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UM FRAMEWORK DE FATORES E ESFORÇOS DETERMINANTES PARA A CAPTAÇÃO DE RECURSOS FINANCEIROS POR EMPRESAS NASCENTES DE BASE TECNOLÓGICA
Rafael Aquino Santiago; Francisco Vidal Barbosa; Lin Chih Cheng;
Rafael Aquino Santiago; Francisco Vidal Barbosa; Lin Chih Cheng; Luciana Paula Reis; George Leal Jamil
UM FRAMEWORK DE FATORES E ESFORÇOS DETERMINANTES PARA A CAPTAÇÃO DE RECURSOS FINANCEIROS POR EMPRESAS NASCENTES DE BASE TECNOLÓGICA
A FRAMEWORK OF FACTORS AND EFFORTS DETERMINING FUNDRAISING BY NEW TECHNOLOGY-BASED FIRMS
Revista Base (Administração e Contabilidade) da UNISINOS, vol. 11, núm. 1, pp. 14-33, 2014
Universidade do Vale do Rio dos Sinos
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Resumo: A captação de recursos financeiros pelas Empresas Nascentes de Base Tecnológica (ENBT) é um fator crítico para que elas consigam iniciar suas operações e se estabelecer no mercado. O objetivo desse trabalho foi investigar como os empreendedores, a partir de processos e ações gerenciais, têm se movimentado para atrair investidores privados externos. Como procedimento metodológico, foram estudados os processos de captação de recursos em 16 ENBTs dos estados de Minas Gerais e São Paulo, por meio de um estudo multicasos. Inicialmente foi elaborado um framework preliminar, baseado na revisão de literatura, utilizando-se os métodos de pesquisa-ação (P-A), entrevistas em profundidade semiestruturadas e análise documental para avaliar sua validade. Dentre os fatores influenciadores observados, destacam-se como mais relevantes: a adoção de uma postura just-do-it pelos empreendedores; a capacidade de desenvolvimento dos empreendedores e de incorporação de competências-base (CBs); a capacidade de formar parcerias estratégicas e de utilizar atividades de bootstrapping; a dedicação integral dos empreendedores à empresa; as atividades de planejamento estratégico, culminando na elaboração do plano de negócios; a captação prévia de recursos financeiros de outras fontes; e a revelação de “primeiros cases”. A partir desses resultados foi também elaborado um framework que relaciona tais fatores influenciadores no processo de captação de recursos financeiros de fontes externas privadas e os estágios iniciais de desenvolvimento das ENBTs. Esse framework representa uma configuração temporal com uma nova proposição de fases iniciais das ENBTs e uma confrontação dos fatores relevantes para a captação de recursos observados na revisão da literatura versus o encontrado na pesquisa de campo.

Palavras-chave:Empresas Nascentes de Base TecnológicaEmpresas Nascentes de Base Tecnológica, captação de recursos financeiros captação de recursos financeiros, investidores investidores.

Abstract: Fundraising by New Technology Based Firms (NTBFs) is critical for them to be able to start their operations and get established in the market. The aim of this study was to investigate how entrepreneurs, on the basis of processes and management actions, have attracted external private investors. The methodological procedure consisted of analyzing fundraising processes in 16 NTBFs of Minas Gerais and São Paulo, using a multi-case study. Initially we designed a preliminary framework based on a literature review, using the methods of action research (PA), in-depth semi-structured interviews and documentary analysis to assess its validity. Among the observed factors that influence fundraising, the following ones stand out in terms of importance: the adoption of a just-do-it strategy by the entrepreneurs; their ability to develop and incorporate basic management skills; their ability to form partnerships and to carry out bootstrapping activities; the entrepreneurs’ complete dedication to the company; activities of strategic planning, culminating in the preparation of a business plan; previous fundraising from other sources; and the disclosure of “first cases”. On the basis of these results we also designed a framework that relates the factors influencing the process of raising private funds from external sources and the early stages of the firms’ development. This framework represents a temporal configuration with a new proposition of early stages of NTBFs and a comparison of the factors relevant to fundraising mentioned in the literature review and what was found in the field research.

Keywords: New Technology Based Firms, fundraising, investors.

Carátula del artículo

UM FRAMEWORK DE FATORES E ESFORÇOS DETERMINANTES PARA A CAPTAÇÃO DE RECURSOS FINANCEIROS POR EMPRESAS NASCENTES DE BASE TECNOLÓGICA

A FRAMEWORK OF FACTORS AND EFFORTS DETERMINING FUNDRAISING BY NEW TECHNOLOGY-BASED FIRMS

Rafael Aquino Santiago
Universidade Federal de Minas Gerais, Brasil
Francisco Vidal Barbosa
Universidade Federal de Minas Gerais, Brasil
Lin Chih Cheng
Universidade Federal de Minas Gerais, Brasil
Luciana Paula Reis
Universidade Federal de Minas Gerais, Brasil
George Leal Jamil
Fundação Mineira de Educação e Cultura (FUMEC), Brasil
Revista Base (Administração e Contabilidade) da UNISINOS, vol. 11, núm. 1, pp. 14-33, 2014
Universidade do Vale do Rio dos Sinos

Recepção: 24 Agosto 2012

Aprovação: 02 Setembro 2013

INTRODUÇÃO

É crescente no mundo a importância dada à inovação e ao empreendedorismo tecnológico como fontes de desenvolvimento econômico-social, de geração de empregos e de sustentação de vantagens competitivas. O empreendedorismo tecnológico é um processo de maturação de longo prazo, tido como inexorável (Etzkowitz, 1998) e dependente das particularidades do contexto local, principalmente da combinação das instituições políticas, econômicas e sociais (White et al., 2005). O empreendedorismo tecnológico, alimentado pela geração de Empresas Nascentes de Base Tecnológica (ENBTs), é alicerçado em três pilares: (i) o investidor que provê os recursos financeiros, (ii) o empreendedor que trabalha a visão e estratégia do negócio, e (iii) a tecnologia proveniente dos laboratórios de pesquisa de diversas instituições (Shane, 2004). Em conjunto, eles contribuem para que a tecnologia possa atingir seus objetivos mercadológicos.

Esta pesquisa busca explorar a relação entre o empreendedor e o investidor no processo de geração de ENBTs com o objetivo de investigar como os empreendedores, a partir de processos e ações gerenciais, têm se movimentado para atrair investidores privados externos, sendo questão de pesquisa: quais fatores endógenos às ENBTs e sua forma de estruturação influenciam positivamente a captação de recursos financeiros de fontes externas privadas?

Vários trabalhos estudam o processo de investimento em ENBTs no Brasil e no mundo (Lockett et al., 2002; White et al., 2005; Chorev e Anderson, 2006; Clarysse et al., 2007; Bettignies, 2008; FGV, 2008; Cassar, 2009; Meirelles et al., 2008; FGV, 2010). Observa-se uma incongruência de expectativas entre os investidores e empreendedores. De um lado, da oferta, os investidores afirmam que há recursos disponíveis, mas que faltam negócios de qualidade. De outro, da demanda, os empreendedores e demais atores afirmam que há um número cada vez maior de projetos com potencial na busca por investidores (Lockett et al., 2002). Percebe-se que existe assimetria de informação entre o lado da oferta e da demanda (Clarysse et al., 2007; Meirelles et al., 2008; Shane e Cable, 2002; Takalo e Tanayama, 2010), o que culmina na dificuldade dos investidores injetarem recursos financeiros em ENBTs (Lockett et al., 2002).

São incipientes os estudos que analisam as relações empresa-investidor sob a perspectiva da empresa (Cheng et al., 2007; Schwienbacher, 2007), e a literatura estudada não aprofunda na análise de como as Empresas de Base Tecnológica (EBTs) se preparam para apresentar seu projeto a potenciais investidores. Isso demonstra a importância de investigar como os aspectos endógenos à organização influenciam a atração de investidores externos.

