PÁGINA ABERTA
Recepción: 08 Abril 2024
Aprobación: 13 Noviembre 2024
DOI: https://doi.org/10.1590/S0104-40362025003304905
Resumo: O problema que motiva esse artigo é a confusão concernente aos significados dessas três palavras: Ética, Inclusão e Interculturalidade. São categorias de diferentes áreas, mas observamos que são usadas erroneamente como instâncias similares. Partimos do pressuposto que Inclusão e Interculturalidade são dependentes de Ética. Ética, que é um dos três ramos da Filosofia, (Estética e Lógica são os outros dois) é necessariamente a base para as ideias e práticas de Inclusão e Interculturalidade. Ética não se encontra no mesmo nível epistemológico de ambas as palavras. O objetivo é explicar cada um dos conceitos, a relação entre Ética, Inclusão e Interculturalidade e como Inclusão e Interculturalidade necessitam da Ética para que se tornem realidade. A abordagem metodológica é a hermenêutica, que oferece a possibilidade de compreensão dentro da perspectiva lógica. A fundamentação teórica está principalmente no pensamento aristotélico. Concluímos que Inclusão e Interculturalidade são essenciais para a vida humana e dependem da Ética.
Palavras-chave: Ética, Inclusão, Interculturalidade, Educação, Filosofia.
Abstract: The problem that motivated this paper is the confusion concerning the meaning of these three words: Ethics, Inclusion, and Interculturality. They are categories from different fields; however, we observe that they are incorrectly used as similar instances. We begin with the supposition that Inclusion and Interculturality are dependent on Ethics. Ethics, as one of the three branches (Aesthetics and Logics are the other two branches) of Philosophy, is necessarily the basis for the ideas and practice of Inclusion and Interculturality. It is not at the same epistemological level as both words. The objective is to explain each concept, the relation between Ethics, Inclusion, and Interculturality and how Inclusion and Interculturality need Ethics to become a reality. The methodological approach is hermeneutics, which offers the possibility of understanding from a logical perspective. The theoretical foundation is based on Aristotelian philosophy. In conclusion, Inclusion and Interculturality are essential for human life and depend on Ethics.
Keywords: Ethics, Inclusion, Interculturality, Education, Philosophy.
Resumen: El problema que ha motivado este artículo es la confusión respecto de los significados de estas tres palabras: Ética, Inclusión e Interculturalidad. Se trata de categorías de diferentes ámbitos, pero observamos que se utilizan erróneamente como instancias similares. Partimos del supuesto de que la Inclusión y la Interculturalidad dependen de la Ética, que es una de las tres ramas de la Filosofía (la Estética y la Lógica son las otras), es necesariamente la base de las ideas y prácticas de la Inclusión y la Interculturalidad. La ética no está al mismo nivel epistemológico que ambas palabras. El objetivo es explicar los conceptos, la relación entre Ética, Inclusión e Interculturalidad y cómo la Inclusión y la Interculturalidad requieren la Ética. El enfoque metodológico es la hermenéutica, que ofrece la posibilidad de comprensión dentro de una perspectiva lógica. El fundamento teórico se encuentra en pensamiento aristotélico. Concluimos que Inclusión e Interculturalidad son esenciales para la vida humana y dependen de la Ética.
Palabras clave: Ética, Inclusión, Interculturalidad, Educación, Filosofía.
1 Introdução
Observamos, tanto na prática escolar como em discussões acadêmicas, repetidas vezes, a existência de uma confusão epistemológica presente no uso dos três termos que se apresentam no título, e que constituem o eixo de nossa análise. Ética, Inclusão e Interculturalidade são palavras empregadas, de algum modo, erroneamente, não como sinônimas, porém dentro de um mesmo nível filosófico, sem distinção. Isso se torna um problema, não só na medida em que se faz necessária uma conceituação precisa, como na prática. É uma realidade instalada que precisa ser revista para que as definições sejam, na medida do possível, mais precisas. Isso ajudará fortemente a organização de programas educacionais e atividades pedagógicas.
Buscamos situar essa questão, por meio de um levantamento de publicações nas quais esses termos tenham sido centrais. Dessa maneira, podemos estabelecer que o problema que motiva a pesquisa conceitual realizada, é exatamente termos notado a falta de clareza concernente ao significado dessas três palavras: Ética, Inclusão e Interculturalidade. São termos que indicam campos diferentes de pensamento e se entrelaçam. São categorias de áreas diversas, mas que aparecem citadas, de modo falso, como instâncias similares.
Partimos do pressuposto que, tanto a Inclusão como a Interculturalidade são dependentes da Filosofia Ética, estão em função de seus princípios, e nesta encontram seu suporte. Ética, que é um dos três ramos da Filosofia, (Estética e Lógica são os outros dois) é, indispensavelmente, a base para as ideias e práticas de Inclusão e Interculturalidade. Ética não se encontra no mesmo nível epistemológico de ambas as palavras. Essas afirmativas constituem a premissa de trabalho que norteia esse artigo original. Filósofos, educadores e sociólogos se detiveram no estudo da questão Ética e apontaram sua relevância. Bauman (1997, p.19) destaca o papel da ética ao afirmar que “a responsabilidade moral – sendo para o Outro antes de poder ser com o Outro – é a primeira realidade do eu, ponto de partida antes que produto da sociedade”, levando-nos a um fortalecimento de nosso pressuposto. Entendemos que Inclusão e Interculturalidade são instâncias presentes no meio social e que derivam da fundamentação ética/moral.
