Revisão de Literatura
Recepção: 12 Dezembro 2018
Aprovação: 03 Abril 2019
DOI: 10.1590/2317-6431-2018-2116
RESUMO
Objetivo: Verificar a contribuição do treinamento musical nas habilidades do processamento auditivo em crianças.
Estratégia de pesquisa: Realizou-se uma busca no mês de agosto de 2018, usando os descritores Music, Child, Childhood, Children, Evoked Potentials, Auditory, Auditory Perception, Auditory Processing, utilizando o operador AND.
Critérios de seleção: Como questão norteadora, adotou-se a seguinte pergunta: “o que existe na literatura científica sobre a contribuição do treinamento musical nas habilidades de processamento auditivo em crianças?” Após, foram selecionados somente ensaios clínicos controlados na população infantil, estudos publicados em inglês, português e espanhol.
Resultados: A estratégia de busca resultou na seleção de dez artigos. Os estudos evidenciaram diversas habilidades testadas e diferentes formas de avaliação.
Conclusão: Com base nos achados, pode-se concluir que o treinamento musical melhora e aprimora as habilidades de processamento auditivo, de forma que quanto maior o tempo de treinamento, mais essas habilidades são reforçadas. Dessa forma, o treinamento musical mostra-se um método eficaz e com potencialidade para ser utilizado em crianças, tanto no período de desenvolvimento da comunicação oral e escrita, para auxiliar a aquisição das habilidades auditivas, como após a aquisição afim de aprimorá-las.
Palavras-chave: Potenciais evocados auditivos, Música, Processamento auditivo, Criança, Revisão.
ABSTRACT
Purpose: To check the contribution of music training to auditory processing skills in children.
Research strategy: A search was performed in October 2018, using the descriptors Music, Child, Childhood, Children, Evoked Potentials, Auditory, Auditory Perception, Auditory Processing, using the AND operator.
Selection criteria: The main research question was: “What has been reported in the scientific literature about the contribution of musical training to auditory processing skills in children?” We selected only controlled clinical trials with the child population, studies published in English, Portuguese and Spanish.
Results: The search strategy resulted in the selection of ten articles. The studies showed several skills tested and different forms of evaluation.
Conclusion: Based on the findings, it can be concluded that music training improves auditory processing skills, so the longer the training time, the more these skills are reinforced. Thus, music training is an effective method that can be potentially used in children, both in the development of oral and written communication - to aid in the acquisition of auditory skills - and after acquisition, in order to improve such skills.
Keywords: Evoked potentials, auditory, Music, Auditory processing, Child, Review.
INTRODUÇÃO
A audição é considerada um dos sentidos mais importantes para a comunicação e relação humana(1). O sistema auditivo é composto por uma parte periférica e outra central, as quais precisam estar íntegras para um bom funcionamento auditivo. As estruturas da orelha externa até o córtex cerebral são responsáveis por captar os sons, detectar e transmitir simultaneamente diversos estímulos sonoros, permitindo e favorecendo a aprendizagem(2).
A capacidade do sistema auditivo central em receber, analisar e interpretar os estímulos sonoros está relacionada ao processamento auditivo, cuja função é de tornar úteis as informações acústicas provenientes do meio. Seu funcionamento depende das condições orgânicas e funcionais do sistema auditivo, bem como a experiência auditiva prévia do ouvinte(3).
O processamento auditivo conta com habilidades de reconhecer a presença ou ausência do som, identificar o local de origem do som, partilhar atenção entre dois estímulos, selecionar um estímulo auditivo na presença de ruído de fundo, diferenciar a variação de frequência, intensidade e duração e perceber diferenças e semelhanças entre sons verbais.
Além disso, também fazem parte das habilidades auditivas identificar sons de fala no silêncio, acusticamente incompletos e de forma distorcida porém complementar; memorizar padrões de frequência e duração de um ou mais sons; identificar quantos sons estão ocorrendo sucessivamente considerando o intervalo de silêncio entre eles; discernir a ordem em que os eventos sonoros ocorreram e interpretar eventos sonoros integrados a outras formas sensoriais(4).
