação com o Império Romano, essa fé foi estabelecida em praticamente todos os países europeus (Lenzenweger, 2006). Durante a medievalidade, os cristãos presenciaram o surgimento de alas teológicas conflitantes, o que, consequentemente, acabou por imprimir diferenças substanciais nos ritos e no entendimento religioso dos fiéis (Huizinga, 2005).
Na Idade Moderna9, após a Reforma Protestante10, a liturgia cristã ficou ainda mais diversificada, uma vez que, uma das bases do pensamento reformado é a liberdade de culto, o que, consequentemente, vai de encontro à concepção tradicionalista do Catolicismo Romano (Collins; Price, 2000). Essa nova noção defendida pelos cristãos protestantes permite uma maior interação entre o fiel e o sagrado, e, assim, a ritualística religiosa pode ser alterada de acordo com a fé do religioso. Dessa maneira, a partir do advento da Reforma, surgiram no seio do cristianismo alas que começaram a praticar uma espiritualidade mais voltada para a oração e a santidade, e vale ressaltar que as mesmas acreditavam que dessa forma seria possível vivenciar os fenômenos descritos no livro de Atos dos Apóstolos (Valério; Carvalho, 2017).
Assim, o produto da experiência religiosa cristã pós Reforma Protestante começou a gradativamente se fortalecer em convicções individuais, o que ocasionou o surgimento de grupos como os pietistas11, que, a partir da defesa da fé na manifestação do sobrenatural, serviram de inspiração para a consolidação do pentecostalismo enquanto movimento religioso (Valério; Carvalho, 2017).
O pentecostalismo, enquanto doutrina religiosa cristã, se consolidou no final do século XIX, nos EUA, a partir das reuniões de oração de grupos da Igreja Metodista, que buscavam romper o formalismo religioso como caminho para se chegar ao sagrado. A doutrina pentecostal se espalhou rapidamente por diversos países da américa latina, e se estabeleceu no Brasil em 1910, com a chegada dos missionários Luigi Francescon, italiano, fundador da Congregação Cristã no Brasil; e Daniel Berg e Gunnar Vingren, suecos, fundadores da Assembleia de Deus no Brasil (Monteiro, 2010).
De modo geral, é consenso entre os acadêmicos que o rito pentecostal no Brasil se divide em três fases. A primeira fase é chamada de Pentecostalismo Clássico, e é representada pela Congregação Cristã no Brasil e pela Assembleia de Deus; o Pentecostalismo Clássico, que surgiu em 1910 é marcado pela busca com o batismo no Espírito Santo, as manifestações dos dons e pelo culto avivado (Mariano, 1999). A segunda fase, surgida na década de 1950, é conhecida como Deuteropentecostalismo, e é representada por denominações como a Igreja do Evangelho Quadrangular, Igreja de Nova Vida e Igreja Casa da Bênção; essa fase é marcada pela busca da cura a partir da atuação do divino (Mariano, 1999). A terceira fase, que surgiu na década de 1970, é conhecida como Neopentecostalismo, e teve como marco inicial a fundação da Igreja Universal do Reino de Deus; essa fase é marcada pela batalha espiritual12 e pela teologia da prosperidade13 (Mariano, 1999).
4 - O CULTO PENTECOSTAL E A COVID-19
A Pandemia da COVID-19 provocou consideráveis alterações na organização ritualística das igrejas pentecostais brasileiras. É sabido que o cristão pentecostal valoriza as experiências religiosas individuais, porém, a reunião no templo é algo fortemente valorizado nesse segmento religioso (Oliveira, 2012). Historicamente o culto pentecostal é marcado por uma considerável participação da congregação, fato esse que torna cada culto um acontecimento único. Geralmente, o pastor ou o dirigente do culto, distribui os momentos da liturgia entre os membros presentes nas reuniões, e, quase sempre, os fiéis são informados no decorrer do próprio culto sobre sua participação, que pode ser a entoação de uma música ou a explanação de uma palavra. Essa análise da liturgia pentecostal nos mostra como a reunião da comunidade de fé é importante para o fiel pentecostal (Oliveira; Campos, 2016).
