CARTA DOS EDITORES
O primeiro número da décima segunda edição da BASE – Revista de Administração e Contabilidade da Unisinos traz artigos que tratam de temas contemporâneos e emergentes para a literatura de gestão em Administração e Contabilidade.
O primeiro artigo trata da relação entre a estrutura de propriedade das empresas e os investimentos em P&D nas empresas de capital aberto do Brasil. Utilizando a teoria da agência, os autores encontraram várias relações entre a presença do acionista controlador e as características das empresas, tais como tamanho e setor de atuação, com os investimentos em P&D.
O segundo artigo discute as relações de poder existentes entre camelôs, poder público e comerciantes no interior do Mato Grosso do Sul. Sob o embasamento teórico das noções de território, tempo e espaço, os autores desenvolvem um estudo etnográfico e conseguem inferir que as fronteiras territoriais congregam as delimitações e as rupturas simbólicas com implicações na construção dos itinerários urbanos.
Sob o tema da previsão de insolvência de empresas, o terceiro artigo desta edição debate a etapa de seleção de atributos e, de modo especial, as abordagens possíveis para tal seleção. Utilizando atributos representativos de um conjunto de índices econômico-financeiros obtidos a partir de demonstrativos contábeis de empresas brasileiras, os autores concluem pela abordagem wrapper como a mais eficiente entre as opções analisadas.
O quarto artigo agora publicado discute o estresse nas organizações. Baseando-se em 965 questionários respondidos por presidentes, vice-presidentes/diretores e gerentes de terceiro nível de 344 grandes empresas brasileiras, os autores concluem que o tipo psicológico mais presente conta com características de suporte ao estresse e à fadiga, o que leva a crer que realmente os mais fracos não sobrevivem.
O quinto trabalho desta edição se dedicou a estudar uma mineradora no mercado brasileiro no que tange à sua reação aos acidentes ambientais. Utilizando-se da Teoria da Legitimidade os autores observaram mudanças no discurso dos relatórios de sustentabilidade da empresa após acidentes ambientais onde esteve presente, corroborando com importantes pesquisas anteriormente publicadas.
Por fim, o último estudo debate o desenvolvimento de iniciativas de consumo colaborativo no Brasil. Por meio de entrevistas semiestruturadas com gestores de organizações e usuários de distintos sistemas de consumo colaborativo os autores sugerem que, apesar de o consumo colaborativo estar em processo inicial no Brasil, existe um cenário positivo para o desenvolvimento das práticas coletivas no país, e, de modo especial, ao desenvolvimento de confiança nestes sistemas.
Desejamos a todos uma ótima leitura!