Para que essas habilidades auditivas fiquem cada vez mais refinadas e efetivas, é necessário que haja estimulação. Dessa forma, a música se mostra um excelente meio de intensificar essas capacidades(5). Aprender a linguagem musical exige uma complexa operação do cérebro, já que implica o envolvimento de diversas áreas cerebrais ao mesmo tempo, tais como: percepção, desde as vias auditivas até o processamento nas regiões superiores do cérebro; cognição, compreendendo memória, atenção e funções executivas; habilidades motoras e habilidades aurais, bem como, capacidade de se moldar ao surgimento de novos estímulos, e a novas possibilidades de resposta, caracterizando a plasticidade cerebral(6).
Sabe-se que a prática musical desenvolve a percepção auditiva para melodias, harmonias e ritmos por meio do treinamento perceptivo de intervalos, ritmos, entre outros parâmetros musicais. Considerando a ocorrência de generalização, estas habilidades perceptivo auditivas podem vir a contribuir na consciência fonológica, em tarefas de reconhecimento da fala diante de ruído, de leitura, de reconhecimento de sílabas entre outras habilidades linguísticas(7-9). Ademais, a música suscita complexas emoções, tendo possibilidade de despertar memórias e sensações, envolvendo redes de recompensa como a liberação de dopamina que resulta em um sentimento de bem-estar(10,11).
Neste prisma, considerando os benefícios do treinamento musical e reconhecendo a importância das habilidades auditivas para o completo desenvolvimento da comunicação de crianças, é fundamental investigar a contribuição da música nessas habilidades.
OBJETIVO
O objetivo desta revisão sistemática foi verificar qual é a contribuição do treinamento musical nas habilidades do processamento auditivo em crianças.
ESTRATÉGIA DE PESQUISA
Como questão norteadora foi adotada a pergunta: “O que existe na literatura científica sobre a contribuição do treinamento musical nas habilidades de processamento auditivo em crianças?” Para obter respostas a esse questionamento, foram realizadas pesquisas bibliográficas, em agosto de 2018, nas bases eletrônicas Portal BVS (MEDLINE, IBECS e LILACS) e SciELO, visando realizar uma revisão sistemática de literatura. A pesquisa incluiu estudos publicados até julho do ano 2018, sem limitação de data inicial. Os descritores selecionados foram pesquisados no Medical Subject Headings (MeSH), portanto, todos os termos foram acessados apenas em inglês. Elaborou-se uma estratégia de busca específica, utilizando o operador AND e o refinador de busca com as palavras delimitadoras “child” OR “adolescent” OR “child, preschool, empregando os descritores em trios: Music AND Child AND Evoked Potentials, Auditory; Music AND Childhood AND Evoked Potentials, Auditory; Music AND Children AND Evoked Potentials, Auditory; Music AND Child AND Auditory Perception; Music AND Childhood AND Auditory Perception; Music AND Children AND Auditory Perception; Music AND Children AND Auditory Processing; Music AND Child AND Auditory Processing; Music AND Childhood AND Auditory Processing.
CRITÉRIOS DE SELEÇÃO
Para a seleção e avaliação dos estudos científicos levantados, foram estabelecidos os seguintes critérios de inclusão: publicações até julho de 2018, somente ensaios clínicos controlados envolvendo seres humanos, com o objetivo de avaliar a contribuição da treinamento/experiência musical nas habilidades de processamento auditivo na população infantil, e estudos publicados em inglês, português e espanhol. Foi estabelecido, como limite de busca, criança e criança pré-escolar. Considerou-se, como criança, sujeitos com idade até 11 anos e 11 meses, conforme o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA)(12). Foram excluídos da análise estudos realizados em sujeitos adultos, usuários de prótese auditiva e implante coclear, bem como publicações que se tratavam de revisão bibliográfica, cartas ao editor, estudos de casos-controle, estudos de coorte, estudos de casos e estudos que não se vinculavam diretamente ao tema.
O processo de seleção dos estudos incluídos nesta revisão sistemática foram analisados pela recomendação Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses: The PRISMA Statemen(13), está explicitado na Figura 1.
ANÁLISE DOS DADOS
Todos os artigos foram examinados de forma qualitativa, em conformidade com a questão norteadora do estudo, bem como com os critérios de inclusão. Para análise quantitativa, foi aplicado o protocolo baseado no checklist da escala internacional PEDro(14), traduzida para língua portuguesa, que propõe-se a avaliar a qualidade metodológica dos estudos científicos. A recuperação dos artigos em texto completo foi feita após a leitura dos resumos. Os resultados das análises foram comparados entre três avaliadores e a classificação dos critérios foi reavaliada em uma reunião de consenso, para verificar as divergências.
