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Extubação paliativa: reflexões bioéticas sobre cuidados em fim de vida
Taiane do Socorro Silva Natividade; Paula Yasmin Camilo Coelho; Danilo Rocha de Aguiar;
Taiane do Socorro Silva Natividade; Paula Yasmin Camilo Coelho; Danilo Rocha de Aguiar; Gabriela Ladeia da Silva; Rodrigo Batista da Silva; Ana Cristina Vidigal Soeiro
Extubação paliativa: reflexões bioéticas sobre cuidados em fim de vida
Palliative extubation: bioethical reflections on end-of-life care
Extubación paliativa: reflexiones bioéticas sobre los cuidados al final de la vida
Revista Bioética, vol. 29, núm. 3, pp. 558-566, 2021
Conselho Federal de Medicina
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Resumo: Cuidados paliativos integram um conjunto de abordagens que objetivam incrementar a qualidade de vida diante de uma doença incurável e potencialmente ameaçadora para a vida. Nesse cenário, dentre as terapêuticas utilizadas no cuidado a pacientes críticos, a extubação paliativa é implementada quando as tentativas de desmame da ventilação mecânica falharam, a fim de evitar o prolongamento da vida a qualquer custo. Mesmo com o limitado número de pesquisas sobre o assunto, importantes debates têm emergido no campo biomédico, ético, religioso e legal, trazendo novas reflexões sobre o tema. No Brasil, ainda há muitos entraves para o procedimento, o que inspira o debate bioético.

Palavras chave: Cuidados paliativosCuidados paliativos,Ventilação mecânicaVentilação mecânica,AutonomiaAutonomia.

Abstract: Palliative care is part of a set of approaches aimed at improving quality of life in the face of an incurable and potentially life-threatening disease. In this context, among the therapies for critically ill patients, palliative extubation is performed when all attempts of withdrawing mechanical ventilation have failed, an alternative to avoid prolonging life at any cost. Despite the limited number of studies published on the subject, important biomedical, ethical, religious and legal discussions have emerged, bringing new reflections on the theme. In Brazil, the procedure still faces many obstacles, making it an inspiring subject for bioethical discussions.

Keywords: Palliative care, Respiration, artificial, Personal autonomy.

Resumen: Los cuidados paliativos integran un conjunto de enfoques dirigidos a aumentar la calidad de vida ante una enfermedad incurable y potencialmente amenazadora para la vida. En este escenario, entre las terapéuticas utilizadas en el cuidado a pacientes críticos, la extubación paliativa se implementa cuando los intentos de destete de la ventilación mecánica fallan, con el objetivo de evitar prolongar la vida a toda costa. Incluso con el limitado número de investigaciones sobre el asunto, han surgido debates importantes en los campos biomédico, ético, religioso y legal, aportando nuevas reflexiones sobre el tema. En Brasil, aún hay muchos obstáculos frente a este procedimiento, lo que inspira el debate bioético.

Palabras clave: Cuidados paliativos, Ventilación mecánica, Autonomía.

Carátula del artículo

Pesquisa

Extubação paliativa: reflexões bioéticas sobre cuidados em fim de vida

Palliative extubation: bioethical reflections on end-of-life care

Extubación paliativa: reflexiones bioéticas sobre los cuidados al final de la vida

Taiane do Socorro Silva Natividade
Universidade Federal do Pará, Brasil
Universidade Estadual do Pará, Brasil
Paula Yasmin Camilo Coelho
Centro Universitário Metropolitano da Amazônia, Brasil
Danilo Rocha de Aguiar
Centro Universitário Metropolitano da Amazônia, Brasil
Gabriela Ladeia da Silva
Centro Universitário Metropolitano da Amazônia, Brasil
Rodrigo Batista da Silva
Fundação Hospital de Clínicas Gaspar Vianna, Brasil
Ana Cristina Vidigal Soeiro
Universidade Estadual do Pará, Brasil
Revista Bioética, vol. 29, núm. 3, pp. 558-566, 2021
Conselho Federal de Medicina

Recepção: 18 Março 2020

Revised document received: 3 Agosto 2021

Aprovação: 4 Agosto 2021

A progressiva modernização da medicina prolongou a expectativa de vida e diminuiu significativamente a mortalidade 1 . Entretanto, o aumento da longevidade elevou a prevalência de doenças crônicas e degenerativas, refletindo na demanda por cuidados em saúde de forma contínua e integrada. Assim, mesmo diante dos vários triunfos humanos sobre a doença e a morte, viver e morrer com dignidade passaram a ser fonte de importantes reflexões.

