A responsabilidade socioambiental vem sendo amplamente discutida, em nível mundial, visando à concepção de um Desenvolvimento Sustentável para toda a coletividade. O termo simboliza o comprometimento que um indivíduo ou corporação deve ter perante a sociedade e o meio ambiente, de modo que suas ações busquem gerar impacto positivo (Luiz, Rau, Freitas & Pfitscher, 2013). Gestão socioambiental, portanto, consiste na aplicação dessa responsabilidade no contexto das políticas e práticas organizacionais. As ações voltadas para o crescimento econômico alinham-se com as preocupações sociais e ambientais no processo gerencial da instituição, enfatizando a sustentabilidade do negócio.

Como apontam Nascimento, Lemos e Mello (2008), esse novo estilo de gestão está relacionado aos valores éticos e fundamentais da vida em sociedade, como os direitos humanos e a proteção do meio ambiente. Ao passo que a organização promove o desenvolvimento econômico, coopera para a qualidade de vida da comunidade que a cerca e a sociedade como um todo.

A questão social diz respeito à cidadania corporativa, que inclui o respeito aos funcionários e suas famílias, bom relacionamento com os grupos de interesse (Stakeholders) e associações representativas, criação e manutenção de empregos, desempenho financeiro da entidade e investimento em atividades comunitárias (Nascimento et al., 2008; Khoury, Rostami & Turnbull, 1999). Já a questão ambiental aborda a proteção e preservação do meio ambiente com o uso racional dos recursos naturais, redução dos padrões de consumo, destinação adequada de resíduos, contenção do desperdício (água, energia), controle da poluição e adoção de critérios sustentáveis na escolha dos fornecedores (Luiz et al., 2013).

Nesse contexto, cabe ressaltar que os órgãos governamentais ligados à Administração Pública passaram a assumir, conjuntamente, o compromisso com a gestão socioambiental, por meio das suas atuações, não apenas na função de reguladores e fiscalizadores, mas como agentes ativos e participativos do processo (Chaves et al., 2013).

De acordo com Engelman, Guisso e Fracasso (2009), o primeiro passo para a elaboração da gestão socioambiental é fazer uma avaliação sobre a interação da organização com o meio ambiente, mediante um inventário de ocorrências e das condições de funcionamento das atividades, incluindo a análise da legislação pertinente.

A esse respeito, Maimon (1999) observa, entretanto, que a eficiência do sistema de implantação somente é garantida quando há consenso entre todos os níveis hierárquicos da entidade quanto a sua importância, assim como a integração e comprometimento das partes envolvidas.

Mais que uma forma de cumprir as exigências legais provenientes do poder público, tal gestão pode atuar como estratégica a favor da organização, pois auxilia na geração de valor e vantagem competitiva, numa época em que os consumidores estão cada vez mais preocupados com o uso consciente dos recursos naturais (Moura-Leite & Padgett, 2014). Nesse sentido, além da melhoria de imagem das organizações produtoras de bens e serviços, públicos e privados, são percebidos os benefícios econômicos para elas, uma vez que a racionalização de recursos propicia a redução de gastos (Luiz et al., 2013; Hart & Milstein, 2004).

O atual cenário globalizado e de constantes mudanças políticas, econômicas e sociais em que as organizações estão inseridas, por sua vez, exige dos profissionais, gradativamente, habilidades e competências diferenciadas para inserção no mercado de trabalho. Estas devem ser cognitivas, como a capacidade de compreensão, resolução de problemas, criatividade, julgamento crítico, conhecimento geral; de técnicas especializadas, como informática, língua estrangeira, operação de equipamentos e processos de trabalho; e atitudinais, como a cooperação, iniciativa, participação, responsabilidade, disciplina, ética e motivação (Gondim, 2002).

A educação profissional, ao promover a transição entre a escola e o mundo produtivo, torna-se encarregada da instrução, capacitação, desenvolvimento e motivação de jovens e adultos para enfrentar tamanha realidade (Gondim, 2002).

Lozano, Lukman, Lozano, Huisingh e Lambrechts (2013) entendem que as universidades têm a missão de trabalhar em prol da sociedade e, à vista disso, devem fazer todo o possível para resguardá-la de ameaças, como a degradação ambiental. A Conferência de Estocolmo, de 1972, é citada pelos autores como a pioneira em reconhecer formalmente a importância da promoção da proteção e conservação do meio ambiente na educação.

