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Editorial
Laura Cristina de Toledo Quadros; Eleonôra Torres Prestrelo; Luciana Bicalho Cavanellas;
Laura Cristina de Toledo Quadros; Eleonôra Torres Prestrelo; Luciana Bicalho Cavanellas; Luciana Loyola Madeira Soares
Editorial
Estudos e Pesquisas em Psicologia, vol. 19, núm. 4, pp. 860-863, 2019
Universidade do Estado do Rio De Janeiro
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EDITORIAL

Editorial

Laura Cristina de Toledo Quadros
Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Brazil
Eleonôra Torres Prestrelo
Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Brazil
Luciana Bicalho Cavanellas
Fundação Oswaldo Cruz, Brazil
Luciana Loyola Madeira Soares
Centro Universitário Celso Lisboa, Brazil
Estudos e Pesquisas em Psicologia, vol. 19, núm. 4, pp. 860-863, 2019
Universidade do Estado do Rio De Janeiro

Há exatos 10 anos, publicávamos nessa mesma revista o primeiro dossiê da abordagem gestáltica marcando não apenas o amadurecimento do espaço que a Gestalt-terapia conquistou na UERJ, como também a ampliação de seu alcance em outras universidades pelo país afora. Foi um momento importante para conhecermos outros trabalhos e contribuirmos para a consolidação da produção científica da abordagem gestáltica. Faz-se fundamental ressaltar que nossa abordagem traz um certo ar rebelde, seguindo rastros de uma contracultura que questiona o instituído e busca outros caminhos para a compreensão do mundo. Portanto, o que compreendemos como ciência parte de uma noção não linear, não cartesiana, permitindo-nos criar modos de pesquisar mais abertos e vivos, abrangendo tanto a multiplicidade dos fenômenos a nossa volta quanto a singularidade de suas formas e modos de existir.

Para esse novo dossiê, trazemos como proposição "O cuidado e as práticas gestálticas - reflexões contemporâneas", considerando a relevância dessa temática na atualidade, uma vez que ela nos convoca à reflexão acerca do que estamos produzindo em tempos árduos, onde a busca pela rapidez, pela eficácia, por resultados absolutos nos afastam, muitas vezes, da delicadeza de acompanhar o que é possível para cada um.

E nesse sentido, trazemos aqui algumas discussões interessantes que perpassam diversas possibilidades de práticas de cuidado. Iniciamos com o artigoNas Trilhas do Cuidado: A Afirmação da Dimensão Sensível da Experiência na Abordagem Gestálticaem que Laura Cristina de Toledo Quadros e Eleonôra Torres Prestrelo discorrem acerca dos desafios de atuar e ensinar Gestalt-terapia na universidade, discutindo a articulação da sensibilidade e do cuidado como uma política ontológica, bem como a responsabilidade que temos de produzir mundos com nossas práticas. No artigoA Gestalt-Terapia na Fronteira: Alteridade e Reconhecimento como Cuidado, Monica Botelho Alvim propõe uma discussão sobre os desafios da clínica da Gestalt-terapia no trabalho com populações em situação de invisibilidade social, tendo como base as noções de fronteira de contato, de alteridade e de reconhecimento como constitutivos de uma ação clínica de cuidado no campo social. No rastro dessa perspectiva de um cuidado ampliado, Jorge Ponciano Ribeiro nos apresenta um precioso texto,Ambientalidade, Co-existência e Sustentabilidade: Uma Gestalt em Movimento, colocando a original ideia de ambientalidade em diálogo com as noções de sustentabilidade e co-existência, e buscando trazer para a Gestalt-terapia discussões acerca da implicação ética e existencial que temos, enquanto Gestalt terapeutas, com o Planeta Terra.

Já Luciana Bicalho Cavanellas e Ronaldo Miranda Barbosa nos tocam de modo sensível discutindo no textoA Gestalt-Terapia em Tempos de Incerteza: A Potência do Não-Sabero cuidado como atitude necessária de inquietação e desvelo em tempos duros como o que estamos vivenciando na atualidade. Tangenciando uma temática também bastante atual, Andrea dos Santos Nascimento, Gabriela Faria de Souza, Maiara da Silva e Mário Silva de Oliveira apresentam em seu artigo"Pretitude" e o Afroperspectivismo em Psicoterapia: Desafios para a Abordagem Gestálticauma experiência de acolhimento psicológico para homens e mulheres negras, principalmente, para universitários, discutindo sob o enfoque gestáltico demandas que são fruto do racismo estrutural que a população negra brasileira vivencia.