Na atualidade, cuidados paliativos (CP) motivaram importantes debates sobre o uso do conhecimento e da tecnologia biomédica, pois os avanços tecnológicos que salvam vidas também podem mantê-las à custa do sofrimento do paciente. E isso não ocorre somente porque o tratamento curativo não se mostra possível, mas pelo investimento em procedimentos que pouco contribuem para a melhora da qualidade de vida 2 . Nesse cenário, a obstinação pelo prolongamento da vida suscita questões éticas desafiadoras – não só para os profissionais da medicina, mas para toda a equipe de saúde – quanto às possibilidades e limites de intervenções terapêuticas, um debate que vem ganhando maior visibilidade no campo das discussões bioéticas.

Método

Trata-se de estudo bibliográfico realizado por meio de revisão narrativa com objetivo de discutir a extubação paliativa (EP) no âmbito dos cuidados em saúde, tendo como eixo de discussão as contribuições da bioética. A pesquisa, que ocorreu entre outubro de 2019 e fevereiro de 2020, buscou trabalhos a partir dos termos “cuidados paliativos”, “extubação paliativa”, “terminalidade da vida” e “bioética”, e considerou artigos publicados em português, inglês e espanhol disponíveis nas bases de dados SciELO, BVS, MedLine e PubMed. Foram selecionados 40 artigos publicados em periódicos, quatros manuais sobre o tema, três resoluções do Conselho Federal de Medicina (CFM), dois capítulos de livro e o atual Código de Ética Médica.

Resultados e discussão

A consolidação dos CP tem exercido grande influência para o fortalecimento de novas propostas terapêuticas na abordagem de pacientes com doenças incuráveis. Como resultado, alguns procedimentos usados como tentativa de retardar prognósticos inalteráveis passaram a ser questionados, por suas consequências não só ao paciente, mas também à família deste 3 , pois constituem uma unidade de cuidado.

Cuidados paliativos no cenário atual da medicina
Busca da dignidade do viver e do morrer

Na ética médica, o conceito “paliativo” (do latim palliare ), com sentido de aliviar provisoriamente, adiar ou remediar 4 , relaciona-se à prudência e ao discernimento necessários na escolha das terapêuticas disponíveis. Nas últimas versões do Código de Ética Médica 5 , os CP integraram algumas das diretrizes deontológicas da profissão, delineando o cenário de direitos e deveres de profissionais da medicina no atendimento a pacientes e suas famílias.

No que concerne aos investimentos terapêuticos, recentes versões do Código de Ética Médica resguardam ao profissional o direito de limitar ou suspender procedimentos de prolongamento de vida, caso seja da vontade da pessoa ou de seu representante legal, mediante a realização plena dos CP. As orientações éticas da profissão convergem para a necessidade de possibilitar a realização de CP como modalidade de intervenção transversal às várias especialidades médicas, implicando, sobretudo, o reconhecimento dos limites das intervenções 5 .

Os CP são definidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como cuidados ativos e integrais prestados a pacientes que não mais respondem ao tratamento curativo. Nessa situação o manejo da dor e dos sintomas é prioritário, como também de questões de ordem psicológica, social e espiritual, tendo como objetivo melhorar a qualidade de vida. Nessa ótica, as medidas terapêuticas são resultado de trabalho em equipe e devem sobretudo controlar os sintomas e proporcionar maior conforto para o paciente, o que implica não apressar, nem tampouco adiar a morte 6 .

Vale dizer que, embora os CP tenham se difundido com mais rapidez no atendimento a pacientes oncológicos, na atualidade se estendem a uma variedade de situações provocadas por mudanças no perfil epidemiológico e demográfico populacional, o que pressupõe sua introdução precoce na linha de cuidados. Entretanto, estudos apontam lacunas na formação dos profissionais de saúde diante dos desafios técnicos e pessoais trazidos por essa nova filosofia no campo dos cuidados em fim de vida 7 - 9 .

