Resumo: Por meio de revisão integrativa da literatura, este artigo teve o objetivo de identificar vulnerabilidades da população brasileira evidenciadas durante a pandemia da covid-19. Realizou-se busca nas bases de dados SciELO, LILACS e PubMed no período de fevereiro a março de 2021, sendo selecionados sete artigos, que foram organizados conforme as informações a seguir: título, autor, abordagem dos estudos, objetivos e principais resultados. Foram encontradas as seguintes vulnerabilidades: negação de direitos, falta de poder socioeconômico e violência contra crianças e idosos. Estas foram sistematizadas nas categorias “vulnerabilidade por falta de poder” e “vulnerabilidade por momentos do desenvolvimento humano”. Constatou-se que essas fragilidades são historicamente marcadas na população brasileira e têm sido acentuadas neste período de pandemia, o que ressalta a necessidade de intervenção ativa na perspectiva da bioética.
Palavras chave: Vulnerabilidade social, vulnerabilidade em saúde, covid-19.
Resumen: Desde una revisión integradora de la literatura, este artículo tuvo como objetivo identificar el aumento de las vulnerabilidades de la población brasileña durante la pandemia del covid-19. Se realizó una búsqueda en las bases de datos SciELO, LILACS y PubMed, entre febrero y marzo de 2021, que dio como resultado siete artículos, que fueron organizados por: título, autor, enfoque del estudio, objetivos y principales resultados. Se encontraron las siguientes vulnerabilidades: Negación de derechos, falta de poder socioeconómico y violencia contra niños y adultos mayores. Estos datos se sistematizaron en las categorías de “vulnerabilidad por falta de poder” y “vulnerabilidad por momentos del desarrollo humano”. Se constató que estas debilidades ya estaban históricamente marcadas en la población brasileña y se acentuaron aún más en este período de la pandemia, lo que muestra la necesidad de una intervención activa desde la perspectiva de la bioética.
Palabras clave: Vulnerabilidad social, vulnerabilidad en salud, covid-19.
Abstract: This integrative literature review sought to identify the vulnerabilities faced by the Brazil population and which were highlighted during the COVID-19 pandemic. Bibliographic search conducted on the SciELO, LILACS and PubMed databases from February to March 2021 identified seven articles, which were organized by title, author(s), methodology, objectives, and main findings. The analysis found the following vulnerabilities: denial of rights, lack of socioeconomic power, and violence against children and the aged. These were systemized into the categories “vulnerability by lack of power” and “vulnerability by human development cycle.” Such vulnerabilities are historically marked in Brazil and have increased during the pandemic, thus highlighting the need for a bioethics-based active intervention.
Keywords: Social Vulnerability, health Vulnerability, covid-19.
Pesquisa
Vulnerabilidades evidenciadas pela pandemia de covid-19 na perspectiva da bioética
Aumento de las vulnerabilidades en la pandemia del covid-19 desde la perspectiva de la bioética
Vulnerabilities highlighted by the COVID-19 pandemic from a bioethics perspective
Recepção: 12 Março 2022
Revised document received: 07 Outubro 2022
Aprovação: 13 Outubro 2022
A covid-19, doença causada pelo vírus SARS-CoV-2, foi reconhecida como pandemia em março de 202012. Buscando frear a disseminação do vírus, vários países decretaram medidas de isolamento social, o que provocou mudanças significativas no cotidiano34.
Essa patologia acomete a todos, independentemente de faixa etária, sexo, etnia e nível socioeconômico. Porém, a vulnerabilidade à covid-19 está fortemente relacionada aos determinantes sociais do processo saúde-doença. Seu prognóstico e evolução são influenciados pela condição financeira e pelo acesso a serviços de saúde, educação e proteção social3.
Um conceito em constante discussão no campo da bioética é o de vulnerabilidade, a condição existencial de indivíduos e populações em circunstâncias de desamparo. Esse debate provê os estudiosos da bioética de instrumentos para assegurar direitos fundamentais e prevenir ou impedir a continuidade de arbitrariedades que atingem populações ou sujeitos vulneráveis5.