Como contribuição do trabalho, foi elaborado um framework a partir do estado da arte da literatura internacional e por meio da análise comparada das ações realizadas nas 16 empresas estudadas. Essas ações foram denominadas Fatores Influenciadores Básicos (FBs) (ou recursos estratégicos, como são conhecidos na literatura Resource-Based Perspective – RBP) para ilustrar como as empresas podem atuar de forma a atrair investidores. Esses fatores foram desdobrados em itens de avaliação (decorrências), seguindo-se a abordagem utilizada por Cheng e Li (2006) (Figura 1).

Segue-se na linha de Lockett et al. (2002), que destacam iniciativas tomadas em prol da melhoria dos projetos de ENBTs, de forma a torná-los aptos para receber investimentos, considerando que empresas ou projetos melhor estruturados gerencialmente e com planos melhor elaborados estão mais suscetíveis a captar recursos financeiros para seu desenvolvimento efetivo. Esse framework inédito gerado a partir de uma ampla revisão de literatura de alto impacto representa uma configuração temporal com uma nova proposição de fases iniciais das ENBTs e uma confrontação dos fatores relevantes para a captação de recursos observados na revisão da literatura versus o encontrado na pesquisa de campo.

O artigo apresenta uma compilação dos principais achados desta pesquisa e está estruturado em cinco seções, além desta breve introdução. Primeiramente, são apresentados conceitos e teorias relativos ao contexto de geração de ENBTs, à caracterização das alternativas de financiamento para ENBTs e aos fatores-chave para o desenvolvimento de ENBTs. Seguem as informações relativas à metodologia do trabalho, identificando com detalhes a sequência das atividades de pesquisa que foram realizadas. São então apresentadas, na estrutura do paper, as seções relativas à apresentação dos resultados e de análise dos dados, seguidas pelas considerações finais, em que os limites do estudo são apresentados bem como as principais contribuições teóricas e práticas da pesquisa.

AS EMPRESAS NASCENTES DE BASE TECNOLÓGICA (ENBTs)

As empresas de base tecnológica (EBTs) são definidas como organizações que se baseiam na aplicação de conhecimento científico ou tecnológico, empregando técnicas avançadas ou pioneiras na obtenção de seus produtos e serviços (Meirelles et al., 2008). As EBTs são fortemente dependentes de inovação com base em ciência e tecnologia. Elas também se caracterizem por: possuírem maiores investimentos em P&D em relação à média; empregam uma maior porcentagem de engenheiros e cientistas; oferecem produtos inovadores e tecnologicamente avançados; são dinâmicas por natureza; e possuem curtos ciclos de desenvolvimento de produtos (Chorev e Anderson, 2006).

Heirman e Clarysse (2004) definem ENBTs como “novos negócios que desenvolvem e comercializam novos produtos ou serviços baseados em uma tecnologia ou habilidade própria”, tendo um importante papel de trazer novas tecnologias ao mercado. Por isso, têm sido vistas como importantes veículos para o crescimento econômico (Clarysse e Bruneel, 2007; White et al., 2005; Schwienbacher, 2007; Kirwan et al., 2006).

Trata-se de uma categoria bastante heterogênea de empresas. As ENBTs podem ser classificadas também quanto à sua origem: (i) ENBT de origem acadêmica, quando existe alguém na equipe fundadora que saiu de uma universidade para explorar uma tecnologia desenvolvida em pesquisas daquela instituição (Storey e Tether, 1998; Clarysse e Moray, 2004; Wright et al., 2005; Rothaermel et al., 2007; O’Shea et al., 2008; Clarysse et al., 2007; Pérez e Carrasco, 2009; Roberts e Eesley, 2009); (ii) spin-offs de empresas já consolidadas; e (iii) outras criadas fora de “instituições mães”[1] (Clarysse e Moray, 2004).

Alternativas de financiamento para ENBTs

A função primária de um sistema de financiamento para ENBTs é prover recursos financeiros para que tais novos negócios possam vir ao mercado (White et al., 2005). Mustar et al. (2006) e Clarysse e Bruneel (2007) apontam que a captação de recursos financeiros pelas ENBTs tem se mostrado bastante crítica, pois os riscos do negócio para investidores externos são muito altos (Robinson, 2000; Cheng e Li, 2006; Clarysse et al., 2007; Meirelles et al., 2008; Schwienbacher, 2007). É importante observar que quanto mais inicial for o estágio da empresa, maior sua dificuldade de acessar recursos (Jones e Jayawarna, 2010), pois há dificuldade dos VC investirem em tecnologias imaturas ou inacabadas (Lockett et al., 2002).

Freeman (1982, in Meirelles et al., 2008) afirma que a principal fonte de financiamento para a inovação é a utilização de recursos próprios. No entanto, em se tratando de EBTs, em geral, a necessidade de capital em seus primeiros estágios é alta, não havendo recursos próprios suficientes (Clarysse e Bruneel, 2007).

Utilizando-se a teoria de pecking order[2], a segunda alternativa disponível seria contrair empréstimos (Donaldson, 1961; Myers e Majluf, 1984; Clarysse e Bruneel, 2007). Por não possuírem histórico de produção e de vendas, normalmente as linhas de financiamento tradicionais (e.g. empréstimos bancários) estão fechadas ou são insuficientes para que as ENBTs comecem a operar. O custo dos mesmos poderia ser extremamente elevado, principalmente no Brasil, devido às altas taxas de juros praticadas. Os pagamentos periódicos de juros e de principal, já nos períodos subsequentes à concessão de crédito (sem período de carência), tendem a ser inadequados, uma vez que ENBTs demandam tempo para se consolidarem de forma a possibilitar a remuneração de terceiros (Meirelles et al., 2008). Assim, os gestores das ENBTs não conseguem recorrer a empréstimos bancários, que exigem apresentação de contraprestações e garantias reais (Dessi, 2005; Cornelius e Persson, 2006; Bettignies, 2008; Bosse, 2009; Takalo e Tanayama, 2010). Uma alternativa seria a utilização de garantias pessoais, seguida por recursos de familiares ou de amigos, que muitas das vezes não estão dispostos ou não podem fazê-lo (Jones e Jayawarna, 2010; Bosse, 2009).

Resta, portanto, a última das fontes utilizadas pelas empresas segundo a teoria de pecking order: a captação de “capital empreendedor”[3] por meio da venda de participação no empreendimento, resultando na diluição das participações societárias dos sócios fundadores. Como a emissão de ações no mercado de capitais é uma realidade muito distinta e se mostra financeiramente inviável, a atração de sócios corporativos, anjos, fundos de capital semente ou de VC é, na maioria dos casos, a única forma possível de financiar suas operações iniciais (Myers e Majluf; 1984; Meirelles et al., 2008; Clarysse e Bruneel, 2007; Shane e Cable, 2002). No entanto, poucas ENBTs obtêm sucesso em atrair esse tipo de financiamento[4]. Jones e Jayawarna (2010) citam, ainda, as atividades de bootstrapping[5] como importantes fontes de recursos, principalmente nos períodos de fortes restrições financeiras.

FGV (2010)[6] mostra a evolução da recente indústria de PE e VC no Brasil. Meirelles et al. (2008) afirmam que as operações de financiamento aqui têm se concentrado em empresas em estágios mais avançados (fase de expansão), ao contrário do que ocorre na Europa e nos EUA, onde os investimentos nas fases de capital semente e startup são mais expressivos. A estruturação dos investidores-anjos no país, por sua vez, é ainda mais incipiente (Monitor Group, 2007). Observa-se no Brasil o que Schwienbacher (2007) denomina equity gap: escassez de interessados em investir em empreendimentos nascentes[7].

