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Comunicação em saúde sobre HIV/Aids: mapeamento bibliométrico de artigos científicos internacionais (2007-2017) e caracterização dos artigos de acesso aberto (2017)
Iaralyz Fernandes Farias; Ana Margarida Ribeiro do Amaral; Vitor Hugo Martins;
Iaralyz Fernandes Farias; Ana Margarida Ribeiro do Amaral; Vitor Hugo Martins; Adriana Kelly Santos
Comunicação em saúde sobre HIV/Aids: mapeamento bibliométrico de artigos científicos internacionais (2007-2017) e caracterização dos artigos de acesso aberto (2017)
Health communication about HIV/Aids: bibliometric mapping of international scientific articles (2007-2017) and characterization of open access articles (2017)
Em Questão, vol. 26, núm. 3, pp. 173-195, 2020
Universidade Federal do Rio Grande do Sul
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Resumo: O tema do Human Immunodeficiency Virus (HIV) e da Acquired Immunodeficiency Syndrome (Aids) está nas agendas políticas e científicas de diversos países. A comunicação em saúde é um componente contemplado nas diretrizes de prevenção do HIV/Aids. Este estudo apresenta uma análise de artigos científicos internacionais na temática da comunicação em saúde sobre HIV/Aids, publicados entre 2007 e 2017. Especificamente, tem como objetivo: (i) apresentar o mapeamento bibliométrico do período supracitado; (ii) caracterizar as publicações de acesso aberto do ano de 2017. Adotamos o procedimento metodológico: (1) definição das bases de dados (WoS/Clarivate Analytics, PubMed e Scopus); (2) composição da amostra do estudo (tipologia de artigos e título como campo de busca); (3) criação da estratégia de busca, coleta de dados e tratamento das informações no software Vantage Point; (4) mapeamento bibliométrico dos 245 artigos encontrados, segundo os campos: ano de publicação; país de origem da instituição de filiação do primeiro autor; revistas; instituições de filiação dos autores e coautores; (5) caracterização dos 13 artigos de acesso aberto no ano de 2017, evidenciando as revistas em que os artigos foram publicados, os temas neles abordados e as metodologias adotadas nas pesquisas. O mapeamento bibliométrico revelou a desigualdade na produção do conhecimento científico, prevalecendo as publicações oriundas de países da América do Norte, Europa e África. A análise dos 13 estudos publicados no ano de 2017 demonstra que as redes sociais e sites institucionais são fontes auxiliares na busca de informação sobre o HIV e sobre a Aids, sendo priorizada a relação entre profissionais de saúde para o engajamento de pacientes. As ações intersetoriais promovidas por lideranças políticas e comunitárias também se destacam no enfrentamento do HIV.

Palavras-chave:Produção científicaProdução científica,HIVHIV,AIDSAIDS,BibliometriaBibliometria,Comunicação em SaúdeComunicação em Saúde.

Abstract: The Human Immunodeficiency Virus/Acquired Immunodeficiency Syndrome (HIV/Aids) theme is on the political and scientific agendas of several countries. Health communication is a contemplated component in the HIV /Aids prevention guidelines. This study presents the analysis of international scientific articles on the theme of health communication about HIV/Aids, published between 2007 and 2017. Specifically, it aims to: (i) present the bibliometric mapping of the aforementioned period; (ii) characterize the open access publications of the year 2017. We adopted the methodological procedure: (1) definition of the database (WoS/Clarivate Analytics, Pubmed and Scopus); (2) composition of the study sample (type of articles and title as a search field); (3) creation of the search strategy, data collection and treatment of information in the Vantage Point software; (4) bibliometric mapping of the 245 articles found, according to the fields: publication year; country of origin of the first author's affiliation institution; journals; affiliation institutions of authors and co-authors; (5) characterization of the 13 open access articles published in 2017, highlighting the journals which the articles were published, the themes addressed and methodologies covered. The Bibliometric mapping revealed inequality in the production of scientific knowledge, from North America, Europe and Africa prevailing. The analysis of the 13 references published in 2017 shows that social networks and institutional websites are auxiliary sources in the search for information about HIV/Aids, prioritizing the relationship between health professionals to engage patients. The intersectoral actions promoted by political and community leaders also stand out in the coping with HIV.

Keywords: Scientific production, HIV, Aids, Bibliometrics, Health Communication.

