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Para alimentar de conhecimento a sociedade
Jimena Felipe Beltrão; Hein van der Voort
Jimena Felipe Beltrão; Hein van der Voort
Para alimentar de conhecimento a sociedade
Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi. Ciências Humanas, vol. 14, núm. 3, pp. 709-711, 2019
MCTI/Museu Paraense Emílio Goeldi
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CARTA DA EDITORA

Para alimentar de conhecimento a sociedade

Jimena Felipe Beltrão
Museu Paraense Emílio Goeldi, Brasil
Hein van der Voort
Museu Paraense Emílio Goeldi, Brasil
Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi. Ciências Humanas, vol. 14, núm. 3, pp. 709-711, 2019
MCTI/Museu Paraense Emílio Goeldi
Para alimentar de conhecimento a sociedade

Com a meta de edições publicadas cumprida, encerramos mais um ano de atividades de comunicação científica, momento em que comemoramos os 125 anos do Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi e também o ano internacional das línguas indígenas, oportunamente quando publicamos dois dossiês de Linguística. Esta edição traz um desses dossiês, o qual é dedicado a partículas, sendo organizado por Marina Maria Silva Magalhães, da Universidade de Brasília, e Léia de Jesus Silva, da Universidade Federal de Goiás. Ciência e cultura se apresentam nas páginas da revista, que atende a uma função precípua à vida humana: a de compartilhar conhecimento para atingirmos uma sociedade justa e sustentável.

É ao universo de línguas de povos indígenas e ao conhecimento que delas emana que os nove artigos publicados na forma do dossiê “Partículas” se dedicam. A coletânea oferece e analisa uma amostra do que é frequentemente relegado a uma categoria heterogênea e inconsistente de partículas. Em geral, na Linguística, a classe de palavras chamada partículas tende a ser um depósito de itens que não se conformam claramente às características de qualquer outra classe de palavras possivelmente distinguível nas línguas, como a de verbos, a de substantivos, a de adjetivos etc. Porém, uma definição morfossintaticamente adequada de aceitação geral do conceito de partícula não existe (ainda) nas ciências da linguagem. O presente dossiê objetiva colocar essa lacuna na pauta da pesquisa, com a esperança de apontar “[...] o rumo para [um] subsequente inquérito sobre a motivação funcional e as propriedades formais [...]” do conceito de partícula (Magalhães; Silva, 2019, p. 717). Para esse fim, este dossiê aborda aspectos formais e funcionais do que se convencionou denominar de partículas em várias línguas indígenas amazônicas de famílias diversas, a saber, Tupi, Macro-Jê, Guahibo e Tukano, como também uma língua crioula de base portuguesa da ilha Ano Bom, no Golfo da Guiné. Espera-se que esses trabalhos encorajem um maior esforço na comunidade linguística para uma definição positiva, operacional e generalizável de tal conceito.

Ainda nesta edição, há seis artigos. “O debate inesgotável: causas sociais e biológicas do colapso demográfico de populações ameríndias no século XVI” (Waizbort, 2019) trata da demografia e da hecatombe que sobre os povos indígenas se abateu na América colonial; outro versa sobre as relações entre humanos e animais nas atribuições de significados no “[...] universo simbólico [...]” na Reserva Extrativista Mapuá, na ilha do Marajó (Jacinto; Barros, 2019, p. 943), em “Sorte, dinheiro, amor...: o que os ‘animais’ da Amazônia podem fazer por nós, ‘humanos’?”; bem como há uma contribuição sobre a utilização de cachimbos europeus de caulim industrializados e importados para o novo continente, que também se constituem “[...] instrumento de datação de sítios, camadas e feições, mesmo daqueles estratos urbanos extremamente revolvidos” (Hissa, 2019, p. 963), em “O pito (de) holandês: cachimbos arqueológicos de caulim do Recife e de Salvador”.

No campo da Museologia, há duas contribuições: uma sobre o fenômeno de musealização de parques naturais em aspectos como o da espetacularização, mitificação, sustentabilidade e branding, em “Musealização da natureza e branding parks: espetacularização, mitificação ou sustentabilidade?”, texto no qual Narloch et al. (2019, p. 981) discutem se é possível “[...] musealizar a natureza ou apenas a paisagem”; a outra é de autoria de Britto e Souza (2019, p. 1003), no artigo “‘Ideias em movimento’: José Augusto Garcez e a reinvenção do folclore no Museu Sergipano de Arte e Tradição (1948)”, no qual analisam a “[...] trajetória do colecionador sergipano José Augusto Garcez (1918-1992) e seus trânsitos na reinvenção do folclore, por meio de exposições museológicas, com destaque para a criação do Museu Sergipano de Arte e Tradição (1948), em Aracaju, Sergipe”.