A literatura internacional destaca também a importância do governo, sobretudo nos estágios iniciais da empresa e no incentivo à pesquisa, por meio da disponibilização de capital semente (seed money) e de verbas de fomento (grants) às ENBTs (Clarysse et al., 2007; Takalo e Tanayama, 2010). Essas são as etapas nas quais há maior risco envolvido, o que afasta outros investidores e deixa as ENBTs ainda mais sem opções de financiamento. Houve um aumento expressivo deste tipo de subvenção nos últimos anos no Brasil, por meio, principalmente, do BNDES, da Finep e das Fundações de Amparo à Pesquisa (FAPs) estaduais (Meirelles et al., 2008). No entanto, em geral, estes recursos são destinados a rubricas específicas de P&D, não dando liberdade às empresas para usá-los segundo suas necessidades mais prementes: o desenvolvimento do negócio.

Fatores-chave para o desenvolvimento de ENBTs

Diversos trabalhos estudaram fatores chave para o desenvolvimento de ENBTs (Colombo et al., 2010; Shane e Cable, 2002; Takalo e Tanayama, 2010; Dessi, 2005; Bosse, 2009). Estudos vêm destacando o baixo índice de sobrevivência das ENBTs (Song et al., 2008; Clarysse e Bruneel, 2007). Berry (1996) previne que o desenvolvimento de tecnologias não garante, por si mesmo, o sucesso comercial de suas aplicações.

Os fatores influenciadores no desenvolvimento das ENBTs, segundo a literatura (Anexos I e II), podem ser agrupados em oito classes: (i) Competências-base (CBs), (ii) Perfil e características dos empreendedores, (iii) Rede de contatos, (iv) Conhecimento da indústria, (v) Experiência em negócios, (vi) Fontes externas de competências, (vii) Financiamentos anteriores, (viii) Demonstração de “primeiros cases” e estágio de desenvolvimento do negócio.

Alguns estudos (Cheng e Li, 2006; Heirman e Clarysse, 2004; Vohora et al., 2004; Song et al., 2008; Kakati, 2003) têm utilizado a RBP para analisar as relações entre as empresas nascentes, seu desenvolvimento e a captação de recursos financeiros. Do outro lado de um continuum estão os teóricos da abordagem denominada “estrutura-condução-desempenho” (SCP). Presume-se que a visão de Newbert et al. (2007), que faz concessões à RBP e à SCP, se aplica à realidade das ENBTs: a estratégia intermedeia a relação entre recursos internos e desempenho. O desafio é integrar competências técnicas e competências de gestão (Mintzberg et al., 2000).

Diversas pesquisas têm sido feitas no intuito de relacionar dimensões internas e externas das ENBTs e seus resultados (e.g. crescimento, lucratividade, sobrevivência) (Song et al., 2008; Chorev e Anderson, 2006; Kakati, 2003; Newbert et al., 2007; Rhee et al., 2010; Gurdon e Samsom, 2010; Santiago, 2011). Muito embora Clarysse e Bruneel (2007) afirmem que tais estudos permanecem inconclusivos, alguns deles têm destacado fatores internos em detrimento de fatores externos (Kakati, 2003; Heirman e Clarysse, 2004; Cheng e Li, 2006; Chorev e Anderson, 2006; Song et al., 2008; Gurdon e Samsom, 2010), corroborando a RBP adotada neste trabalho.

Tal como defendido por Berry (1996) e Kakati (2003), acredita-se que a gestão é fator determinante para garantir o crescimento e a geração de resultados pela ENBT. Penrose (2006) defende que a capacidade de crescimento de uma empresa irá depender da competência e das opções empresariais de seus diretores. Berry (1996) e Kakati (2003) concluem que as habilidades de negócio, como marketing, finanças e gestão de pessoas, são determinantes para o sucesso de um novo negócio. Para os gestores-chave também são fatores críticos de sucesso a capacidade de formulação estratégica e a capacidade de liderança.

Vários trabalhos apresentam pontos de atenção para que as empresas tenham sucesso na captação de recursos financeiros (Berry, 1996; Sahlman, 1997; Robinson, 2000; Dessi, 2005; Schwienbacher, 2007; Pricewaterhousecoopers, 2008; Takalo e Tanayama, 2010). Berry e Taggart (1998) e Cheng et al. (2007) destacam a importância de elaborar de forma integrada a estratégia tecnológica e a estratégia corporativa. O’Shea et al. (2008) encontraram estudos que tratam da influência das estruturas de governança, dos processos empresariais e de análise do contexto no desenvolvimento e desempenho das ENBTs de OA. Kirwan et al. (2006) realçam cinco áreas funcionais chave das ENBTs: P&D; produção e operações; desenvolvimento de marketing e vendas; organização e governança; e finanças e administração.

Muito embora se tenham excluído da análise os investimentos proporcionados por fontes exclusivamente públicas, os benefícios advindos desses recursos são relevantes. Há programas que oferecem ou viabilizam apoio para elaboração do plano de negócios da empresa e assessoria na estruturação do negócio em suas várias dimensões – estratégico, financeiro, jurídico, administrativo-contábil, comercial, no desenvolvimento de produtos e planejamento do processo produtivo; além de oferecer suporte na apresentação a investidores.

A elaboração de um Plano de Negócio (PN) é bastante difundida na prática, sendo uma das primeiras frentes de ação no processo de captação de recursos financeiros (Berry, 1996; Berry e Taggart, 1998; Kakati, 2003; Cheng et al., 2007; Newbert et al., 2007; Sminia, 2009). Sua função deve ser chamar os envolvidos para ação, explicitar responsabilidades e servir como ferramenta de gerenciamento de riscos inerentes às empresas nascentes. Trata-se não apenas de uma fotografia do futuro ou do desconhecido, mas de um filme sobre o futuro, uma história coerente do que está por vir (Sahlman, 1997).

Shane e Cable (2002) afirmam que os investidores esperam que os empreendedores façam grandes, irreversíveis e confiáveis compromissos com o negócio, corroborando com Bernardi (2003), que entende que empreender depende das pessoas à frente da empresa, de sua perseverança, de seus objetivos tanto pessoais quanto empresariais. Meirelles et al. (2008) concluem em seu trabalho que não há espaço para amadorismo e informalidades. Storey e Tether (1998) criticam que a maioria das ENBTs é gerida por pessoas com horizonte de crescimento e competência restritos. Clarysse e Moray (2004) afirmam que o principal critério dos investidores é a experiência da equipe empreendedora em negócios e a qualidade da equipe de gestão. Clarysse et al. (2007) concluem, por fim, que a primeira captação de recursos por uma empresa startup relaciona-se aos recursos que ela conseguiu acumular. Assim sendo, espera-se que as ENBTs que se preparam para receber investimentos têm maiores chances de obter sucesso na captação.

Clarysse e Bruneel (2007) afirmam que é consenso que as empresas nascentes precisam de mais que simplesmente capital. A tutoria empresarial é absolutamente necessária na fase pré-startup (fontes externas de competências-base). Podem propiciar a profissionalização da gestão da empresa, favorecer a ampliação de sua rede de contatos (networking), instituir e melhorar práticas de governança corporativa e possibilitar a abertura de linhas de crédito (Sahlman, 1990; Sapienza et al., 1996; Clarysse e Moray, 2004; Hellmann e Puri, 2000; Dessi, 2005; Chorev e Anderson, 2006; Meirelles et al., 2008; Davila et al., 2009).