Relações desiguais, individuais ou coletivas, de caráter social, cultural, político e econômico são mais propensas a produzir a vulnerabilidade de pessoas ou grupos sociais6. A pandemia de covid-19, contudo, tornou as pessoas vulneráveis em decorrência de incertezas do cenário7.
Rogers e Ballantyne8 tipificam as diversas expressões de vulnerabilidade em intrínseca e extrínseca. A vulnerabilidade intrínseca é produzida a partir de características do próprio indivíduo, enquanto a extrínseca ocorre por questões externas e decorrentes do contexto socioeconômico. As autoras ainda afirmam que essas vulnerabilidades podem ocorrer conjuntamente e, assim, se potencializar.
Na vulnerabilidade intrínseca, as características individuais envolvidas estão relacionadas a doenças físicas ou mentais e a momentos especiais do desenvolvimento humano: infância, adolescência, terceira idade e gestação. Na vulnerabilidade extrínseca, as questões externas aos indivíduos dizem respeito à falta de poder, diferenças educacionais e falta de acesso a serviços básicos de saúde89.
Imerso nesse contexto, o objetivo deste trabalho foi verificar vulnerabilidades evidenciadas na população brasileira durante a pandemia de covid-19.
O presente estudo consiste em revisão integrativa, que se traduz em ferramenta de comunicação científica robusta e permite a captação mais ampla de determinado fenômeno. A construção desta revisão percorreu as seguintes fases: identificação do tema e seleção da questão norteadora da pesquisa; estabelecimento de critérios de elegibilidade de estudos (critérios de inclusão e exclusão de estudos); busca ou amostragem na literatura; coleta de dados; análise dos dados; discussão e apresentação da revisão10.
O ponto de partida desta revisão é a seguinte questão norteadora: quais são as vulnerabilidades evidenciadas na pandemia de covid-19 no Brasil?
Com o intuito de responder a esta pergunta, a coleta de dados foi feita nos meses de fevereiro a março de 2021 nas bibliotecas/bases de dados SciELO, LILACS e PubMed. A estratégia de busca do material bibliográfico foi o cruzamento dos Descritores em Ciências da Saúde (DeCS/MeSH) em conjunto com operadores booleanos “and” e “or”. Na SciELO e LILACS (DeCS), foram procurados os descritores “vulnerabilidade socialorvulnerabilidade em saúdeandcovid-19andBrasil” e, na PubMed (MeSH), “social vulnerabilityorhealth vulnerabilityandcovid-19andBrazil”.
Os critérios de inclusão estabelecidos para os estudos encontrados foram: publicação dos artigos em português e inglês; abordagem de vulnerabilidades evidenciadas ou intensificadas na pandemia de covid-19 na população brasileira; e disponibilização integral dos artigos de forma gratuita. Já os estudos publicados sobre vulnerabilidades em outros agravos ou contextos e, portanto, aqueles que não atendessem a questão deste estudo, foram desconsiderados, conforme os critérios de exclusão. Ademais, estudos duplicados também foram excluídos. O processo de seleção e inclusão dos artigos pré-selecionados está apresentado no fluxograma (Figura 1) como recomendado pelo grupo Prisma11.

O estudo seguiu as diretrizes das resoluções 466/2012 12 e 510/201613 do Conselho Nacional de Saúde, que concedem a dispensa da submissão ao Sistema CEP/Conep, por se tratar de pesquisa com análise de bancos de dados secundários em domínio público.
Foram identificados 56 artigos nas bases de dados pesquisadas, dos quais 13 eram duplicados e 16 não atendiam aos critérios de inclusão, sendo, então, excluídos. Dos 27 artigos pré-selecionados, após a leitura na íntegra, foram eliminados 20 que não respondiam à questão norteadora. Portanto, foram definidos sete artigos para esta revisão integrativa.