Os autores também apontam que diante de muitas declarações, cartas e parcerias acadêmicas foram designadas para semear o Desenvolvimento Sustentável nos currículos das disciplinas e para fornecer orientações de que forma implantar processos sustentáveis nos sistemas das Instituições, como é o caso das Declarações de Talloires (1990), Halifax (1991), Swansea (1993), Kyoto (1993), Global Higher Education for Sustainability Partnership (2000) e Abuja (2009).

A aplicação da gestão socioambiental no setor educacional, mais precisamente nas IES, é de suma relevância em virtude do seu papel histórico de produção e transmissão do conhecimento científico e na “formação cidadã, política, cultural e social de seus egressos” (Freitas, 2013, p. 21). Devido a sua representatividade, ao mesmo tempo em que usufrui das vantagens desse modelo de gestão, é também no ambiente universitário que se desperta o caminho na direção da consciência sustentável, bem como se disseminam boas práticas socioambientais para a comunidade.

Com a responsabilidade de fomentar e qualificar o pensamento crítico dos cidadãos e profissionais tomadores de decisão do amanhã, as IES, além de incluir em seus currículos atividades acadêmicas e projetos de pesquisa/extensão que proporcionem a educação socioambiental, precisam colocar em prática aquilo que ensinam. Assim, sua própria gestão interna torna-se uma referência sustentável e exemplo funcional de sucesso à população local e sociedade (Luiz, Alberton, Da Rosa & Pfitscher, 2014; Frizzo et al., 2014; De Resende Lara, 2012; Otero, 2010).

De acordo com Matos, Cabo, Ribeiro & Fernandes (2015), várias atividades são necessárias para o desenvolvimento da sustentabilidade na gestão de universidades e que assegurem grandes melhorias, não somente internas mas também externas às instalações. Entre elas, destacam-se as ações de sensibilização, disponibilização de relevante acervo de bibliografia e cursos profissionalizantes socioambientais, ecoeficiência energética, consumo responsável de água e recursos materiais, fomento de meios de transporte mais sustentáveis para professores e alunos, transparência na utilização de recursos financeiros e tratamento de resíduos.

Por conseguinte, entende-se que uma Faculdade ou Universidade Sustentável é aquela que se empenha em agregar, nas funções principais de ensino, as questões referentes à sustentabilidade em diversos âmbitos, tal qual na pesquisa, na extensão direcionada às comunidades nacionais e internacionais e em suas próprias operações (Shriberg, 2002a). Para que isso ocorra, é fundamental que todos os indivíduos envolvidos na organização estejam educados e sensibilizados ao comprometimento em relação a uma sociedade que valorize o ser humano, assim como suas riquezas patrimoniais, sem desconsiderar os recursos finitos do planeta.

Christensen, Thrane, Herreborg Jørgensen e Lehmann (2009) em seu trabalho sobre a Universidade de Aalborg, na Dinamarca, questionaram sobre como se deve ensinar a sustentabilidade sem praticá-la. Constataram que, embora a instituição em questão tenha sido uma das primeiras do país a adotar uma política ambiental, esta última aparentava, na época da investigação, ter nunca sido implementada de fato. As razões, por sua vez, envolviam a falta de compromisso da alta administração, a falta de visão da equipe técnica e uma limitada compreensão dos impactos ambientais que a universidade causava.

Já um caso bem-sucedido de instauração de um Sistema de Gestão da Sustentabilidade (SGS) foi encontrado por Velazquez, Munguia e Ojeda (2013) na Universidade de Sonora, no México, onde a ferramenta revelou-se eficaz na detecção e redução do desperdício de água. Além dos benefícios ambientais, visto que a prevenção de causas do desperdício também evita a poluição e consequente esgotamento do recurso hídrico, a instituição obteve benefícios econômicos.

No Brasil, Berchin, Grando, Marcon, Corseuil e Guerra (2017) analisaram a gestão sustentável do Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC) e identificaram a necessidade de aprimorar os indicadores de desempenho adotados e desenvolver uma rede que permita a troca de informações entre as IES federais.

Lima e Mioto (2007) esclarecem que a pesquisa bibliográfica, no contexto da produção do conhecimento, implica na delimitação de um conjunto ordenado de critérios e procedimentos metodológicos na busca por soluções ao objeto de estudo proposto e, dessa forma, não pode ser aleatória.

Assim, o instrumento de intervenção escolhido para este estudo é o Knowledge Development Process – Constructivist (ProKnow-C), que se mostrou como uma notável ferramenta de revisão bibliográfica ao construir, segundo uma visão construtivista, conhecimento apoiado nos interesses e demarcações do pesquisador (Bortoluzzi, Ensslin, Ensslin & Valmorbida, 2011).