Em seu modelo, Schwienbacher (2007) ressalta que a adoção da postura just-do-it pelos empreendedores aumenta as chances de encontrar VC interessados no empreendimento[8]. Berry (1996) destaca a atuação de uma “organização incubadora” como organização que irá influenciar e modelar a natureza e evolução das ENBTs.

Vohora et al. (2004) defendem que existem “questões críticas” a serem superadas para que a ENBT passe de um estágio de desenvolvimento a outro; além disso, atentam que o desenvolvimento destas empresas é não linear. Berry (1996) também observa a necessidade de crises internas para induzir o desenvolvimento das ENBTs. Sahlman (1997) sugere que a empresa comece por buscar “primeiros cases” – testar o produto, construir um protótipo, ver seu funcionamento, conduzir um lançamento regional – para então lançá-lo no mercado.

Todos esses fatores, identificados na revisão de literatura, foram organizados em um framework preliminar para orientar a pesquisa de campo, conforme será descrito a seguir no capítulo de Metodologia.

METODOLOGIA

O estudo das relações entre as empresas e potenciais investidores, pela perspectiva da empresa, exigiu análises dos movimentos e atividades realizados pelos empreendedores no intuito de atrair estes últimos. Acata-se a metodologia de estudos de casos múltiplos proposta por Yin (2001) e Joia (2006). Lançou-se mão de técnicas de pesquisa qualitativa utilizando estudos multicasos e multimétodos, de acordo com o nível de acesso impetrado em cada empresa.

Foi realizada uma pesquisa qualitativa, de caráter explanatório (Yin, 2001) e interpretativo (Merriam, 1988 in Godoy, 2006), baseada em estudos de casos comparativos, com ênfase na interpretação das observações de acordo com os próprios entendimentos dos sujeitos pesquisados. Essa abordagem se mostrou mais adequada, pois permitiu que o pesquisador ficasse imerso no contexto de pesquisa, adotando um papel de interpretador da realidade, com maior riqueza de detalhes e maior proximidade com o fenômeno de interesse. Além disso, possibilitou destacar o processo dinamicamente, ou seja, o desdobramento de eventos inter-relacionados no tempo (Bryman, 1992). As metodologias de engajamento foram: pesquisa-ação (P-A) (Eden e Huxham, 1996; Thiollent, 1996; Coughlan e Coghlan, 2002), entrevistas semiestruturadas em profundidade (Bryman, 1992; Godoy, 2006; Poupart, 2008) e análise de documentos (Marconi e Lakatos, 1996; Bryman, 1992; Cellard, 2008). Vale ressaltar que não se pretendeu chegar a um modelo com proposições genéricas, mas provisórias, que servirá como referência para pesquisas futuras.

O foco dos estudos de casos foi acessar variáveis endógenas às empresas que podem ser trabalhadas pelos seus gestores de forma a aproximá-las de potenciais investidores e, por outro lado, problemas que devem ser sanados para não afugentá-los, tendo-se como finalidade entender “[...] o motivo pelo qual [determinadas decisões] foram tomadas, como foram implementadas e com quais resultados” (Schramm, 1971 in Yin, 2001, p. 31). Não foi objetivo desta pesquisa acessar variáveis exógenas que estiverem fora do escopo de atuação dos gestores das ENBTs.

A Figura 1 apresenta a sequência das atividades de pesquisa que foram realizadas.


Figura 1
Método de estudo de caso.
Yin (2001) e Joia (2006), adaptado pelos autores.

m um período de 12 m

A primeira etapa da pesquisa teve como objetivo a construção de um framework preliminar, baseado em revisão de literatura, que elencasse os fatores e esforços determinantes para a captação de recursos financeiros pelas ENBTs segundo estudos pregressos. Tendo este primeiro framework, houve engajamento por meio da P-A em três empresas. A intervenção do pesquisador nestas empresas se deu por meio do apoio à preparação de documentos para apresentação do negócio e de suas premissas de crescimento e de sustentação, participação em reuniões de discussão internas e como observador em negociações com os potenciais investidores. Estima-se que, ao longo da pesquisa, o pesquisador tenha dedicado a essas empresas em torno de mil horas em um período de 12 meses. A atuação do pesquisador tão próxima dessas empresas permitiu o robustecimento do framework preliminar anteriormente à realização das entrevistas semiestruturadas com empreendedores de outras ENBTs que haviam recebido aportes de investidores recentemente.

Antes da realização das entrevistas, procedeu-se a um estudo prévio de cada empresa (caso). Houve apoio dos próprios investidores (e.g. fundos de investimento) que indicaram potenciais entrevistadas. Além disso, utilizou-se a base de contatos de pesquisas pregressas realizadas pelos autores deste trabalho. Foram assinados acordos de confidencialidade com as empresas, para que não sejam publicadas informações que permitam sua identificação. A amostra utilizada foi do tipo não probabilística, intencional, de acordo com a acessibilidade às empresas. Contataram-se 22 empresas, das quais 17 foram entrevistadas. Dessas 17, duas foram desconsideradas por não atenderem aos requisitos de amostragem[9]. Assim sendo, foram consideradas 15 entrevistas, em um total de 16 casos. Os entrevistados foram um sócio-empreendedor, que teve a ideia inicial do negócio ou que participou do mesmo desde a sua gênese e/ou que ocupa um cargo de alta gestão. Também foram realizadas entrevistas não estruturadas com investidores (gestores de fundos de investimento), cujas contribuições foram consideradas no framework preliminar.

As entrevistas em profundidade foram conduzidas utilizando-se os aspectos elencados no framework elaborado previamente. No entanto, ele não foi mostrado aos entrevistados, para não influenciar suas respostas. Godoy (2006) e Poupart (2008) abonam as entrevistas semiestruturadas para estudo de fenômenos complexos, pouco explorados ou confidenciais, como é o caso das negociações de investimento por investidores privados. As entrevistas duraram entre 60 a 90 minutos, realizadas presencialmente ou por videoconferência no período dezembro/2010 a março/2011.

Buscou-se favorecer a lembrança dos fatos pelos entrevistados conduzindo-se as entrevistas em uma linha temporal. As entrevistas tiveram como foco os estágios iniciais das ENBTs até o momento da captação dos recursos financeiros. Entretanto, entrou-se em questões relativas ao período pós-investimento, para que os empreendedores expusessem fatores que favoreceram a captação de investidores externos, mas que só foram percebidos após a realização dos investimentos. Ao final, foi solicitado aos entrevistados que citassem três fatores mais determinantes para o convencimento dos investidores e que explicitassem outros pontos que não tivessem sido abordados, conforme orientação de Bryman (1992).

Terminada a etapa de entrevistas, foi feita uma análise de conteúdo para agrupar os fatores e esforços determinantes da captação de recursos, segundo a ótica dos entrevistados, e tentou-se confrontá-las com a avaliação de importância segundo a literatura revisada.

Por fim, foi utilizada a análise documental, disponibilizada por sete ENBTs, por possibilitar uma análise temporal e complementar às outras técnicas, checando a validade de outras informações e/ou verificando lacunas entre a teoria e a prática (Bryman, 1992; Cellard, 2008). No caso desta pesquisa, tal análise favoreceu a identificação de esforços, diretos ou indiretos, das ENBTs para captar recursos financeiros necessários para seu desenvolvimento. Foram analisados os documentos elaborados pelas ENBTs (fontes primárias) para o processo de aproximação com potenciais investidores. São exemplos desses documentos: estudos de viabilidade, planos de negócios ou análises mercadológicas, projeções econômico-financeiras, apresentações elaboradas para investidores e/ou potenciais parceiros estratégicos, planos tecnológicos e de lançamento de novos produtos, planilhas e documentos internos de controle, documentos jurídicos, dentre outros.

