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Conceitos Clássicos e Abordagens Correntes em Inteligência Competitiva: Um Estudo Bibliométrico de 2005 a 2015
Clébia Ciupak; Leonel Cezar Rodrigues
Clébia Ciupak; Leonel Cezar Rodrigues
Conceitos Clássicos e Abordagens Correntes em Inteligência Competitiva: Um Estudo Bibliométrico de 2005 a 2015
Classical Concepts and Current Approaches in Competitive Intelligence: A Bibliometric Study from 2005 to 2015
Conceptos Clásicos y Enfoques Corrientes en Inteligencia Competitiva: Un Estudio Bibliométrico de 2005 a 2015
Revista Ibero Americana de Estratégia, vol. 17, núm. 1, pp. 45-61, 2018
Universidade Nove de Julho
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Resumo: Este artigo identificar os conceitos da Inteligência Competitiva conforme a abordagem dos principais autores referenciados visando a mensuração da evolução do tema, por meio da caracterização das correntes conceituais e funcionais. Para tanto, realizou-se uma pesquisa bibliométrica, em IC, nos anos de 2005 a 2015, período em que a IC começa a se firmar como principal provedora de informação nas organizações. Os dados foram coletados nos periódicos científicos da base internacional Web of Science. Os artigos compilados foram processados por meio do Software Bibexcel, gerando uma matriz de citações e co-citações, que processada, resultou na análise fatorial exploratória, permitindo relacionar os principais autores clássicos ou seminais no tema, bem como as principais correntes que os mesmos defendem. Apresenta-se como principal conclusão que todas as abordagens das correntes identificadas, seja no marketing, na gestão do conhecimento, nos negócios, na tecnologia entre outras, permitem às organizações uma melhor estruturação estratégica. Foi possível identificar também os autores atuais que continuam publicando, com base em suas pesquisas, sobre os temas clássicos bem como as evoluções das abordagens conceituais. Quanto à contribuição teórica destaca-se que de fato, há pouca pesquisa sobre os fundamentos teóricos da inteligência competitiva, deixando a descoberto áreas importantes, como maturidade de uso da inteligência em organizações e teoria dos processos de inteligência.

Palavras-chave:Inteligência CompetitivaInteligência Competitiva,Análise de CitaçõesAnálise de Citações,Correntes ConceituaisCorrentes Conceituais,Abordagem EvolutivaAbordagem Evolutiva.

Abstract: This article aims to identify the concepts of Competitive Intelligence according to the approach of the main authors referenced to characterize their conceptual currents and their research areas. In order to do so, a bibliometric study was carried out in IC, from 2005 to 2015, during which time the CI began to establish itself as the main information provider in organizations. The data were collected in the international journals of the Web of Science. The compiled articles were processed through the Bibexcel Software, generating a matrix of citations and co-citations, which processed, resulted in exploratory factorial analysis, allowing to relate the main classical or seminal authors in the the me, as well as the main currents that they defend. It is the main conclusion that all the approaches of the identified chains, be it in marketing, knowledge management, business, technology, among others, allow organizations a better strategic structuring. It was also possible to identify the current authors who continue to publish, based on their research, on the classic themes as well as the evolutions of the conceptual approaches. As for the theoretical contribution, it is emphasized that in fact, there is little research on the theoretical foundations of competitive intelligence, revealing important areas such as maturity of use of intelligence in organizations and theory of intelligence processes.

Keywords: Competitive Intelligence, Analysis of Citations, Conceptual Chains, Evolutionary Approach.

Resumen: Este artículo identifica los conceptos de la Inteligencia Competitiva conforme el abordaje de los principales autores referenciados visando la medición de la evolución del tema, por medio de la caracterización de las corrientes conceptuales y funcionales. Para ello, se realizó una investigación bibliométrica, en IC, en los años 2005 a 2015, período en que la IC comienza a firmar como principal proveedora de información en las organizaciones. Los datos fueron recogidos en los periódicos científicos de la base internacional Web of Science. Los artículos compilados fueron procesados a través del software Bibexcel, generando una matriz de citas y co-citaciones, que procesada, resultó en el análisis factorial exploratorio, permitiendo relacionar a los principales autores clásicos o seminales en el tema, así como las principales corrientes que los mismos defienden . Se presenta como principal conclusión que todos los enfoques de las corrientes identificadas, sea en el marketing, en la gestión del conocimiento, en los negocios, en la tecnología entre otras, permiten a las organizaciones una mejor estructuración estratégica. Fue posible identificar también a los autores actuales que continúan publicando, sobre la base de sus investigaciones, sobre los temas clásicos así como las evoluciones de los enfoques conceptuales. En cuanto a la contribución teórica se destaca que de hecho, hay poca investigación sobre los fundamentos teóricos de la inteligencia competitiva, dejando a descubierto áreas importantes, como madurez de uso de la inteligencia en organizaciones y teoría de los procesos de inteligencia.