Desenvolvido, a partir de 2005, pelo Laboratório de Metodologia Multicritério de Apoio à Decisão – Construtivista (LabMCDA-C), tal instrumento apoia-se na metodologia Multicritério de Apoio à Decisão – Construtivista (MCDA-C), tanto em termos teóricos como práticos (Ensslin, Ensslin, Imlau & Chaves, 2014).

Os cientistas do LabMCDA-C observaram a ausência de processo estruturado para a seleção e análise da literatura científica e buscaram produzir um que objetivasse realizar buscas com a amplitude e foco balizados pelos pesquisadores do assunto. As primeiras versões surgiram em 2007 e 2008, prosseguidas pelas primeiras publicações no ano de 2009. O reconhecimento científico foi concebido pela primeira publicação internacional como resultado dessas investigações, em Tasca et al. (2010), fomentando dezenas subsequentes (Ensslin et al., 2014).

Para atender às solicitações de registro e de originalidade, ao final de 2010, os fundadores nomearam o instrumento como ProKnow-C – Knowledge Development Process – Constructivist, e em 2012 esse acabou por se consolidar como um método que direciona a construção do conhecimento ou para o pesquisador, conforme as suas motivações, delimitações e percepções em relação ao tema de estudo (Ensslin et al., 2014).

O processo é estruturado em quatro etapas: (i) seleção do Portfólio Bibliográfico (PB) de artigos sobre o tema da pesquisa; (ii) análise bibliométrica do PB; (iii) análise sistêmica do PB; e (iv) definição de uma pergunta e objetivo (s) de estudo para futuras pesquisas (Valmorbida, Ensslin, Ensslin & Ripoll-Feliu, 2014; Tasca, Ensslin, Ensslin & Alves, 2010).

A primeira etapa, definida pela seleção de artigos científicos e relevantes que comporão o portfólio do trabalho, é dividida em duas fases: (a) seleção do banco de artigos bruto; e (b) filtragem do banco de artigos. Cabe ressaltar que a cientificidade é verificada na origem desses artigos, que carecem ser coletados em bases científicas, e a relevância é verificada pelo número de citações de cada artigo. A subjetividade dos pesquisadores fica evidente no manuseio dessas subetapas, pois é necessário fazer escolhas para o avanço do processo (Ensslin et al., 2014; Valmorbida et al., 2014; Bortoluzzi et al., 2011).

Para seleção do banco bruto de artigos, são definidos os eixos de pesquisa e suas respectivas palavras-chave, os quais identificarão o foco central do estudo. Em seguida, são estabelecidas as bases de dados para, assim, realizar a busca dos artigos com todas as combinações possíveis de palavras-chave de cada eixo. Com o propósito de verificar se as palavras-chave escolhidas estão adequadas ao tema de pesquisa, é sugerida a leitura de dois artigos entre aqueles obtidos na busca para saber se há outros termos que o representem melhor. Diante disso, torna-se necessário repetir o processo incorporando-o na busca pelos artigos científicos (Afonso, Souza, Ensslin & Ensslin, 2011).

A fase de filtragem do banco de artigos é concebida, inicialmente, quanto à redundância (eliminação dos repetidos), em seguida quanto ao alinhamento do título ao tema proposto. Os artigos que sobraram da filtragem devem ser submetidos à verificação de relevância científica, em que se busca a quantidade de citações de cada um. Naqueles com reconhecimento científico comprovado (por meio do cálculo da representatividade de cada artigo perante o banco completo em termos do número de citações), são lidos os resumos para averiguar se realmente estão alinhados ao tema e devem permanecer no banco de artigos (Afonso et al., 2011; Bortoluzzi et al., 2011).

Para o grupo em que a relevância científica ainda não pôde ser confirmada, primeiramente deve ser verificado o ano de publicação. Se recente (prazo máximo de dois anos) ainda não foi atribuído tempo para seu reconhecimento. Confirmada a condição, passa-se para a leitura do resumo onde se verifica o alinhamento com a pesquisa. Se mais antigo, a princípio deve-se apurar se algum dos autores faz parte do banco de artigos com relevância científica já confirmada, e, caso positivo, igualmente é preciso ler o resumo para decidir sua permanência ou descarte (Afonso et al., 2011).

Finalmente, a constituição do Portfólio Bibliográfico do estudo dá-se por: (a) união dos dois grupos citados acima e decorrente pesquisa pela disponibilidade dos artigos integrais para consulta, caso negativo são descartados; (b) leitura completa dos artigos restantes a fim de se confirmar o nivelamento ao tema da pesquisa.