O objetivo dessa empreitada se apresenta de maneira dupla, conforme se segue: 1. explicar cada um dos conceitos e apontar a relação entre Ética, Inclusão e Interculturalidade; 2. mostrar como Inclusão e Interculturalidade necessitam da Ética para que se tornem realidade. Estas se impõem à Educação e se completam de modo necessário para a clarificação do problema. Como consequência, esse artigo está estruturado de modo que em seguida à Introdução, apresentamos a seção conceitual, em que a Ética é subdividida em um estudo específico da relação com a Inclusão e a Interculturalidade, na qual procuramos esclarecer pontos que permitam o acompanhamento da reflexão nessa exposição. Por fim, como é costume em textos acadêmicos, que devem ser divididos em três blocos, chegamos à Conclusão, que não é taxativa ou fechada, mas responde à indagação inicial.
A abordagem metodológica selecionada é a hermenêutica proposta por Ricoeur (2004), apresentando a exigência da interpretação como atividade central e que oferece a possibilidade de compreensão dentro da perspectiva lógica. Essa proposta exige um rigor científico na busca do entendimento dos textos consultados. A fundamentação teórica se encontra desde os escritos clássicos, indispensáveis, de Aristóteles (IV séc. a. C. 1985), e sua retomada para o século XXI realizada pelo filósofo contemporâneo escocês MacIntyre (2007), acrescentando-se, principalmente a interlocução com Maritain (1936) e Von Hildebrand (2009, 2017, 2020), quanto à ética. Santos (2002, 2010) e Ivenicki (2018, 2019, 2023) são os pilares para a contribuição da discussão da filosofia com a Inclusão e a Interculturalidade, respectivamente. Não temos a pretensão de esgotar o tema e consideramos altamente produtiva a discussão que for gerada por esse artigo.
Notamos que não há extensa produção cobrindo o tema da relação entre Ética e Inclusão, e no que se refere à Ética e Interculturalidade. Trata-se de uma ausência prejudicial aos estudos dessas três áreas. Trazemos exemplos importantes, que devem ser analisados: Lorieri (2019), Santos, Lima e Oliveira (2020) e Sucupira-Lins (2024). O problema indicado no título desse artigo nos leva à questão: Há perspectiva de se entender Inclusão e Interculturalidade a partir da Ética das Virtudes como a dimensão abrangente que envolve ideias e decisões do ser humano?
Ressaltamos que não cabe no escopo de nosso trabalho a apresentação e a análise histórica, tanto da evolução da Inclusão como do Interculturalismo. Podemos lembrar que em 1990 houve a Conferência de Jomtiem (Unicef, 1990), indicando que a escola deve ser para todo, no entanto, é a Declaração de Salamanca (1994), que traz o termo Inclusão pela primeira vez. É uma resposta decisiva para que todos tenham oportunidades na escola. Bondan, Werle e Saorin (2022, p. 449) estudaram a sucessão de iniciativas legais no Brasil e Espanha, e concluem que “O percurso para implementação da Educação inclusiva, preconizado nos documentos da agenda internacional, vem sinalizando a importância da humanização do olhar e do lugar para as pessoas discriminadas pelo baixo desempenho funcional”. A ênfase na humanização nos remete à necessidade premente de se compreender a Ética enquanto suporte para todas as iniciativas. Sonnier, Stevenson e Miller (2022) pesquisaram o tema e oferecem recomendações, de modo que seja possível praticar a inclusão tanto nas escolas como empresas. É interessante observar que essa publicação contém elementos concretos para o acontecimento da Inclusão.
Ao introduzirmos nossa discussão, vale a pena lembrar que nossa história traz empecilhos graves para que haja essa tríade da Ética, Inclusão e Interculturalidade. Faz-se imprescindível um combate aos erros enraizados na vida nacional. Nesse sentido, devemos reformular a Educação, sabendo como a formação da sociedade causa, ainda hoje, entraves a processos inclusivos e interculturais. Sucupira (1960) já alertava para o problema da importação de modelos europeus que levavam as classes dominantes à assimilação de ideias sem que houvesse consciência crítica. Há uma visão desvirtuada que se mantém e não possibilita a vida com respeito ao outro na prática diária. Nossa preocupação é a possibilidade da continuada discussão dentro do prisma conceitual e em relação à Ética, pois “Educação tem suas fontes na filosofia, especialmente na Ética”, segundo Sucupira Lins (2018, p. 194). Encontramos encaminhamentos que podem levar respostas às inquietações de professores e as sustentem, conforme veremos a seguir.