Palabras clave: Inteligencia Competitiva, Análisis de Citas, Corrientes Conceptuales, Enfoque Evolutivo.

Carátula del artículo

Artigos

Conceitos Clássicos e Abordagens Correntes em Inteligência Competitiva: Um Estudo Bibliométrico de 2005 a 2015

Classical Concepts and Current Approaches in Competitive Intelligence: A Bibliometric Study from 2005 to 2015

Conceptos Clásicos y Enfoques Corrientes en Inteligencia Competitiva: Un Estudio Bibliométrico de 2005 a 2015

Clébia Ciupak
Universidade Federal de Mato Grosso - UFMT, Brasil
Leonel Cezar Rodrigues
Universidade Nove de Julho – UNINOVE, Brasil
Revista Ibero Americana de Estratégia, vol. 17, núm. 1, pp. 45-61, 2018
Universidade Nove de Julho

Recepção: 19 Setembro 2017

Aprovação: 13 Janeiro 2018

1 INTRODUÇÃO

Por sua função e natureza, a Inteligência Competitiva (IC) vem assumindo o espaço deixado pelas restrições naturais dos sistemas de informação (SI), como meio de suprir informações a executivos e gerentes nas organizações. Seus objetos, porém - informação estruturada e não-estruturada - diferem do objeto dos SI - informações estruturadas e isso tem gerado confusões conceituais e funcionais para a IC. Dessa forma, as constantes mudanças nos cenários político, econômico, tecnológico e social, faz com que as organizações precisem a cada dia, de informações mais completas de seus ambientes de operação. A rápida adaptação às pressões ambientais é vital para a otimização dos processos transacionais, usando recursos de forma otimizada. Manter vantagem competitiva é, dia a dia mais difícil, exigindo das organizações um volume e diversidade maior de informações, de forma a permitir-lhes orientar seus negócios com mais eficiência.

Nesse contexto, a Inteligência Competitiva, como instrumento de apoio administrativo, exerce um papel crucial capaz de “informar, avaliar e predizer acerca de ações ou momentos que possam ter extrema importância para o presente e o futuro” (Rodrigues & Ricardi, 2007, p. 38). Segundo os autores, “a IC desempenha um papel determinante se for utilizada como um sistema” destinado a apoiar a tomada de decisão, formular estratégias competitivas e integrar as funções organizacionais aos objetivos estratégicos.

Por suas características funcionais mais pragmáticas e utilitaristas, entende-se que a Inteligência Competitiva tenha uma abordagem de forma mais positivista, tanto no mundo empresarial como no meio acadêmico. Por isso, parece haver preocupações da academia quando se trata de colimação de conceitos e teoria básica sobre a IC, em especial pela pouca pesquisa científica que há sobre a mesma (Jaworski, 2004). Jaworski insiste que “a ausência deste conhecimento torna difícil identificar formas de melhorar o processo de geração de Inteligência Competitiva.” (Jaworski, 2004, p. 279).

Pode-se deduzir que não se trata apenas de identificar formas alternativas de melhorar o processo da IC, mas principalmente, de se dominar a teoria de seus processos e a amplitude de sua aplicabilidade. Se admitirmos que a informação é um bem estratégico para o sustento da capacidade competitiva, porque descentralizar os processos de prospecção, análise e produção da IC, por exemplo? Quais os fundamentos teóricos que permeiam os processos prospectivos originados na interpretação das necessidades de informação? Essas são apenas algumas de muitas perguntas que aguardam mais pesquisas para serem elucidadas e afinal, contribuírem de forma mais efetiva para o que Jaworski anuncia como “melhorar o processo de geração da IC”.

