Artigo Original
Hemoglobina e sódio séricos: marcadores prognósticos precoces na insuficiência cardíaca descompensada
Hemoglobin and serum sodium: early prognostic markers in decompensated heart failure
Hemoglobina e sódio séricos: marcadores prognósticos precoces na insuficiência cardíaca descompensada
INSUFICIENCIA CARDIACA, vol. 14, núm. 1, pp. 2-6, 2019
Federación Argentina de Cardiología

Recepção: 14 Janeiro 2019
Aprovação: 20 Março 2019
Resumo: Introdução. A insuficiência cardíaca (IC) descompensada apresenta elevada morbimortalidade. Marcadores prognósticos clínicos e laboratoriais foram identificados, porém a influência precoce da hemoglobina (Hb) e do sódio (Na) séricos é pouco conhecida. Este estudo teve como objetivo avaliar as características clínicas e desfechos em pacientes internados por IC descompensada, conforme dosagem sérica de Hb e Na nas primeiras 24 horas. Material e métodos. Estudo prospectivo observacional que avaliou pacientes adultos internados por IC descompensada acompanhados por até 30 dias após a alta. Os grupos analisados foram: Hb e Na iniciais normais (grupo 1), Hb inicial < 10,0 mg/dl (grupo 2), Na inicial < 135 mEq/l (grupo 3), ou ambas as alterações (grupo 4). O desfecho primário avaliado foi óbito hospitalar ou até 30 dias após a alta. Resultados. Da amostra total de 40 pacientes, 37,5% eram do grupo 1, 35,0% do grupo 2, 7,5% do grupo 3 e 20,0% do grupo 4. A média de idade nos grupos foi de 67,2 ±15 vs 66,4 ±13 vs 59,0 ±11 vs 55,7 ±14 anos (p=0,08). Eram do sexo masculino 60,0%, 35,7%, 100% e 62,5% (p=0,08). Os desfechos observados para cada grupo foram, respectivamente, mortalidade de 6,7% vs 21,4% vs 0% vs 37,5% (p=0,007), reinternação em 30 dias 6,7% vs 28,6% vs 0% vs 12,5% (p=0,12), insuficiência renal aguda 20,0% vs 42,8% vs 33,3% vs 25,0% (p=0,04), necessidade de ventilação mecânica invasiva 13,3% vs 7,1% vs 0% vs 0% (p=0,41) e tempo de internação 16 ±10 vs 17 ±12 vs 24 ±11 vs 33 ±19 dias (p=0,03). Conclusões. Nos pacientes com IC descompensada, Hb < 10 mg/dl nas primeiras 24 horas da internação associou-se à ocorrência de insuficiência renal aguda. A combinação de Hb < 10 mg/dl e Na < 135 mEq/l associou-se a maior mortalidade hospitalar e a aumento do tempo de internação.
Palavras-chave: Insuficiência cardíaca, Anemia, Hiponatremia, Mortalidade.
Abstract:
Background. Acute decompensated heart failure (HF) has high morbidity and mortality. Clinical and laboratory prognostic markers have been identified, although the early influence of serum hemoglobin (Hb) and sodium (Na) is not precisely known. This study aimed to assess the clinical features and outcomes in patients with decompensated HF, according to serum dosage of Hb and Na within the first 24 hours of admission.
Material and methods. Prospective observational study that included hospitalized patients with decompensated HF
followed for up to 30 days after discharge. Groups were analyzed as follows: normal Hb and Na (group 1), initial Hb
< 10.0 mg/dl (group 2), initial Na < 135 mEq/l (group 3), or both alterations (group 4). The primary outcome was
in-hospital or 30-days death.
Results. From the total 40 patients sample, 37.5% were in group 1, 35.0% group 2, 7.5% group 3, and 20.0% group 4.
Average age was 67.2 ±15 vs 66.4 ±13 vs 59.0 ±11 vs 55.7 ±14 (p=0.08). Male subjects were 60.0%, 35.7%, 100%
and 62.5% (p=0.08). Outcomes for each respective group were: mortality 6.7% vs 21.4% vs 0% vs 37.5% (p=0.007),
30-days re-admission 6.7% vs 28.6% vs 0% vs 12.5% (p=0.12), acute renal failure 20.0% vs 42.8% vs 33.3% vs 25.0%
(p=0.04), invasive mechanical ventilation 13.3% vs 7.1% vs 0% vs 0% (p=0.41), and length of hospitalization 16 ±10
vs 17 ±12 vs 24 ±11 vs 33 ±19 days (p=0.03).