Carátula del artículo

Comunicação em saúde sobre HIV/Aids: mapeamento bibliométrico de artigos científicos internacionais (2007-2017) e caracterização dos artigos de acesso aberto (2017)

Health communication about HIV/Aids: bibliometric mapping of international scientific articles (2007-2017) and characterization of open access articles (2017)

Iaralyz Fernandes Farias1
Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Brasil
Ana Margarida Ribeiro do Amaral2
Fundação Oswaldo Cruz, Brasil
Vitor Hugo Martins3
Fundação Oswaldo Cruz, Brasil
Adriana Kelly Santos4
Fundação Oswaldo Cruz, Brasil
Em Questão, vol. 26, núm. 3, pp. 173-195, 2020
Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Recepção: 03 Dezembro 2019

Aprovação: 23 Abril 2020

1 Introdução

O tema do Human Immunodeficiency Virus (HIV) e da Acquired Immunodeficiency Syndrome (Aids) – vírus da imunodeficiência humana que, em seu estágio mais avançado de infecção, provoca a síndrome da imunodeficiência adquirida – obteve progressiva relevância, não só nas pautas políticas de organizações e países, mas também no debate científico como objeto de pesquisa em diferentes áreas do conhecimento. No contexto mundial, as estatísticas recentes de HIV/Aids apontam que, em 2018, houve 37,9 milhões de pessoas vivendo com HIV e ocorreram 1,7 milhões de novas infecções (UNAIDS, 2019a).

As profilaxias pré-exposição (PrEP) e pós-exposição (PEP) ao vírus, associadas ao uso do preservativo, têm sido empregadas na resposta à epidemia, especialmente para aqueles que apresentam alto risco de infecção pelo HIV (UNAIDS, 2019b). Entretanto, mesmo com os esforços na implementação de tais profilaxias, ainda se faz necessário ampliar o acesso a essas tecnologias pelas populações vulneráveis, bem como investir em ações de comunicação destinadas à prevenção do HIV/Aids (UNAIDS, 2019b).

Com base nos estudos de Martín-Barbero (2003) e Freire (2015), entendemos que as ações de Informação, Educação e Comunicação (IEC) em saúde voltadas para a prevenção do HIV/Aids integram um contexto sociocultural mais amplo, no qual os sujeitos compartilham experiências, reconhecem as diferenças e constroem redes de pertencimento e apoio mútuo no cuidado deste agravo. Consideramos que a socialização das informações científicas é parte indissociável dessa dinâmica, tendo em vista que a partir da comunicação científica é possível dar visibilidade aos avanços produzidos pelas diversas áreas do conhecimento, bem como manter o diálogo contínuo entre a comunidade acadêmica e a população.

Nesse processo de geração e divulgação da informação científica, a bibliometria é uma ferramenta relevante para mediar a interdisciplinaridade entre a comunicação social e a ciência da informação a partir da comunicação científica (MARQUES, 2010). Esse método permite analisar a produção acadêmica mediante a construção de indicadores de tratamento e gestão de informação científica e tecnológica, os quais auxiliam no planejamento e avaliação do conhecimento produzido em diversas áreas e por diversas instituições de pesquisa (GUEDES; BORSCHIVER, 2005).

Diante do exposto, o presente trabalho expõe uma análise dos artigos científicos internacionais, publicados entre 2007 e 2017, que abordam a temática da comunicação em saúde sobre o HIV/Aids. Especificamente, tem como objetivo: (i) apresentar um mapeamento bibliométrico das referências encontradas no período supracitado; (ii) caracterizar os artigos publicados em periódicos de acesso aberto, do ano de 2017, evidenciando os seguintes aspectos: revista, tema, metodologia.

2 Metodologia da pesquisa

Este estudo descritivo analisa a produção científica internacional da temática da comunicação em saúde sobre HIV/Aids publicada no intervalo de 2007 a 2017. O procedimento metodológico estruturou-se em cinco fases. Na primeira, definimos as bases de dados, escolhendo a Web of Science (WoS/Clarivate Analytics), a PubMed e a Scopus. A WoS/Clarivate Analytics possui um repositório com dados desde 1945; a PubMed, desde 1950, e a Scopus, desde 1960. Ambas possuem uma interface de busca amigável, de acesso livre e com boa arquitetura informacional, permitindo o download das informações pelo software Vantage Point®. Elas também dispõem de um banco de dados com artigos nas diversas áreas de Ciências Humanas, Sociais e Biomédicas (PUCCINI; GIFFONI; SILVA; UTAGAWA, 2015; ALMEIDA; GRACIO, 2019).

Na etapa subsequente, definimos a amostra do estudo. Inicialmente, optamos por estudar artigos, porque esse tipo de publicação indica a tendência da produção acadêmica no contexto global. Posteriormente, estabelecemos o título como campo de busca, porque esse campo permite recuperar trabalhos relacionados ao assunto escolhido (JOB, 2018). Ademais, nas normas de metodologia de pesquisa científica, é convencionado que o título contenha o tema e problema investigado no estudo (MARCONI; LAKATOS, 2003).