RESULTADOS
Como resultado inicial da busca, foram identificados 1095 artigos, 21 na base de dados SciELO e 1074 na base de dados BVS, dentre os quais, 750 foram excluídos por serem repetidos. Dos 345 artigos restantes, após a leitura dos títulos e resumos, oito foram excluídos por se tratarem de revisões sistemáticas, três por não estudarem a população infantil e 299 por não se relacionarem diretamente com a temática. No total, foram selecionados 35 para a leitura na íntegra. A partir da análise, um artigo foi excluído por não ser possível o acesso do texto completo, dois por se tratarem de uma revisão de estudos, dois artigos abordavam treinamento com indivíduos que usavam implante coclear, dois por estudarem população maior de 12 anos, seis por não realizarem treinamento musical e 12 por não se tratarem de ensaios clínicos. Dessa forma, dez artigos atendiam aos critérios de inclusão iniciais.
Os dados essenciais de cada artigo, como autores, ano de publicação, país de origem, objetivo, procedimentos, faixa etária, tamanho da amostra, tempo de estimulação, estão detalhadamente explicitados no Quadro 1.
As habilidades testadas e os resultados obtidos em cada artigo estão explicitados no Quadro 2.
Verificou-se que todos os estudos selecionados foram escritos em língua inglesa. Dos dez artigos, quatro(15,16,18,21) foram escritos nos Estados Unidos, dois(17,20) no Canadá, dois(8,19) na França, um(7) no México e um(9) em Portugal. Em relação ao ano de publicação, três(16,17,21) estudos são do ano de 2015, os demais foram publicados entre 2004 e 2017.
No que diz respeito ao tamanho da amostra, os estudos variaram entre 13 a 46 crianças (incluindo todas as crianças do grupo controle e grupo estudo). Com referência à idade dos participantes, quatro(8,9,19,21) artigos avaliaram crianças de 8 anos de idade, cinco(7,15,17,18,20) realizaram com crianças de 3 a 7 anos e apenas um(16) artigo não especifica a idade, emprega somente a expressão ‘criança’. No tocante ao tempo de estimulação musical, variaram desde 20 sessões até três anos de experiência.
Todas as pesquisas avaliaram as crianças pré e pós treinamento musical e continham grupo controle. Dentre os procedimentos, a Escala Wechsler de Inteligência para Crianças foi utilizada em quatro estudos para avaliar previamente os participantes. A Eletroencefalografia (EEG), Frequency Following Response (FFR) e Mismatch Negativity (MMN) foram os mais utilizados, testes comportamentais também foram empregados na maioria dos estudos.
Para verificar a evidência científica dos dez estudos, foi utilizada a escala de PEDro. A escala tem por objetivo auxiliar os pesquisadores a identificar se os desfechos clínicos das terapias aplicadas atendem aos critérios expostos. São 11 itens do checklist, que investigam quanto à validade interna, validade externa e resultados que possam ser interpretados estatisticamente. A classificação metodológica avaliada pela escala PEDro e a pontuação dos artigos, em cada item da escala, estão disponibilizadas na Tabela 1.
DISCUSSÃO
Crianças passam por inúmeras mudanças de desenvolvimento, onde este período permite uma maior plasticidade neural influenciada pela experiência(22). Sabe-se que o treinamento musical influencia no desenvolvimento funcional e estrutural do cérebro e está relacionado a benefícios no aperfeiçoamento auditivo, bem como em processos cognitivos, como memória, atenção e inteligência(16,23-25). Esta revisão confirma o descrito na literatura, quando evidencia os benefícios do treinamento musical nas habilidades de processamento auditivo.
No que se refere às habilidades do processamento auditivo testadas, três estudos(16,18,21) avaliaram figura-fundo. Os achados mostraram que crianças com audição normal e desenvolvimento típico, com no mínimo um ano de treinamento musical, apresentaram desempenho superior em leitura e percepção de fala no ruído, quando comparadas às crianças sem treinamento auditivo. Três artigos(7,9,16) investigaram as relações da música com habilidades linguísticas de consciência fonológica e leitura. Em relação à consciência fonológica, encontraram efeitos positivos do treinamento musical na identificação da sílaba inicial e identificação da rima(7). No quesito leitura, os resultados mostraram que crianças de 8 anos de idade melhoraram as habilidades de leitura, especificamente quando a correspondência fonema-grafema era complexa(9).