2 Conceitos e relação entre ética, inclusão e interculturalidade
Conceitos são a base da reflexão, não só filosófica, mas em todos os campos, na medida em que permitem a compreensão daquilo que está sob a busca de uma definição. Somente pode existir a comunicação entre as pessoas quando estão clarificados os significados das palavras que utilizam em suas conversas, aulas, explicações em geral. Ricoeur (2004) recomenda a explicitação do que se entende em cada termo ou documento, seja objeto de arte ou texto, para que se possa analisá-los com propriedade sem que haja conflito.
Dividimos essa seção em duas partes, de maneira que a Ética esteja em diálogo com as outras duas palavras básicas dessa pesquisa: Inclusão e Interculturalidade.
2.1 Ética e Inclusão
Convém lembrar que não há unanimidade no que se refere a um conceito de Ética. Existem enfoques diversos, dentre os quais destacamos, notadamente, a Ética da Complexidade de Morin (2004) e a Ética Relativa da Argumentação de Perelman (1990). Não cabe aqui uma explanação de cada uma delas, porque o objetivo dessa pesquisa não é comparar teorias de Ética. Para nossa investigação, fizemos um recorte com o foco na Ética das Virtudes, partindo do que é consolidado por Aristóteles no século IV a. C. (1985) a partir da tradição homérica e que se encontra atual, passando pelos filósofos selecionados: Von Hildebrand (2020), MacIntyre (2007), Maritain (1936). Muitos pensadores julgam a universalidade do ser humano concomitantemente à sua individualidade subjetiva.
Ética é explicada pelo estagirita como o conjunto de virtudes, as quais estão em correlação, de modo a orientar o comportamento moral do cidadão. Não há aprendizagem cognitiva para que sejam adquiridas, porém é necessário o Ensino por meio da vivência. Devem ser trabalhadas de forma consciente, visando a incorporação total na pessoa, naquilo que foi traduzido para o latim como habitus, sem, contudo, haver uma aproximação com o termo hábito estabelecido pela psicologia comportamental, notadamente porque as virtudes dependem da liberdade e vontade do ser humano. Aristóteles (séc. IV a. C. 1985) se dirige, não só a um possível discípulo, chamado Nicômaco, mas a toda humanidade.
Algumas virtudes foram acrescentadas ao elenco da Ética estabelecida pelo filósofo da antiguidade clássica, tais como a humildade, lembrada por MacIntyre (2007), que conserva as demais para o século XXI e mostra como são valorizadas por essa. Reverência, veracidade, fidelidade e responsabilidade são reunidas às já existentes, por Von Hildebrand (2017), que as explica detalhadamente, sempre apontando sua relevância e ligação com as demais. Tendo em vista essas virtudes, pode-se, desde logo, atentar para a Inclusão tendo-as como suporte. Ética, para esse autor alemão contemporâneo, é a fundamentação pessoal e social, indispensável para a vida, ressaltando também os valores nesse conjunto. Von Hildebrand (2020) afirma que as diferenças precisam ser estudadas pela Ética. Desse modo, entendemos que a Ética estabelece elementos de valor que geram a conduta moral relacionando-a a todas as instâncias da vida. É nessa perspectiva que a Ética das virtudes tem um lugar primordial em todos os pensamentos e ações do ser humano.
Uma vez entendida a significação do termo Ética, tal como está empregado nessa pesquisa, passamos ao conceito de Inclusão, com o esclarecimento, que nos parece fundamental, dado por Santos e Senna (2020) ao explicarem que a inclusão vê os valores, as dimensões cultural, política, prática, dialética e complexa. Ao usarem a palavra “valores”, as autoras, necessariamente, remetem à questão da inclusão para a ética. Estabelecem cinco dimensões que se relacionam e servem de base para a compreensão da inclusão em Educação. Dão o título de ‘cultural’ à primeira destas a ser definida, na qual a ética é o ponto destacado. Inclusão está contida em um continente que é chamado ‘cultural’ e que tem a ética como seu aspecto central. Cultura pode ser entendida como a construção humana que engloba os princípios éticos de um povo.
Na qualidade de respeitada pesquisadora de problemas referentes à Inclusão, Santos (2002, p.111) observa a confusão entre os conceitos de integração e inclusão e lembra que “é importante marcar as diferenças sim, mas não necessariamente uma ruptura total: como podemos conceber uma Educação verdadeiramente inclusiva sem considerarmos os aspectos implícitos na integração? Como incluir sem integrar?” Levantar essa dúvida faz parte do processo interminável de estudos sobre a Inclusão, continua a autora, marcando ainda que incluir abrange integrar. A premência por reestruturação dos conceitos e, por conseguinte, das medidas a serem postas em prática, exige pesquisas. Quanto à articulação entre ética e a prática da Inclusão na escola, Santos, Lima e Oliveira (2020) ensinam que a verdadeira inclusão, no sentido pleno do respeito, exige uma postura ética. É de responsabilidade de cada pessoa e da sociedade promover a Inclusão de todos como decorrência da Ética. Nesse sentido, Francisco, Hartman e Wang (2020) lembram que a Inclusão é para todos os estudantes em todas as esferas, sempre com objetivo de lhes proporcionar condições para a verdadeira cidadania.