Na terceira etapa, definimos a estratégia de busca, primeiramente, elegemos os descritores: aids, hiv, health communication, comunicação em saúde, education, health education, educação em saúde. Em segundo, estabelecemos as estratégias de busca para cada base:

  • a) WoS/Clarivate Analytics: Título: ("aids" or "hiv") AND Título: ("health communication" or "comunicação em saúde" or "comunicacao em saude" or "education" or "health education" or "educação em saúde");

    b) PubMed: (("aids"[Title] OR "hiv"[Title])) AND ("communication"[Title] OR "health communication"[Title] OR "education"[Title] OR "health education"[Title]);

    c) Scopus: (TITLE ("aids" OR "hiv") AND TITLE (("health communication" OR "comunicação em saúde" OR "comunicacao em saude" OR "education" OR "health education" OR "educação em saúde")) AND DOCTYPE ( ar OR re ) AND PUBYEAR> 2007 AND PUBYEAR < 2017).

Em seguida, no primeiro trimestre de 2018, efetuamos a coleta de dados localizando 913 artigos. Os artigos foram importados para o Vantage Point® (versão 10), excluindo-se as duplicidades de títulos. Com o uso de tal ferramenta de mineração de dados, processamos as informações encontradas nos documentos e, a partir de técnicas bibliométricas avançadas, geramos dados quantitativos para a análise.

Na sequência, na etapa de composição da amostra, por meio da leitura dos títulos verificamos se os artigos contemplavam a temática da comunicação em saúde e HIV/Aids. Utilizamos como critérios de inclusão na amostra a presença da palavra comunicação no título, bem como a menção às relações interpessoais no contexto do cuidado ao HIV/Aids ou a referência ao uso/à avalição de suportes midiáticos (rádio, TV, jornal impresso, peças publicitárias, audiovisual, internet e redes sociais) na comunicação sobre HIV/Aids. Excluímos as comunicações curtas, a seção Editorial, os artigos de revisões sistemáticas, os estudos específicos sobre educação em saúde e história da epidemia da Aids. Destarte, do conjunto de 913 referências, foram selecionados 245 estudos.

Na quarta etapa, foi feito o mapeamento bibliométrico dos 245 artigos. Com o auxílio do software Vantage Point®, essas referências foram analisadas segundo os campos:

  • a) ano de publicação;

    b) país de origem da instituição de filiação do primeiro autor, selecionando os países que publicaram pelo menos cinco artigos no período analisado. Tais países integram o top 13, que corresponde aos 13 países com maiores quantitativos de produção bibliográfica;

    c) periódicos que tenham publicado pelo menos três artigos no intervalo analisado e a indicação dos países de origem de tais revistas. Estes periódicos compõem o top 18, que condiz com as revistas que apresentaram maior número de artigos;

    d) instituições de filiação dos autores e/ou coautores.

A última etapa consistiu na caracterização de artigos publicados no ano de 2017. Dos 27 artigos do ano de 2017, selecionamos aqueles publicados em periódicos de acesso aberto, sendo encontradas 13 referências. O recorte por revistas de acesso aberto visou abarcar as referências disponíveis gratuitamente para a população. A política de acesso aberto impulsiona a difusão de artigos por via dourada ou de acesso aberto e permite a universalidade do conhecimento científico (RODRIGUES; OLIVEIRA, 2012).

Além do conteúdo dos 13 artigos na íntegra, foram examinados os seus respectivos títulos e resumos a fim de identificar os seguintes aspectos: periódicos; tema; metodologia (abordagens quantitativa/qualitativa, país do estudo, público estudado, técnica de pesquisa); parceria institucional; fomento de pesquisa. Apresentamos também o núcleo dos resultados de tais artigos e, para fins didáticos, na descrição desses resultados, organizamos os 13 artigos segundo as abordagens quantitativa e qualitativa conforme foram mencionadas na seção ‘Metodologia’ desses artigos. Com base nesse procedimento, evidenciamos como a comunicação sobre o HIV/Aids é discutida na produção científica de 2017.

3 Resultados e discussão

Na primeira seção, é apresentado o mapeamento bibliométrico dos 245 artigos publicados no período de interesse deste estudo. Na segunda, é delineada a caracterização dos 13 artigos de acesso aberto, publicados em 2017, organizada conforme as abordagens quantitativa e qualitativa de tais artigos.

