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Conceito de dignidade na enfermagem: análise teórica da ética do cuidado
Ângela Simões; Paula Sapeta
Ângela Simões; Paula Sapeta
Conceito de dignidade na enfermagem: análise teórica da ética do cuidado
Revista Bioética, vol. 27, núm. 2, pp. 244-252, 2019
Conselho Federal de Medicina
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Resumo: Atualmente sabe-se que resultados positivos em saúde derivam de fatores como valorização e respeito, participação nas decisões, autoestima positiva e capacidade de exercer controle sobre a própria vida, indicando que a percepção do paciente sobre a própria dignidade é elemento central do cuidado. Trata-se de conceito complexo, difícil de definir por falta de clareza quanto ao que implica, mas fundamental na enfermagem. Este artigo apresenta revisão de literatura com o objetivo de discutir aspectos da dignidade no contexto da ética do cuidado.

Palavras chave: PessoalidadePessoalidade,Cuidados de enfermagemCuidados de enfermagem,ÉticaÉtica.

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Atualização

Conceito de dignidade na enfermagem: análise teórica da ética do cuidado

Ângela Simões
Instituto Politécnico de Castelo Branco, Portugal
Paula Sapeta
Instituto Politécnico de Castelo Branco, Portugal
Revista Bioética, vol. 27, núm. 2, pp. 244-252, 2019
Conselho Federal de Medicina

Recepção: 24 Julho 2017

Revised document received: 5 Dezembro 2018

Aprovação: 11 Fevereiro 2019

A “dignidade” ocupa lugar de destaque no âmbito dos direitos humanos, na filosofia do movimento hospice e em diversos contextos. A maioria dos documentos ético-jurídicos e deontológicos está repleta de alusões a essa palavra. No entanto, a análise profunda de seu conteúdo traz à tona a complexidade do conceito e a falta de clareza em sua definição. Dessa forma, ao não ter significado evidente, a ideia de dignidade corre o risco de desaparecer sob prioridades mais tangíveis 1 .

Os diversos entendimentos têm levado a discussões sobre o significado, conteúdo e utilidade do termo. Muitos argumentam que o conceito é vazio e inútil, podendo ser substituído por “autonomia” sem perda de sentido 2 .

Devido a esta falta de clareza conceptual, na hora de acompanhar uma pessoa nos seus momentos de maior vulnerabilidade (…) fazemo-lo com a melhor das intenções, mas cada um baseado na sua maneira particular de compreender e, portanto, de cuidar das pessoas, e talvez, inadvertidamente, de “desconsiderá-la” na sua particularidade peculiar 3 .

Para evitar dogmatismos nessa definição é importante estabelecer qual característica do conceito será destacada. Pode-se começar pelo seu significado comum, que em todas as línguas está ligado à forma como se entende o valor da pessoa . No entanto, nem sempre o termo remete a esse sentido humano, sendo por vezes entendido como meio para resultado com valor em si mesmo. Assim, uma abstração (dignidade) é definida por outra abstração (valor), de modo a ignorar sua clara multidimensionalidade.

Dignidade nas teorias de enfermagem

A enfermagem é, ao mesmo tempo, disciplina e “ciência prática” 4 - 6 . Essa última é utilizada para se referir a sistemas filosóficos de moderado realismo, com métodos de investigação e campo do conhecimento associados à organização de situações concretas 7 . Portanto, como disciplina, a enfermagem é orientada para a prática.

O termo “disciplina” se refere a campo do conhecimento sob perspectiva educacional e ao modo de sistematizar ideias e conceitos específicos. Nesse sentido, “disciplina prática” alude ao caminho para o conhecimento que tem a função de explicar e descrever fenômenos da prática, organizando o saber para fundamentar ações concretas 8 .

Além de disciplina, a enfermagem constitui-se como profissão com conceitos globais e metaparadigmas que estruturam seu conhecimento 4 . Teorias organizam formalmente esse conhecimento, apresentando conjunto de conceitos que, inter-relacionados, formam modo próprio de ver o mundo. A teorização facilita a compreensão da realidade, favorece a reflexão e evita a banalização da observação dos fenômenos, incluindo elementos científicos no entendimento e na análise da realidade.