Suporte ventilatório nos cuidados em fim de vida
Delicado equilíbrio entre beneficência e não maleficência

Os cuidados em fim de vida incluem diferentes abordagens terapêuticas, daí a importância do trabalho em equipe na atenção integral ao paciente. Dependendo das características de cada caso, as intervenções visam à minimização de sintomas, tais como dor, náusea e vômitos, constipação, obstrução intestinal, caquexia, depressão, ansiedade, delirium , agitação terminal, dispneia e hipersecreção respiratória. De modo geral, enquanto algumas ações são recomendadas, outras são evitadas, num delicado equilíbrio entre beneficência e não maleficência, na busca por melhorar a qualidade de vida e a sobrevida de pacientes 10 , 11 .

Quando todas as tentativas de desmame falharam, prioritariamente nos casos em que há irreversibilidade da condição clínica, a manutenção da ventilação mecânica invasiva apenas adia um desfecho inevitável. Por essa razão, mais recentemente, a retirada da ventilação mecânica tem sido considerada medida terapêutica cujo objetivo é evitar o sofrimento do paciente, resultado principalmente da dor e desconforto associados ao procedimento. Apesar disso, a opção de retirada desse suporte ainda encontra forte resistência no contexto brasileiro, possivelmente em função de seu duplo efeito 12 , 13 .

A EP, também denominada de extubação compassiva (EC) 14 , 15 , se aplica aos casos em que é necessário limitar o investimento terapêutico, particularmente quando todas as possibilidades de desmame ventilatório falharam ou o paciente tem prognóstico desfavorável e se encontra em estado grave e irreversível, diante da irresponsividade ao tratamento 16 . Em tais situações, prolongar a vida a qualquer custo seria uma decisão injustificada e, em grande medida, resultado da obstinação terapêutica dos profissionais 17 . Entretanto, apesar dos benefícios envolvidos, achados na literatura indicam que a EC ainda é pouco realizada no Brasil 13 .

Nas unidades de terapia intensiva (UTI) adulta, alguns critérios são considerados na limitação do suporte avançado de vida, incluindo idade avançada, possibilidade de maior comprometimento da qualidade de vida após o procedimento e pontuação em escalas amplamente utilizadas e recomendadas cientificamente – baixa pontuação no escore Karnofsky Performance Status e alta pontuação no escore Simplified Acute Physiology State 3 18 . Nesses casos é indicado não iniciar a ventilação mecânica ou retirá-la, visto que o objetivo desse procedimento é prolongar a vida 19 , meta que nem sempre é eticamente aceitável, considerando as repercussões na qualidade de vida do paciente 20 .

Coradazzi e colaboradores 3 ressaltam a relevância da preparação do procedimento, que deve contemplar três etapas. A primeira consiste em reunião multiprofissional para investigar se existe consenso sobre a necessidade da EP. Nesse caso, a indicação deve se basear nos parâmetros ventilatórios utilizados e na impossibilidade de manutenção da vida após o desmame, mesmo levando em consideração que possivelmente o óbito não será imediato.

Na segunda etapa a equipe multiprofissional e o paciente e/ou a família deverão se posicionar em relação às intervenções propostas. Nesse momento, que pode demandar mais de um encontro, serão esclarecidas as opções disponíveis, incluindo quando e como será realizada a EP, e, em razão da intensa mobilização emocional, é recomendável que se transmitam as informações à família de modo compreensível, para que eventuais dúvidas sejam sanadas, visando a tomar a decisão de forma compartilhada. Como se trata de uma intervenção com consequências na evolução clínica, é importante incluir familiares nas decisões, particularmente se a participação do paciente nesse processo não for possível 21 .

Na terceira etapa, que compreende a preparação, toda a equipe deve estar mobilizada para a EP, pois será preciso aferir o nível de consciência do paciente no momento da extubação, que pode ser consciente e tranquilo, dormindo ou profundamente sedado. A discussão de casos pela equipe multiprofissional permite planejar conjuntamente as ações, incluindo encontros com a família para revisar diagnóstico e prognóstico e explicar opções de cuidados possíveis, estabelecendo diferenciação entre EP e eutanásia 22 , 23 . Comunicar-se harmoniosamente aumenta a proximidade com a família e eleva a taxa de sucesso em até 96%, pois, quando a comunicação é eficiente, cada profissional pode se posicionar de forma satisfatória durante o procedimento 3 .