3.1 Mapeamento bibliométrico de artigos publicados entre 2007 e 2017

No período entre 2007 e 2017, detectamos que a temática investigada esteve presente nos estudos, evidenciando a relevância do tema para a comunidade acadêmica. Foram encontrados 245 artigos, sendo o ano de 2008 o que apresentou o menor número, com 14 artigos. No ano de 2013, verificamos 25 referências, já nos anos de 2012 e 2017 foram localizados 27 artigos. O ano de 2014 representou o ápice da produção científica na amostra, com 32 estudos publicados (Gráfico 1).


Gráfico 1
Quantitativo de artigos publicados na temática de comunicação em saúde sobre HIV/Aids no período 2007-2017
Fonte: Elaborado pelos autores.

No que diz respeito à distribuição dos 245 artigos por país de origem da instituição de filiação do primeiro autor, foi observada a atuação de 39 países. Entre os países que obtiveram pelo menos cinco artigos publicados (top13) no intervalo analisado, os Estados Unidos da América (EUA) contribuíram com o maior quantitativo de artigos, somando 130 referências. A África do Sul foi representada com 31 referências e o Canadá com 15 trabalhos. O Reino Unido apresentou 13 artigos. Os países Austrália, Brasil, China e Nigéria tiveram seis referências cada. Por fim, a França, Noruega, Quênia, Tanzânia e Uganda apresentaram cinco artigos, respectivamente.

Os 245 artigos integram as publicações de 143 periódicos. Ao restringir a análise para um limiar de pelo menos três artigos por revista, chegamos a um total de dezoito periódicos (top 18). No tocante ao quantitativo de artigos publicados no top 18, quatro revistas destacaram-se: em primeiro lugar, a AIDS Care (14 artigos), da Inglaterra; em segundo, o periódico Journal of Acquired Immune Deficiency Syndromes (JAIDS) (13 artigos), seguido da revista Health Communication (dez artigos) e AIDS and Behavior (9 artigos), todos dos EUA (Quadro 1). Constatamos que a política editorial de tais revistas tem como escopo a interface entre Ciências Sociais, Ciências Humanas e Ciências da Saúde, como, por exemplo, as áreas da Antropologia Médica, da Comunicação, da Enfermagem, da Medicina e da Psicologia.

Quadro 1
Top 18 revistas: país-sede e número de artigos por revista

Fonte: Elaborado pelos autores.

No quadro acima, observamos que entre as revistas do top 18, os periódicos especializados em Aids lideram o panorama apresentado, com dez revistas e 52 artigos. Os periódicos Journal of Health Communication (dez artigos) e Patient Education and Counseling (sete artigos) são especializados em comunicação em saúde, o que pode ser um fator que amplia a captação e a divulgação científica nessa área. Em menor número, quinze artigos estão distribuídos em sete periódicos que contemplam estudos nas áreas das Ciências Sociais e Medicina, Educação em Saúde, Psicologia, Saúde Reprodutiva e Saúde Pública.

Outro aspecto importante acerca da literatura científica refere-se às instituições de filiação dos autores e co-autores. A partir do mapeamento destes aspectos foram localizadas 21 instituições. No que tange aos países-sede, os EUA concentram a maior parte de instituições que publicaram na temática, com 13 representantes. Quatro delas são sediadas na África do Sul; duas no Canadá; seguida da Escócia e da Inglaterra, com uma representante cada. Em relação ao quantitativo de artigos, observamos que a Johns Hopkins University (EUA) contribuiu com 26 artigos, seguida pela University of the Witwatersrand (África do Sul) com 11 registros e pela University of California com nove artigos (Quadro 2).

Quadro 2
Instituições de filiação dos autores e coautores: países-sede e artigos publicados

Fonte: Elaborado pelos autores.

A partir do mapeamento apresentado é notório a desigualdade entre os países na realização de estudos sobre comunicação e HIV/Aids, bem como na veiculação de periódicos especializados na temática. Tal desequilíbrio pode ser um dos mecanismos que reflete e amplia as iniquidades na geração e divulgação do conhecimento científico, tendo em vista que:

O acesso desigual ao conhecimento científico e o controle desigual sobre sua produção ou distribuição são temas importantes não só em razão do valor intrínseco do conhecimento, mas também porque sua distribuição desigual gera outros tipos de desigualdade. O conhecimento confere vantagens políticas, financeiras e existenciais aos que o detêm. As recompensas propiciadas pelo conhecimento permitem que seus detentores reproduzam as relações e as instituições que dão sustentação às vantagens de que desfrutam. (TILLY, 2006, p. 56-57).

Mediante o exposto, entendemos que esta é uma das fragilidades a ser enfrentada para o avanço de estudos na interface comunicação, subjetividade e cultura na prevenção do HIV/Aids.