Os dados dos artigos selecionados foram registrados em planilha do programa Microsoft Excel e, dessa forma, sintetizados de acordo com autor, título, base de dados, objetivo e principais resultados, conformeQuadro 1.

Na análise dos artigos, verificou-se que dois eram estudos em inglês e cinco em português, publicados em 2020 e 2021. Observou-se, ainda, que cinco eram artigos de reflexão, um era estudo ecológico e um era estudo baseado em registros nacionais.
Ao analisar os artigos, observou-se que a maioria das abordagens metodológicas apresentou caráter reflexivo, o que pode ser justificado pela atualidade do tema, motivo que também pode esclarecer o pequeno número de artigos identificados na pesquisa inicial.
Para a discussão da temática da vulnerabilidade, a definição de Rogers e Ballantyne8 foi adaptada aos resultados encontrados. O conceito de vulnerabilidade pode ser definido como a incapacidade de defesa de interesses próprios. No contexto biomédico, indivíduos ou populações vulneráveis correm mais risco de dano por conta dessa incapacidade, especialmente em emergências sanitárias como a pandemia da covid-19.
Os resultados foram organizados com base na similaridade de conteúdo em duas categorias: vulnerabilidade por falta de poder e devida ao estágio de desenvolvimento humano.
De acordo com Rogers e Ballantyne8 , a falta de poder representa a vulnerabilidade extrínseca, ocasionada pela pobreza e pela negação de direitos sociais, econômicos e políticos a certos grupos. Essa categoria é composta pelos artigos 1, 3 e 5, que reportam a negação de direitos a grupos vulnerabilizados no Brasil 14,16,18 , e pelos artigos 2 e 7, que espelham a desigualdade socioeconômica que marca os povos brasileiros15,20.
O artigo 1 reflete sobre a negação de direitos a mulheres transgênero e travestis: a maioria realiza trabalhos informais e não foi contemplada com o auxílio emergencial do governo14 . Ademais, sofre segregação, discriminação, violências e iniquidades por ações biopolíticas. Nessa perspectiva, Martins e Costa21 contemplam a necessidade de estratégias de intervenção por meio de práticas no campo social, contrariando uma política perversa, que permite um ambiente social inóspito e violador de direitos humanos, em que a exclusão reduz à inexistência.
A bioética de intervenção é proposta como saída deste cenário, por meio do comprometimento estatal na mediação entre grupos de poder e grupos invisibilizados. Para isso, o debate ético necessita de um enfoque equitativo com o propósito de eliminar (in)diferenças na sociedade e fortalecer os direitos transexuais21.
O artigo 3 aponta para o declínio das políticas públicas de saúde voltadas aos povos indígenas e a perda de direitos sociais, que vêm afetando o direito à alimentação adequada assegurado na Constituição Federal16 . No Brasil, a pandemia teve impacto direto sobre a segurança alimentar, forçando os povos indígenas a se manifestarem ativamente contra a insuficiência do governo federal, que se caracteriza pela negação de direitos a esses povos.
Em relato, Iberê22 mencionou que a chegada da crise sanitária da covid-19 não foi acompanhada de um plano de contenção da pandemia entre os povos indígenas. Essa distopia ensejou as próprias organizações indígenas a se protegerem de ações abusivas de um Estado voltado aos interesses do mercado financeiro.
O incentivo de medidas liberais pelo Estado contribui para confrontos territoriais, que no contexto da pandemia têm desencadeado a fome e a falta de água potável. Em meio a esse quadro, os povos indígenas realizaram campanhas contra a fome, contando com ações de solidariedade e doações23 . Em decorrência desses atos, sancionou-se a Lei 14.021/202024 , que firma medidas de proteção social nos territórios indígenas e cria o Plano Emergencial para Enfrentamento à Covid-19 para povos originários e comunidades tradicionais, prevendo ações de garantia de segurança alimentar24.