Reflexões dessa natureza sustentaram a motivação para a realização desse artigo, cujos objetivos são, bibliometricamente, identificar os conceitos da Inteligência Competitiva mais usados pelos principais autores neste tema para mensurar-se a evolução do mesmo, visando caracterizar as correntes conceituais e funcionais. O artigo está estruturado de forma a apresentar primeiramente a introdução, em seguida os antecedentes teóricos sobre a Inteligência Competitiva, depois apresenta-se a metodologia adotada que foi um estudo bibliométrico. Na sequência, apresentou-se os resultados onde, por meio do processamento estatístico, obteve-se a relação das obras mais referenciadas permitindo assim uma análise de citações e também uma análise temática do conteúdo dos resumos dos artigos internacionais obtidos na base Web os Science. Por último tem-se as considerações finais e as referências utilizadas.

2 REFERENCIAL TEÓRICO

A seguir apresenta-se os aspectos teóricos e conceituais da Inteligência Competitiva.

2.1 Inteligência Competitiva

É essencial que, dada a sua centralidade nos processos decisórios empresariais, a inteligência competitiva seja, a priori, abordada em seus aspectos conceituais e funcionais. Sua importância para os negócios estende-se para além dos elementos internos, uma vez que ela é capaz de direcionar ações estratégicas no entorno das organizações. O estudo bibliométrico realizado para a elaboração desse artigo permitiu um maior direcionamento para a construção desse referencial.

Conceitualmente, a Inteligência Competitiva (IC) é entendida como sendo a arte de localizar, coletar, processar, analisar e disseminar informações a fim de torná-las disponíveis para os usuários (tomadores de decisão). Pelo foco da prospecção, a inteligência competitiva mantém, normalmente, um olhar externo à empresa ou organização. Assim, concentra-se em identificar ameaças e oportunidades correntes e vindouras, que possibilitam antecipar ações de preservação do negócio. Seus processos, porém, respeitam sempre os aspectos éticos e legais (Comai, A., Tena, J., & Vergara, J.C., 2006). Segundo Heinrichs e Lim (2005), a IC atenta, direta ou indiretamente, para as capacidades necessárias ao apoio às decisões, cujos recursos podem ser os elementos necessários para criar, manipular e sintetizar as informações. No mesmo enfoque, Bose (2008) contextualiza a IC como um processo de monitoramento do ambiente competitivo, objetivando fornecer inteligência acionável (informações que sejam utilizáveis no negócio da organização) que irá proporcionar uma vantagem competitiva para a organização. Autores considerados clássicos apontam como um dos objetivos da IC o fornecimento de inteligência acionável, ou seja, informações sintetizadas, processadas e distribuídas, de maneira a suportar o processo gerencial de uma organização (Saayman et al., 2008).

Gainor & Bouthillier (2014) apontam que a literatura de vários campos de inteligência, como inteligência competitiva e inteligência de negócios, contém críticas sobre as práticas e atividades de medição para determinar o valor da inteligência. Estas críticas incluem preocupações sobre a falta de coerência conceitual, a multiplicidade de abordagens de medição e falta de consenso sobre as melhores práticas, e da falta de evidências de pesquisa para apoiar as atividades de medição, tanto conceitualmente quanto metodologicamente. Para esses autores a inteligência competitiva que pode ser definida como a produção e análise de informações sobre o ambiente competitivo, resultando em produtos de inteligência para uso na tomada de decisão organizacional intenso, é um dos vários campos de inteligência.

Dishman & Calof (2008) apresentam o conceito de inteligência por meio de um contexto histórico, conforme apresentado no Quadro 1.


Quadro 1
Conceitos de Inteligência Competitiva
Construído a partir de Dishman, P. L., & Calof, J. L. (2008). Competitive intelligence: a multiphasic precedent to marketing strategy. European Journal of Marketing, 42(7/8), 766–785.

No Quadro 1 chama a atenção o fato de o conceito de inteligência competitiva ser inicialmente usado como estratégia de marketing. Apesar de sua função preliminar ser de dar suporte ao planejamento estratégico, é compreensível que tenha sido, no começo, utilizada para fortalecer as estratégias de comunicação e penetração mercadológica, já que o marketing estava sendo construído na gestão empresarial à época dos primeiros usos da inteligência.