3.2 Caracterização dos artigos de acesso aberto publicados em 2017

Na caracterização dos estudos de abordagem quantitativa, último intervalo do período analisado, foram encontradas 13 referências publicadas em periódicos de acesso aberto. Em todos os artigos estão descritas as abordagens metodológicas empregadas: quantitativa (3 artigos) e qualitativa (10 referências). Em relação aos temas, verificamos que as pesquisas investigam as relações entre as estratégias de comunicação empregadas na saúde pública e os fatores estruturais, culturais e subjetivos envolvidos na prevenção e no tratamento do HIV/Aids.

3.2.1 Caracterização dos estudos de abordagem quantitativa

Dos três artigos que utilizaram abordagem quantitativa, dois integram o conjunto dos periódicos ranqueados no top 18, Social Science & Medicine e Health Education Research, ambos com sede na Inglaterra. Um artigo foi publicado na revista American Journal of Health Promotion sediada nos EUA. Essas revistas têm como área de interesse a produção científica na interface Ciências Sociais, Ciências Humanas e Saúde Pública.

Em relação ao país do estudo, duas pesquisas foram conduzidas nos EUA e uma na África do Sul. Em todos os estudos foram observados o fomento à pesquisa e a parceria institucional, por exemplo, entre Universidades, centros de pesquisa e departamentos de saúde locais.

De maneira geral, os estudos problematizaram a necessidade de melhoria na comunicação sobre HIV/Aids junto às populações que vivem em regiões onde a prevalência de casos de infecção por HIV é alta. No Quadro 3, exposto a seguir, demonstramos os temas abordados nos três artigos e os aspectos metodológicos destes.

Quadro 3
Estudos Quantitativos: tema, país do estudo, tema, público e técnica de pesquisa

Fonte: Elaborado pelos autores.

Em localidades cujo número de casos de HIV se mantêm elevados, abordar a relação entre HIV e morte é uma via para problematizar o risco de infecção. Neste intuito, Rochat e outros (2017) investigaram as relações entre os relatos de morte e as consequências destes à saúde mental entre crianças infectadas que vivem em regiões da África do Sul, onde a prevalência da transmissão vertical é alta. Segundo os autores, as crianças mencionaram maior preocupação com a ameaça de morte, a sobrevivência da mãe e as mortes anteriores da família. Os pais infectados pelo HIV relataram que preparar seus filhos para os períodos da doença e, em última análise, sua possível morte, têm impactos psicológicos negativos para as crianças.

Outra temática também explorada nos estudos como uma forma de promover a redução de novos casos de infecção do vírus HIV diz respeito à educação sexual. O esclarecimento sobre educação sexual é discutido como uma das alternativas para mudança de comportamentos, habilidades e atitudes sobre a prevenção do HIV junto aos adolescentes. Pais que acompanharam o programa online Teach One Reach One relataram mudança no diálogo sobre sexualidade, sexo e práticas sexuais seguras junto aos seus filhos (DAVE et al., 2017). Meninas adolescentes e em idade escolar de diferentes etnias, orientação sexual e status de atividade sexual, após a interação com o programa web de educação em saúde, Project Health Education And Relationship Training (HEART), relataram maior segurança e assertividade na adoção de prática sexuais seguras (WIDMAN et al., 2017).

3.2.2 Caracterização dos estudos de abordagem qualitativa

Dentre os dez artigos, cinco estão distribuídos em revistas do top 18: Journal of Acquired Immune Deficiency Syndromes, Journal of Health Communication, PLoS One, ambos dos EUA. A revista AIDS Care, da Inglaterra e, o periódico Sahara-J: Journal of Social Aspects of HIV-AIDS, com sede na África do Sul. Os demais artigos estão localizados em periódicos que não integram tal ranking: Journal of the National Medical Association e Qualitative Health Research ambos dos EUA; SSM Population Health e BMC Research Notes sediadas na Inglaterra; e, a revista Global Health Action da Suécia.

Dos dez estudos qualitativos, seis tiveram como local do estudo países do continente africano, sendo um destes realizado também na Escócia. A América do Norte está representa pelos EUA com três referências e o Canadá com uma. A parceria interinstitucional foi averiguada em sete estudos e em uma pesquisa não houve menção; por sua vez, o fomento de pesquisa, esteve presente em oito referências.

De modo geral, os estudos investigam as dimensões interpessoal e intrapessoal na comunicação entre profissionais de saúde e paciente/comunidade, bem como seus efeitos na adesão à testagem e ao tratamento do HIV. Além disso, correlacionam os modelos de crença em saúde com os fatores emocionais e comportamentais envolvidos no cuidado ao HIV. No quadro a seguir estão indicados os temas e os aspectos metodológicos dos 13 artigos..

Quadro 4
Estudos Qualitativos: tema, país do estudo, público e técnica de pesquisa

Fonte: Elaborado pelos autores.