O artigo 5 evidencia a invisibilidade da população negra na pandemia, substanciando a negação de direitos a essa população18. Embora sua mortalidade fosse maior, não era demarcada nos sistemas de informação até a protestação de grupos sociais raciais. Goes, Ramos e Ferreira25 também discutiram o racismo no contexto da covid-19, demonstrando que, nos Estados Unidos e no Brasil, a população afrodescendente está entre as que mais adoecem e que têm maior probabilidade de óbito.
A ausência de direitos dessa população é um traço histórico, no Brasil, e a falta de dados dificulta a análise de desigualdades raciais. No entanto, a pandemia pode ser uma oportunidade para uma nova consciência social, que desestruture a condição de subalternidade racial e afirme democraticamente o direito à vida25.
Os artigos 2 e 7 abordam as desigualdades socioeconômicas como expressão da vulnerabilidade pela falta de poder15,20. Nessa lógica, Romero e Silva26 realizaram um estudo que mostrou a relação entre as condições socioeconômicas e a incidência de covid-19 no Ceará, e mencionaram pesquisas que indicam que boas condições socioeconômicas estão relacionadas à redução de casos de covid-19.
Natividade e colaboradores27 registaram um cenário de desigualdade social e concentração de renda na capital baiana que pode motivar uma baixa adesão às medidas de distanciamento social. Grande parte da população trabalha no mercado informal, o que limita as condições de proteção ao trabalhador, que se expõe mais a riscos para garantir a própria sobrevivência, e pode ter a saúde física e psicológica afetada pela reclusão social.
Segundo Rogers e Ballantyne8 , os ciclos de vida, principalmente os extremos de idade, são componentes da vulnerabilidade intrínseca. Morais e Monteiro28 relacionam a vulnerabilidade intrínseca à dignidade humana, que deve ser resguardada por meio da proteção à integridade física, psíquica e moral.
Nesta categoria estão os artigos 4 e 6, que retratam a vulnerabilidade intrínseca vivenciada por crianças e idosos – grupos que geralmente necessitam de auxílio para o desenvolvimento de suas atividades – no contexto da covid-1917,19.
O artigo 4 reflete sobre o aumento da violência sofrida pelos idosos em tempos de covid-19. Ribeiro e colaboradores5 chamam atenção para os efeitos que o isolamento social traz aos idosos que necessitam de cuidados profissionais, seja vivendo com suas famílias ou sozinhos, seja residindo em instituições de longa permanência. Várias formas de violência doméstica foram reconhecidas pelos autores.
A violência doméstica pode ser ter caráter patrimonial, psicológico, físico, de negligência e abandono, fatores que podem mesmo ser concomitantes. Quando ocorre em ambiente familiar, geralmente é sofrida em silêncio, devido à relação de dependência do idoso, além de insegurança e medo causados pela proximidade com o agressor24,29.
O artigo 6 propõe reflexões acerca das crianças em quadro pandêmico, sem atividades escolares e sem acesso à merenda, e, portanto, expostas à fome e à violência em seus domicílios19. As crianças são pouco atingidas diretamente pela covid-19, mas as medidas de isolamento afetaram aquelas que vivem em domicílios mais pobres. O fechamento das escolas prejudica principalmente aquelas que encontram na merenda escolar sua única fonte de alimentação saudável30.
Nesse período de isolamento social, o aumento da violência doméstica contra as crianças reflete o desafio de protegê-las, tarefa que elas não podem enfrentar sozinhas. O estresse do confinamento dessas famílias tende a aumentar o consumo de drogas e bebidas alcoólicas, o que contribui para o aumento dos conflitos domésticos.
O lar deveria ser o local de maior segurança para as crianças; porém, em muitos momentos, torna-se ambiente de tristeza, lugar onde sofrem diversas formas de violência. E, no momento de isolamento social decorrente da pandemia, alerta-se a sociedade para que esteja atenta e notifique casos suspeitos, contribuindo, assim, para o rápido atendimento e a proteção às vítimas31.