Conclusions. In patients with acute decompensated HF, Hb < 10 mg/dl within the first 24 hours of admission was
associated to the occurrence of acute renal failure. The combination of Hb < 10 mg/dl and was associated to higher
mortality and higher length of hospitalization.
Keywords: Heart failure, Anemia, Hyponatremia, Mortality.
Hemoglobina e sódio séricos: marcadores prognósticos precoces na insuficiência cardíaca descompensada
Introdução
A insuficiência cardíaca (IC) possui elevada prevalência
em nível mundial, e nos últimos anos sua incidência
vem aumentando vertiginosamente, o que pode ser explicado
pela crescente expectativa de vida da população
em geral. Esta apresenta-se como a rota final da maioria
das afecções patológicas do coração. Estima-se que
1 a 2% da população em países desenvolvidos sejam
portadores de IC, e este número pode chegar a 10% na
população acima de 70 anos1-3.
A IC descompensada apresenta amplo espectro clínico
e elevada morbimortalidade. A despeito da existência
de vários marcadores prognósticos estabelecidos na
literatura, a influência da hemoglobina (Hb) e do sódio
(Na) sérico é pouco elucidada.
Recentemente demonstrou-se que pacientes com IC
frequentemente apresentam anemia4, sendo que a prevalência
aumenta com a gravidade da doença. Além
disso, observa-se relação entre anemia e mortalidade
em pacientes com IC em nível ambulatorial5-6.
Hiponatremia grave tem sido reconhecida como um dos
principais marcadores de mau prognóstico em longo
prazo na IC7. Essa alteração metabólica pode resultar
da gravidade da cardiopatia, como também, uma vez
presente em pacientes criticamente doentes, agravar as
manifestações da IC. Porém, quando observada em curto
prazo e no momento da descompensação da doença,
ainda não há consenso sobre seu papel no prognóstico
dos pacientes.
Em todo o Brasil, são escassos os dados acerca de
achados clínicas e laboratoriais no cenário de descompensação
da IC. O presente estudo teve como objetivo
avaliar as características clínicas e desfechos adversos
em pacientes internados por IC descompensada, conforme
a dosagem sérica de Hb e Na nas primeiras 24
horas da admissão hospitalar.
Material e métodos
Delineamento
Estudo prospectivo observacional, que avaliou pacientes
adultos internados por IC descompensada, incluídos
consecutivamente entre fevereiro e agosto de 2017,
acompanhados até o óbito ou por até 30 dias após a alta.
População
Foram incluídos pacientes com idade igual ou superior
a 18 anos, internados por IC descompensada conforme
diagnóstico realizado pela equipe médica do setor de
emergência ou de setores de internação. A inclusão no
estudo se deu em qualquer momento da hospitalização,
não necessariamente nas primeiras 24 horas. Pacientes
em que o diagnóstico mais provável era diferente de IC
descompensada foram excluídos, assim como pacientes
com IC que não tiveram disponibilizados dados laboratoriais
de Hb e Na sérico das primeiras 24 horas da
admissão. A fração de ejeção não foi utilizada como
critério de exclusão, portanto, foram incluídos pacientes
com disfunção sistólica ou diastólica (IC com fração
de ejeção preservada ou reduzida).
Coleta de dados
Todos os pacientes foram abordados pessoalmente e
incluídos no estudo somente após assinatura do termo
de consentimento livre e esclarecido (TCLE). A coleta
de dados foi realizada a partir do prontuário médico para
características clínicas basais, diagnósticos, exames
laboratoriais, tratamento implementado, evolução clínica
e desfechos. Dados socioeconômicos, como raça e
escolaridade, foram solicitados diretamente ao paciente
ou acompanhantes. Os pacientes foram acompanhados durante todo o período de internação, até a alta hospitalar
ou óbito. Os que receberam alta hospitalar (ou seus
familiares) foram contatados após 30 dias por ligação
telefônica, para obtenção de dados relacionados a reinternação
ou óbito após a alta, e ao número de consultas
ambulatoriais realizadas após a alta.