Muito ainda precisa ser realizado, no que concerne à Inclusão e nada poderá acontecer se esta não for observada em sua intrínseca dependência da Ética. É por meio da prática das virtudes que a Inclusão é compreendida plenamente e colocada como uma prioridade dos sistemas educacionais.
Partindo da premissa do valor de cada indivíduo humano e sabendo, como ensina Von Hildebrand (2009) que toda pessoa é preciosa, podemos compreender o sentido da Inclusão. Ainda nessa perspectiva, em obra mais recente, Von Hildebrand (2020) insiste que não há diferenças entre as pessoas quanto a seu valor ontológico. Essa é a principal característica da Inclusão compreendida de modo completo. Não há uma escala que possa medir o valor de cada pessoa, de maneira que não há comparação. Somos todos incluídos, desse modo, e, simultaneamente excluídos, enquanto únicos e irrepetíveis. A visão desse paradoxo é fundamental para que se possa dialogar. Inclusão é aqui entendida, especificamente, como a ação realizada por seres humanos envolvendo outros seres humanos. Não estudamos se há ou não Inclusão realizada pelos animais em geral. Nosso foco está na pessoa que deve incluir e é incluída, enfatizando que essa ação se dá no meio social, com a outras pessoas.
A pessoa que vive eticamente entende o que é Inclusão, quão indispensável é para as sociedades e indivíduos, e sua justiça e aprende a respeitar todos os indivíduos. O ponto de partida está na consciência de que a Inclusão acontece entre pessoas, o que exige a presença da Ética como o pressuposto que dá embasamento à sua compreensão e realização. Appleyard (2000), que é um dos maiores comentaristas quanto aos avanços da ciência genética, argumenta que há novidade nos resultados obtidos nessa área quanto às diferenças e que estas são fundamentais para a vida em sociedade. Escreve sobre o impacto da vida de pessoas a partir de questões genéticas e culturais que os tornam diversos daquilo que estatisticamente se denomina o normal, destacando o exemplo de uma menina que nasceu com uma grave doença, extremamente rara, que a fazia diferente e de difícil convivência, mas que viveu incluída até sua morte. Continua a argumentação, apontando o preconceito como um grave problema concreto que ameaça todos que são diferentes, promovendo a exclusão dessas pessoas. Afirma que a singularidade, no sentido do que sai da faixa de aceitação no senso comum, e o fato de cada pessoa ser única, se torna uma ameaça que provoca reações fortes provenientes das pessoas que não aceitam sua inclusão. Defende que a vida de todas as pessoas deve ser respeitada, exigindo que a sociedade lhes ofereça todas as condições para que possam ter uma vida digna.
A singularidade, explicitada acima, é semelhante ao que ensina Maritain (1936), identificando a pluralidade inegável dos indivíduos, ao analisar as formas de Humanismo vigentes no mundo. Cada um é especial e encontra no outro o diferente que deve ser visto em sua dignidade. Todas as pessoas são, dessa maneira, compreendidas como diferentes entre si. Ser alguém preocupado com a Inclusão, afirmamos, revela a maturidade ética dessa pessoa, expressa a Ética enquanto sustentação filosófica da vida humana, particular e social. Ainda que a Ética não esteja manifestada por palavras, permanece como suporte de sustentação das concepções e práticas de Inclusão. Analisando o pensamento do filósofo francês, Brito (2023) enfatiza a questão da integralidade na Educação, de modo que na escola sejam trabalhadas todas as perspectivas de formação do eu voltado para as questões da sociedade. A pluralidade, que é um dos tópicos de maior interesse do famoso pensador, evidencia a relação entre Ética, Inclusão e Interculturalidade.
2.2 Ética e interculturalidade
No item anterior já foi exposto o conceito de Ética, de maneira que, no momento, partimos diretamente para a compreensão do significado da palavra Interculturalidade. É bastante usado o termo Multiculturalismo difundido por Hall (2003), o qual nem sempre é compreendido. Algumas vezes essa palavra é interpretada como a necessidade da existência de grupos culturais convivendo em um local, ou como é observado em New Orleans, Estados Unidos, em que cada dia da semana é reservado para um grupo. Com a evolução dos costumes, e principalmente da aceitação das diferenças, chegou-se ao que se intitula hoje de Interculturalidade. Com teor semelhante, referindo-se à confusão entre aspectos históricos e geográficos do Multiculturalismo, Sansone (2003) observa que não há ainda um Multiculturalismo global nem uma prática universal dos discursos referentes a essa característica. O cientista cita governos que alegam sua modernidade pela prática cultural diversificada, negando que isso seja Multiculturalismo. O autor não utiliza em todo o seu longo artigo o termo que é trabalhado nesse artigo – Interculturalidade – mas sua contribuição está na dúvida posta quanto à tolerância e responsabilidade, duas virtudes que cita, quanto aos povos diferentes que chegam a um novo lugar. Critica também a ausência do tratamento da pessoa, peculiar que é, nesses casos, pois somente se fala em grupos.