Um pressuposto que perpassa esta pesquisa é esperar que os investidores detenham as competências necessárias para avaliar potenciais empresas investidas e que aquilo que as empresas fizerem em prol de seu desenvolvimento será bem avaliado por eles. Dessa forma, entende-se que, se a equipe de determinada ENBT está trabalhando para o desenvolvimento do negócio, ela também estaria favorecendo a captação de investidores privados externos.

Caracterização da amostra

Para propiciar uma melhor compreensão da amostra, estão apresentadas estatísticas descritivas dos negócios (Tabela 1). A Tabela 2, por sua vez, apresenta uma caracterização dos empreendedores entrevistados. É interessante observar que os empreendedores, em sua maioria, não possuem conhecimento prévio do setor de atuação demonstrando a predominância da estratégia de technology push no desenvolvimento dos produtos e negócios tecnológicos. Além disso, vale destacar que quase a totalidade das empresas dizem adotar uma postura just-do-it frente à limitação de recursos, financeiros e não financeiros.

Já a Tabela 3 apresenta as fontes de recursos financeiros iniciais para as ENBTs da amostra. Na totalidade, as empresas utilizam recursos próprios para o desenvolvimento de suas atividades, embora não sejam valores muito expressivos; além dos recursos de subvenção, de fomento e fundo seed ou VC.

A média de aporte foi de cerca de R$ 2,2 milhões por empresa, que é um volume de recursos expressivo para um negócio nascente e de alto risco. Todos os investimentos ocorreram no período entre 2002 e 2011, sendo a mediana em 2007. Assim, trata-se de investimentos recentes. Em apenas uma delas já havia ocorrido o desinvestimento pelo fundo de investimento no momento da pesquisa. As demais seguem com seus sócios capitalistas. Segundo informações de 15 das 16 empresas estudadas, os investidores terminaram as rodadas de captação com participação média de 44% na estrutura de capital das ENBTs estudadas, tendo sido a menor participação de 20% e a máxima de 70%. Percebeu-se nos relatos que há certa desconfiança dos empreendedores em relação à entrada de sócios capitalistas em seus negócios. A origem dessa desconfiança pode estar relacionada a questões culturais, à pouca tradição de empreendedorismo tecnológico no Brasil e/ou em função do quão recente é o mercado de capital empreendedor no País. Sugere-se que um aprofundamento dessa questão possa ser tema de outros trabalhos. Dentre as fontes de recursos financeiros, destacam-se os recursos de fomento e de subvenção econômica governamentais, fundos de capital semente e de venture capital (VC).

Tabela 1
Características básicas das empresas estudadas.

Tabela 2
Características dos empreendedores, suas decisões e perfil de gestão

Entrevistas com empreendedores das ENBTs. Elaborado pelos autores.

Observou-se que, para captações menores, de até R$ 400 mil, os anjos são mais indicados. Já para valores acima de R$ 1,5 milhão, os fundos de investimento parecem ser a fonte mais indicada. Enfrentam-se maiores dificuldades quando a necessidade de capital da ENBT está entre R$ 400 mil e R$ 1,5 milhão, quando a quantia é grande para um anjo e pequena para um fundo.

RESULTADOS
Framework preliminar de fatores e esforços determinantes na captação de recursos

Conforme descrito no capítulo de medotologia, os fatores determinantes identificados por outros autores (Song et al., 2008; Chorev e Anderson, 2006; Kakati, 2003; Newbert et al., 2007; Rhee et al., 2010) foram agrupados em fatores influenciadores básicos (FBs) ou competências-base (CBs), seus respectivos desdobramentos e decorrências (Anexos I e II). Ao lançar mão da RBP (Cheng e Li, 2006; Vohora et al., 2004; Heirman e Clarysse, 2004; Clarysse e Moray, 2004; Mustar et al., 2006; Gurdon e Samsom, 2010; Jones e Jayawarna, 2010), chegou-se à origem dos fatores que influenciariam a captação de financiamentos. Feito isso, foi elaborado um framework preliminar, desenvolvido à luz do estado da arte da literatura. O foco da elaboração de tal modelo teórico foi acessar variáveis endógenas às ENBTs que podem ser trabalhadas pelos seus gestores de forma a aproximá-las de potenciais investidores.

Tabela 3
Fontes de recursos fi nanceiros iniciais para as ENBTs.

Fonte: Entrevistas com empreendedores das ENBTs. Elaborado pelos autores.

Não foi objetivo dessa pesquisa acessar variáveis exógenas que estiverem fora do escopo de atuação dos gestores das ENBTs. Mesmo se for adotada a perspectiva estratégica de estrutura-condução-desempenho (SCP)[10] (Newbert et al., 2007), em relação a questões mercadológicas (externas), cabe à equipe ter as capacidades necessárias para conseguir analisá-lo. Feito isso, espera-se que, caso aquele mercado não seja atrativo, a equipe irá buscar outro mercado, outro negócio ou abortar o intuito de empreender, antes mesmo de buscar investidores. Dessa forma, a atenção volta-se novamente para as variáveis endógenas: conhecido o mercado, é a equipe que deve ter as competências necessárias para conseguir avaliá-lo, demonstrar o potencial da oportunidade identificada, para, então, explorá-lo.

As CBs e os FBs identificados na revisão de literatura estão representados no anel interno do framework preliminar (Figura 1). As CBs são competências ou habilidades, necessárias para o desenvolvimento empresarial, que a equipe da ENBT deve apresentar, dominar ou buscar externamente: competências organizacionais, jurídicas, comerciais, administrativo-financeiras e contábeis, tecnológicas e de marketing e estratégia. Os FBs são características que influenciam a captação de recursos financeiros, sendo quatro deles diretamente relacionados à equipe do empreendimento – as características e perfil dos empreendedores, sua rede de contatos profissional, conhecimento do setor de atuação e sua experiência pregressa como gestores de negócios – e outros três descritos a seguir:

· Fontes externas de competência: compreende os apoios e assessorias de incubadoras de empresas, de programas governamentais que oferecem assessoria técnica e em gestão, de empresas de consultoria, de novos sócios, de colaboradores e dos próprios investidores externos. Essas fontes externas podem acelerar o desenvolvimento das CBs e incrementar outros fatores, como expansão da rede de contatos, aportar maior conhecimento do setor e/ou maior experiência em negócios. Em outros casos, podem preencher lacunas de competência na equipe inicial da ENBT;

· Captação prévia de recursos financeiros: conseguir verbas de fomento ou recursos governamentais de subvenção; aportes de capital próprio; de “instituições mães”, em casos de spin-offs, ou de empresas que entram como sócias; e/ou de anjos. Observou-se que os recursos públicos são elementos importantes para atrair investidores privados, por reduzirem o custo de capital e por ser um bom indicativo da qualidade do negócio, em consonância com resultados do trabalho de Takalo e Tanayama (2010). Dessa forma, o fato de um empreendimento ter conseguido verbas de subvenção foi um fator influenciador na captação de investidores externos privados. Apesar de que, dependendo do tipo de subvenção, os critérios de seleção podem estar mais direcionados para as características e grau de novidade da tecnologia em si, do produto, serviço e/ou processo a ser desenvolvido, e não das competências de gestão, do modelo de negócio e do plano de negócio elaborado;

· Apresentação de primeiros cases: consistem em marcos nítidos e verificáveis que uma dada ENBT alcançou, como: ter alguma geração de receita; ter contratos com clientes ou garantias de intenções de compra ou um pipeline de negociações e/ou de prospectos comerciais; ter parcerias formalizadas com fornecedores e/ou distribuidores; resultados de uma pesquisa de mercado; a demonstração de um protótipo comercial ou uma planta fabril estruturada; um protótipo funcional ou resultados de testes em escala de pré-produção; um protótipo laboratorial ou resultados de testes em escala laboratorial; uma prova de conceito.