Antes da realização da EP, também é importante monitorar o nível de consciência, cessar as medicações de caráter curativo e manter somente os medicamentos necessários ao alívio de dor ou dispneia, além de suspender procedimentos que não alterarão o prognóstico, tais como diálise 22 . Vale destacar que a suspensão da ventilação mecânica não tem a intenção de acelerar a morte do paciente, motivo pelo qual não deve ser confundida com eutanásia. Ao contrário, trata-se de suporte diante da impossibilidade de reversão do quadro clínico, priorizando os cuidados necessários para que o paciente não agonize durante sua morte, sem incorrer em ações cujo malefício supera os benefícios a serem alcançados 24 , 25 .

No âmbito hospitalar, a EC tem demonstrado impactos positivos a pacientes, famílias e equipes, desde que siga as recomendações vigentes, haja vista que se trata de procedimento complexo 3 , motivo pelo qual deve ser realizada por profissional intensivista 12 . Quando utilizada de forma incorreta, a EP pode levar à dor e dispneia, reações que se pretende evitar quando o procedimento é realizado.

Vale ressaltar que os métodos de retirada diferem na literatura, pois há diferentes medidas de realização da EP. No primeiro caso, recomenda-se a descontinuação imediata, entretanto a literatura aponta maior associação dessa ação a complicações como dor e estresse, o que foge completamente do objetivo primário dos CP. Outra possibilidade é a extubação terminal, realizada de forma a diminuir progressivamente os parâmetros ventilatórios até a extubação completa, sempre com a preocupação de evitar qualquer sinal de desconforto durante ou depois da extubação, o que pode ser alcançado com uso de opioides e/ou benzodiazepínicos e a oxigenoterapia, mantendo-se a sedação adequada 3 , 26 , 27 .

No campo da bioética, as preocupações em evitar a distanásia têm impactado em decisões terapêuticas sobre os limites das intervenções, incluindo a EP, de modo a salvaguardar o bem-estar de pacientes. A finitude da vida e as preocupações com a morte e o morrer ganharam maior visibilidade, não mais como componentes da vida biológica, mas como experiências de caráter psicológico, social e espiritual que precisam ser incorporadas como objetivo do cuidado em saúde. Entretanto, mesmo com o avanço dos CP nas últimas décadas, o Brasil ainda ocupava até recentemente posição modesta de 42º lugar no ranking de qualidade de morte 28 .

Extubação paliativa e processo de tomada de decisão
Uma decisão compartilhada?

No que concerne à relação terapêutica, especialmente em países desenvolvidos, os CP implicaram novas modalidades de relacionamento, com a inclusão de pacientes e familiares no processo de tomada de decisões que anteriormente eram de domínio médico. Essa foi uma das mudanças determinantes para a qualidade do serviço prestado em CP 29 , sobre o qual, considerando a importância da preservação da autonomia como princípio ético, o CFM aprovou a Resolução nº 1.995/2012, que trata das diretrizes antecipadas de vontade (DAV). Estas definem previamente o desejo do paciente, acarretando o direito de recusar tratamentos que considere agressivos, ainda que esteja incapacitado de expressar livremente e de forma autônoma sua vontade.

Assim, mesmo em situações em que o paciente esteja impossibilitado de se comunicar, seu desejo manifesto deverá ser exposto por seu representante legal para consideração da equipe de saúde 30 . Isso evidencia como a progressiva valorização da autonomia tem impactado significativamente em condutas clínicas e na relação da equipe de cuidados com pacientes e familiares, que passaram a ser incluídos cada vez mais na tomada de decisões 31 . Nesse aspecto, o investimento na melhoria da comunicação é não somente uma estratégia de humanização, mas também reflexo do compromisso e ética profissional na relação com pacientes e suas famílias 31 , 32 .

De modo geral, a realização da EC também deve ser discutida pela equipe, com a participação do paciente e sua família. Entretanto, a fim de colocar em prática esse ideal, é necessário investigar antecipadamente o desejo do paciente, o que não é comum, especialmente no Brasil 33 . Limitações de ordem moral e legal, além da predominância de um modelo paternalista de relação, ainda fomentam grandes entraves para uma deliberação compartilhada. Assim, decisões são tomadas pela equipe e pela família a depender de suas crenças, expectativas e valores, o que interfere diretamente na escolha por realizar ou não o procedimento 19 , 20 .

Cabe ressaltar que o Brasil ainda não dispõe de legislação específica sobre a ortotanásia, nem sobre as Diretivas Antecipadas de Vontade. Embora o CFM tenha aprovado a Resolução nº 1.995/2012 30 , que trata do tema, ainda não há leis nacionais sobre o assunto, como em outros países, inclusive latino-americanos. Por essa razão, em caso de indicação da EP, é necessário que o paciente passe por uma criteriosa avaliação realizada pelo médico da UTI e por médico independente, procedimento recomendável para a confirmação do prognóstico 3 , 12 .