Desde os primórdios da profissão, há a preocupação de desenvolver teorias. Conceitos como “cuidado”, “bem-estar”, “ambiente”, “comunicação”, “segurança” e “saúde” direcionam a prática antes mesmo de serem estruturados em uma teoria de enfermagem. A viagem dos tempos de Florence Nightingale até os dias de hoje foi longa e árdua. Passou de ofício aprendido a profissão, indo da subordinação paciente à responsabilidade e autonomia, da aplicação exclusivamente prática à fundamentação científica 5 , 9 .

Apesar de os especialistas em enfermagem explorarem metaparadigmas de diferentes modelos e reconhecerem a centralidade da dignidade para a disciplina, não há teorização acerca do conceito. Alguns autores se referem explicitamente à promoção da dignidade 10 , 11 , outros preferem abordagem mais implícita ao conceito 7 , e outros sequer se referem a ele 12 . Na abordagem humanística, o respeito a tal valor é considerado central 10 , 13 - 17 .

Florence Nightingale 18 escreveu sobre o trabalho do enfermeiro em “ Notes on nursing ”, publicado pela primeira vez em 1859. Embora diversas questões relevantes sejam abordadas, não há referência específica à dignidade do doente. Na década de 1960, Virginia Henderson 19 , em sua definição de enfermagem, amplamente citada e adotada pelo International Council of Nurses (ICN), não se refere à promoção da dignidade, mas em “ Nature of nursing: reflections after 25 years ” o termo é mencionado várias vezes 20 .

Imogene King, em 1971, propôs que o objetivo final da enfermagem é melhorar a saúde do paciente e, quando não for possível, permitir a ele morrer com dignidade 21 . A autora identificou a comunicação como pedra angular para estabelecer metas adequadas e manter expectativas realistas.

Elas estabeleceram cinco fatores como base fundamental: atividades de vida, aspectos que afetam as atividades de vida, tempo de vida, dependência/independência e processo de enfermagem. Consideraram que, enquanto algumas pessoas realizam de forma independente atividades básicas, outras podem precisar da assistência do enfermeiro. Nesse processo, relações de confiança preparam o paciente mentalmente, preservando sua autoestima.

Outro modelo, a teoria da relação pessoa a pessoa de Joyce Travelbee 22 , foi bastante influenciado pela filosofia existencial e pelas ideias de Viktor Frankl. A autora defende o relacionamento terapêutico, ou “pessoa a pessoa”, como meta a ser alcançada ao final de várias interações entre seres humanos, durante as quais desenvolve-se a capacidade de estabelecer vínculos interpessoais. Esse processo implica compromisso entre os envolvidos, levando o sujeito a transcender-se e interessar-se pelo bem-estar do outro.

De acordo com Travelbee 22 , o sofrimento é experiência humana fundamental, que afeta a todos, e assim é tanto generalizado como único. Ele está relacionado a valores individuais e à questão do sentido: quem, por exemplo, encontra significado na doença consegue encontrar sentido na vida. Sendo assim, a comunicação é pré-requisito do cuidado de enfermagem, e a solidariedade é construída pelo respeito e a compreensão. Ser capaz de ver a outra pessoa como ela é exige relação passo a passo, ver o ser humano por trás dos “rótulos”, considerando-o como unidade inseparável composta por corpo e mente 22 .

Paterson e Zderad 23 , por sua vez, propuseram a teoria humanística de enfermagem, que revela olhar articulado do conhecimento científico, das vivências do cuidado, do encontro existencial, do face a face. Segundo as autoras, o ser que cuida tem o privilégio de estar com pessoas que vivenciam diversos significados de ser-no-mundo , no tempo e no espaço, nas mais diferentes idades, desde o nascimento até a morte. Por meio da sensibilidade, da consciência autêntica e da reflexão acerca destas experiências existenciais compartilhadas, o enfermeiro busca conhecer o ser humano.

Assim, percebe-se que para alcançar a inter- -relação humana no cuidado é necessário conhecer a si e o outro. A abertura do encontro autêntico é possível pelo compartilhar, reconhecendo a complexidade do indivíduo em suas relações com o outro e com o mundo, compreendendo-o como ser essencial e existencial, em sua natureza, condição, experiências e em seu processo de “ser mais”. Desse modo, Paterson e Zderad 23 acreditam que para viver e conviver com o outro é preciso conhecê-lo em seu espaço vivido, em dada temporalidade. Ou seja, os enfermeiros devem ver o mundo pelos olhos do paciente.