Estes dois últimos FBs estão mais relacionados ao estágio de desenvolvimento do negócio, podendo ser entendidos também como um quarto nível de decorrências, resultado das atividades de planejamento, de estruturação do negócio e que demonstram a capacidade executiva dos empreendedores e da equipe da ENBT.

Destaca-se dentre esses fatores determinantes identificados aquele denominado perfil e características dos empreendedores: por se tratar de características personalísticas e de visão de mundo, dificilmente sofrerá mudanças expressivas ao longo da evolução do negócio[11]. Já os demais fatores estarão em constante ampliação e/ou transformação, pelo aprendizado gerado no processo de amadurecimento do negócio e dos indivíduos. Em havendo tais CBs e FBs na ENBT, eles podem derivar em orientações, atividades, análises, planejamentos e decisões que favoreçam não apenas a captação de investidores privados externos, mas o desenvolvimento da empresa. Os Desdobramentos das CBs e dos FBs (Anexos I e II) são capacidades, orientações e visões que advém das características e habilidades acima, isoladas ou combinadas.

As Decorrências (anel externo do framework preliminar – Figura 2) compõem um terceiro nível de fatores influenciadores que derivam dos desdobramentos acima e/ou do cruzamento de dois ou mais CBs e/ou FBs. Percebeu-se que o que passível de avaliação, na prática, pelos potenciais investidores são as decorrências e não as CBs e os FBs.

O modelo proposto considera também um discurso muito frequente dos investidores externos, observado ao longo da pesquisa e na revisão de literatura, de que seu principal critério de decisão de investimento é a avaliação da equipe do empreendimento[12]. No entanto, eles pouco desdobram quais características da equipe são de fato avaliadas. Assim, considera-se que este trabalho contribui para o desenvolvimento da literatura ao abrir essa “caixa preta”: identificar o que ou quais características da equipe são avaliadas ou que dão origem aos fatores avaliados. Daí, a construção de um framework em camadas (Figura 2).


Figura 2
CBs e FBs relacionados à equipe e suas decorrências observadas pelos investidores.

Observou-se que os fatores considerados neste framework preliminar estão inter-relacionados, sofrem influências mútuas e atuam conjuntamente, não sendo possível, na prática, isolar algum deles como exclusivamente determinante para o sucesso na captação de investidores privados externos.

O framework e os estágios de desenvolvimento das ENBTs

Durante a revisão de literatura, observou-se a proposição de diversos modelos stage-gates para ilustrar o desenvolvimento de uma ENBT (Clarysse e Moray, 2004; Vohora et al., 2004; Kirwan et al., 2006; Cheng e Li, 2006; Clarysse et al., 2007; Clarysse e Bruneel, 2007; Cheng et al., 2007). A partir desses modelos e considerando-se as observações dos casos práticos, chegou-se à proposição de cinco estágios (Fig. 2), como contribuição deste trabalho, por ter observado os esforços para captação de recursos através de uma abordagem temporal.

A Figura 3 aponta um quadro de referência (framework), validado nos estudos práticos, e os estágios de desenvolvimento das ENBTs estudadas, observando-se o desenvolvimento de recursos endógenos da empresa ao longo de seus estágios iniciais. Notou-se que, a depender do estágio de desenvolvimento e das características de cada ENBT, determinadas CBs ou FBs possuem importâncias relativas distintas, alternando sua criticidade ao longo do processo de desenvolvimento do negócio[13]:

· No primeiro e segundo estágios, de reconhecimento da oportunidade e desenvolvimento tecnológico, respectivamente, destacam-se as CBs tecnológicas e estratégicas e de marketing, para identificação da oportunidade de negócio;

· No terceiro estágio, de mapeamento e viabilidade do negócio, destacam-se as CBs organizacionais, para montar a equipe e liderar as pessoas internas e externas à ENBT; comerciais, de marketing e estratégia, necessárias para formar as primeiras parcerias, iniciar o processo de busca por investidores e conseguir efetuar as primeiras vendas da empresa nascente;

· No quarto estágio, de pré-organização, as mesmas CBs anteriores, mas com mais relevância também para as competências jurídicas, para negociação com potenciais investidores e parceiros estratégicos, e administrativo-financeiras e contábeis, para gestão operacional da empresa;

· No quinto estágio, de startup, por fim, é necessário que todas as CBs e FBs estejam relativamente desenvolvidas e equilibradas como fator determinante para conseguir atrair investidores privados externos à ENBT.

Nesse framework estão representados as CBs e os FBs identificados e destacados os fatores influenciadores considerados críticos (determinantes) para a captação de recursos financeiros de fontes privadas externas: a adoção da “estratégia just-do-it”; a utilização de atividades de bootstrapping; a elaboração de estudos de viabilidade do negócio; a dedicação integral da equipe ao negócio; a elaboração de um plano de negócios; a formação de parcerias estratégicas; a demonstração de “primeiros cases”; e, assim, a demonstração aos potenciais investidores da capacidade de realização da equipe de empreendedores, da legitimidade e da credibilidade do empreendimento.

Em relação à captação prévia de recursos financeiros, destaca-se que a entrada de sócios corporativos, pelos relatos dos entrevistados, depende prioritariamente da estratégia da empresa compradora e de sua harmonia com o projeto da ENBT. Em todas as ENBTs investidas por anjos, tal captação dependeu da rede de contatos dos sócios-fundadores da empresa. Isso pode ser explicado pela incipiência da indústria de anjos no Brasil. Daí a enorme dependência das relações interpessoais dos empreendedores.


Figura 3
Estágios de desenvolvimento, competências e fatores determinantes na captação de investidores.

Tabela 4
Estágios de desenvolvimento das ENBTs e suas características diferenciadoras.

Em cada um desses estágios iniciais de desenvolvimento das ENBTs, observou-se que suas equipes têm determinadas atividades principais a executar e crises – junturas críticas, conforme termo empregado por Vohora et al. (2004) – que precisam ser superadas para continuarem seu desenvolvimento. A Tabela 4 resume as características diferenciadoras de cada um dos estágios observados.

Similaridades e divergências entre fatores determinantes identificados neste trabalho e na revisão de literatura

A Tabela 5 resume os principais fatores influenciadores para a captação de recursos financeiros de fontes privadas externas, categorizados segundo o framework desenvolvido neste trabalho. Esses fatores foram ranqueados em diferentes graus de importância, concedidos a partir da análise de conteúdo das entrevistas e da frequência de citação dos fatores determinantes informados por cada entrevistado, contrapostos pela observação do pesquisador durante a pesquisa-ação, nas entrevistas com investidores e na análise documental. Esses graus de importância observados foram comparados com os graus de importância concedidos em outros trabalhos, e as principais divergências foram explicitadas.

Assim, como fora relatado em estudos internacionais (Clarysse e Moray, 2004) e conforme esperado pelo modelo teórico desenvolvido neste trabalho, observou-se que, na maioria dos casos estudados, houve entrada de novos sócios para agregar CBs que os empreendedores iniciais não detinham. A atração de profissionais oferecendo participação no negócio parece ser uma alternativa bastante utilizada para contornar a escassez de recursos financeiros, dada a impossibilidade de a empresa remunerar tais profissionais com valores de mercado em seus estágios iniciais (concessão de stock options).