Parece ser natural que os primeiros movimentos da inteligência tenha nascido na área do marketing e planejamento estratégico (mesmo que este tenha se orientado para a estratégia de marketing). Informações do entorno competitivo, do perfil do mercado e da concorrência são potencialmente importantes para a formulação de estratégia e determinação de metas. Le Bon e Merunka (2006) confirmam esse raciocínio ao apontar que toda a informação recolhida tem o potencial de ser significativa e que os gestores devem considerar a velocidade e frequência da transmissão de informações de mercado, assim como a sua associação com outras que os gestores de informação já possuem, a fim de sustentar os esforços de inteligência. Na análise dos resultados ao longo deste artigo, encontram-se novos constructos do tema bem como o reforço de alguns dos citados no referido Quadro.

Sierra e Rodrigues (2011) apresentam um conceito extraído da Sociedade de Profissionais de Inteligência Competitiva, para os quais a IC consiste em um programa sistemático e ético para reunir, analisar e administrar informações externas que podem afetar planos, decisões e operações de uma empresa. Os autores chamam a atenção para o fato de que a obtenção de informações de modo sistêmico e aplicado aos interesses específicos e estratégicos da organização dizem respeito à inteligência competitiva. Esta foi trazida para o âmbito da Administração, como uma evolução funcional das atividades dos Sistemas de Informação (Gomes e Braga, 2006; apud Sierra e Rodrigues, 2011). Como campo de estudo, porém, a Inteligência Competitiva é uma área ainda pouco explorada.

Neste sentido, Fleisher (2004) já ponderava que há restritas ofertas de cursos e programas e que poucas escolas de negócios ou de gestão têm disciplinas de Inteligência Competitiva. Outro fator que contribui para a baixa evolução conceitual do tema é a escassez de pesquisas. O autor afirma que o campo não tem um conjunto de conhecimentos acordado, textos fundamentais e estudos de caso publicados, fatos esses necessários para profissionalizar um campo. Há ainda ambiguidade sobre onde colocar a Inteligência Competitiva se no negócio, na gestão, ciência da informação, sistemas de informação, jornalismo, ou até mesmo estudos militares. Mesmo dentro de um programa de negócios ou de gestão, existem dúvidas quanto ao fato da Inteligência Competitiva estar atrelada ao marketing, sistemas de informação de gestão, ou à política de negócios /estratégia da organização. Outra abordagem são as tendências econômicas, pois a IC parecia estar decolando na década de 1990, como representado por um grande crescimento no número de membros da Sociedade de Profissionais de Inteligência Competitiva (SCIP), mas depois diminuiu. Estudos anteriores demonstraram declínios na área durante os períodos de recessão, quando as organizações reduziram o número de efetivos de que eles consideraram funções menos essenciais (Fleisher, 2004).

De acordo com Xu, Liao, Li, & Song (2011), a inteligência competitiva envolve também a identificação precoce de potenciais riscos e oportunidades através da identificação e análise de informações sobre o ambiente de operação de uma organização, para apoiar os gestores na tomada de decisões estratégicas. No mesmo sentido, He, Zha, & Li (2013) afirmam que a inteligência competitiva pode ajudar as organizações a perceber pontos fortes e fracos, otimizar o negócio, e melhorar a satisfação do cliente. Esses autores apontam ainda que a inteligência competitiva é definida como "a arte de definir, coletar e analisar as informações sobre os produtos concorrentes, promoções, vendas e outras, a partir de fontes externas”. O sucesso de uma organização depende de sua capacidade de processar todas as informações julgadas de seu interesse, identificar os fatos históricos que tangenciam sua trajetória e assim poder melhor planejar seu futuro. Nesta mesma linha, Kono, Silva Jr, & Rodrigues (2014) sinalizam que a IC permite a antecipação de mudanças no meio empresarial; a descoberta de concorrentes novos; a antecipação das ações dos concorrentes e o conhecimento das mudanças que possam afetar os negócios de uma empresa.

Adentrando com mais detalhes a teoria da inteligência competitiva, Rodrigues, Rechziegel, Esteves, & Pereira Fernandes (2012) defendem que a IC é um processo que envolve atividades de identificação, coleta, desenvolvimento, análise e disseminação da informação, como:

Conhecer os concorrentes, mercados, clientes, fornecedores ou outras variáveis do ambiente a ser monitorado.

ü Identificar possíveis fontes de informação.

ü Avaliar a validade, a confiabilidade e a utilidade das informações coletadas.

ü Reunir as informações coletadas de diferentes fontes e integrá-las.