Voltando ao conceito objeto deste estudo, cabe mencionar Watson 10 , que colocou a preservação da dignidade humana como parte integrante do cuidado, propondo como núcleo da ciência da enfermagem as relações transpessoais. Segundo a autora, a enfermeira deve estimular essas relações para restaurar o equilíbrio da mente do paciente, ajudando-o a perceber como está e como pode vir a ser. Este equilíbrio acabaria por levá-lo à recuperação e ao bem-estar 10 . Roach 16 confirma a perspectiva de Watson, considerando humanidade e dignidade indissociáveis. E, no mesmo sentido, Jacobs aponta que o fenômeno central da enfermagem não é a saúde ou algum tipo de restauração do equilíbrio holístico e harmonia, mas o respeito pela dignidade humana24 .

Dignidade como imperativo ético no cuidado

A dignidade é muito importante para todos os envolvidos no cuidado 25 , 26 . Até agora, poucos estudos tentaram definir o conceito ou demonstrar sua extensão na prática clínica. Portanto, conclui-se que precisar seu significado é um desafio, visto tratar-se de termo abstrato e subjetivo, difícil de ser mensurado 25 , 27 - 30 , embora estudado por muitos 25 , 29 - 39 .

A preocupação em promover a dignidade no cuidado parece ter começado no contexto de cuidados paliativos 40 - 42 , ampliando seu campo para incluir discussões sobre saúde e serviços sociais prestados a vasta gama de indivíduos vulneráveis ou marginalizados, como idosos, sem-abrigo, pessoas em situação de pobreza, com doença mental etc. 43 - 49

Em artigo sobre o tema, Mairis reconhece a importância da dignidade, porém percebe que o conceito tem significados diferentes para cada pessoa. A autora entrevistou 20 estudantes de enfermagem a fim de investigar a perceção que têm do conceito. Três atributos essenciais se destacaram entre os resultados: 1) manutenção do autorrespeito; 2) manutenção da autoestima; e 3) valorização dos padrões individuais. Os entrevistados consideraram a dignidade atributo pessoal ao qual se dá pouco valor, a menos que o indivíduo esteja vulnerável, sentindo que pode perdê-la 31 .

Definindo-a como crença compartilhada entre a humanidade, Haddock 25 afirma que seu efeito afeta a capacidade de manter ou promover a dignidade do outro. Para o autor, esse conceito permite a pessoa sentir-se importante e valiosa na relação com as outras, sendo respeitada inclusive em situações de ameaça. Haddock destaca ainda a distinção entre ter , ser tratado e dar dignidade a outras pessoas, ressaltando a dimensão subjetiva e dinâmica do conceito e enfatizando a importância dos relacionamentos 25 .

Na enfermagem, o estudo de Haddock identificou a importância da autoconsciência, da contratransferência, da avaliação adequada e completa do paciente e da compreensão mais profunda de valores culturais e significados. Descreve-se ademais o poder dos enfermeiros de manterem e promoverem a dignidade, entendendo os doentes e tratando-os com atenção nos momentos em que se sentem vulneráveis 25 . Esta ideia foi sistematicamente enfatizada por estudos posteriores 26 , 28 , 50 - 52 .

No âmbito da enfermagem, uma das primeiras análises filosóficas da dignidade foi publicada em 1998 por Leila Shotton e David Seedhouse 1 , que a viam como a capacidade de a pessoa exercer suas competências ou, em condições particulares, receber auxílio para tanto. Segundo eles, a dignidade está diretamente relacionada à interação dinâmica entre circunstâncias e capacidades. Falta dignidade quando o indivíduo sente-se incompetente, inadequado ou extraordinariamente vulnerável 1 .

Street e Kissane 53 ampliam a compreensão da ideia entendendo-a como incorporada e socialmente construída, sendo então subjetiva, multidimensional, situacional e contextual. No mesmo sentido, ao explorar a dignidade no contexto de cuidados paliativos, Street e Love 54 mostraram a importância de ouvir as necessidades e desejos das pessoas, demonstrando que a privacidade não significa só ter um quarto particular, mas respeito e reconhecimento da dimensão psicológica, social e espiritual do doente.