Além da avaliação clínica, cabe à equipe multiprofissional prover informações sobre a EP aos acompanhantes e familiares, incluindo o método utilizado e os riscos e benefícios. A falta de esclarecimento pode gerar relutância para a aceitação do procedimento, provocando ansiedade e depressão, assim como outras complicações associadas ao luto 21 , 34 . Além disso, o diálogo empobrecido com a equipe pode fazer com que familiares e outras pessoas próximas ao paciente se sintam culpados pela morte do ente querido, o que justifica a importância de um diálogo sincero e acolhedor com a equipe 35 , 36 .

Como o tempo de sobrevivência é variável, a presença e o apoio da família se tornam essenciais e a equipe deve possibilitar a realização dos rituais sociais e de despedida, bem como desejos de fim de vida 37 . Nesse momento, é preciso respeitar a privacidade da família, sendo possível, no caso de pacientes estáveis, a transferência para leitos fora da UTI 16 , 38 . O contato da equipe de saúde com a família após a morte do paciente é recomendado a fim de melhorar a qualidade do programa no hospital 3 e atender a um dos princípios estruturantes dos CP, que prevê o acompanhamento durante o processo de luto 10 , 11 .

O acompanhamento psicológico da equipe pode ser de grande valia, tendo em vista que os profissionais apresentam valores e expectativas que podem influenciar sua saúde psicológica durante o procedimento devido a reações de contratransferência e em função de questões éticas e religiosas, que também podem interferir em seu julgamento 39 .

Extubação paliativa no contexto das reflexões bioéticas

Significativa parcela das reflexões bioéticas sobre a finitude humana abrange questionamentos quanto aos limites do prolongamento da vida por meio de intervenções médicas 40 . Tais reflexões têm se intensificado a partir de conceitos atualmente bastante debatidos no campo da saúde, tais como eutanásia ativa, eutanásia passiva, distanásia, ortotanásia e suicídio assistido e sua relação com CP, especialmente por estarem intimamente relacionados à terminalidade da vida 41 .

A expressão “eutanásia” provém do grego e está historicamente associada ao conceito de boa morte, sendo definida como processo pelo qual se abrevia a vida de forma a evitar sofrimento físico ou psicológico. Bélgica, Países Baixos e Suíça já legalizaram sua realização, a qual tornou possível a realização do desejo da morte de um indivíduo, ainda que mediante uma série de condições 40 . A ortotanásia, por sua vez, prevê a interrupção de práticas que visam a prolongar a vida artificialmente por meio de procedimentos que podem causar sofrimento desnecessário ao paciente 41 .

É importante ressaltar que muitas medidas que retardam a morte também podem ser paliativistas, na medida em que são introduzidas a fim de proporcionar maior conforto e dignidade ao paciente. Assim, mesmo considerando o curso natural de uma doença, alguns tratamentos são ofertados como medida terapêutica de controle da dor e de sintomas diversos, sejam eles físicos ou psicológicos 42 . Por outro lado, a distanásia, também denominada “morte difícil”, por seu antagonismo à ortotanásia 43 , refere-se ao prolongamento da vida por meios artificiais com a finalidade de retardar o processo de morte natural, causando mais sofrimento ao paciente.

É importante ressaltar que na ortotanásia a doença é o motor causador da morte, diferentemente da eutanásia passiva, na qual a enfermidade não é fatal ou não representa iminente ameaça de morte. Assim, enquanto a eutanásia passiva encurta a vida, a distanásia a prolonga, mesmo quando o paciente não tem mais chances de cura, como resultado da obstinação terapêutica, que reconhecidamente leva à agonia e ao sofrimento 17 , 43 . Quando considerados os três conceitos, a EC se alinha aos objetivos da ortotanásia, pois não visa a prolongar a vida artificialmente às custas do sofrimento, tampouco alterar o processo natural da morte, haja vista que os tratamentos empreendidos não interferirão mais no curso natural da doença.