Em tempos de COVID-19, entretanto, devido a diversas recomendações sanitárias, os cultos religiosos de qualquer fé, em forma presencial, foram suspensos em praticamente todo o território nacional. Essa suspensão dos cultos nesse formato ocasionou a criação de artifícios para possibilitar a continuação da comunhão da congregação. A princípio, a liderança das igrejas pentecostais no Brasil foi resistente às novas necessidades sociais causadas pela pandemia, como, por exemplo, o distanciamento, o uso de máscara e a utilização do álcool em gel (Barreto, 2020).
No início da pandemia da COVID-19, a grande maioria dos líderes religiosos pentecostais adotou uma postura negacionista14 quanto aos males causados pelo coronavírus. Algumas igrejas mais radicais chegaram a declarar que a COVID-19 era uma invenção da mídia para enfraquecer o cristianismo e acabar com o povo evangélico. Cabe ressaltar que nos anos 2019 e 2020, os pentecostais brasileiros, majoritariamente, seguem uma linha bolsonarista, e apoiam as diretrizes adotadas pelo presidente do Brasil (Guerreiro; Almeida, 2021). Essa informação se faz necessária, uma vez que Jair Bolsonaro tem sido criticado por diversas autoridades devido a sua postura frente ao combate ao coronavírus (Machado, 2020).
Após os fracassados esforços iniciais, por parte da liderança pentecostal, para que as igrejas não sofressem mudanças em seu cotidiano durante a pandemia da COVID-19, as reuniões tiveram de passar por consideráveis adaptações (Mpofu, 2021). Na impossibilidade de qualquer tipo de reunião presencial, os pentecostais, bem como alguns outros grupos religiosos optaram pela adoção da internet como ferramenta para a produção do culto virtual (Mhandu; Ojong, 2021). Cabe ressaltar que grande parte das igrejas pentecostais no Brasil já eram adeptas a alguma forma de transmissão de suas reuniões, seja por meio do tele evangelismo, programa em rádio ou até mesmo por plataformas digitais (Mariano, 2008); igualmente a produção de materiais para o estudo e entretenimento também já faziam parte do universo das igrejas pentecostais antes da pandemia; um dos maiores expoentes do Brasil, nesse segmento, é a Casa Publicadora das Assembleias de Deus – CPAD, que é um dos maiores parques gráficos do Brasil e da América Latina (Gandra, 2013).
Entretanto, mesmo com um considerável histórico de produção de conteúdo digital, as igrejas pentecostais brasileiras tiveram dificuldades para abrir mão das reuniões presenciais, uma vez que certas práticas litúrgicas tradicionalmente foram instituídas de maneira coletiva, como, por exemplo, o ritual de celebração da Santa Ceia. Todavia, com o passar do tempo e o aumento gradativo do número de infectados pelo coronavírus no país, grande parte dos líderes pentecostais, cederam às necessidades do momento e reinventaram o desenvolvimento litúrgico de suas reuniões. A Igreja Assembleia de Deus de São Paulo e a Assembleia de Deus do Pará, duas das principais desta denominação no país15, adotaram o sistema de Santa Ceia virtual. No site oficial da Assembleia de Deus do Pará, o Pastor Samuel Câmara, líder da Igreja, convocou os membros para uma celebração, que tinha a seguinte mensagem: “neste domingo nós iremos celebrar a Santa Ceia online em todas as nossas plataformas digitais. Facebook. Estaremos todos juntos adorando ao Senhor.” (AD Belém, 2020).