Desde 1995, Chochinov 55 estuda a dignidade de pessoas com doenças terminais, tendo agrupado as questões colocadas pelos pacientes em três categorias: 1) preocupações relacionadas à doença ( illness-related issues ), ou seja, como a doença afeta a dignidade pessoal; 2) recursos pessoais da dignidade ( dignity-conserving repertoire ), o impacto das perspectivas e experiências pessoais na dignidade; e 3) recursos sociais da dignidade ( social dignity inventory ), como a qualidade da interação com outros influencia a dignidade ( Figura 1 ). Os temas de cada categoria forneceram a base para o atual modelo ( dignity model ) 55 e o movimento dignity in care , que dá orientação terapêutica a profissionais de saúde, ressaltando aspectos físicos, psicológicos, sociais e espirituais/existenciais que podem afetar o doente.


Figura 1
Modelo de dignidade humana
Fonte: Adaptado de Julião e Barbosa58

Em 2008, dando continuação ao trabalho desenvolvido, Chochinov e colaboradores 56 apresentaram instrumento composto por 25 itens que permitiu avaliar o sentimento de dignidade em pacientes em fim de vida. A escala foi adaptada para o português em 2009, por António Gonçalves 57 , recebendo o nome de escala da dignidade do doente ( Quadro 1 ). O instrumento avalia a presença de sintomas, sofrimento existencial, paz interior, dependência, suporte social e outros indicadores relacionados a atividades da vida diária, como sensação de controle, capacidade de “lutar” e capacidade de aceitação 57 .

Quadro 1
Escala da dignidade do doente


Para Fenton e Mitchell 28 , embora seja essencial no cuidado, a dignidade é relativamente pouco abordada na literatura de enfermagem. As autoras destacam a obrigação profissional de não ignorar as necessidades do indivíduo em meio às exigências da prática de enfermagem. Entretanto, em contraste com Fenton e Mitchell, Jacelon e colaboradores 52 afirmam que o tema é frequentemente discutido na literatura de cuidados de saúde, ainda que seu significado nem sempre seja claro. Por análise conceitual, utilizando a literatura e dados de cinco grupos focais com amostra diversificada de idosos, os pesquisadores concluíram que a dignidade é característica inerente do ser humano, que pode ser sentida como atributo do self , e se manifesta através de comportamento que demonstra respeito por si próprio e pelos outros59 .

Alguns estudos trouxeram contribuições específicas para a compreensão da dignidade do paciente. O trabalho qualitativo de Woolhead e colaboradores 60 identificou vários tópicos relacionados ao tema, como identidade, autoestima/estima, integridade, confiança, direitos humanos, igualdade, autonomia, independência e controle. O estudo de Black e Dobbs 61 explorou o entendimento dos idosos acerca do sentimento de dignidade, identificando três componentes fundamentais: 1) dignidade como autonomia, entendida como capacidade de tomar decisões em todos os aspectos da vida (esta foi a ideia que mais prevaleceu); 2) dignidade relacional, que descreve a importância das interações; e 3) dignidade de autoidentidade, que inclui orgulho, aceitação pessoal e apreciação de si mesmo 61 .

Estudo de Jacelon 49 analisou como idosos percebem o conceito enquanto hospitalizados. As entrevistas foram realizadas na admissão, durante a internação e no momento da alta. Nos estágios iniciais da entrada no hospital, os participantes concordaram que receber tratamento para poder voltar para casa era mais importante do que manter a dignidade. Contudo, durante o internamento, os participantes relataram que sentiam-se negativamente afetados pelos procedimentos a que eram submetidos e pelo modo como eram tratados pela equipe. Verificou-se que quanto maior o tempo de hospitalização, mais ênfase dão os idosos ao respeito à dignidade 49 .

Há duas dimensões diferentes quando se fala sobre o assunto: a concreta, essencial e absoluta; e a relativa, ou interna. A primeira está associada ao corpo, portador da dignidade e da liberdade do ser humano. A segunda se refere a como a própria realidade é percebida. A dignidade essencial e absoluta é inviolável e caracteriza-se por liberdade, responsabilidade, dever, serviço, orgulho, respeito, honra e independência. Esses valores, nem sempre diretamente visíveis, são influenciados pela cultura dominante. Quando descuidadamente manuseados ou não assegurados, há violação da dignidade. Para restabelecê-la é preciso alterar o contexto de modo a destacar tais valores 38 .

A vulnerabilidade humana torna-se óbvia quando valores significativos já não podem ser garantidos, e soluções concretas para preservar a dignidade parecem indisponíveis. No contexto específico dos idosos, pode-se experimentar situações em que capacidades importantes, como “tomar conta de si”, já não podem ser exercitadas. Em tarefas simples, como tomar banho, lavar roupas ou arrumar a casa, o paciente passa a depender da ajuda de alguém. “Ser digno dessa ajuda” move-se então em direção ao topo da hierarquia de valores, restabelecendo a experiência de dignidade possível 38 . A hierarquização interna de valores altera a externa, limitando-se ao que pode ser alcançado no contexto. A vida pode ganhar novo significado, e a dignidade ser restituída 38 .