Muitas vezes, existem reclamações quanto à inércia de governos no que concerne a medidas que estimulem a Interculturalidade. Há críticas que são feitas por desconhecimento dos progressivos esforços para que haja uma implantação, não só do conceito, mas da totalidade do que este envolve, de procedimentos interculturais. Observemos Ivenicki (2023) enfatizar a importância do Brasil nesse sentido por contar com políticas educacionais avançadas para a Educação multicultural. Convém ter bem entendido que o fato de haver legislação não implica em sua obediência. Com olhar semelhante, a urgência de se organizar a Educação com perspectiva intercultural é marcada pela renomada pesquisadora Candau (2016) que pretende mobilizar comunidades educativas com o objetivo de inovação na perspectiva intercultural. O que significa essa inovação? Respeito à Interculturalidade, especialmente por meio de incentivos concretos à sua realização prática. Não é suficiente se indignar com as formas discriminatórias que são diariamente observadas no dia a dia escolar. É preciso que todos estejam motivados para o cultivo de um olhar abrangente que não reduza seres humanos a grupos escalonados que destroem a excelência de cada pessoa.
Para Ivenicki (2019), uma das maiores especialistas dessa área, a Interculturalidade precisa ser trabalhada eficazmente, com novas políticas na vida escolar, visando a redução de todas as formas de violência, de modo que a pluralidade seja respeitada. A autora discute a necessidade de se pensar valores de modo mais amplo, o que é, indubitavelmente, uma questão ética. Ainda que não especifique os valores, sabemos que ao se preocupar com estes, necessariamente oferece um encaminhamento para a Ética na análise da Interculturalidade. Continuamos com a explicação de Ivenicki (2018), que é referência para o tema presente, ao lembrar que se faz necessário um olhar multicultural articulado ao conhecimento e à pesquisa para que seja formada a cidadania mais ética. Ao recomendar que seja feita uma abordagem multicultural nas pesquisas em Educação, a autora está se referindo ao que hoje se denomina Interculturalidade. Observe-se que na época em que o artigo foi escrito, o vocábulo mais usado ainda era Multiculturalismo. Houve uma mudança, como é apontado por Lorieri (2019), de tal forma que o termo Interculturalidade é empregado para propostas de integração das culturas sem que sejam eliminadas suas características.
Qualquer que seja o termo empregado, diversidade, pluralismo, Multiculturalismo, Interculturalidade, o que importa realmente, é que se entenda a diferença entre as pessoas e se tenha em mente a unicidade de cada ser humano de modo que seja respeitada. Somente assim haverá essa prática, sob um título ou outro. Há análises da preocupação com novos currículos escolares que oferecem o estudo da distinção ou semelhança entre essas palavras, conforme Schwabsky (2012) ao ensinar que há maior reconhecimento de culturas minoritárias e que a diversidade tem podido se expressar, principalmente por meio de seus valores.
Nesse sentido, a Interculturalidade, que é nosso termo de escolha para a presente discussão, parece ganhar visibilidade, segundo esse trecho citado. Continuando a interlocução entre especialistas, com a finalidade de conseguirmos melhor compreensão do tema, lembramos Verma (1999, p.14), um dos mais conhecidos estudiosos da Interculturalidade e organizador de programas com essa finalidade no Reino Unido e outros países, que apresenta um modelo pluralista de modo que “uma estrutura para a diversidade cultural poderia ser descrito como aquele que pudesse promover coesão social, impulsionamento de bons cidadãos e aumento da identificação de crianças (e suas famílias) de grupos minoritários com a sociedade mais ampla”. Em seu texto, o autor discute questões de qualidade, igualdade e diversidade como o tripé sobre o qual o currículo escolar deve ser montado. A Ética é uma preocupação constante em seus escritos, como indispensável para a realização de suas propostas, por isso consideramos essa interlocução como importante para nossa pesquisa.
As consequências educacionais, sejam da inter ou da multiculturalidade são de caráter pessoal e de modo mais amplo, atingindo toda a sociedade. Enfatizamos o respeito às características particulares de cada ser humano ou de seus grupos culturais como o elemento fundamental para a harmonia social. A partir do respeito, surgem todas as virtudes necessárias ao Bem Comum. Tanto na família como na escola, a repercussão de atitudes éticas referentes à inter e multiculturalidade possibilitarão o diálogo e a construção da vida digna que todos merecem.
3. Exigência da ética para concretização da inclusão e Interculturalidade
A prática da Inclusão e a vivência consciente da Interculturalidade exigem um cidadão ético à frente das reivindicações, críticas e programas a serem implantados. Vale a pena, também realçar o papel da Ética nessa relação em seu aspecto da empatia, que embora não seja propriamente uma virtude, nem aristotélica, nem acrescentada na modernidade e nos dias de hoje, tem uma função indispensável no que se refere à Inclusão e Interculturalidade. Empatia não é a percepção do outro, e, como explica Stein (1989), não é um conhecimento, mas uma experiência com os sentimentos que são elementos integrantes da empatia, que consideramos um ato ético presente em toda atitude de Inclusão e vida na Interculturalidade.