A comunicação centrada no paciente foi referida como uma modalidade que permite explorar as dificuldades/conquistas das pessoas vivendo com HIV (PVHIV+) e diminuir as barreiras no cuidado do HIV (HURLEY et al., 2017; MABUTO; CHARALAMBOUS; HOFFMANN, 2017; MARHEFKA et al., 2017). Nessa perspectiva, a convivência e o vínculo com os profissionais de saúde constituem a base para a construção de confiança no cuidado a PVHIV+ (MARHEFKA et al., 2017).

Nesse processo comunicativo, o aconselhamento favorece o diálogo colaborativo entre profissionais e pacientes recém diagnosticados, uma vez que prioriza a escuta de demandas emocionais individuais, conciliadas às necessidades clínicas, em especial àquelas relativas à gravidez de mulheres jovens HIV+ (MABUTO; CHARALAMBOUS; HOFFMANN, 2017). Outro aspecto relevante não só para essa comunicação, mas também para a construção da confiança consiste no aspecto ético do sigilo profissional. Durante o atendimento aos adolescentes HIV+, infectados por via perinatal, o sigilo favorece o diálogo sobre a sexualidade e a saúde sexual reprodutiva, bem como produz impactos positivos na prevenção (MARHEFKA et al., 2017).

A comunicação entre profissionais e a comunidade é também uma das fontes de informação e orientação sobre a prevenção contra o HIV/Aids. Nesta modalidade, é frequente o desenvolvimento de campanhas e ações coletivas, sendo a adesão ao sexo seguro e a testagem para o HIV dois dos temas priorizados.

Um dos assuntos que permeia a discussão do sexo seguro diz respeito à aceitabilidade dos métodos contraceptivos entre os parceiros, em especial os sorodiscordantes. A comunicação desse assunto requer a abordagem de temas sensíveis, tais como: o conhecimento da situação sorológica do parceiro; a percepção acerca da fidelidade do parceiro; o entendimento sobre a transmissão do vírus; as opiniões convergente e divergente frente à intenção de engravidar (MATTHEWS et al., 2017).

Em relação à testagem, a literatura abarca diferentes elementos que compõem à comunicação sobre o tema. O estudo de Fray e Caldwell (2017) discute que a abordagem da saúde sexual e reprodutiva é uma forma de acessar as representações sociais de mulheres sobre a testagem. Para os autores é imprescindível identificar como as variáveis classe social, gênero e raça/cor podem influenciar na adesão deste grupo a essa prática preventiva.

Além disso, discute-se a normatização do teste nos serviços de saúde. Neste sentido, Lin et al. (2017) argumentam que o esclarecimento sobre as formas de transmissão do HIV, seus sinais e sintomas e as tecnologias atuais de prevenção contribuem para a ratificação da ideia do teste como uma “norma protetora socialmente aprovada”. Segundo os autores, a normatização do teste como prevenção pode impactar positivamente no controle da epidemia da Aids.

Outro aspecto indicado na literatura é a influência dos fatores emocionais no engajamento da testagem para o HIV. A percepção e/ou sentimento de invulnerabilidade ao vírus pode favorecer a baixa adesão ao teste. De acordo com Lin et al (2017) é relevante explorar, entre populações jovens, o motivo da crença sobre o vírus não ser uma grave ameaça à saúde. Nesse contexto, o apoio emocional e o diálogo confidencial com os profissionais permitem maior segurança no momento da testagem. Igualmente, o sentimento de aprovação social por familiares e amigos auxilia na superação do medo frente à decisão de fazer o teste (LIN et al., 2017).

Comparando os estudos analisados, refletimos que a experiência de vulnerabilidade e invulnerabilidade ao HIV está atrelada à ideia do vírus como uma ameaça à saúde, e, consequentemente, ao aparecimento dos sentimentos ambivalentes de proteção x desproteção. Ponderamos que essa percepção está na base do diálogo entre os profissionais e os usuários do serviço e a comunidade. A ideia do vírus como uma ameaça é ressignificada pela de proteção, desde que, seja provido o apoio emocional e social frente à insegurança da testagem, da revelação do diagnóstico e da adesão ao tratamento. Por isso, a confiança ― no parceiro, em entes da família e profissionais de saúde ― é o vínculo que permite esse deslocamento afetivo-social.

Sob esta perspectiva, ressaltamos que os gestos, as palavras e expressões utilizadas no repertório semântico-pragmático do profissional de saúde são elementos de linguagem que solidificam o vínculo e a confiança. Por isso, a atenção por parte do profissional ao que é dito e ao modo como a enunciação é proferida, tanto por ele quanto por seus interlocutores, é central para construir a relação de acolhimento e confiança.