Woolhead e colaboradores 60 estudaram idosos de diferentes origens socioeconômicas e níveis de saúde e incapacidade em contextos institucionais e comunitários. A amostra incluiu 72 participantes com idade superior a 65 anos. Os resultados indicaram que a dignidade era percebida como identidade, direito humano e autonomia 62 .

Gallagher 33 identifica dois valores fundamentais na enfermagem: autorrespeito, que se refere à dignidade pessoal, e respeito ao outro. Ambos são experimentados subjetivamente, como perceção da própria dignidade, revelada pelo comportamento em relação a si e aos outros. A autora recomenda visão compreensiva da competência ética, que inclua o ver, refletir, saber, fazer e ser 33 .

Confirmando o já citado trabalho de Haddock 25 , Griffin-Heslin 29 a identificou como fundamental nos cuidados de enfermagem, enfatizando a importância do respeito, da autonomia, da capacitação e da comunicação. Indo além, a autora expandiu a compreensão do conceito ao destacar sua complexidade, formada por vários atributos que podem ser retratados de diferentes formas 29 .

O estudo de Tadd 63 , a mais abrangente pesquisa europeia sobre o tema, considerou o ponto de vista de idosos e profissionais de saúde e do serviço social. A autora também estabeleceu três dimensões para esse conceito: identidade, direitos humanos e autonomia. Os dados sugeriram que cada uma delas pode ser mantida ou comprometida pelo comportamento da pessoa ou da equipe e pelo contexto 63 .

Arino-Blasco, Tadd e Boix-Ferrer 64 investigaram as implicações morais da dignidade humana a partir da visão dos profissionais de saúde. Essa ampla pesquisa, que envolveu 85 grupos focais com 424 profissionais de saúde em seis países europeus, identificou fatores essenciais à prestação de cuidados: promoção da autonomia e independência; abordagem holística e centrada na pessoa; manutenção da identidade e encorajamento do envolvimento nos cuidados; participação e capacitação; comunicação eficaz e respeito. Foram identificadas também circunstâncias que constituem o cuidado indigno: a invisibilidade; a despersonalização; a humilhação e o abuso; e abordagens mecanicistas do cuidar 64 .

Em revisão de literatura, Franklin, Ternestedt e Nordenfelt 65 referiram que nenhum dos 14 estudos que formaram o corpus de sua pesquisa representaram de forma adequada a complexidade do conceito, embora todos tivessem algo a oferecer como parte do quadro emergente. Ao que parece, é mais fácil identificar quando a dignidade não é central para o cuidado do que identificar seu significado 65 . Para os autores, cuidados indignos estão associados à invisibilidade, despersonalização e tratamento do indivíduo como objeto66 , podendo envolver humilhação e abuso, bem como abordagens mecanicistas do cuidar, de modo que as pessoas podem não conseguir definir “dignidade” (…) , mas sabem quando ela não está presente67 .

Clark 36 refere-se à questão tanto como direito objetivo, que pode ser concedido, quanto como sentimento experimentado subjetivamente. A pesquisadora considera a dignidade direito humano fundamental a fim de destacar sua importância e valor.

Periyakoil, Noda e Kraemer 37 investigaram a manutenção da dignidade no final da vida mediante temas que surgiram a partir de dados e da literatura existente. O estudo concluiu que: 1) todos possuem dignidade intrínseca; e 2) a dignidade extrínseca permanece fora da pessoa, sendo influenciada pela forma como é tratada pelos outros. Os subtemas da dignidade intrínseca incluíram autonomia, autoestima e espiritualidade, todos, quando presentes, capazes de despertar sentimento de esperança. Já a extrínseca foi observada quando as necessidades físicas e emocionais eram atendidas, havia respeito, e a privacidade e a confidencialidade eram tratadas como prioridade 37 .

Julião e Barbosa 58 apresentam modelo baseado na integração de ideias e conceitos de Nordenfelt 32 , Jacobson 34 e Chochinov 55 . Para os autores, o conceito abarca a dignidade universal e relacional – esta última formada por duas dimensões complementares, dinâmicas e interligadas68 que se desenvolvem a partir da universal.