Variáveis analisadas
Os dados clínicos e socioeconômicos analisados foram:
idade, sexo, tipo de IC, fração de ejeção pelo ecocardiograma,
história de hipertensão arterial, dislipidemia,
diabete mellitus, fibrilação atrial, doença renal crônica
(caracterizada por clearance de creatinina < 50 ml/
min/1,73 m2), etnia (auto-relatada) e escolaridade. Os
dados laboratoriais foram: o menor valor de Hb sérica
observado nas primeiras 24 horas da admissão, e o
menor valor de Na sérico observado nas primeiras 24
horas da admissão. As medicações de uso crônico na IC
(betabloqueadores, inibidores da enzima conversora de
angiotensina ou bloqueadores do receptor de angiotensina,
e espironolactona) foram analisadas em conjunto,
para definição se houve ou não manutenção das mesmas
nas primeiras 24 horas da admissão hospitalar.
Os pacientes incluídos foram divididos em quatro grupos
para análise comparativa: Hb e Na iniciais normais
(grupo 1), Hb inicial < 10,0 mg/dl (grupo 2), Na inicial< 135 mEq/l (grupo 3), ou ambas as alterações (grupo 4).
Desfechos
Os desfechos analisados foram óbito hospitalar (ou até 30
dias após a alta), reinternação em até 30 dias após a alta,
necessidade de ventilação mecânica invasiva, ocorrência
de insuficiência renal aguda (aumento > 50% da creatinina
sérica basal, independentemente da necessidade ou indicação
de terapia dialítica) e tempo de internação (em dias).
Aspectos éticos
O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em
Pesquisa da instituição sob o número de CAAE
86084518.0.0000.5065, foram respeitados todos os
preceitos éticos de pesquisas envolvendo seres humanos
de acordo com a Declaração de Helsinque, e todos os
participantes da pesquisa assinaram o TCLE. Os autores
possuem acesso completo aos dados da pesquisa e se
responsabilizam por sua integridade. Todos os autores
leram e concordam com o manuscrito que se reporta
na continuação.
Análise estatística
O software SPSS versão 20.0 foi utilizado para análise
estatística dos dados. As variáveis categóricas foram expressas
em frequências e porcentagens, e as contínuas,
em médias e desvios-padrão. Foram utilizados teste do
qui-quadrado, teste de Fisher, teste t de student e teste
de análise de variância ANOVA one-way, adotando-se
nível de significância de 0,05.
Resultados
Foram incluídos 40 pacientes internados por descompensação
de IC. Houve predomínio de sexo masculino
(55%), a média de idade foi de 62 ±15 anos entre todos
os grupos, e a hipertensão arterial, observada em 70%
dos pacientes, foi a comorbidade mais prevalente.
A fração de ejeção média do ventrículo esquerdo ao
ecocardiograma (método Simpson) foi de 40 ± 14%.
Tiveram diagnóstico de IC com fração de ejeção reduzida
31 pacientes (77,5%), e IC com fração de ejeção
preservada, 9 pacientes (22,5%). O número de pacientes
em cada um dos quatro grupos e as características
clínicas basais conforme os grupos estão expostos na
Tabela 1.
Tabela 1. Características clínicas basais conforme os grupos
As medicações de uso crônico foram mantidas durante
a hospitalização em 24 (60,0%) pacientes (grupo
I: 80,0%; grupo II: 57,1%; grupo III: 66,7%; grupo
IV: 25,0%; p = 0,01). Houve 7 óbitos, representando
17,5% do total de pacientes, sendo que os grupos II (Hb <10,0 mg/dl) e IV (Hb <10,0 mg/dl e Na <135 mEq/L)
apresentaram maior mortalidade. Também houve maior
incidência de insuficiência renal aguda no grupo II durante a evolução intra-hospitalar. Os desfechos em até
30 dias após a alta estão expressos na Tabela 2.
Tabela 2. Desfechos adversos em até 30 dias após a alta conforme os grupos.
Discussão
No presente trabalho, foram analisadas e comparadas
as alterações de Hb e Na séricos na IC descompensada,
e observou-se que a associação de hiponatremia e anemia
foi forte preditor de mortalidade ainda dentro do
ambiente hospitalar, bem como anemia grave também
associou-se a piores desfechos durante a internação.
Porém, a hiponatremia isolada nas primeiras 24 horas
não se associou a piora prognóstica, o que provavelmente
se atribuiu ao pequeno número de pacientes neste
grupo. Entretanto, esta última alteração, isoladamente,
impactou significativamente no alargamento do período
de internação, assim como as duas alterações combinadas.
Ainda, a presença de fibrilação atrial também foi
mais comumente observada nestes dois últimos grupos
analisados.