A segunda etapa do ProKnow-C objetiva identificar as características do PB, por meio da análise bibliométrica. Tal mapeamento é descrito como o exercício de contagem de ocorrências de determinada variável nas publicações do portfólio, com o objetivo de informar aos pesquisadores onde podem buscar mais informações sobre o tema, construindo, assim, o conhecimento prévio. Efetua-se a apuração do grau de relevância dos periódicos, grau de reconhecimento científico dos artigos, grau de relevância dos autores e as palavras-chave mais utilizadas (Ensslin et al., 2014; Vaz, Ionamata & Stiirmer, 2014).

A análise sistêmica, terceira etapa do processo, caracteriza-se pela atividade crítica e reflexiva, em que o pesquisador define uma visão de mundo e examina as lentes de investigação do conteúdo dos artigos para, dessa forma, identificar as lacunas e oportunidades de pesquisas sobre o tema tratado (Vaz et al., 2014; Valmorbida, Ensslin, Ensslin & Bortoluzzi, 2011).

Após o desenvolvimento dessas três etapas, o pesquisador adquire o conhecimento suficiente para definir o fragmento da literatura que pretende explorar e intervir, cientificamente. Por consequência, na quarta e última etapa, é capaz de deliberar a pergunta e objetivo (s) que conduzirão o seu trabalho de pesquisa (Valmorbida et al., 2014).

O instrumento de intervenção ProKnow-Cjá foi empregado em diversos trabalhos de revisão e análise de literatura nas mais diversas abordagens, muitos deles envolvendo a perspectiva da avaliação de desempenho.

Os estudos de Rosa, Ensslin e Ensslin (2009), Afonso et al. (2011), Bortoluzzi et al. (2011) e Ensslin et al. (2014) procuraram construir parte do conhecimento acerca do tema desenvolvendo as duas primeiras etapas do processo: 1) seleção de portfólio bibliográfico científico e relevante; e 2) o mapeamento de suas características. A avaliação de desempenho foi tratada nos contextos da evidenciação ambiental, sustentabilidade, redes de pequenas e médias empresas, e cooperativas de produção agropecuária, respectivamente. Como sugestão para futuras pesquisas nessas áreas, os autores recomendam aplicar a próxima fase da metodologia, que remete à análise sistêmica do conteúdo do PB.

Já o trabalho de Valmorbida et al. (2014) optou por utilizar mais a fundo o procedimento, deixando de fora apenas a análise bibliométrica do portfólio de publicações científicas. O intuito foi identificar oportunidades de pesquisa referente à área de gestão de Universidades Públicas, sob a perspectiva da avaliação de desempenho.

Outros panoramas também são observados no trato ou na aplicação do método ProKnow-C,a exemplo de Valmorbida et al. (2011), que investigou o tema “Gestão Pública com Foco em Resultados” adotando as etapas de seleção do Portfólio Bibliográfico de maior reconhecimento científico e sua análise sistêmica. Vaz et al. (2014), de outro modo, considerou relevante empregar no seu estudo a análise bibliométrica do portfólio, além da sistêmica, para discorrer sobre o tema “Gerenciamento de resíduos sólidos em Instituições de Ensino Superior”.

Para atender a primeira fase de seleção do Portfólio Bibliográfico, que consiste na formação do banco de artigos brutos, inicialmente estudou-se adotar os mesmos eixos de pesquisa com suas respectivas palavras-chave e as mesmas bases de dados definidas por Chaves et al. (2013) em seu estudo, a fim de uma comparação fidedigna. No entanto, ao executar a pesquisa das 24 combinações de palavras-chave na primeira base de dados (ISIKNOWLEDGE), esta já retornou um número de artigos substancialmente maior que o banco encontrado por Chaves et al. (2013) somando-se as três bases.

Nesse sentido, optou-se por utilizar somente a base de dados SCOPUS, visto que indexa mais de 20.000 periódicos (parcela superior à das demais bases) e possui atualização diária. Ainda, de forma a restringir mais o banco de artigos brutos, pois a coleta delimitada entre os anos de 2002 a 2017 resultou em cerca de 40.000 artigos, foi decidido que seriam filtradas apenas as revistas, atualmente, mais relevantes para a temática.

Dessa forma, usando como referência o estudo de Ceulemans et al. (2015) e o Portfólio Bibliográfico de Chaves et al. (2013), a averiguação limitou-se aos artigos dos periódicos International Journal of Sustainability in Higher Education, Journal of Cleaner Production, Journal of Management & Organization, Sustainability Science, Higher Education Policy, Journal of Business Ethics, Ecological Indicators, Resources, Conservation and Recycling . Waste Management, publicados de 2002 até o dia 01 de março de 2017. O Journal of Modern Accounting & Auditing citado por Chaves et al. (2013) não é indexado pelo SCOPUS, portanto não foi incluído na pesquisa. Salienta-se que os campos de busca foram: título, resumo e palavras-chave do artigo. Agrupando os resultados das 24 combinações de palavras-chave, a soma foi de 1.134 artigos.