Da mesma maneira, a Assembleia de Deus de São Paulo, liderada pelo Pastor José Wellington Bezerra da Costa, realizou uma Santa Ceia virtual no dia 19 de abril de 2020. De acordo com o site da instituição:
A Igreja Evangélica Assembleia de Deus Ministério do Belém em São Paulo realizou no último domingo (19), o culto da Ceia do Senhor online, mas com uma novidade. Os elementos da Ceia, o pão e o suco de uva, foram distribuídos aos membros na modalidade drive-thru. O presidente do Ministério, pastor José Wellington Bezerra da Costa tomou a decisão após a prorrogação da quarentena pelo governo do Estado para o dia 10 de maio. O pastor José Wellington fez uma live via facebook, no dia 17 às 18 horas, informando aos membros sobre o culto (Cpad, 2020).
Na mesma reportagem, o redator registrou a forma de atuação da Igreja de São Paulo e do ministério para atender os fiéis. Vale ressaltar que embora a cerimônia da Santa Ceia esteja sendo realizada de forma virtual, o líder da Igreja tenha ido presencialmente transmitir a celebração, a partir das dependências do templo da igreja. Isso demonstra como a figura do templo é importante para os fiéis pentecostais.
O presidente da igreja, pastor José Wellington Bezerra da Costa, compareceu ao templo após 25 dias de quarentena por um espaço de tempo por 45 minutos. Ele se fez acompanhado da diretoria do Ministério. O pastor Wellington Costa Junior, vice-presidente do Ministério, fez a leitura oficial da Ceia. A cantora Sumara Santos foi convidada para o momento de adoração. Após participar da cerimônia da Ceia, o pastor José Wellington se retirou. O presidente deixou gravada a pregação do culto que foi ao ar minutos mais tarde [...]. Um grupo de diáconos e pastores fizeram força tarefa para atender aos membros da igreja que fazem parte do grupo de risco e aos que solicitaram a entrega dos kits em suas residências. A solicitação pôde ser feita pelo e-mail ou telefone da igreja. O culto da Ceia do Senhor na Assembleia de Deus Belém acontece no primeiro domingo de cada mês. Porém, por conta das restrições impostas após o início da pandemia da Covid-19, a agenda precisou ser alterada (Cpad, 2020).
Uma importante informação advinda da reportagem da CPAD é o fato de a Igreja Assembleia de Deus de São Paulo ter de se adaptar à nova realidade da sociedade brasileira, uma vez que como afirmado, a tradicional agenda de eventos da Igreja, precisou sofrer alterações devido à pandemia da COVID-19 e os riscos iminentes à saúde pública.
5 - ANÁLISE BOURDIEUSIANA.
Pierre Bourdieu foi um dos mais influentes sociólogos da atualidade. Nascido na França em 1 de agosto de 1930, faleceu no mesmo país em 23 de janeiro de 2002. Seus estudos acerca da sociedade humana deixaram um considerável legado para o campo das ciências humanas e sociais (Castro, 2014). O sociólogo francês, ao dissertar sobre o simbolismo e seus desdobramentos nas organizações sociais, expõe que o “poder simbólico é um poder de construção da realidade que tende a estabelecer uma ordem gnosiológica, ou seja, que dá um sentido imediato de mundo.” (Bourdieu, 2003, p. 115). Nesse caso, ao aplicar o pensamento teórico bourdieuniano em as mudanças ocorridas na liturgia pentecostal, pode-se observar que houve uma transformação na identificação simbólica por parte dos fiéis (Andrade, 2021).
O rito pentecostal é, antes de tudo, simbólico, e se baseia em princípios de fé para o seu desenvolvimento litúrgico (Quitério, 2018). Desde o seu início no Brasil, a doutrina pentecostal se fundamentou nos costumes como forma de manifestação visível de aceitação aos preceitos pentecostais (Fajardo, 2016). Essa ideia possui uma ampla aceitação por grande parte da população pentecostal no Brasil, sobretudo no âmbito do pentecostalismo clássico, que considera a adoção dos costumes como meio de consagração e santificação. Dessa maneira, Jatahi (2012), ao analisar as ideias de Bourdieu acerca do poder simbólico, pontua que:
Os símbolos operam entre a realidade e o inconsciente, e seus estudiosos identificam entre suas funções a mediação entre essas dimensões, permitindo a construção de pontes entre elas; seja pela socialização, através da comunicação entre os membros do grupo que compartilham os mesmos valores; seja pela via pedagógica e terapêutica, integrando o homem ao universo e ao mesmo tempo causando medo e gerando segurança (equilíbrio psicossocial); como também pela transcendência, unindo e harmonizando forças antagônicas (Jatahi, 2012, p.2).