ü Interpretar e analisar as informações de importância estratégica ou tática.

ü Tirar conclusões e recomendar ações.

ü Disseminar e apresentar os resultados analisados para a administração.

ü Fornecer informações complementares de suporte à decisão

A maioria dos autores, porém, trata a inteligência competitiva sob seus aspectos meramente funcionais ou instrumentais, isto é, olham a inteligência como uma mera ferramenta executiva. Seu uso atual nas organizações realmente leva crer que a inteligência seja apenas uma ferramenta gerencial. Contudo, quando se percebe que a administração deixa de ser, paulatinamente, intuitiva para tornar-se gradativamente mais científica, à medida que passa a usar sistemicamente a informação em seus processos decisórios e de formulação de estratégias (Davis & Stephenson, 2006), começa-se a questionar o mero instrumentalismo da inteligência competitiva. Inteligência mais e mais passa a ter um papel pivotal para a condução dos negócios, quer para a formulação das estratégias competitivas, quer para a construção do adequado modelo de negócio.

3 METODOLOGIA

O estudo bibliométrico pode ser caracterizado pela aplicação de métodos estatísticos e matemáticos para avaliar a dinâmica e evolução da informação científica e tecnológica. Guedes e Borschiver (2005) caracterizam a bibliometria como sendo uma pesquisa ao longo de publicações de bases científicas e tecnológicas para um período de tempo determinado, numa área específica do conhecimento. Tal metodologia foi utilizada para atender o objetivo deste artigo, que é identificar os conceitos da Inteligência Competitiva conforme a abordagem dos principais autores referenciados visando a mensuração da evolução do tema, por meio da caracterização das correntes conceituais e funcionais. Para este trabalho foi utilizada a base de dados de periódicos internacionais da Web of Science, por ser considerada uma das mais completas, fato que foi constatado pelos pesquisadores ao consultar outras bases que possuíam praticamente os mesmos periódicos. Selecionou-se como palavra-chave “competitive intelligence” e o período compreendido foram os anos de 2005 a 2015 (inclusive).

A busca inicial na referida base trouxe à tona 401 registros totais. Aplicou-se um refinamento na pesquisa na intenção de selecionar apenas “Article” e “Review”. Deste refinamento restaram 125 publicações que poderiam ser processados por meio do Software Bibexcel. Observou-se, então, todos os passos constantes do tutorial de Pesquisa já usado em várias bibliometrias [WoS → .txt →.doc →.out →.1st →.low →.cit →.coc →.ccc →.ma2 → xlsx → SPSS] e obteve-se como resultado, uma matriz de citações e cocitações (analisa a frequência com que um par de referências é citado por outros autores) dos principais autores (Guerrazzi, Brandão, Campos Júnior, & Lourenço, 2015).

Posteriormente, após o processamento dos dados no Software Estatístico SPSS, foi realizada a Análise Fatorial Exploratória, que permitiu a extração de 7 fatores. As variáveis foram os autores mais citados nos artigos selecionados. Em seguida, dos 125 artigos, baixaram-se 110 para a análise temática, pois 8 não eram da área e foram excluídos e 7 não estavam disponíveis gratuitamente.

4 DISCUSSÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS

Após a identificação de cada obra dos autores que fazem parte da AFE procedeu-se aos fatores de agrupamento conforme a corrente de pesquisa abordada por cada um. Listou-se os resumos das 38 obras. A maioria são artigos, mas alguns são livros, denominando-se essa análise como análise de citações, na qual foi possível identificar os autores clássicos ou seminais mais referenciados no período e suas correntes conceituais. Posteriormente, realizou-se uma análise temática de cada artigo utilizado para relacionar as citações, ou seja, 110 artigos, (2005 a 2015), dos quais todos os resumos também foram analisados para verificar a pertinência conceitual ou funcional do tema, o que possibilitou extrair qual a corrente que está em maior evidência e quais são as abordagens evolutivas.

Quanto aos procedimentos utilizados para o processamento da AFE foram seguidos a ordem recomendada na literatura: análise de KMO (acima de 0,5); KMO de cada item na matriz de anti imagem (acima de 0,5); exclusão de itens com comunalidade abaixo de 0,5; exclusão de itens com cargas em apenas um fator abaixo de 0,5; exclusão de itens com carga maior em um fator que não o original; e exclusão dos itens remanescentes de fator com confiabilidade (Alpha de Cronbach) abaixo de 0,6. Após cada depuramento, os dados foram processados novamente. A amostra é considerada adequada visto que (KMO= 0,866; Bartlett p < 0,001), e a variância total explicada é igual a 70,3% (Hair et al., 2009).