Esse argumento acima apresentado não reduz a questão ética a esses dois importantes pontos, na medida em que se reconhece a necessidade da vivência ética de todas as pessoas na sociedade para qualquer empreendimento, desde a sua vida privada até todas as inserções públicas. Procedimentos de Inclusão e a vida na consciência da Interculturalidade são ações morais que precisam ser investigadas quanto à sua motivação. Seifert (1996) estuda o fenômeno da ação moral, que é prerrogativa do ser humano, trazendo à luz suas causas, o que muito pode auxiliar na implementação de programas de Inclusão e Interculturalidade, nas escolas e outras instâncias sociais.
Estamos longe de encontrar a plena concretização da Inclusão e da Interculturalidade nas comunidades, tal como se pretende e se tem como finalidade de um intenso trabalho, precisamente porque, em geral, são analisadas desvinculadas da Ética. A cultura deve oferecer meios para a realização dos procedimentos que garantam a Inclusão de todos, sem restrição. Nossa proposição da Ética como base da Inclusão é corroborada por Santos (2010) ao afirmar que a Inclusão se fundamenta nos valores de cada pessoa.
Focalizando a Interculturalidade, entendemos que esse vocábulo só existe a partir do respeito e da ética, na posição sustentada por Lorieri (2019) ao enfatizar que a interculturalidade precisa da Ética, pois esta enriquece todo ser humano.
Retomando a noção de pluralismo na sociedade como um ponto crucial para essa relação que estamos apresentando, com ênfase na premissa de que Inclusão e Interculturalidade só podem acontecer a partir da existência da Ética, trazemos a contribuição da visão política. Bobbio (1994) ressalta que vivemos em uma situação concreta de pluralismo, da qual não podemos fugir. É inevitável, pois, a reflexão sobre a Interculturalidade, que é relacionada ainda ao tipo de governo, quando escreve que somente uma democracia pluralista pode sobreviver. Esse pensador, de grande importância, ensina ainda que não existe consenso, isto é, não há unanimidade de pensamento entre as pessoas e que o dissenso é indispensável para a vida em comunidade, o que indica a Interculturalidade. É a convivência dos diferentes sustentada pelos princípios éticos.
Uma abordagem com resultados concretos de Inclusão de crianças em situação de risco, e, simultaneamente de Interculturalidade pelos diversos grupos por elas representados, é descrita por Lino (2018) com foco na Educação para a Paz. Essa proposta teve como base as virtudes, de modo que, uma vez vivenciadas por todas as crianças, fizesse com que se sentissem incluídas e respeitadas em suas culturas de origem, buscando uma sociedade pacífica. O modelo trabalhado por essa pesquisadora tem sido replicado com sucesso e por isso mencionamos sua pesquisa de campo com forte fundamentação teórica e análise dos dados na conclusão. Os valores presentes nessa sala de aula corroboram nossa premissa.
Em colóquio, no qual prestigiados filósofos, sociólogos e pensadores de áreas afins se pronunciaram, encontramos um depoimento bastante rico sobre o problema do ser humano e a formação de grupos sociais, suas relações pelas igualdades e diferenças. Entre outros participantes, (Balandier, 1974) enfatiza a questão de os grupos de seres humanos serem persistentes em conservarem suas diferenças. O sociólogo francês se preocupa com o excesso de interesse em se marcar diferenças. Parece-lhe que há um movimento implacável de enaltecimento das diferenças, em detrimento do que há em comum a todo ser humano. Quando se analisa a Interculturalidade, notadamente levando em conta sua base na Ética, é preciso estar atento a essa tensão provocada pela simultaneidade da igualdade e da diferença. É uma dialética real que não pode ser negligenciada quando se busca o respeito a cada cultura.
4 Conclusão
Inclusão e Interculturalidade não podem ser entendidas fora da Ética, segundo explicitamos, pois requerem, não só um olhar científico, mas a experiência e a doação da pessoa virtuosa. Ética é uma área filosófica que, não só explica Inclusão assim como Interculturalidade, mas ressalta sua necessidade no meio social. A conduta moral de uma pessoa é o que a conduz ao pensamento inclusivo e ao interculturalismo, é o que sustenta sua atividade. A pessoa age conscientemente, decidindo a partir do livre-arbítrio, portanto com sustentação na Ética para respeitar e praticar a Inclusão e a Interculturalidade. Tanto a Inclusão como a Interculturalidade respondem, de maneira intrínseca, à dimensão moral expressa pela Ética, que é a base sólida de ambas.
Iniciamos esse artigo apresentando o propósito de conceituar Inclusão e Interculturalidade em suas relações fundamentais com a Ética, segundo os conceitos que trouxemos para a discussão. Podemos concluir que o objetivo foi alcançado, embora não esgotado, na medida em que argumentamos seguindo uma linha rigorosa de definições que permitiram essa compreensão. A estrutura firme montada na perspectiva da Ética é o que oferece condições para a plenitude da Inclusão e da Interculturalidade.