Como parte desse processo, ressaltamos que, na literatura revisada, a dimensão testemunhal é usada como um recurso para compreender as singularidades dos indivíduos e estimular o compartilhamento de experiências (HURLEY et al., 2017; KLASSEN et al., 2017). No cuidado à PVHIV+, o uso de vinhetas com depoimentos de pacientes com alta adesão à Terapia Antirretroviral (TARV) foi considerado efetivo para esclarecer os aspectos clínicos e socioculturais (elementos que geram estigma e discriminação) envolvidos no tratamento (HURLEY et al., 2017). A conciliação dos modelos explanatórios ― valorização de experiências pessoais via testemunho dos pacientes com alta adesão ao TARV aliada às explicações médicas ― gera maior equilíbrio de poder nas relações entre profissionais de saúde e pacientes (HURLEY et al., 2017).

Aliado a isso, os estudos reiteram que informações de fácil acesso, de alta qualidade e com narrativa factual facilitam a abordagem de assuntos estigmatizantes, bem como a interpretação de comportamentos de risco à infecção por HIV (KLASSEN et al., 2017; KARAN; HARTFORD; COATES, 2017). Diferentes grupos sociais recorrem à internet, à comunicação com as organizações comunitárias e com os parceiros sexuais para construir uma comunicação contextualizada (KLASSEN et al., 2017; CHINTENDE et al., 2017).

O estudo de Chintende e outros (2017) que investiga a prevenção ao HIV/Aids entre pessoas com deficiência visual, identificou que a internet e as ações de educação em saúde são as principais fontes de informação acessadas por esse grupo. Contudo, revela que as tecnologias digitais costumam ser pouco amigáveis, limitando o acesso ao conhecimento existente sobre HIV. Esse estudo discute que fatores como a discriminação, a pobreza e a falta de oportunidade de emprego, quando associados à condição de deficiência, acentuam a dificuldade no acesso à informação qualificada e às estratégias de prevenção do HIV/Aids.

Entre as 13 referências analisadas no ano de 2017, apenas esse artigo aborda a comunicação sobre o HIV para deficientes visuais, o que pode ser um indício de que este público tem ocupado lugar periférico nas políticas de prevenção do HIV. Deste modo, consideramos pertinente a integração de diretrizes e estratégias comunicacionais direcionadas aos deficientes visuais nas políticas e nos programas de HIV/Aids, de maneira a impulsionar as ações de educação/comunicação adequadas para esse público.

Os avanços tecno-biomédicos empregados na prevenção do HIV têm provocado mudanças no modo como lideranças políticas, representantes de organizações sociais e profissionais dos serviços de saúde se comunicam e interagem com a população. Na literatura revisada, o estudo de Nyatsanza e Wood (2017) evidencia que as narrativas oficiais, veiculadas nos setores da Educação e da Saúde, podem contribuir para o enraizamento do estigma e a manutenção das injustiças/desigualdades. Segundo os autores há quatro narrativas estigmatizantes que compõem o campo semântico do HIV/Aids: a narrativa gay, a da migração, a da conspiração e a religiosa. Tal estudo indica que a abordagem interseccional é imprescindível para enfrentar o surgimento de novos casos de HIV, uma vez que esta perspectiva tem como norte a inclusão do debate sobre as desigualdades raciais, de classe e de gênero na interpretação das narrativas sobre o HIV.

Outro fator estruturante no âmbito dos programas de HIV/Aids é o fomento de parcerias nacionais e internacionais para o desenvolvimento de ações intersetoriais. Karan, Hartford e Coates (2017) consideram que esse tipo de ação mobiliza o engajamento de lideranças políticas locais e o envolvimento direto de funcionários públicos nas atividades de testagem e prevenção junto à comunidade. A partir dessa evidência, ratificamos a relevância dos gestores em saúde pública locais priorizarem a formulação, a implementação e a adequação de ações de Informação, Educação e Comunicação relacionadas ao HIV/Aids.

4 Considerações finais

O mapeamento bibliométrico revelou a ocorrência de 245 artigos sobre comunicação em saúde e HIV/Aids produzidos no período entre 2007 e 2017, no qual o ano com menor quantitativo de referências foi 2008 (14 artigos) e o ápice ocorreu no ano de 2014 (32 artigos). Os países que mais contribuíram durante esse período foram EUA (130 artigos), África do Sul (31 artigos) e Canadá (15 artigos). Esse total de 245 artigos integrou a publicação de 143 revistas, dentre as quais 18 periódicos (top 18) tiveram pelo menos cinco artigos, onde os mais recorrentes foram: AIDS Care (14 artigos), JAIDS (13 artigos) e Journal of Health Communication (10 artigos).

