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CARTA DA EDITORA
Jimena Felipe Beltrão
Jimena Felipe Beltrão
CARTA DA EDITORA
Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi. Ciências Humanas, vol. 12, núm. 1, pp. 5-6, 2017
MCTI/Museu Paraense Emílio Goeldi
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Editorial

CARTA DA EDITORA

Jimena Felipe Beltrão
Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi. Ciências Humanas, vol. 12, núm. 1, pp. 5-6, 2017
MCTI/Museu Paraense Emílio Goeldi

Nesta edição, celebramos e agradecemos a todos que contribuíram para a nota máxima atribuída à Linguística segundo a avaliação da Capes: o Boletim agora é avaliado como A1 para a área. Compartilhamos também a notícia da reinserção do Boletim em um indexador que expressa o compromisso do Museu Goeldi com o acesso aberto às suas pesquisas: Directory of Open Access Journals - DOAJ.

Entre os itens de leitura deste número estão temas que constituem testemunho de que a investigação e a consequente geração de conhecimento surpreende e educa. Artigos aqui publicados tratam da ocupação do espaço e da definição de territórios por grupos humanos, suas formas de perceber o tempo e de se expressar. Falam também de situações de deslocamento, doença, violência e conflito, bem como sobre laços de solidariedade e reciprocidade.

A ocupação e definição de espaços, a apropriação e a transformação da paisagem, o estabelecimento de território e o uso de recursos são aspectos abordados nos três artigos que abrem esta edição: “Arqueologia de marinheiros e caçadores do século XIX: ensaio sobre o tempo e a Antártica”, de Sarah Barros Viana Hissa; “Tempo e Espaço Guarani: um estudo acerca da ocupação, cronologia e dinâmica de movimentação pré-colonial na Bacia do Rio Taquari/Antas, Rio Grande do Sul, Brasil”, de autoria de Fernanda Schneider, Sidnei Wolf, Marcos Rogério Kreutz e Neli Teresinha Galarce Machado; e “Novas perspectivas para a arqueológica Jê no Brasil meridional”, de Francisco Silva Noelli e Jonas Gregorio de Souza. Os artigos sobre Guarani e Jê trazem discussão sobre aspectos demográficos de relevância para a Arqueologia brasileira e refletem um acúmulo considerável de dados coletados em diferentes projetos de pesquisa nas últimas décadas.

Em “Cauixi em cerâmica arqueológica da região de Lagoa Santa, Minas Gerais: inclusão de esponjas processadas ou exploração de depósitos sedimentares com espículas?”, os autores Igor Morais Mariano Rodrigues, Cecilia Volkmer-Ribeiro e Vanessa de Souza Machado investigam se a presença de esponjas de água doce amazônicas em fragmentos de cerâmica resulta de escolha e inclusão do material ou se advém do fato de que esse elemento já se fazia presente no material usado para confeccionar os objetos.

As formas de expressão e as opções por certas técnicas e materiais são estudados por autores de outros quatro artigos sobre Arqueologia. Para Carolina Guedes e Denis Vialou, em “Símbolos na arte rupestre sob o olhar da Arqueologia Cognitiva: considerações analíticas sobre o sítio Conjunto da Falha, Cidade de Pedra, Rondonópolis, Mato Grosso”, meio e mensagem são elementos fundamentais. A análise conjuga o aspecto físico do sítio com as inscrições na superfície da rocha e as mensagens que “refletem as crenças e escolhas culturais do grupo pretérito”.

Já em “Sítios com pinturas rupestres em Buíque, Venturosa e Pedra, Pernambuco, Brasil no contexto da geopaisagem”, Marília Perazzo Valadares Amaral, Carlos Celestino Rios e Souza e Ricardo José Ribeiro Pessoa buscam entender os processos de adaptação dos grupos humanos ao meio ambiente e a sua escolha dos sítios Buíque, Venturosa e Pedra, no nordeste brasileiro.

Da cultura pretérita vem ainda estudo de Ana Solari e Sérgio Francisco Serafim Monteiro da Silva sobre a “complexidade de prática funerária que faz o descarnamento ativo do cadáver e manipula ossos frescos”. Trata-se do artigo “Sepultamentos secundários com manipulações intencionais no Brasil: um estudo de caso no sítio arqueológico Pedra do Cachorro, Buíque, Pernambuco, Brasil”.

A contribuição da Linguística nessa edição vem de evidências obtidas de fontes do século XIX e XX. Fernando O. de Carvalho, autor de “Philological evidence for phonemic affricates and diachronic debuccalization in Early Terena (Arawak)”, demonstra, a partir da análise de transcrições, contrastes presentes no Terena antigo, que foram perdidos no Terena moderno.

Precariedade nas condições de vida e no acesso ao atendimento transformaram o câncer em um dos principais problemas de saúde pública da atualidade. Se, inicialmente, a doença era associada ao desenvolvimento e reflexo desse processo, essa percepção se alterou por completo. Analisando artigos científicos e discursos de médicos brasileiros de reconhecida reputação, Luiz Alves Araújo Neto e Luiz Antonio Teixeira comprovam tal transformação em “De doença da civilização a problema de saúde pública: câncer, sociedade e medicina brasileira no século XX”.

Diferenças e conflito que detonaram uma onda de crimes entre locais e imigrantes italianos no Espírito Santo do século XIX surgem em “Cenas de violência na tessitura entre imigrantes italianos e brasileiros no interior do Espírito Santo”. Das páginas de jornais, Maria Cristina Dadalto recupera a cena e o veredito de não culpabilidade depois de uma onda de 11 assassinatos e outros atos de violência, num relato que guarda traços de similitude com tantos outros episódios de intolerância na história recente.

“Reciprocidade e ação coletiva entre agricultores familiares no Pará”, de Heribert Schmitz, Dalva Maria da Mota e Glaucia Macedo Sousa é um estudo de caso realizado no município de Mãe do Rio sobre as motivações e o engajamento de agricultores em diferentes formas de ação coletiva.

Da Amazônia para um cenário nacional, análises de percursos individuais e de elementos da cultura regional constam de dois artigos que encerram o conteúdo deste número. Em “Do Folclorismo à História da Cultura na Amazônia: o percurso construído por Vicente Salles”, Magda Ricci e Alexandra Mafra analisam o que o intelectual paraense compreendia enquanto ideia de folclore e suas contribuições teóricas para a definição do tema, que como a música e o negro, marcaram os estudos de Salles. Por sua vez, Alexandre Pacheco em “A inserção da obra ‘Euclides da Cunha e o Paraíso Perdido’, de Leandro Tocantins, na imprensa carioca nos anos de 1960” identificou o processo de aceitação do livro com particular ênfase à forma cordial como jornalistas e críticos trataram o autor da obra, também, à época, um político.

Até o próximo número.

Jimena Felipe BeltrãoEditora Científica
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