Dando continuidade à aplicação do método, foi realizado o teste de aderência das palavras-chave, sendo que o objetivo era verificar a necessidade de incorporação de novas aos eixos de pesquisa. Para tanto, escolheu-se dois artigos com títulos e resumos alinhados ao tema – Viebahn (2002); James e Card (2012) – e lidas suas palavras-chave. Através do pareamento com as palavras-chave escolhidas por Chaves et al. (2013), constatou-se que não havia a necessidade de refazer o processo. Sendo assim, passou-se ao desenvolvimento da próxima fase.

Na fase de filtragem do banco de artigos, inicialmente realizou-se a importação para o Excel e excluiu-se, manualmente, os repetidos, restando 330 artigos no banco. Em seguida, efetuou-se a leitura dos títulos dos artigos com o propósito de examinar o alinhamento desses à temática de pesquisa. Aqueles artigos com títulos totalmente desalinhados ou que tratavam de educação para sustentabilidade nas IES foram descartados, como é o caso do “Seven recommendations for creating sustainability education at the university level: A guide for change agents” de Moore (2005), presente no Portfólio Bibliográfico de Chaves et al. (2013). Chegou-se então a um banco de 109 artigos não repetidos e com títulos alinhados.

Após a filtragem por títulos, os artigos foram selecionados quanto ao reconhecimento científico e leitura dos resumos. Tal processo de pesquisa do reconhecimento dos artigos foi realizado através do Google Acadêmico, por meio da busca de citações de cada um em outros trabalhos científicos. Cabe ressaltar que a consulta foi efetuada no dia 26 de março de 2017. Através do cálculo da proporção de cada artigo em número de citações na representação total, observou-se que 40 artigos possuíam relevância confirmada (ponto de corte de 75% de representatividade).

Os outros 69 foram submetidos a uma reanálise, na qual foi considerada se o artigo era recente (publicado a partir de 2015), visto que pode não ter tido tempo para um reconhecimento científico comprovado, ocasionando a adição de 22 artigos. Incorporou-se, ainda, aos artigos recentes mais 11 estudos que, mesmo publicados em anos anteriores a 2015, foram escritos por pelo menos um dos autores do banco gerado pelos artigos com reconhecimento científico. O resultado dessa etapa demonstrou, portanto, que 33 artigos ainda eram passíveis de observação, somados aos 40 preliminares.

A leitura dos resumos do banco de 40 artigos reconhecidos, cientificamente, sucedeu na exclusão de 10 estudos, por não estarem completamente alinhados ao tema da pesquisa. Do mesmo modo, através da leitura dos artigos submetidos à reanálise, verificou-se que o total de 24 estavam adequados a passar para próxima fase.

A fusão dos 54 artigos restantes gera um banco único que se transfere para as últimas análises: disponibilidade na íntegra e leitura completa. Desse processo, constatou-se que todos estavam disponíveis para visualização de forma gratuita e, após a leitura integral dos 54 artigos, verificou-se que 14 deles não se alinhavam plenamente ao tema. Logo, o Portfólio Bibliográfico ficou constituído por 40 artigos que tratam especificamente da gestão socioambiental e sustentabilidade no âmbito das IES. A relação dos 40 artigos do portfólio pode ser consultada no Anexo I.

Quanto à integração das palavras-chave dos artigos do portfólio, observa-se uma conformidade ao tema da pesquisa, isto é, fazem alusão à Gestão Socioambiental, Desenvolvimento Sustentável e IES. As exceções ficam por conta apenas das palavras Canada e United States of America, que caracterizam os locais de estudo dos trabalhos.

A palavra-chave Higher education, primeiro lugar na relação de Chaves et al. (2013) com 6 ocorrências, perde visibilidade para Universities. Esta última passou de 3 para 11 menções na atual pesquisa; enquanto que a segunda colocada obteve uma evolução de 3, atingindo 9 ocorrências.

Environmental management, que em Chaves et al. (2013) dividia a segunda posição com Sustainable development e Sustainability, ambas com 4 ocorrências, se sobrepôs a elas com mais 4 alcançando o terceiro lugar.

Figura 7
Palavras-chave de destaque
Fonte: Resultados da pesquisa.