Percebeu-se que a existência de CBs na equipe inicial de empreendedores não é essencial, mesmo em se tratando das competências técnicas, indispensáveis para os desenvolvimentos tecnológicos. Essas competências foram agregadas à equipe da empresa por meio de contratações de profissionais, às vezes oferecendo opções de ações atreladas a desempenho às pessoas-chave, e por meio de formação de parcerias com outras empresas que detinham as competências faltantes. Há indícios de que os investidores preferem manter os empreendedores nos cargos de direção e acreditar em seu desenvolvimento profissional, corroborando os trabalhos de Berry (1996), Berry e Taggart (1998), Clarysse e Moray (2004) e White et al. (2005). Ressalva-se, no entanto, a grande importância dada às competências comerciais, que são mais difíceis de serem adquiridas nos estágios iniciais da ENBT.

Tabela 5
Fatores influenciadores na captação de financiamento privado por ENBTs.

Os fatores determinantes mais frequentes foram: (i) formação de parcerias estratégicas; (ii) dedicação integral dos empreendedores ao negócio; (iii) adoção de postura just-do-it; (iv) presença de assessoria e/ou consultoria externas, para desenvolvimento das CBs e FBs, observada em todos dos casos. Embora os resultados dos três últimos fatores já fossem esperados no modelo proposto e pelos relatos na literatura internacional, o resultado do primeiro fator foi surpreendente. Três foram os principais benefícios obtidos com as parcerias: (i) fornecer aos potenciais investidores um indicativo de que os empreendedores têm uma orientação mercadológica; (ii) demonstra ter um conhecimento razoável acerca da dinâmica de seu setor de atuação, da cadeia de valor na qual está se inserindo e de quais são os atores-chave dessa cadeia; (iii) indica que têm uma estratégia de entrada no mercado, apoiando-se em empresas mais consolidadas.

A dedicação integral, por sua vez, pode ser vista pelos potenciais investidores como um forte indício de confiança no e de comprometimento com o negócio. A adoção de postura ou estratégia just-do-it, conforme defendido por Schwienbacher (2007), mostra-se como uma característica engendrada na empresa pelo empreendedor líder. É essa forma de engajamento que possibilita, juntamente com a formação de parcerias e com as atividades de bootstrapping (Jones e Jayawarna, 2010), que a ENBT se desenvolva, a despeito da falta de recursos humanos, financeiros e de uma estrutura mais adequada. Fazer o que era possível com os recursos disponíveis mostrou-se como um dos principais mecanismos para que os empreendedores deixassem uma orientação estritamente tecnológica para uma orientação mercadológica. Instiga-os a buscar fornecedores, parceiros, representantes e clientes, bem como atingir marcos intermediários, em prol do desenvolvimento do negócio. Esses marcos, por sua vez, se convertem nos “primeiros cases” a serem apresentados aos potenciais investidores, sendo, dessa forma, fontes de legitimidade e de reputação para a ENBT.

Observou-se que, diferentemente dos relatos na literatura internacional, na maioria das empresas estudadas as tecnologias e/ou produtos desenvolvidos não são protegidos por patentes. Os resultados encontrados sugerem, portanto, que o mercado brasileiro de capital empreendedor não valoriza tanto a proteção intelectual quanto os fundos internacionais, muito embora tal item conste no processo formal de análise de investimentos dos fundos nacionais.

CONCLUSÃO

Este trabalho oferece três contribuições principais para a ampliação e aprofundamento do conhecimento sobre os estágios iniciais das ENBTs e os fatores determinantes para atrair fontes externas de financiamento:

(i) A utilização de metodologia multicasos e multimétodos neste tema, com o objetivo de aproximação com o objeto de pesquisa e de possibilitar uma análise temporal e dinâmica, com foco na perspectiva das ENBTs e suas equipes e não dos detentores de capital (mais comum na literatura);

(ii) O framework preliminar inédito (Figura 2), elaborado a partir do agrupamento dos resultados de diferentes trabalhos da literatura internacional, inclusive de linhas de pesquisa distintas, como estratégia e finanças, coerente com a perspectiva estratégica baseada em recursos (RBP);

(iii) O framework completo (Figura 3), inclusive com suas particularidades em relação ao estágio de desenvolvimento da ENBT (Tabela 4), com nova proposição de estágios iniciais das ENBTs e a comparação dos resultados do presente trabalho com aqueles identificados na revisão de literatura (Tabela 5).

Entender o empreendedorismo tecnológico como processo, conforme defendem Kirwan et al. (2006) e Baron e Shane (2007), utilizando-se ainda os fundamentos da RBP, mostrou-se adequado para responder a questão de pesquisa proposta. Conforme previsto quando da elaboração do framework preliminar, em cada caso, em cada momento e em cada ENBT, os fatores influenciadores no processo de captação de recursos financeiros externos têm uma configuração específica e impactam de formas distintas na atração de investidores.

Dentre os fatores influenciadores observados, destacam-se como mais relevantes: a adoção de uma “postura just-do-it” pelos empreendedores; a capacidade de desenvolvimento dos empreendedores e de incorporação de competências-base (CBs); a capacidade de formar parcerias estratégicas e de utilizar atividades de bootstrapping; a dedicação integral dos empreendedores à empresa; as atividades de planejamento estratégico, culminando na elaboração do plano de negócios; a captação prévia de recursos financeiros de outras fontes; e a revelação de “primeiros cases”.

A incorporação de CBs se dá, geralmente, por meio da atração de novos sócios gestores, da contratação de profissionais e por fontes externas de competências. Alcançar primeiros cases, apesar de ter sido o fator com menor número de citações na literatura, está bastante presente na verbalização de gestores de fundos de investimento e foi ratificado nos casos estudados.

Vale ressaltar que alguns parceiros das ENBTs em seus estágios iniciais podem ser atraídos por questões contextuais ou por motivações deles próprios, que independem da qualidade da equipe de empreendedores. Por exemplo, se o mercado a ser explorado é muito grande e/ou está em fase de grande crescimento. Mesmo nestes casos, posteriormente, se a equipe de empreendedores não for capaz de executar o projeto, de nada adiantarão tais fatores externos. Esse indício corrobora a verbalização dos gestores de fundos de investimento e os resultados do trabalho de Song et al. (2008) e Kakati (2003): são as variáveis endógenas das ENBTs, principalmente a qualidade de sua equipe, que têm correlação estatística relevante com seu sucesso.

Hoje, no Brasil, existem recursos públicos de apoio à inovação tecnológica para as ICTs e para as ENBTs em seus estágios iniciais. No entanto, conforme evidenciado nos relatos dos empreendedores, tais recursos são quase que exclusivamente direcionados às atividades de P&D, por serem destinados a rubricas específicas e pouco flexíveis.

Vê-se a possibilidade de aumento da disponibilidade de fontes de financiamento nos estágios iniciais das ENBTs por três meios: (i) pela atuação mais forte de anjos; (ii) pela criação de linhas de empréstimos de longo prazo; (iii) por maior adesão das entidades públicas de apoio à inovação tecnológica a editais que forneçam recursos para a empresa se lançar no mercado. Mostra-se, portanto, necessária uma política governamental mais ampla de apoio ao empreendedorismo tecnológico, que considere as demais necessidades das ENBTs e não apenas o financiamento de suas atividades de P&D.

Por fim, há indícios de que o desenvolvimento das ENBTs se dá em estágios não necessariamente lineares. Em cada estágio há questões críticas ou crises internas que os empreendedores precisam vencer para atingir um patamar mais alto na evolução do negócio. Alude-se que, quanto mais avançada está a empresa em seu estágio de desenvolvimento, ou seja, quanto mais “primeiros cases” são apresentados, maior a capacidade de atrair investidores externos. Do ponto de vista de contribuição para a prática, para os empreendedores, os mesmos devem se empenhar em buscar esses primeiros cases; para os formuladores de políticas públicas, devem desenvolver programas que contribuam e apoiem para que os empreendedores consigam atingir esses marcos, principalmente para empresas que estejam no estágio de pré-organização.