Medidas complementares também podem ser associados à EP, a exemplo da sedação paliativa (SP), que pode auxiliar na redução dos sintomas respiratórios 44 , 45 quando outras formas de cuidado não trazem mais alívio, pois o sofrimento é muitas vezes proveniente da resistência à morte 42 . Outro aspecto a ser considerado refere-se ao desejo de viver ou morrer, que possivelmente também influencia as decisões do paciente, pois este pode optar por manter as medidas de prolongamento de vida, mesmo que não configurem alívio 1 , 42 . É necessário considerar que, num cenário em que predomina escassez de recursos humanos e materiais para atender à demanda de CP, nem sempre tal opção é viável, o que traz à tona outras questões éticas relevantes.

Vale dizer que as decisões clínicas voltadas à ortotanásia visam prioritariamente a manter o conforto e a dignidade do paciente, bem como o bem-estar da família, evitando situações desconfortáveis e dolorosas pois descontinuar terapias distanásicas não significa interromper o processo de cuidado 1 . Essa diferenciação também implica questões legais, já que a eutanásia é tipificada como crime no Código Penal brasileiro 46 . A dificuldade para implementar a EP no universo de CP também decorre da escassez de equipes qualificadas e em função de lacunas na formação em CP 7 - 9 .

Outro fator a ser considerado são as possíveis influências da religião em decisões clínicas da equipe e da família 47 . Considerando que as religiões abordam de forma distinta a terminalidade da vida com base em diferentes perspectivas e juízos de valor, o procedimento pode ser dificultado por crenças e preceitos religiosos que podem afetar a atitude dos familiares, como também as normativas legais do país 48 . Além disso, a realização da EP levanta discussões bioéticas, pois, embora o Código de Ética Médica reconheça o dever médico de respeitar a autonomia do paciente, em algumas situações a decisão final ainda cabe ao profissional, o que aponta muitas contradições.

O CFM aprovou a Resolução nº 2.232/2019 49 , medida controversa para muitos estudiosos por representar um retrocesso no campo dos CP, uma vez que em situações de urgência e emergência, o médico poderá adotar medidas para preservar a vida do paciente, independentemente da recusa terapêutica.

De modo geral, a EP ainda carece de debates que permitam estabelecer parâmetros éticos para sua utilização. Além do conhecimento técnico-científico sobre o tema, deve prevalecer a humanização, o respeito e a compreensão sobre os impactos das ações terapêuticas, em busca de preservar a dignidade humana nos cuidados em fim de vida. A preparação das equipes para atuar em CP, o maior investimento e valorização do processo de consentimento livre e esclarecido e a criação de comitês de bioética clínica despontam como importantes estratégias nessa direção.

Considerações finais

Embora a EP esteja bem consolidada em países desenvolvidos, no Brasil ainda há poucas pesquisas sobre a temática. Ademais, o debate ético acerca da EP encontra resistência em função de tabus e concepções religiosas, que dificultam sua realização 46 , 47 . Possivelmente, parte do problema é resultado de questões técnicas, mas também do enlace do tema com valores morais e religiosos envolvidos na temática da terminalidade da vida, mesmo diante dos avanços alcançados com a consolidação dos CP. Que as questões levantadas na presente discussão favoreçam o enfrentamento dos desafios que permeiam a EP, contribuindo com importantes desdobramentos para decisões clínicas no âmbito dos cuidados em fim de vida.

Material suplementar
Referências
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Notas
Declaração de interesses
Declaram não haver conflito de interesse.
Autor notes
Taiane do Socorro Silva Natividade – Graduada – ts.natividade@gmail.com

Paula Yasmin Camilo Coelho – Graduada – paulaycoelho@gmail.com

Danilo Rocha de Aguiar – Graduado – daniloaguiarr20@gmail.com

Gabriela Ladeia da Silva – Graduada – gabiladeia@hotmail.com

Rodrigo Batista da Silva – Graduado – rodrigo.batista.14@hotmail.com

Ana Cristina Vidigal Soeiro – Graduada – acsoeiro1@gmail.com

Participação dos autores

Taiane do Socorro Silva Natividade idealizou o tema e participou da redação e revisão final do artigo. Paula Yasmin Camilo Coelho, Danilo Rocha de Aguiar, Gabriela Ladeia da Silva e Rodrigo Batista da Silva contribuíram com a redação e a revisão final do artigo. Ana Cristina Vidigal Soeiro orientou o trabalho e participou da redação e revisão final do artigo.

Correspondência: Taiane do Socorro Silva Natividade – Universidade do Estado do Pará. Travessa Perebebuí, 2623, Marco CEP 66087-662. Belém/PA, Brasil.

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