Edlund e colaboradores 38 tentaram chegar a compreensão mais profunda do conceito, a partir de seu significado, alcance e natureza. As pesquisadoras identificaram valores da dignidade absoluta , que envolvem tudo o que pertence aos seres humanos, tais como santidade, liberdade, responsabilidade e dever de servir aos semelhantes.

Para as autoras, o valor absoluto da pessoa é constante, não podendo ser posto em causa nem retirado. A “dignidade relativa” espelha a absoluta, mas é mutável, moldada pelos valores incorporados pelos humanos, incluindo a moral e traços culturais que conferem importância e significado às ações e fenômenos no ambiente. Esses traços servem como símbolos da dignidade que é experimentada em relação a alguém ou alguma coisa. Quando alguém atua sobre esses símbolos, o ser humano pode interpretar essa ação como ameaça ou violação. A mutabilidade desta dimensão é processo pelo qual a dignidade pode ser destruída, mas também reestabelecida 38 .

Sulmasy 39 apresenta três tipos de dignidade: intrínseca, atribuída e inflorescent . A intrínseca diz respeito à dignidade inata; a atribuída é o valor, a estatura moral que as pessoas se concedem mutuamente por atos de atribuição; e, por fim, inflorescent define os indivíduos que “florescem”, vivendo suas vidas de acordo com a dignidade inerente ao ser humano 39 .

Van Gennip e colaboradores 69 indicam que as condições relacionadas à doença não afetam diretamente a dignidade dos pacientes, mas a forma como estes se percebem. Os autores propuseram o model of dignity in illness , composto por três elementos que moldam a autopercepção: o self individual, relacional e social. O self individual refere-se à autoavaliação interna, privada, feita por indivíduo autônomo com base em sua perceção do próprio valor e experiências. O relacional refere-se à dignidade formada em interações dinâmicas e recíprocas, e o social diz respeito à dimensão do sujeito como objeto social, definido pelo discurso coletivo sobre a doença 69 .

Considerações finais

Na atualidade, o conceito de dignidade é considerado multidimensional, influenciado pelo ambiente sociocultural e pela história pessoal 25 , 28 , 31 - 33 , 50 , 53 - 56 , compreendendo dimensões internas, como a valorização de si, e dimensões externas, como a valorização por parte de outros 32 , 33 , 50 , 53 , 56 . E, ao ser socialmente construída, a dignidade torna-se difícil de definir. Em consequência, torna-se complicado também estabelecer como mantê-la em intervenções explícitas centradas no paciente, especialmente idosos 52 . Portanto, embora muito se debata sobre o assunto, faltam respostas práticas sobre como promovê-la e mantê-la.

Considerando sua importância é surpreendente que, até o momento, o conceito tenha sido negligenciado na investigação empírica, carecendo de base sólida para a prática dos enfermeiros no dia a dia. É responsabilidade dos profissionais descrever ou definir conceitos de forma operacional. Sem compreensão por parte de seus praticantes, gera-se ambiguidade e confusão, pois a falta de orientação cria inconsistência na prática e incompatibilidade entre o ponto de vista do profissional e do paciente. Embora muitas vezes considerada inata nos cuidados de enfermagem 41 , é interpretada de vários modos 28 e, por sua indefinição, corre o risco de ter o significado diluído, tornando-se uma palavra esvaziada de importância.

O estudo e a promoção da dignidade pelos profissionais de saúde – e particularmente pelos enfermeiros – tem de ser reformulados. A revisão aqui apresentada mostra a grande complexidade do tema, com fatores e dimensões muito diversos que se interligam e se influenciam, estando na essência da enfermagem. Por isso, é importante desenvolver estudos que remetam a cuidados promotores da dignidade, procurando compreender como o enfermeiro, o doente e os demais atores desenvolvem o processo de cuidado.

Material suplementar
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Notas
Autor notes
Participação dos autores

O artigo foi elaborado pelas duas autoras.

Ângela Simões – Doutora – angela.simoes@gmail.com

Paula Sapeta – Doutora – paulasapeta@ipcb.pt

Correspondência. Ângela Simões – Rua Professor Sebastião António Morão Correia, lote A, 137, 4º direito CEP 6000-473. Castelo Branco, Portugal.


Figura 1
Modelo de dignidade humana
Fonte: Adaptado de Julião e Barbosa58
Quadro 1
Escala da dignidade do doente


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