No que diz respeito à filiação dos autores e co-autores foram identificadas 21 instituições, sendo mais frequente as universidades e institutos de pesquisa localizados nos EUA. As instituições que tiveram maior quantitativo de artigos publicados foram: Johns Hopkins University (26 artigos), University of the Witwatersrand (11 artigos) e University of California (9 artigos). Esse panorama, mesmo que restrito à área temática investigada, evidencia a desigualdade na produção e divulgação do conhecimento científico, sendo este um dos desafios a ser enfrentado pelas instituições internacionais que atuam em prol de maior equidade e direitos sociais no âmbito da prevenção do HIV/Aids.

Na caracterização dos artigos publicados no ano de 2017, em periódicos de acesso aberto, foram identificados 13 estudos distribuídos entre os EUA e os países da Europa e África. Dos 13 artigos, sete foram publicados em revistas do top 18: AIDS Care; PLoS One; Journal of Health Communication; Sahara-J: Journal of Social Aspects of HIV-AIDS; JAIDS; Social Science & Medicine; Health Education Research. Consideramos que tais publicações podem ampliar a visibilidade dos estudos na temática da comunicação sobre o cuidado/prevenção do HIV/Aids no cenário mundial. Outro aspecto que também contribui para a condução dos estudos é a colaboração científica e o apoio financeiro das agências e centros de pesquisa.

Em relação aos temas discutidos, a análise deste conjunto de referências revelou que dificuldades no acesso à informação e aos serviços de saúde são fatores que prejudicam a adesão à testagem (móvel ou nos serviços de saúde), bem como a iniciação imediata ao TARV. Frente a esse desafio, as pesquisas enfatizam a importância do desenvolvimento de estudos e ações de comunicação em saúde que explorem as dimensões interpessoal, intrapessoal e comunitária no cuidado e na prevenção ao HIV/Aids. Para tal, sugerem no delineamento das ações/pesquisas, a articulação entre os determinantes sociais da saúde ― tais como escolaridade, classe social, cor/raça, gênero, diversidade sexual ― e os modelos de crenças em saúde.

Nesse intuito, a abordagem interseccional é altamente recomendada para aprofundar as interpretações acerca do estigma e desigualdades sociais vividas por grupos em situação de vulnerabilidade à infecção por HIV, como por exemplo: pessoas com deficiência visual, mulheres heterossexuais mulheres que fazem sexo com mulheres, homens que fazem sexo com homens. (MSH/HSH). Do mesmo modo, é consenso na literatura a necessidade de entender os fatores emocionais, culturais e comportamentais que geram o silenciamento em torno da descoberta da infecção por HIV e de sua revelação.

Apesar do rigoroso critério de seleção empregado para a inclusão das bases de dados, os achados da presente pesquisa não compreendem a totalidade do universo da produção científica, tendo em vista que ficaram fora do campo da investigação as teses, dissertações e livros. Aliado a esse limite, a caracterização apresentada se deteve aos artigos de acesso aberto, o que também não permitiu cobrir o conjunto de artigos veiculados no período analisado.

Por fim, consideramos que o panorama descritivo e analítico apresentado explicita as evidências científicas sobre comunicação em saúde relativa ao HIV/Aids identificadas nos artigos analisados. A partir das informações e reflexões expostas esperamos contribuir para o delineamento de estudos nesta área bem como para as ações de enfrentamento à epidemia de HIV/Aids nos cenários local e global.

Material suplementar
Agradecimentos

Financiamento

O projeto de pesquisa que teve como um de seus produtos este artigo, contou com o financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ).

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Notas
Autor notes
1 Mestranda; Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ, Brasil

iaralyzff@gmail.com

2 Doutora; Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, RJ, Brasi

anamaral@ioc.fiocruz.br

3 Mestre; Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, RJ, Brasil

vitor.icict@gmail.com

4 Doutora; Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, RJ, Brasil

adriana.santos@ioc.fiocruz.br


Gráfico 1
Quantitativo de artigos publicados na temática de comunicação em saúde sobre HIV/Aids no período 2007-2017
Fonte: Elaborado pelos autores.
Quadro 1
Top 18 revistas: país-sede e número de artigos por revista

Fonte: Elaborado pelos autores.
Quadro 2
Instituições de filiação dos autores e coautores: países-sede e artigos publicados

Fonte: Elaborado pelos autores.
Quadro 3
Estudos Quantitativos: tema, país do estudo, tema, público e técnica de pesquisa

Fonte: Elaborado pelos autores.
Quadro 4
Estudos Qualitativos: tema, país do estudo, público e técnica de pesquisa

Fonte: Elaborado pelos autores.
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