A hiponatremia frequentemente evidenciada em pacientes
com IC descompensada decorre da ação de
mecanismos compensatórios, como aumento da secreção
de hormônio antidiurético (HAD) e da ativação do
sistema renina-angiotensina-aldosterona (SRAA). O
ciclo se inicia quando a mácula-densa renal interpreta
a hipocontratilidade miocárdica como uma diminuição
do volume circulante efetivo, ativando desta forma
o SRAA. Como consequência desta ativação, ocorre
aumento da reabsorção salina e hídrica. Concomitantemente,
a secreção de HAD aumenta, reabsorvendo
ainda mais líquido, logo, reabsorve-se mais água livre
em relação ao sódio, levando a uma hiponatremia
“dilucional”, sendo esta classificada como uma hiponatremia
hipervolêmica8,9. A hiponatremia há tempos
é reconhecida como marcador de mau prognóstico em
longo prazo na IC, porém, no curto prazo, não há associação
estabelecida entre a redução do sódio sérico
durante a descompensação da IC e eventos adversos na
internação hospitalar.
A anemia frequentemente ocorre como consequência
da IC, porém também pode ser sua causa em alguns
indivíduos. A fisiopatologia do desenvolvimento da anemia
nos pacientes com IC é complexa e provavelmente
multifatorial. Entre os fatores que possuem correlação
com sua gênese, estão: deficiência na produção de
eritropoietina ou resistência à eritropoietina, hemodiluição,
ativação neuro-humoral, estado pró-inflamatório
(produção de citoninas como interleucinas 1, 6 e 18) e
deficiência de ferro10-12. Não obstante, alguns fármacos
utilizados no tratamento da IC também podem contribuir
para a anemia, como os inibidores da enzima de
conversora de angiotensina, os bloqueadores dos receptores
de angiotensina e o carvedilol, pois provocam
inibição da produção de eritropoietina13.
A presença de anemia é comum na IC, principalmente
em pacientes do sexo feminino e aqueles hospitalizados.
Costumam apresentar-se com sintomatologia mais
exuberante e pior classe funcional14,15. Baixos níveis
de Hb sérica em pacientes com IC descompensada
estão associados a piores estados hemodinâmicos no
momento da internação, piora da função renal, da
classe funcional e, em última análise, do aumento da
mortalidade hospitalar16. Estes fatos vêm ao encontro
dos resultados por nós obtidos. Ademais, é consistente
na literatura a documentação da associação entre anemia
e mortalidade na IC, com elevação da mortalidade em
aproximadamente 15,0% para cada 1,0 mg/dl de Hb
sérica a menos17-20.
Evidências científicas robustas embasam o tratamento
da anemia na IC, o que se associa a melhora da função
cardíaca e da fração de ejeção do ventrículo esquerdo,
e reduz o número de hospitalizações21-24. A correção
da anemia também constitui importante medida de
prevenção ao desenvolvimento da síndrome cardiorrenal25.
É importante salientar que, além do tratamento
da deficiência de ferro, faz-se necessária a investigação
das causas potencialmente tratáveis de redução da Hb
sérica1.
A condução de pacientes portadores de IC associada
a anemia e/ou hiponatremia é um desafio clínico cada
vez mais frequente, e que acompanha o aumento da
expectativa de vida e da incidência de IC em diversas
partes do mundo. A identificação de marcadores
prognósticos precoces e acessíveis na prática clínica é
fundamental para que cada serviço ou região específico
adequem protocolos terapêuticos para pacientes com
IC descompensada.
Conclusão
Nos pacientes hospitalizados por IC descompensada,
a combinação de Hb < 10,0 mg/dl e Na < 135 mEq/l
nas primeiras 24 horas da internação associou-se significativamente
à maior mortalidade hospitalar e o aumento do tempo de internação. A Hb sérica < 10 mg/dl
isoladamente associou-se à ocorrência de insuficiência
renal aguda durante a hospitalização. Houve tendência
a predomínio do sexo feminino e maior taxa de reinternação
em 30 dias no grupo com Hb < 10,0 mg/dl, porém
sem significância estatística. Estudos adicionais são
necessário para identificar mais precisamente o impacto
de alterações como Hb e Na séricos no prognóstico do
paciente com IC descompensada.
Limitações
A principal limitação deste estudo advém do reduzido
tamanho amostral. A ausência de associação entre hiponatremia
isolada e os desfechos estudados pode ser
atribuída ao pequeno número de pacientes neste grupo.
Por se tratar de um centro de referência no tratamento
da IC descompensada, os resultados podem não refletir
as características reais de toda a população da região.
Hemoglobina e sódio séricos: marcadores prognósticos precoces na insuficiência cardíaca descompensada
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