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Editorial
Revista Tempo e Argumento, vol. 9, núm. 22, pp. 1-4, 2017
Universidade do Estado de Santa Catarina

Editorial



Editorial

Desde seu primeiro número, em 2009, a revista Tempo e Argumento procurou ser um veículo de divulgação, nacional e internacional, da produção de conhecimento da área da História do Tempo Presente. Nas últimas edições, o periódico tem publicado um conjunto expressivo de artigos, resenhas e entrevistas com foco em balanços historiográficos produzidos por pesquisadores/as oriundos de países latino-americanos (especialmente da Argentina), mas também de Portugal e da Espanha. A produção historiográfica brasileira, e dos referidos países, veiculada pela revista apresenta pontos de contato, principalmente pelas temáticas voltadas majoritariamente para os processos sociopolíticos e culturais que envolveram as ditaduras e a implantação dos regimes democráticos entre as décadas de 1960 e 2000. Contudo, ainda é indispensável insistir no aprofundamento de aportes teóricos e abordagens que evitem a linearidade e os esquemas de temporalidade da historiografia mais tradicional. Por outro lado, cabe considerar que a produção brasileira e latino‑americana não é simplesmente uma derivação das abordagens recentes suscitadas no âmbito da História do Tempo Presente por estudiosos que alcançam grande repercussão e que produzem a partir das questões e temáticas da França, da Alemanha ou dos Estados Unidos. O periódico, em seus próximos números, buscará adensar esses diálogos epistemológicos, bem como difundir de forma mais sistemática estudos sobre a História do Tempo Presente produzidos em outras regiões do globo.

A terceira edição de 2017 da revista Tempo e Argumento apresenta o dossiê intitulado “Redes de produção e circulação da música popular na América Latina no século XX”, organizado por Tânia Costa Garcia, docente da Universidade Estadual Paulista/Franca e Márcia Ramos de Oliveira, docente da Universidade do Estado de Santa Catarina. O conjunto de artigos que compõe o dossiê busca problematizar o cenário musical da referida região a partir de fenômenos para além do advento da indústria cultural. Pesquisadores/as demonstram em seus estudos que a circulação de pessoas e ideias possibilitou que essa produção musical adquirisse uma grande complexidade ao longo do século XX. A seção Entrevista, por sua vez, dialoga com o tema da seção Dossiê. A etnomusicóloga Susana Sardo, professora da Universidade de Aveiro, efetuou uma entrevista com o colecionador José Moças, que aborda em sua fala os problemas suscitados na construção de um acervo de caráter sonoro, bem como a importância do mesmo para a construção de narrativas históricas no século XX.

A seção Artigos é composta por nove estudos realizados por investigadores nacionais e estrangeiros. Cosme Jesús Gómez Carrasco, da Universidade de Murcia, Jorge Sáiz Serrano, da Universidade de Valência, e Ramón López Facal Correio, da Universidade de Santiago de Compostela, no artigo “Narrativas nacionais e competência histórica na formação inicial de professores primários espanhóis”, discutem o processo de apropriação dos conteúdos da disciplina História (especialmente os relativos à formação do Estado Nacional) pelos docentes que atuam no ensino fundamental na Espanha. No artigo “El patrimonio cultural en los recuerdos del alumnado al finalizar el bachillerato: educación e identidad patrimonial”, os pesquisadores Pablo Álvarez Domínguez, da Universidade de Sevilha, Nicolás Martínez-Valcárcel e Ramón García-Marín, ambos da Universidade de Múrcia, debatem os problemas presentes no ensino universitário dos conteúdos relativos ao patrimônio cultural material e imaterial na Espanha.

Cássia Rita Louro Palha, historiadora e docente da Universidade Federal de São João del Rei, no artigo denominado “Fontes Telejornalísticas nos domínios de Clio”, apresenta uma reflexão de caráter teórico-metodológico sobre as possibilidades de utilização das fontes documentais telejornalísticas para a construção das narrativas da História do Tempo Presente. A doutora em Geografia e pesquisadora da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Luz Stella Rodríguez Cáceres, no artigo intitulado “O tempo que alcancei - narrativas sobre o passado na comunidade Cafundá Astrogilda do Quilombo de Vargem Grande (RJ)”, apresenta uma análise sobre as múltiplas temporalidades associadas à memória coletiva e individual que orientam as rememorações de pessoas que habitaram na referida comunidade. Analía Goldentul, doutoranda em Ciências Sociais na Universidade de Buenos Aires, no artigo intitulado “¿Autónomos o autómatas?: el terrorismo de estado desde la voz de su partícipes - Argentina y Uruguay (1994 – 1996)”, apresenta uma reflexão tendo em vista narrativas de membros das Forças Armadas da Argentina e do Uruguai sobre a participação nos processos relativos à violação de direitos humanos nos dois países durante as ditaduras.

A doutora em Educação, Angélica Pall Oriani, pesquisadora da Universidade de São Paulo, no artigo “Primeiros rascunhos: aproximações entre Michel de Certeau e a história do tempo presente”, apresenta uma reflexão acerca do pensamento de Michel de Certeau e as possíveis conexões com os aportes teóricos da História do Tempo Presente. Os pesquisadores Isaías Albertin de Moraes, doutorando em Sociologia na Universidade Estadual Paulista/Araraquara, e Fernando Vieira Antonio da Costa, docente da Universidade Cândido Mendes, no artigo “100 anos da revolução russa: ensinamentos e atualidade da atuação dos anarquistas”, debatem sobre a participação dos anarquistas no processo revolucionário ocorrido na Rússia a partir de 1917, e os seus desdobramentos. A docente da Universidade Nacional de La Plata, Mora Gonzáles Canosa, no artigo “’Libres o muertos, jamás esclavos’ - Marxismo, peronismo y lucha armada: las Fuerzas Armadas Revolucionarias en la Argentina de los primeros setenta”, analisa a atuação deste agrupamento argentino de esquerda armada no início dos anos de 1970. Por fim, Itamar Freitas, docente da Universidade Federal de Sergipe, no artigo intitulado “A experiência dos séculos XX e XXI nos projetos pedagógicos dos cursos de graduação em História no Brasil (2003-2014)”, discute como a noção de presente foi operacionalizada em currículos de cursos de História de instituições universitárias brasileiras.

A seção Resenhas apresenta a análise de duas obras. Bruno Pinheiro, doutorando em História na Universidade de Campinas, apresenta uma reflexão sobre a obra de Alexandre Almeida Marcussi, intitulada “Diagonais do afeto: teorias do intercâmbio cultural nos estudos da diáspora africana”. Daniel Lopes Saraiva, doutorando em História na Universidade do Estado de Santa Catarina, tece comentários acerca do livro de Olívia Rangel Joffily, denominado “Esperança Equilibrista. Resistência feminina à ditadura militar no Brasil”.

Na seção Debates, o doutor em Ciências Sociais pela Universidade de Sevilha e pesquisador do Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE), Francisco José Cubero‑Gallardo, no texto “Cataluña y la renovada actualidad de la cuestión nacional”, apresenta seu ponto de vista sobre os eventos políticos ocorridos na Catalunha (Espanha) durante o ano de 2017.

Os editores desejam uma boa leitura.



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