Em resumo, o que foi trabalhado nesse artigo é o problema da Inclusão e da Interculturalidade vistas como esferas que não se alicerçam na Ética. Quando isso acontece, não há probabilidade de sucesso nas iniciativas escolares visando a justa implantação de programas que as contemplem. Incentivamos todos os educadores a desenvolverem suas atividades inclusivas e interculturais planejadas a partir do desenvolvimento das virtudes e valores que são necessários à formação da pessoa como cidadão.
Finalizamos, lembrando que todo planejamento visando a Inclusão das pessoas é organizado por pessoas que devem ter como referencial a Ética. Do mesmo modo, não há possibilidade de se valorizar culturas diferentes, o que é o núcleo da Interculturalidade, se as pessoas não se guiarem pelos paradigmas da Ética. Conforme foi proposto, o entrelaçamento dessas três instâncias foi explicado, lembrando-se que há uma questão de nível, porque a Ética é o alicerce das demais atividades, sejam particulares dos indivíduos, ou referentes a grupos sociais e culturais. Não é possível se deixar de lado o conhecimento da universalidade do ser humano, de sua inexorável pertença ao que se chama humanidade, que produz o humanismo, na visão plena do homem concreto que existe, e não de uma utopia ou do que se pretende que seja.
Consideramos da mais alta importância que novos estudos sejam feitos com referência à base ética para as propostas de Inclusão e Interculturalidade. A conclusão a que se chega, e é confirmada pelos argumentos discutidos, é que Inclusão e Interculturalidade, para que possam existir corretamente e com eficiência, devem ter a Ética subjacente à sua própria concepção. A prática dessas duas instâncias fundamentais tem como prioridade indispensável o estabelecimento da consciência ética, seja dos professores ou dos estudantes, muitos dos quais ainda em formação, devido à idade. Há uma lógica matemática, na qual a Inclusão e a Interculturalidade somente acontecem em função da Ética. Na medida em que essa premissa é esquecida, dificilmente teremos uma verdadeira Educação inclusiva e intercultural.
Referências
APPLEYARD, B. Brave new words: genetics and the human experience. London: Harper Collins, 2000
ARISTOTLE. Nicomaquean ethics in complete works. Oxford: Oxford University, 1985
BALANDIER, G. Quelques remarques sur l'interdisciplinarité bioantrhopologique: Inegalité et societé. In: MORIN, E.; PIATTELLI-PALMARINI, M. (orgs.). L'unité de l'homme. Paris: Seuil, 1974. p. 508-512.
BAUMAN, Z. Ética pós-moderna. São Paulo: Paulus, 1997.
BOBBIO, N. O conceito de sociedade civil. Rio de Janeiro: Graal, 1994.
BONDAN, D.; WERLE, F; SAORIN, J. Educação inclusive no Brasil e Espanha: discussão conceitual. Ensaio: Avaliação e Políticas Públicas em Educação, Rio de Janeiro, v. 30, n. 115, p. 438-457, abr/jun. 2022. https://doi.org/10.1590/S0104-40362022003003550
BRITO, D. H. S. Educação integral na perspectiva ética-filosófica de Jacques Maritain. Dissertação (Mestrado em Educação) - Programa de Pós-Graduação em Educação, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2023
CANDAU, V. M. Cotidiano escolar e práticas interculturais. Cadernos de Pesquisa, São Paulo, v. 46 n. 161 p. 802-820, jul./set. 2016. https://doi.org/10.1590/198053143455
DECLARAÇÃO de Salamanca: sobre princípios, políticas e práticas na área das necessidades educativas especiais. 1994. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/salamanca.pdf. Acesso em: 6 mar. 2024.
FRANCISCO, M.; HARTMAN, M.; WANG, Y. Inclusion and special education. Education Sciences, [s. l.], v. 10, n. 9, p. 238, 2020. https://doi.org/10.3390/educsci10090238
HALL, S. A questão multicultural. In: HALL, S. Da diáspora: identidade e mediações culturais. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2003.
VON HILDEBRAND, D. Ethics. Chicago: Franciscan Herald, 2020.
VON HILDEBRAND, D. Nature of love. Indiana: St Agustin Press, 2009.
VON HILDEBRAND, D. The art of living: hildebrand project. Ohio: University of Steubenville, 2017.
IVENICKI, A. Novos tempos na Educação? Desafios multiculturais. Ensaio: Avaliação e Políticas Públicas em Educação, Rio de Janeiro, v. 31, n. 118, p. 1-7, jan./mar. 2023. https://doi.org/10.1590/S0104-40362023003100001
IVENICKI, A. A escola e seus desafios na contemporaneidade. Ensaio: Avaliação e Políticas Públicas em Educação, Rio de Janeiro, v. 27, n. 102, p. 1-8, jan./mar. 2019. https://doi.org/10.1590/S0104-40362018002700001
IVENICKI, A. Multiculturalismo e formação de professores: dimensões, possibilidades e desafios na contemporaneidade. Ensaio: Avaliação e Políticas Públicas em Educação, Rio de Janeiro, v. 26, n. 100, p.1151-1163, jul./set. 2018. https://doi.org/10.1590/S0104-40362018002601186
LINO, G. M. L. Educação para a paz por meio de virtudes para crianças em situação de risco. Dissertação (Mestrado em Educação) - Programa de Pós-Graduação em Educação, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2018.