Dessa forma, após cumprirem com as exigências de cada etapa de análise, foram retidas 39 obras dos autores mais referenciados, sendo agrupadas em sete fatores da matriz de componentes rotacionada, conforme pode ser visualizado no Quadro 2.


Quadro 2
Matriz de Componentes Rotacionada
Dados da Pesquisa, 2016

O próximo passo foi a nomeação dos 7 fatores, ou seja, após leitura de todos os resumos das obras mais referenciadas no período (análise de citações), identificou-se os temas predominantes em seus estudos, sendo denominados de correntes conceituais ou funcionais, assim descritas:

ü Fator 1 = Inteligências Múltiplas

ü Fator 2 = Capital Social

ü Fator 3 = Inteligência Competitiva nas Organizações

ü Fator 4 = Orientação para o Mercado

ü Fator 5 = Evolução Conceitual da

Inteligência Competitiva

ü Fator 6 = Capital Intelectual

ü Fator 7 = Evolução da IC ao Conhecimento e Competência Organizacional

Com base nas correntes de cada fator, identificou-se subgrupos dentro dos temas evidenciados. Para melhor compreensão, elenca-se no Quadro 3, de forma sintetizada, os fatores, os autores, ano de publicação e as principais características das abordagens clássicas dos artigos que compõem as obras mais referenciadas na temática da Inteligência Competitiva.


Quadro 3
Análise das citações das obras seminais
Os Autores, 2016

Houve uma concentração maior de citações e referências no fator 1, o mesmo foi denominado de “Inteligências Múltiplas” em função da abordagem dos artigos. Outros 6 temas (vide Quadro 3) compõem os 7 subgrupos temáticos identificados. Estes tratavam do uso dos conceitos da inteligência competitiva em diferentes contextos, induzindo à inferição de que há pertinência temática em outros contextos e não apenas quando a inteligência é tratada no meio empresarial. Por exemplo, sob inteligência emocional, os aspectos cognitivos e aplicação práticas dos conhecimentos sobre inteligência, são considerados em obra de 2005, nos meios esportivos e que, de fato, referia-se à inteligência de negócios, isto é, como alavancar nos as habilidades atléticas para torná-las sustentáveis nos meios esportivos.

Surpreendeu também o segundo fator, cuja corrente diz respeito ao “Capital Social”, pois as características apresentadas permeiam a preocupação com as vendas, compras, com os clientes e até mesmo com os concorrentes. O olhar volta-se também para a disposição social do grupo, liderança, cultura do grupo, tomada de decisão, comunicação e outros aspectos que sejam relevantes para a identidade social como algo estratégico para a empresa se diferenciar dos concorrentes.

Os conceitos da “Inteligência Competitiva Aplicada aos Negócios” são aplicados com o propósito claro e definido de alavancar os negócios. Já a “Orientação para o Mercado” aborda a inteligência de marketing propriamente dita. Destaca-se que o aspecto mercadológico envolve principalmente o marketing mix de produtos ou portfólio de produtos, envolvendo as estratégias dos 4 Ps: Produto, Preço, Ponto de Distribuição e Promoção.

Conforme mencionado no referencial deste artigo, há uma corrente pequena de pesquisa sobre a “Evolução Conceitual da Inteligência Competitiva”, como pode ser visualizado no Quadro 3, somente três autores foram citados por abordar o tema de forma conceitual. Certamente essa é uma lacuna para futuras pesquisas e produções teóricas. Nota-se, em paralelo, que possivelmente a complexidade do tema (geração de teoria em inteligência competitiva), atrai menos autores.

O mesmo pode-se dizer para a corrente que defende o “Capital Intelectual”, ou seja, o conhecimento criado e aplicado na organização por meio do acesso a informações externas possibilitados, via inteligência, para possível desenvolvimento de capacidades específicas na organização. Mais preocupante ainda é muito incipiente abordagem da “Evolução do Conhecimento à Inteligência Competitiva”. O tema refere-se ao conhecimento e formalização dos processos de inteligência que permitem melhor manipulação de sua função na organização. As implicações são muitas, desde de domínio técnico, capacidades dinâmicas, inovação, aprendizagem organizacional, entre outras, que poderiam garantir e ampliar a vantagem competitiva. Entende-se que nesse tema cabe, em especial, estudos sobre maturidade em uso da inteligência competitiva.