A pandemia de covid-19 tem evidenciado e agravado casos de violência pré-existente em função da necessidade de restrições de deslocamento. Muitas pessoas se encontram em trabalho remoto ou impossibilitadas de trabalhar, necessitando conciliar sua nova rotina com as de crianças e idosos, que acabam inseridos em situações de violência familiar resultantes da violência estrutural que atravessa o Brasil29.
A responsabilidade social, a exemplo da saúde, vai além da responsabilização dos estados na formulação de políticas públicas, pois também exige estratégias sociais, nos âmbitos nacional e internacional, que diminuam as desigualdades e promovam o bem-estar das populações vulneráveis.
O indivíduo deve ser visto em sua totalidade, inserido em uma bioética de direitos e deveres: deve ser visto como sujeito, não como objeto de doenças ou incapacidades31. Assim, a bioética extrapola os limites da ética em pesquisa e busca, em uma ética do cuidado e da responsabilidade social, a dignidade humana para todas as pessoas e/ou grupos sociais, sobretudo aqueles mais vulnerabilizados.
As vulnerabilidades identificadas neste estudo estão ligadas à fragilidade vivenciada por grande parte da população brasileira ao longo da história de suas relações interpessoais, sociais e de saúde. Essa vivência foi intensificada pela pandemia de covid-19. Alguns estudos abordados se referem a indivíduos que requerem cuidados específicos, devido à idade; é preciso, portanto, ponderar sobre os ciclos de vida quando da elaboração de ações de enfrentamento a agravos.
Além das vulnerabilidades intrínsecas, também foram identificadas vulnerabilidades extrínsecas, ocasionadas por condições desfavoráveis nas relações de poder. A totalidade dessas experiências não cabe nesse estudo, visto que o Brasil abriga inúmeros grupos vulneráveis e a literatura sobre o assunto no contexto da pandemia de covid-19 ainda se encontra incipiente.
Reconhecem-se, assim, as limitações deste trabalho, reforçando a importância de maior atenção dos governantes à população brasileira em um cenário que aprofunda vulnerabilidades existentes. Identifica-se, ainda, a necessidade de uma intervenção ativa dos sujeitos responsáveis, extrapolando a responsabilidade estatal e reconhecendo uma ética do cuidado social sob a perspectiva da bioética.
Finalmente, aponta-se para a necessidade de continuação dos estudos nessa temática.
Onde se lia:
Pettra Blanco Lira Matos1, Russell Santiago Correa1, Dimitra Castelo Branco1, Gabriel Mácola de Almeida2, Érica Quinaglia Silva1, Liliane Silva do Nascimento1
1. Universidade Federal do Pará, Belém/PA, Brasil.2. Universidade Estadual do Pará, Belém/PA, Brasil.3. Universidade de Brasília, Brasília/DF, Brasil.
Leia-se:
Pettra Blanco Lira Matos1, Russell Santiago Correa1, Dimitra Castelo Branco1,Gabriel Mácola de Almeida2, Érica Quinaglia Silva1,3, Liliane Silva do Nascimento 1
1. Universidade Federal do Pará, Belém/PA, Brasil.2. Universidade Estadual do Pará, Belém/PA, Brasil.3. Universidade de Brasília, Brasília/DF, Brasil.
Russell Santiago Correa–Especialista–russsellsantiago@hotmail.com
Dimitra Castelo Branco–Mestra–dimitra.castelo@gmail.com
Gabriel Mácola de Almeida–Graduado–gabrielalmeida1401@hotmail.com
Érica Quinaglia Silva–Doutora–equinaglia@yahoo.com.br
Liliane Silva do Nascimento–Doutora–profaliliane@ufpa.br
Correspondência Pettra Blanco Lira Matos – Rua Portel, 355, conj. Médici 2, Marambaia CEP 66620-160. Belém/PA, Brasil.