Assim, cabe ressaltar que durante a pandemia da COVID-19, vários costumes pentecostais foram reelaborados ou ressignificados a partir da nova realidade social (Mpofu, 2021). Historicamente, o desenvolvimento ritualístico pentecostal se ancora em uma forte participação da congregação, o que gera uma diversificação considerável em seus cultos. Igualmente, nos cultos pentecostais há diversos momentos de troca de apertos de mão, proximidade entre as pessoas, abraços, dentre outros tipos de contato físico; entretanto, apesar de uma dura resistência no início da pandemia, os pentecostais conseguiram se adaptar ao uso de tecnologia e continuaram a realizar suas reuniões, porém, no formato virtual (Cpad, 2020). A partir do pensamento de Pierre Bourdieu (1996), pode-se compreender que as relações sociais são geridas por uma disputa de forças que buscam se consolidar no âmbito de uma sociedade. De acordo com esse autor:
O campo do poder é um campo de forças estruturalmente determinado pelo estado das relações de poder entre tipos de poder, ou diferentes tipos de capital. Também é, de modo inseparável, um campo de lutas de poder entre os detentores de diferentes formas de poder, um espaço de jogo em que aqueles agentes e instituições possuidores de suficiente capital específico são capazes de ocupar posições dominantes dentro de seus campos respectivos, e confrontar os demais, utilizando estratégias voltadas para preservar ou transformar as relações de poder. Os tipos diferentes de capital são tipos específicos de poder que são ativos em um ou outro campo (de forças e lutas) gerados no processo de diferenciação e autonomização. Dentro desses diferentes espaços de jogo surgem tipos característicos de capital que são, simultaneamente, instrumentos e objetos de disputa (Bourdieu, 1996, p. 265).
Pode-se perceber que Bourdieu (1996), ao descrever os meios de legitimação de uma sociedade, observa que os espaços são assumidos a partir de um jogo para a ocupação das posições dominantes, que, por sua vez, são realizados daqueles que possuem um maior prestígio, para os demais membros da sociedade. Essa constatação pode ser de suma importância para a compreensão do comportamento das igrejas pentecostais durante a pandemia da COVID-19.
Urge ressaltar que no Brasil vários líderes pentecostais já adotavam a transmissão virtual como forma de evangelização, e desses podemos destacar o Bispo Edir Macedo16, o Missionário R.R. Soares17, o Apóstolo Waldemiro Santiago18, e o Pastor Silas Malafaia19. De acordo com Bourdieu (1996), essa aceitação dos cultos virtuais, por parte de lideranças influentes no âmbito pentecostal, foi fundamental para que os seguidores dessa doutrina se adaptassem mais facilmente ao processo de ausência da frequência presencial aos templos. Nesse ínterim, observa-se também que essa mudança de hábito dos pentecostais, direcionada a partir dos líderes das igrejas, pode ter sido legitimada por uma mudança nos sistemas de valores simbólicos (BOURDIEU, 2003). Sobre essas transformações nas bases valorativas, Jatahi (2012), observa que para Bourdieu “os instrumentos simbólicos são formas de dominação que representam os interesses de um grupo dominante, no sentido de adotar um sistema de valores que passa a ser socialmente legitimado através de processos ideológicos.” (Jatahi, 2012, p. 6).