LIMITAÇÕES DA PESQUISA E SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS

Sugere-se para trabalhos futuros expandir a amostra de forma a abranger todo o Brasil, para permitir uma generalização dos resultados encontrados para a realidade brasileira, inclusive utilizando outras técnicas estatísticas, partindo-se de uma amostra mais representativa do universo de ENBTs que receberam aportes, para validar os construtos. Em segundo lugar, não foi objetivo dessa pesquisa avaliar possíveis impactos do “custo Brasil” no surgimento e desenvolvimento das ENBTs, bem como suas implicações no processo de captação de financiamentos externos.

Uma vez que se observou escassez de investidores capitalistas dispostos a investir em EBTs em seus estágios iniciais, pode ser que os fundos em atuação no Brasil tenham direcionado seus investimentos para negócios mais maduros. É nesse sentido que se indica a existência de um gap na disponibilidade de capital para os estágios pré-operacionais intermediários das ENBTs: após o desenvolvimento tecnológico inicial e anterior à geração das primeiras receitas de vendas. Essa observação, no entanto, deve ser mais bem analisada em trabalhos futuros.

Essa pesquisa teve como foco os estágios iniciais das ENBTs até o momento da efetiva captação dos recursos financeiros de que necessitava. Assim, o critério de sucesso utilizado foi a ENBT em análise ter conseguido captar os recursos financeiros dos quais necessitava para lançar-se no mercado. Uma evolução natural dessa pesquisa seria acompanhar o período pós-investimento das ENBTs para tentar examinar seus fatores críticos de sucesso. Assim, utilizando-se das mesmas metodologias de engajamento dessa pesquisa, avaliar quais fatores, principalmente internos, mas também externos (e.g. condições mercadológicas e de concorrência), impactam no desempenho do negócio, dado que os empreendedores conseguiram os recursos financeiros dos quais necessitavam.

Material suplementar
Apêndices
Anexo

Anexo I – Competências-base (CBs) das ENBTs, seus desdobramentos, decorrências e citações na literatura.





Anexo II – Fatores influenciadores na captação de investimentos privados, seus desdobramentos, decorrências e citações na literatura.




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Notas
Notas
[1] Para fins desse trabalho, foram consideradas “instituições mães” aquelas a partir das quais a empresa se originou, tendo-se casos de ENBTs de origem acadêmica (OA) e de empresas oriundas de outras empresas – spin-offs corporativos – que necessariamente se utilizaram da estrutura de tal instituição para se desenvolverem.
[2] A teoria de pecking order está inserida no tema de estrutura de capital de empresas (finanças). Ela considera que, seguindo o princípio do mínimo esforço, as empresas priorizarão, nessa ordem: a utilização de recursos internos (reinvestimento de lucros ou de capital dos sócios), seguido de operações de empréstimo e somente então oferecerão participação no negócio (equity) para investidores externos (Myers e Majluf, 1984).
[3] Venture capital é mais comumente traduzido como “capital de risco”.
[4] No Brasil, no biênio 2008-2009, de todas as propostas recebidas pelos fundos, apenas 43% foram analisadas, destas, 5,5% foram para a etapa de due dilligence e apenas 1,3% do total receberam investimento (FGV, 2010).
[5] Essas atividades são definidas como forma de triar e adquirir recursos (inclusive serviços) sem necessidade de despender recursos financeiros ou sem recorrer a fontes externas de capital. São alternativas utilizadas pelos empreendedores para conseguir uma ampla gama de recursos escassos para o negócio. Por exemplo, atividades relacionadas aos clientes (e.g. negociar adiantamentos, antecipação de recebíveis); atrasos de pagamentos (e.g. negociar maiores prazos, fazer leasing em vez de comprar, negociar e atrasar salários); atividades relacionadas aos proprietários (e.g. uso de crédito pessoal, subsídios entre outras empresas dos sócios, recursos de familiares e amigos, dedicação ao negócio sem remuneração); e utilização conjunta de recursos (e.g. utilizar estrutura física de outra empresa, utilizar equipamentos de outras empresas, contratar funcionários temporários, dividir funcionários com outras empresas) (Jones e Jayawarna, 2010).
[6] Até dezembro de 2009 foram identificadas cerca de 180 organizações gestoras em atuação, com 258 veículos de investimento e cerca de 1.600 profissionais. Estima-se que essas organizações tinham, ao final de 2009, US$ 31,0 bilhões em capital comprometido (2,3% do PIB) e 502 empresas investidas. Dados da apresentação do 2º Censo do Setor de PE e VC no Brasil, de dezembro de 2010.
[7] De todos os investimentos realizados, 7,6% foram de capital semente (38 empresas investidas), 13,1% capital startup (66 empresas investidas) e 20,9% venture capital early-stage (105 empresas investidas), aproximadamente. Isso representa um universo de 209 empresas nascentes investidas até dezembro de 2009. A maioria dos investimentos ocorreu em SP, com 127 empresas investidas (56,6% do total), seguido pelo RJ, 75 empresas (15,5%), e por MG, 34 empresas (7,0%). Ao todo, o Sudeste compreende 80% das empresas investidas (FGV, 2010).
[8] Schwienbacher (2007) observou que os empreendedores podem adotar duas posturas distintas frente à captação de recursos financeiros. A primeira delas, mais conservadora, denominada por ele como “estratégia wait-and-see”, ocorre quando os empreendedores esperam ter todos os recursos necessários para completar o projeto para então iniciar sua execução. A segunda, mais arriscada, denominada “estratégia just-do-it”, corresponde a iniciar o desenvolvimento do negócio com recursos financeiros próprios (se existentes) e/ou com a captação de quantias menores, mesmo que insuficientes para completar o projeto, mas que possibilitem alcançar algum marcos intermediários concretos (neste trabalho denominados “primeiros cases”).
[9] Não eram empresas nascentes de base tecnológica: em uma delas, a captação de recursos ocorreu quando ela já tinha 10 anos de existência, com faturamento acima de R$ 10,0 milhões, não sendo, portanto, uma start-up. A outra era uma empresa que não possuía base tecnológica forte.
[10] A SCP entende que a elaboração estratégica deve ser realizada a partir das condições ambientais externas (dinâmica do setor), tais como as relações entre os players de mercado e as relações entre oferta e demanda, e que as competências e habilidades necessárias podem ser adquiridas. Ela é oriunda dos modelos econômicos que defendem que os indivíduos ou organizações isoladas, principalmente em se tratando de empresas nascentes, não têm influência relevante sobre o mercado.
[11] Por isso a coloração diferente na Figura 2.
[12] Tal equipe pode ser composta pelos empreendedores e sócios iniciais do negócio, novos sócios, colaboradores, parceiros e agentes externos, como consultores e assessores.
[13] Ilustrados pelas cores mais fortes no framework preliminar em cada estágio.

Figura 1
Método de estudo de caso.
Yin (2001) e Joia (2006), adaptado pelos autores.
Tabela 1
Características básicas das empresas estudadas.

Tabela 2
Características dos empreendedores, suas decisões e perfil de gestão

Entrevistas com empreendedores das ENBTs. Elaborado pelos autores.
Tabela 3
Fontes de recursos fi nanceiros iniciais para as ENBTs.

Fonte: Entrevistas com empreendedores das ENBTs. Elaborado pelos autores.

Figura 2
CBs e FBs relacionados à equipe e suas decorrências observadas pelos investidores.

Figura 3
Estágios de desenvolvimento, competências e fatores determinantes na captação de investidores.
Tabela 4
Estágios de desenvolvimento das ENBTs e suas características diferenciadoras.

Tabela 5
Fatores influenciadores na captação de financiamento privado por ENBTs.







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