Com relação ao tipo de treinamento aplicado houve bastante diversidade. Quatro estudos(15,16,18,20) relataram que as crianças tiveram treinamento em instrumento musical, sendo um deles(20) baseado no Método Suzuki, que tem como princípio a ideia de que a criança aprende a tocar um instrumento musical da mesma forma que adquire a língua materna. Dessa forma, o método baseia-se na imitação e repetição de notas musicais, padrões rítmicos e melódicos apenas auditivamente e posteriormente faz o uso da partitura(26). Outros dois estudos(8,9) relataram o uso dos Métodos Kodály e Orff. O Método Kodály propõe-se a alfabetizar musicalmente e trazer música para o dia-a-dia das pessoas por meio do canto, principalmente de canções folclóricas. Sua metodologia inclui leitura e escrita musical, percepção e rítmica(27). O Método Orff integra música e movimento, baseia-se na improvisação com o uso da percussão e do canto(28).
Independentemente do método empregado, observou-se que o treinamento musical realizado em todos os estudos abordou os parâmetros musicais, altura, intensidade, duração e timbre e os três elementos básicos da música, ritmo, melodia e harmonia.
No que diz respeito aos procedimentos utilizados, constatou-se que, o EEG foi o exame mais aplicado, descrito em seis estudos(8,9,15,17,19,20) seguido pelo Frequency Following Response (FFR)(16,18) e Mismatch Negativity (MMN)(8,17) ambos foram encontrados em dois artigos. O EEG é um método de avaliação que capta a atividade cerebral espontânea a nível cortical, por meio de eletrodos dispostos no couro cabeludo(29), enquanto que o FFR é um excelente instrumento para avaliar a resposta neural dos sons de fala, fornecendo acesso ao processamento do som em um nível muito preciso de detalhes(16).
Outro procedimento foi o MMN, que investiga principalmente as habilidades de discriminação sonora, memória auditiva e atenção involuntária, por ser um potencial evocado auditivo de longa latência que capta a resposta cerebral automática(30). Uma pesquisa constatou que houve uma melhora no MMN em crianças de 8 e 10 anos(8), enquanto outro estudo feito com crianças entre 4 e 6 anos não encontrou mudanças significativas(17). Estes dados confirmam os achados de outras investigações, que o MMN está intimamente ligado com a idade e com o tempo de exposição à música. O acúmulo de treinamento musical na infância aumenta progressivamente a discriminação do som e atenção(22,31-34).
Salienta-se que, seis artigos incluídos nesta revisão são considerados Ensaios Clínicos Randomizados (ECR)(7-9,16,17,20), pois consistem em tipo de estudo experimental e alocaram a população aleatoriamente para os grupos estudo e controle. ECR são considerados padrão-ouro para a determinação de efeito de uma intervenção, pois podem avaliar de maneira não viesada(35). Também mostra-se uma das ferramentas mais poderosas para a obtenção de evidências em relação ao cuidado da saúde e a prática clínica(36).
Por meio da avaliação da escala PEDro(14), observou-se que poucos artigos atendiam aos critérios do checklist, principalmente quanto aos itens de validade interna. Desta forma, a pontuação geral dos estudos foi relativamente baixa pelo fato de não fazerem alocação secreta e a participação de sujeitos, terapeutas e avaliadores não serem de forma cega. No quesito cegamento de sujeitos e terapeutas, considera-se inviável, pois independentemente do treinamento oferecido, seja musical, pintura ou esporte, necessita-se que o profissional saiba como instruir os sujeitos para que as avaliações pudessem analisar o que os objetivos dos estudos pretendiam.
CONCLUSÃO
Com base nos achados, pode-se concluir que o treinamento musical melhora e aprimora as habilidades de processamento auditivo, de forma que quanto maior o tempo de treinamento, mais essas habilidades são reforçadas. Dessa forma, o treinamento musical mostra-se um método eficaz e com potencialidade para ser utilizado em crianças, tanto no período de desenvolvimento da comunicação oral e escrita, para auxiliar a aquisição das habilidades auditivas, como após a aquisição afim de aprimorá-las.
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Notas
Autor notes
* Autor correspondente: Claudine Devicari Bueno. E-mail: claudinedevicari@gmail.com
Declaração de interesses