A partir de então, sob a perspectiva de Bourdieu (2022) é possível compreender como princípios, até então percebidos como imutáveis, puderam ser revistos sob a perspectiva das novas necessidades sanitárias, adotadas sob o contexto da pandemia da COVID-19. O autor, nessa perspectiva, afirma que “o poder simbólico é, com efeito, esse poder invisível, o qual só pode ser exercido com a cumplicidade daqueles que não querem saber que lhe estão sujeitos ou mesmo que o exercem.” (Bourdieu, 2003). Ou seja, assim como elencado por Bourdieu (1996), o jogo de arranjos sociais causados pela disputa da legitimação simbólica, passa, em diversos casos, por uma construção ideológica dinâmica, complexa e invisível.
Nessa esteira, cabe refletir que apesar de uma rápida adaptação por parte dos pentecostais em período de pandemia, os costumes estabelecidos antes do advento da COVI-19 foram reestabelecidos com celeridade. Deve-se, assim, observar que Bourdieu (2009) ao refletir sobre momentos de crise reforça que a mesma pode possuir um caráter pedagógico, ou seja, é possível que aquele que esteja exposto a algo incomum crie mecanismos para se adaptar às novas situações. Entretanto, não se pode deixar de considerar o conceito de habitus desenvolvido pelo sociólogo francês. Destarte, Bourdieu (1983) defende que habitus é uma ideia ou um comportamento adotado desde o princípio. Para tanto, pra modificar a estrutura de um comportamento enraizado como maneira padrão é preciso que ocorra uma considerável articulação entre toda a estrutura que o ser social vive.
No caso das adaptações litúrgicas vivenciadas no período pandêmico, essas têm se mostrado como momentâneas, uma vez que após a referida crise sanitária o comportamento adotado foi o de retorno ao antigo padrão. Não obstante a essa realidade, estudos demonstraram que a maior prioridade do brasileiro pós-pandemia é voltar a frequentar a igreja da maneira habitual. No segundo semestre de 2021, de acordo com um levantamento realizado pelo Instituto Bateiah, 26% dos brasileiros desejavam retornar aos cultos de maneira habitual. A partir dessa percepção social, é compreensível que o desejo ao retorno do modo litúrgico habitual esteja presente entre os pentecostais.
Nesse contexto, igualmente cabe refletir que, apesar de buscar novas práticas de fé e serem de fácil adaptação litúrgica, os pentecostais ainda conservam uma estreita ligação com o templo. E assim, mesmo que algumas práticas litúrgicas sejam adotadas de forma extraordinária, o habitus consensual ainda reforça a frequência ao templo e a necessidade dos encontros da comunidade de fé sob o mesmo espaço físico.
6 - CONSIDERAÇÕES FINAIS
A pandemia da COVID-19 marcou profundamente o Brasil e o mundo, já que além de causar transtornos na área da saúde, comprometeu o sistema financeiro de diversos países no mundo. Dessa forma, a economia mundial se viu comprometida e foi necessária uma mudança de planejamento para evitar o colapso monetário de vários países. No Brasil, ao contrário das previsões iniciais que defendiam que o vírus não se adaptaria ao clima quente, o coronavírus se propagou e rapidamente se fez presente em todas as regiões do país.
Além de problemas no sistema de saúde pública no Brasil, a pandemia da COVID-19 trouxe um desajuste sócio-político no país, uma vez que, as estratégias de enfrentamento do vírus foi cercada de discurso ideológico, o que causou uma divisão na população entre os grupos simpáticos ao sistema de direita e os defensores da política social. Enquanto aqueles apoiavam as retaliações ao governo chinês e apoiavam o presidente Jair Bolsonaro, esses cobravam uma maior participação do governo brasileiro e políticas de redução de impacto social.
Entretanto, a religião não ficou imune aos problemas causados pela pandemia da COVID-19, pois que recomendações de fechamento dos templos durante a fase de transmissão do vírus causador da doença, vieram de diversas autoridades sanitárias e também da área da saúde. Essas recomendações, no início, não tiveram boa recepção por parte dos fiéis pentecostais, que acusaram haver uma conspiração mundial contra as igrejas evangélicas. Entretanto, com o passar do tempo, e, consequentemente, o avanço da contaminação em todo o país, as igrejas pentecostais se adaptaram ao sistema de culto virtual.