Em relação à análise temática do conteúdo dos resumos dos 110 artigos internacionais, que serviram como base para a pesquisa, apresenta-se, no Quadro 4, as principais abordagens atuais da inteligência competitiva.


Quadro 4
Analise Tematica da Abordagem Atual
Os Autores, 2016

Apesar de ja inferido acima, acerca da incipiencia mais evidente da abordagem dos temas sob o ponto de vista das publica95es, e essa analise temática que permite identificar a tendencia atual das correntes de pesquisa no ambito da inteligencia competitiva. Sob esse aspecto, "Inteligencias Múltiplas” e “Capital Social” continuam em evidência. Da mesma forma os temas mais conceituais como “Evolução Conceitual da IC”, “Capital Intelectual” e “Evolução do Conhecimento à IC” possuem pouca abordagem no cenário atual em termos de pesquisa científica.

Por outro lado, verificou-se que novas correntes foram e estão sendo pesquisadas pelos autores que escreveram no período de 2005 a 2015, além das que já eram pesquisadas, conforme exposto no Quadro 5.


Quadro 5
Abordagem Temática Evolutiva
Os Autores, 2016

Pode-se observar que outras 4 abordagens conceituais estão em evidência no período pesquisado. Uma delas é “Inteligência Tecnológica”. O fenômeno é compreensível, porque a partir de 2003, Chesbrough popularizou a conceito de inovação aberta, que requer para sua maior eficiência, um sistema de inteligência competitiva que acesse, selecione e permita a incorporação de tecnologias externas à organização, ampliando sua base de domínio tecnológico (Rodrigues, 2012).

A segunda corrente evolutiva que mais teve publicações foi a “Web”. Essa corrente reflete a preocupação das empresas em fornecer e coletar informações dos seus produtos, obter perfil de clientes e comportamentos de segmentos de mercado, por meio das redes sociais. Quanto ao “Capital Estrutural”, mais entendido como sendo os investimentos feitos em sistemas de informações e à estrutura organizacional da empresa, indica que há uma preocupação em construir bases cognitivas dentro das empresas, como forma de aumentar suas capacidades e competências internas. Nesta área, é notável ainda o crescimento da inteligência nas pequenas e médias empresas. Normalmente, quando se pensa em IC pensa-se em sua aplicabilidade em grandes organizações. No entanto, verificou-se que há uma crescente preocupação com a utilização dos conceitos de IC também pelas Pequenas e Médias Empresas.

Infere-se que há uma lacuna maior a ser pesquisada na abordagem mais conceitual do tema, pois na maioria das vezes as pesquisas voltam-se mais para os aspectos funcionais.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A bibliometria realizada para esse artigo permitiu identificar os conceitos da Inteligência Competitiva conforme a abordagem dos principais autores referenciados, bem como a mensuração da evolução do tema, de forma a caracterizar as correntes conceituais e funcionais. Conclusivamente, pode-se perceber que as abordagens dos principais autores neste estudo, são mais funcionais do que conceituais.

Ao realizar o processamento estatístico dos 126 artigos internacionais pesquisados, obteve-se o agrupamento de 7 fatores, que por outro lado, representam 7 correntes de pesquisa que autores considerados seminais hoje, mais pesquisam e publicam. O primeiro fator foi denominado “Inteligências Múltiplas” pois aborda a inteligência emocional, habilidades táticas e físicas, inteligência contextual, cognição, aplicação prática dos conhecimentos. Isso não só no campo de cognição, mas também na área de negócios.

O “Capital Social” foi o segundo fator com maior carga de citações e neste os autores demonstraram uma preocupação com a inteligência competitiva interfuncional, ou seja, vendedores, compradores, concorrentes, fornecedores e clientes. Esse fator assemelhou-se bastante com o quarto fator, denominado “Orientação para o Mercado”, cuja preocupação é com a inteligência de marketing. Volta- se principalmente para o apoio às estratégias de marketing mix e determinação de perfil de clientela de segmentos de mercado.