LORIERI, M. A. Relações interculturais, ética e educação. Trama Interdisciplinar, Saõ Paulo, v. 10, n. 2, p. 18-30, jul./dez. 2019. https://doi.org/10.5935/2177-5672/trama.v10n2p18-30
MACINTYRE, A. After virtue. Indiana: Notre Dame University Press, 2007.
MARITAIN, J. Humanisme integral. Paris: Fernand Aubier, 1936.
MORIN, E. Ethique la méthode 6. Ed. Paris: Seuil, 2004.
PERELMAN, C. Ethique et droit. Bélgica; Editions de l'Université de Bruxelles, 1990.
RICOEUR, P. Le conflit des interprétations: essais d'hermeneutique. Paris: Seuil, 2004.
SANSONE, L. Multiculturalismo, estado e modernidade: as nuanças em alguns países europeus e o debate no Brasil. Dados, v. 46, n. 3, p. 535-556, 2003. https://doi.org/10.1590/S0011-52582003000300005
SANTOS, M. P. Educação inclusiva: redefinindo a educação especial. Ponto de Vista, Florianópolis, n. 3/4, p. 103-118, 2002.
SANTOS, M. P. Práticas de Inclusão em educação: dicas para professores. Instituto Municipal Helena Antipoff. 14 set. 2010. Disponível em: https://ihainforma.wordpress.com/2010/09/14/praticas-de-inclusao-em-educacao-dicas-para-professores/. Acesso em: 2 fev. 2024.
SANTOS, M. P.; LIMA, C. B.; OLIVEIRA, R. J. Articulações sobre ética e inclusão a partir do contexto de uma escola do governo. Educação, Porto Alegre, v. 43, n. 1, p. 1-11, jan./abr. 2020. https://doi.org/10.15448/1981-2582.2020.1.30721
SANTOS, M. P.; SENNA, M. Políticas de inclusão em educação: discutindo a importância da formação de gestores para a diversidade. Educação: Teoria e Prática, Rio Claro, v. 30, n. 63, p. 1-17, 2020. https://doi.org/10.18675/1981-8106.v30.n.63.s13642
SCHWABSKY, N. Multicultural and democratic curriculum. In: ALT, D.; REINGOLD, R. (eds.). Changes in teachers' moral role. Netherlands: Sense, 2012. p. 93-105.
SEIFERT, J. O que é e o que motiva uma ação moral? Revista Presença Filosófica, Rio de Janeiro, v. 21, n. 1-2, p. 140-151, 1996.
SONNIER, T.; STEVENSON, C.; MILLER, J. Pursuing inclusion and justice while affirming the mental health of marginalized students. Journal of Communication Pedagogy, [s. l.], v. 6, p. 263-270, 2022. https://doi.org/10.31446/JCP.2022.1.20
STEIN, E. On the problem of empathy. Washington, DC: ICS Publications; 1989 (The Collected Works of Edith Stein, v. 3).
SUCUPIRA, N. Um humanismo brasileiro, seu conteúdo e seu papel como ideário educacional. In: SIMPÓSIO EDUCAÇÃO PARA O BRASIL. Centro Regional de Pesquisas Educacionais do Recife, 1960. p. 1- 11 e anexos.
SUCUPIRA-LINS, M. J. C. Ética e inclusão em educação. Youtube. 7 mar 2024. Disponível em: https://www.google.com/search?q=sucupira+lins+inclus%C3%A3o&rlz=1C1FKPE_pt-PTBR1092BR1092&oq=sucupira+lins+inclus%C3%A3o&gs_lcrp=EgZjaHJvbWUyBggAEEUYOTIHCAEQIRigAdIBCDg2ODdqMGo3qAIAsAIA&sourceid=chrome&ie=UTF-8#fpstate=ive&vld=cid:4daa24c2,vid:Yb1MmPaW58M,st:0. Acesso em: 8 mar. 2024.
SUCUPIRA-LINS, M. J. C. The philosophy of the person as a foundation for a theory of education. Philosophical News, n. 16, Special issue, p.193-202, July 2018.
UNICEF. Declaração Mundial sobre Educação para Todos (Conferência de Jomtiem - 1990). Disponível em: https://www.unicef.org/brazil/declaracao-mundial-sobre-educacao-para-todos-conferencia-de-jomtien-1990. Acesso em: 7 mar. 2024.
VERMA, G. K. Teaching about equality, inequality and cultural diversity. Keynote Address at the International Congress on Intercultural Education. Finland: University of Jyväskylä, 1999. p. 1-19.
Notas
Declaración de intereses