EmGestalt-terapia e Empoderamento Feminino na Relação Terapêutica: Reverberações a partir do Atendimento Psicoterápico entre Mulheres, Giovana Fagundes Luczinski, Keyth Vianna, Renata Parente Garcia, Vanessa Hime Nunes e Alexandra Tsallis abordam o processo de empoderamento feminino em psicoterapia a partir da ênfase relacional da abordagem gestáltica e dos movimentos atuais que atravessam a experiência feminina e suas demandas em psicoterapia. Refletindo acerca da contemporaneidade, Carla Machado Alegria nos brinda com o textoImplicações da Gestalt-terapia Frente às Relações de Hiperconsumoque traz reflexões atuais acerca do imperativo do sucesso e a possível intensificação de sentimentos, como a vergonha e a inveja, destacando a abordagem gestáltica como possibilidade de libertação dessa opressão a partir do encontro dialógico. É também nessa abordagem que Adelma Pimentel nos traz o artigoO Uso Cuidadoso das Redes Sociais Virtuais, alertando sobre o uso abusivo da tecnologia e suas consequências para as relações interpessoais, ao propor um olhar cuidadoso para este fenômeno pelo viés da Gestalt-terapia.

A seguir, Luciana Loyola Madeira Soares apresenta o trabalhoPlantão Psicológico Gestáltico - A Escrita de uma Experiência, onde discute a possibilidade do Plantão psicológico como campo de estágio na graduação em psicologia, compreendendo-o como uma prática política e inclusiva na atualidade. Ainda no campo das práticas, Daniela Pupo Barbosa Bianchi, Ida Kublikowski, Patricia Barrachina Camps e Maria Helena Pereira Franco discutemPossibilidades da Clínica Gestáltica no Atendimento de Crianças Enlutadasa partir da revisão bibliográfica de teóricos da Gestalt-terapia e estudos em luto na contemporaneidade, trazendo também vinhetas de casos clínicos para ampliar a compreensão e possibilidades de intervenção com crianças enlutadas na clínica gestáltica.

Numa proposição interessante, Evelyn Denisse Felix de Oliveira e Sonia Grubits apontamO Desenho na Gestalt-Terapia: A Versatilidade dos Traços em Interface com a Prática Clínica, ressaltando o desenho como importante ferramenta para a psicoterapia numa perspectiva gestáltica e discutindo suas contribuições para intervenção e atualização deste processo. Patricia Valle de Albuquerque Lima emGestalt-terapia e Cuidadonos traz ponderações acerca do que podemos considerar como cuidado na prática clínica e suas implicações para a atuação na clínica ampliada, considerando sua experiência como supervisora de estágio na rede pública de saúde e assistência social em uma cidade do norte fluminense.

No textoArticulações entre o Pensamento de Leibniz e Robine: a Gestalt-terapia Inspirada através da Dobra, Hugo Elidio Rodrigues busca aprofundar o conceito de "dobra", mencionado pelo livro "O Self Desdobrado", de Jean-Marie Robine, articulando este conceito às contribuições de Deleuze, através de sua obra intitulada "A Dobra - Leibniz e o Barroco", produzindo interessante contribuição para nossa abordagem. Pensando nos caminhos de produção do cuidado para pais e bebês, Paulo-de-Tarso de Castro Peixoto apresenta o textoBiomusicalidade, Experiência e Awareness Coletiva: Gestalt-Terapia e Musicoterapia no Cuidado de Pais e Bebêsproblematizando a questão da produção de novas temporalidades nas relações entre pais e bebês dirigidas à produção do cuidado.

E, finalizando o dossiê, temos Erika da Silva Araujo e Deborah da Silva de Souza com aResenha do Livro Situações Clínicas em Gestalt-terapia , sexto livro da Série "Coleção Gestalt-terapia: fundamentos e práticas", organizada por Lílian M. Frazão e Karina Fukumitso, obra composta por nove capítulos escritos por onze autores que têm o cuidado de apresentar diferentes situações clínicas, articulando teoria e prática na clínica gestáltica.

Esperamos que esse número temático possa, com a colaboração de tantos autores reconhecidos na área, expressar o amadurecimento da Gestalt-terapia como campo da construção de um conhecimento vivo, crítico e atualizado.

Boa leitura!

Material suplementar
Notas
Autor notes
Laura Cristina de Toledo Quadros: Professora Associada do Instituto de Psicologia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ, Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Eleonôra Torres Prestrelo: Professora Assistente do Instituto de Psicologia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ, Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Luciana Bicalho Cavanellas: Psicóloga, Mestre em Filosofia e Doutora em Saúde Pública. Gestalt Terapeuta desde 1991. Editora convidada para o dossiê Gestalt-terapia.
Luciana Loyola Madeira Soares: Professora e Supervisora de estágio do curso de graduação em Psicologia do Centro Universitário Celso Lisboa - UCL. Editora convidada para o dossiê Gestalt-terapia.

Comissão Editorial: Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ, Rua São Francisco Xavier, 524, Bloco F, 10° andar, sala 10.005, Maracanã, CEP 20550-013, Rio de Janeiro - RJ, Brasil. Endereço eletrônico:revispsi@gmail.com

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