Ao longo do artigo realizamos uma análise da mudança do rito pentecostal brasileiro sob a perspectiva de Bourdieu. A partir das teorias bourdieusianas foi possível observar o histórico de sucesso no uso de mídias virtuais para evangelização por parte das igrejas pentecostais e a ampla utilização da internet, rádio e televisão por parte dos líderes pentecostais brasileiros; fatores esses que foram determinantes para a rápida adaptação das igrejas ao sistema de transmissão virtual.
Por fim, ao estudar o sistema ritualístico do pentecostalismo brasileiro foi possível compreender que as suas estruturas se baseiam em uma relação mais íntima entre o fiel e o sagrado, o que possibilita uma maior dinâmica quando se compara o rito pentecostal com os demais ritos praticados no cristianismo.
REFERÊNCIAS
ANDRADE, Claudionor. Nesta crise, não perca a calma nem a alma. 2021. Disponível em http://www.cpadnews.com.br/blog/claudionorandrade/posts/137/nesta- crisenÃo-perca-a-calma-nem-a-alma.html. Acesso em 11 out. 2022.
AD BELÉM (Pará). Santa Ceia pela internet nesse domingo. 2020. Disponível em: https://adbelem.org.br/home. Acesso em: 26 out. 2022.
BARRETO, Mauricio Lima; BARROS, Aluisio Jardim Dornellas de; CARVALHO, Marília Sá; CODEÇO, Claudia Torres; HALLAL, Pedro Rodrigues Curi; MEDRONHO, Roberto de Andrade; STRUCHINER, Claudio José; VICTORA, Cesar Gomes; WERNECK, Guilherme Loureiro. O que é urgente e necessário para subsidiar as políticas de enfrentamento da pandemia de COVID-19 no Brasil? Revista Brasileira de Epidemiologia, [S.L.], v. 23, n. 1, p. 1-8, maio 2020. FapUNIFESP (SciELO). http://dx.doi.org/10.1590/1980-549720200032. Acesso em: 26 out. 2022.
Bateiah Instituto de Pesquisa. Pesquisa mostra que voltar à igreja é prioridade do brasileiro no pós-pandemia. 2021. Disponível em: https://www.correiobraziliense.com.br/brasil/2021/09/4951632-pesquisa-mostra-que- voltar-a-igreja-e-prioridade-do-brasileiro-no-pos-pandemia.html. Acesso em: 23 dez. 2022.
BÍBLIA: antigo e novo testamento. Tradução de João Ferreira de Almeida. Brasília: Sociedade Bíblica do Brasil, 2010.
BOURDIEU, Pierre. Razões práticas: sobre a teoria da ação. Campinas: Papirus, 2022.
BOURDIEU, Pierre. O poder simbólico. 6ª edição. Trad. Fernando Tomaz. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2003.
BOURDIEU, Pierre. The state nobility: elite schools in the field of power. Stanford: Stanford University Press, 1996.
BOURDIEU, Pierre. Esboço de uma teoria da prática. In: ORTIZ, R. Pierre Bourdieu. Col. Grandes Cientistas Sociais. São Paulo: Ática, 1983.
CASTRO, Celso. Textos básicos de sociologia. Rio de Janeiro: Zahar, 2014.
CPAD, 2020 – AD Ministério Belém faz ceia do Senhor. Disponível em: http://cpadnews.com.br/assembleia-de-deus/50158/ad-ministerio-do-belem-faz-ceia-do-senhor-drive-thru.html. Acesso em: 20 ago. 2022.
COLLINS, Michael; PRICE, Matthew A. História do Cristianismo: 2000 anos de fé. São Paulo: Loyola, 2000.