Esperava-se um enfoque maior na terceira corrente “Inteligência Competitiva nas Organizações” da qual a teoria e os conceitos são aplicados para alavancar os negócios. Talvez pela necessidade de soluções mais pragmáticas ou talvez pelo receio de que inteligência competitiva esteja ligada à espionagem industrial, não são contributivamente significativos os conceitos produzidos ou mesmo ampliados nessa área.

Quanto às três últimas correntes que dizem respeito especificamente aos aspectos conceituais “Evolução Conceitual da IC”, “Capital Intelectual” e “Evolução da IC ao Conhecimento”, 6 obras apenas foram referenciadas, uma em 1998, outra em 2003, uma em 2005, duas em 2006 e outra em 2007. Quando realizada a análise temática dos resumos dos artigos compreendidos no período de 2005 a 2015, dos 110 que foram efetivamente baixados e analisados, apenas

11 abordaram as correntes conceituais, ou seja, em 10 anos foram publicados, na base de periódicos estudada, somente 11 obras que tratam dos conceitos da IC de forma evolutiva.

Da análise temática foi possível identificar ainda a evolução do tema em seu aspecto funcional cuja corrente em maior evidência é a “Inteligência Tecnológica”, merecendo destaque nesta, os conceitos de Business Intelligence. A outra corrente é a “Web”, indicando que as empresas estão aproveitando a mídia social para disponibilizar informação dos seus produtos e também captar informações dos seus clientes e concorrentes, visando atuar estrategicamente com as mesmas. Duas obras abordaram o “Capital Estrutural”, manifestação da preocupação que as organizações estão tendo com a estrutura organizacional.

Fato interessante foram os estudos direcionados para a Inteligência Competitiva no âmbito das Pequenas e Médias Empresas, tão importante para a economia quanto para as grandes corporações e que também precisam utilizar as informações de forma estratégica para competir e manter sua vantagem competitiva.

Do estudo pode-se concluir que não existe uma única corrente conceitual sobre o tema Inteligência Competitiva, mas todas as abordagens das correntes existentes, seja no marketing, na gestão do conhecimento, nos negócios, na tecnologia e até mesmo na identidade social, permitem às organizações estruturarem-se estrategicamente para fazer frente às rápidas mudanças dos ambientes externo e interno. Entende-se que dessa forma, ao conhecer e identificar os pontos prioritários e estratégicos do negócio da empresa a mesma possa investir em inovação a fim de criar ou agregar valor ao portfólio de seus produtos, sustentando sua capacidade competitiva.

Para a teoria esse artigo contribuiu na medida em que foi possível delinear que o recurso mais valioso de uma organização é a informação, que pode ser tanto estruturada como não estruturada, utilizada de forma inteligente para a tomada de decisão. Além disso, que independe da área de origem (marketing, estratégia, negócios, TI), a informação subsidiada de forma tempestiva, acurada e confiável, torna-se fundamental, tanto para o processo decisório, quanto para a formulação de estratégias. Essa corrente permite enfatizar uma abordagem informacional inteligente, capaz de gerar conhecimento capacitativo para a organização, com todas as implicações positivas do fato.

Certamente, fica evidente a incipiência da inteligência competitiva como área do saber. Por enquanto, a inteligência parece ser vista apenas como área instrumental para gerentes e executivos. Assim, sugere-se pesquisas em todos os aspectos da inteligência, que contribuam para a sua evolução teórica. Em especial, é preciso aprofundar o estudo acerca das correntes conceituais do processo de criação da Inteligência Competitiva no âmbito dos negócios empresariais, bem como dispensar um enfoque maior sobre os níveis de maturidade da Inteligência Competitiva nas organizações. Faz-se mister frisar que a maior limitação desta pesquisa está no fato da utilização de apenas uma base de dados, o que nos permite sugerir a ampliação da pesquisa em outras bases.

Material suplementar
Referências
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Notas

Quadro 1
Conceitos de Inteligência Competitiva
Construído a partir de Dishman, P. L., & Calof, J. L. (2008). Competitive intelligence: a multiphasic precedent to marketing strategy. European Journal of Marketing, 42(7/8), 766–785.

Quadro 2
Matriz de Componentes Rotacionada
Dados da Pesquisa, 2016

Quadro 3
Análise das citações das obras seminais
Os Autores, 2016

Quadro 4
Analise Tematica da Abordagem Atual
Os Autores, 2016

Quadro 5
Abordagem Temática Evolutiva
Os Autores, 2016
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