Do campo das Artes, a edição traz estudo sobre a Academia do Peixe Frito – que reunia intelectuais como os escritores Bruno de Menezes e Dalcídio Jurandir –, desenvolvida sob “[...] ideais de renovação literária e valorização da periferia para refletir sobre questões sociais na Amazônia paraense [...]”, a partir de 1920 (Pereira et al., 2019, p. 1025). Nesta contribuição, os autores analisam a produção literária daqueles expoentes para revelar a capital paraense, Belém, como por eles vista, no artigo “Belém e a Academia do Peixe Frito: fisiognomias em Bruno de Menezes e Dalcídio Jurandir”.

Uma contribuição na seção Memória, com o artigo “Emília Snethlage (1868-1929) e as razões para comemorar seus 150 anos de nascimento”, se reporta à “[...] trajetória da primeira mulher a fazer parte de uma instituição de pesquisa no Brasil: a alemã Emília Snethlage (1868-1929) [...]” (Alberto; Sanjad, 2019, p. 1047), além de contextualizar questões de gênero na ciência da época.

Com um sempre diverso panorama de temas, esperamos os desafios que aguardam a revista já no início de 2020, quando iremos aderir à publicação contínua de contribuições, passaremos a utilizar novo padrão de norma bibliográfica e a discriminar o nível de contribuição de autores em cada item publicado.

Agradecemos aos que colaboram para a produção de conteúdo de qualidade e alimentam de ciência a sociedade. Como votos de energias renovadas, desejamos boa leitura nesse 2019 e em muitos anos por vir!

Material suplementar
REFERÊNCIAS
ALBERTO, Diana; SANJAD, Nelson. Emília Snethlage (1868-1929) e as razões para comemorar seus 150 anos de nascimento. Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi. Ciências Humanas, Belém, v. 14, n. 3, p. 1047-1070, set./dez. 2019. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/1981.81222019000300018.
BRITTO, Clovis Carvalho; SOUZA, Jean Costa. ‘Ideias em movimento’: José Augusto Garcez e a reinvenção do folclore no Museu Sergipano de Arte e Tradição (1948). Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi. Ciências Humanas, Belém, v. 14, n. 3, p. 1003-1024, set./dez. 2019. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/1981.81222019000300016.
HISSA, Sarah Barros Viana. O pito (de) holandês: cachimbos arqueológicos de caulim do Recife e de Salvador. Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi. Ciências Humanas, Belém, v. 14, n. 3, p. 963-979, set./dez. 2019. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/1981.81222019000300014.
JACINTO, Felipe de Oliveira; BARROS, Flávio Bezerra. Sorte, dinheiro, amor...: o que os ‘animais’ da Amazônia podem fazer por nós, ‘humanos’? Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi. Ciências Humanas, Belém, v. 14, n. 3, p. 943-962, set./dez. 2019. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/1981.81222019000300013.
MAGALHÃES, Marina Maria Silva; SILVA; Léia de Jesus. Dossiê “Partículas”. Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi. Ciências Humanas, Belém, v. 14, n. 3, p. 717-719, set./dez. 2019. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/1981.81222019000300002.
NARLOCH, Charles; MACHADO, Deusana Maria da Costa; SCHEINER, Teresa. Musealização da natureza e branding parks: espetacularização, mitificação ou sustentabilidade? Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi. Ciências Humanas, Belém, v. 14, n. 3, p. 981-1001, set./dez. 2019. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/1981.81222019000300015.
PEREIRA, Carla Soares; SILVA, Katia de Souza da; AMIN, Vanda do Socorro Furtado; NUNES, Paulo Jorge Martins. Belém e a Academia do Peixe Frito: fisiognomias em Bruno de Menezes e Dalcídio Jurandir. Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi. Ciências Humanas, Belém, v. 14, n. 3, p. 1025-1043, set./dez. 2019. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/1981.81222019000300017.
WAIZBORT, Ricardo. O debate inesgotável: causas sociais e biológicas do colapso demográfico de populações ameríndias no século XVI. Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi. Ciências Humanas, v. 14, n. 3, p. 921-941, set./dez. 2019. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/1981.81222019000300012.
Notas
Autor notes
Editora Científica.
Editor Associado.
BELTRÃO, Jimena Felipe; VOORT, Hein van der. Para alimentar de conhecimento a sociedade. Carta da Editora. Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi. Ciências Humanas, Belém, v. 14, n. 3, p. 707-709, set.-dez. 2019. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/1981.81222019000300001.
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