FAJARDO, Maxwell Pinheiro. “Onde a luta se travar”: A expansão das Assembleias de Deus no Brasil urbano (1946-1980). 2015. 358 f. Tese (Doutorado) - Curso de História, Universidade Estadual Paulista, Assis, 2015. Disponível em: https://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=1&cad=rja&uac t=8&ved=0ahUKEwjrjq6bnZnRAhVLHZAKHT9tAdcQFggaMAA&url=http://repositorio.u nesp.br/bitstream/handle/11449/132222/000851874.pdf?sequence=1&usg=AFQjCNGgD kK8UR3pZzggbpgjFdbqI0x0tA&sig2=afKIeQmIqqUekAVB9ggq6g&bvm=bv.142059868,dd.Y2I. Acesso em: 29 ago. 2022.
FAJARDO, Maxwell Pinheiro. O Imaginário Assembleiano e a transição do rural para o urbano. Azusa: Revista de Estudos Pentecostais, Joinville, v. 7, n. 1, p.65-74, jun. 2016. Semestral.
FELLET, João. 'Vírus chinês': como o Brasil se inseriu em disputa geopolítica entre EUA e China sobre pandemia. 2020. Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/brasil- 51963251. Acesso em: 28 jul. 2022.
GANDRA, Valdinei Ramos. Patrimônio cultural da Assembleia de Deus: memória e identidade na criação do centro de estudos do movimento pentecostal. 2013. 140 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Patrimônio Cultural e Sociedade, Universidade da Região de Joinville, Joinville, 2013.
GUERREIRO, Clayton; ALMEIDA, Ronaldo de. Negacionismo religioso: Bolsonaro e lideranças evangélicas na pandemia Covid-19. Religião & Sociedade [online]. 2021, v. 41, n. 02, pp. 49-74. Disponível em: https://doi.org/10.1590/0100-85872021v41n2cap02. Acesso em: 26 out. 2022. Epub 18 Out 2021. ISSN 1984-0438. https://doi.org/10.1590/0100-85872021v41n2cap02.
GONZAGA, Waldecir. A Bíblia: escritura sagrada para judeus e cristãos. Creatividade: Revista da Cultura Religiosa - PUC/Rio, Rio de Janeiro, v. 1, n. 2, p. 5-20, dez. 2019.
HORTON, Stanley M. Teologia Sistemática: uma perspectiva pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1994.
HUIZINGA, Johan. O declínio da Idade Média. 2. ed. [s.i.]: Ulisseia, 2005.
INSPER. Novo Normal: entenda melhor esse conceito e seu impacto. 2020. Disponível em: https://www.insper.edu.br/noticias/novo-normal-conceito/. Acesso em: 28 jul. 2022.
JATAHI, Paulo José de Castro. O poder simbólico e o gerenciamento de impressões em organizações públicas: a construção do mito da eficácia do Banco Central na administração da política econômica. Cadernos EBAPE. BR [online]. 2004, v. 2, n. 3, pp. 01-13. Acesso em: 26 out. 2022 Disponível em: https://doi.org/10.1590/S1679-39512004000300009. Epub 19 Jul 2012. ISSN 1679-3951. https://doi.org/10.1590/S1679-39512004000300009.
LENZENWEGER, Josef et al. História da Igreja Católica. São Paulo: Loyola, 2006.
MARIANO, Ricardo. Crescimento Pentecostal no Brasil: fatores internos. Rever: Revista de Estudos da Religão, São Paulo, v. 4, n. 4, p.68-95, dez. 2008. Disponível em: http://www.pucsp.br/rever/rv4_2008/t_mariano.pdf. Acesso em: 28 jul. 2022.
MARIANO, Ricardo. Neopentecostais: sociologia do novo pentecostalismo no brasil. São Paulo: Edições Loyola, 1999.
MONDIN, Battista. Curso de Filosofia. São Paulo: Paulus, 2006.
MONTEIRO, Yara Nogueira. Congregação Cristã no Brasil: da fundação ao centenário – a trajetória de uma Igreja brasileira. Estudos de Religião, São Paulo, v. 30, n. 24, p.122- 163, dez. 2010. Disponível em: https://www.metodista.br/revistas/revistas-metodista/index.php/ER/article/view/2116/2354. Acesso em: 15 set. 2022.
MHANDU, John; OJONG, Vivian. Covid-19 and the South African Pentecostal Landscape: Historic Shift from Offline Liturgical Practice to Online Platforms. Journal for the Study of Religion, v. 34, n. 2, p. 1-25, 2021.
MPOFU, Buhle. Rethinking the Eucharist in the aftermath of COVID-19 disruptions: A comparative study of Reformed and Pentecostal theology of sacraments. HTS Teologiese Studies/Theological Studies, v. 77, n. 4, 2021.
OLIVEIRA, David Mesquiati de; CAMPOS, Bernardo. Teologia Prática Pentecostal: particularidades, perfil e desafios no século XXI. Estudos Teológicos, São Leopoldo, v. 56, n. 2, p.264-275, dez. 2016. Semestral. Disponível em: http://www.est.com.br/periodicos/index.php/estudos_teologicos/article/download/28912891/2662#page=75. Acesso em: 26 jul. 2022.
OLIVEIRA, David Mesquiati de. Diaconia Transformadora. Anais do Congresso Internacional de Teologia, São Leopoldo, v. 1, n. 1, p.621-635, dez. 2012. Disponível em: ;. Acesso em: 2 ago. 2022.
OLIVEIRA, David Mesquiati de. Pentecostalidade da missão latino-americana: uma nova reforma na igreja? Reflexus: Revista semestral de Teologia e Ciências das Religiões, Vitória, v. 5, n. 6, p.89-98, dez. 2011. Semestral. Disponível em: http://revista.faculdadeunida.com.br/index.php/reflexus/issue/view/25. Acesso em: 29 dez. 2016
OPAS Organização Pan-Americana da Saúde. Folha informativa – COVID-19 (doença causada pelo novo coronavírus). 2020. Disponível em: https://www.paho.org/bra/index.php?option=com_content&view=article&id=6101:covid1 9&Itemid=875. Acesso em: 26 jul. 2022.
PEIXOTO, Guilherme. Corrupção ataca R$ 1,48 bilhão destinados ao combate à COVID-19. 2020. Disponível em: https://www.em.com.br/app/noticia/politica/2020/06/11/interna_politica,1155732/corr upcao-ataca-r-1-48-bilhao-destinados-ao-combate-a-covid-19.shtml. Acesso em: 27 jul. 2020.
QUITÉRIO, Moyses Naftali Leal. Macrorreflexões sobre o neopentecostalismo brasileiro, contribuições sociológicas de Pierre Bourdieu para uma espistemologia da Ciências da Religião: estudo de caso de uma igreja neopentecostal e a sua teologia. Revista Contemplação, n. 18, 2018.
SCHOTTROFF, Luise. As parábolas de Jesus: uma nova hermenêutica. São Leopoldo: Editora Sinodal, 2007.
VALÉRIO, Samuel Pereira; CARVALHO, Osiel Lourenço de (Org.). Reforma Protestante e Pentecostalismo no Brasil: Aproximações e Distanciamentos. São Paulo: Reflexão, 2017.
VERMES, Geza. Jesus e o mundo do Judaísmo. São Paulo: Loyola, 1996. Tradução de Adail Ubirajara Sobral e Maria Stela Gonçalves. Disponível em: https://books.google.com.br/books?hl=pt- BR&lr;=&id=wLhFURPwfcEC&oi=fnd&pg=PA6&dq;=+judaismo&ots=JwmUPCSix4&sig= bFzNdfne2Sl8RAY0Y4xCVIndgwA#v=onepage&q=judaismo&f=false. Acesso em: 17 jan. 2017.
MACHADO, Isabel Pinto. OMS/Covid-19: guerra diplomática entre os Estados Unidos e a China. 2020. Disponível em: https://www.rfi.fr/pt/mundo/20200519-oms-covid-19-guerra-diplom%C3%A1tica-entre-os-estados-unidos-e-a-china. Acesso em: 30 jul. 2022.
BOURDIEU, Pierre. O Senso prático. Petrópolis: vozes, 2009.
Notas