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Trabalho no Turismo para além do Jardim: Tarefa e Esquecimento
Work in Tourism beyond the Garden: Task and Forgetfulness
Rosa dos Ventos, vol. 8, núm. 3, pp. 274-286, 2016
Universidade de Caxias do Sul

Artigos



Recepção: 11 Maio 2016

Aprovação: 27 Junho 2016

Resumo: Este artigo aborda a complexa relação Turismo-Trabalho em um Jardim, espaço cultural de lazer e preservação. Tem por objetivo analisar os sentidos do trabalho, mais especificamente, o esquecimento pelos jardineiros da tarefa prescrita. O dispositivo teórico-metodológico é o da Análise de Discurso Francesa. Os resultados da análise permitem interpretar o esquecimento como estratégia defensiva contra o sofrimento e também como forma de inscrição e aparição do sujeito no trabalho em sua possibilidade de criar e estabelecer laço com o outro.

Palavras-chave: Turismo, Trabalho, Jardim, Análise do Discurso.

Abstract: This article discusses the complex relationship between tourism and work in a public garden, considering this place as a cultural space for recreation and preservation. It aims to analyze the meanings of work, more specifically, the forgetfulness by the gardeners of the prescribed task. The theoretical and methodological device is the French Discourse Analysis. The analysis results allow interpreting forgetfulness as a defensive strategy against the suffering as well as a manner to allow the appearance of the subject at work in his ability to create and establish enlaces with the other people.

Keywords: Tourism, Work, Garden, Discurse Analysis.

TRABALHO EM UM JARDIM: MATERIALIDADE PARA ANALISAR A RELAÇÃO TURISMO E CIDADANIA

Este artigo se debruça sobre um espaço, o jardim, local de possibilidade turística atrelado ao turismo cidadão, conceito que busca associar a cidadania como parte do Turismo. Ao mesmo tempo, o turismo cidadão possibilita novas posturas coletivas de experiências turísticas, que valorizem a hospitalidade entre os moradores do local e os torne vizinhos atentos ao patrimônio natural e cultural de sua cidade. No caso do visitante de jardins, esta relação se dá através do estranhamento e do olhar de inquietação para além do rotineiro, permitindo uma leitura - ou uma releitura - através do novo olhar, agora distanciado, que ultrapasse o que seria, de outra forma, apenas cotidiano. (Gastal & Moesch, 2007).

De uma maneira geral, os jardins e parques históricos têm sido encarados como elementos essenciais do patrimônio e da paisagem cultural assim como tem sido reconhecida a sua potencialidade como recursos turísticos, desde o nível local ao nacional, desde o mero sítio à estruturação em rede, e por consequência com uma grande capacidade atrativa, de tal forma que, este tipo particular de paisagem incorpora muitas vezes elementos da identidade e imagem de um território (Silva; Carvalho & Tomás, 2013, p.635).

A discussão sobre a importância dos jardins para o turismo é bastante ampla e as abordagens são múltiplas. A ideia de um jardim perdido que a mitologia tenta construir, conforme os estudos de Korstanje (2009), cuja alegoria, o turismo tenta se apropriar, enquanto um lugar ideal para descanso, só faz acentuar seu valor patrimonial. No entanto, nosso foco nesse texto é tratar diretamente do trabalho nesses locais, na tentativa de abordar o tema turismo-trabalho na relação do jardineiro com o visitante do jardim. Destaca-se, na presente análise, a relação de trabalho do jardineiro para além de suas atividades junto às plantas e à terra, priorizando o trato com o visitante. Considera-se tal relação da maior importância, em especial naqueles jardins reconhecidos como patrimônio de uma localidade.

Em relação ao trabalho, evidenciamos que os modelos de gestão originados no período taylor-fordista são ainda hoje muito utilizados nas organizações, modelos que constroem cenários do trabalho prescrito distanciados do trabalho real dos trabalhadores. “O taylorismo, ou a administração científica do trabalho, surgiu como uma nova cultura do trabalho, tornando relevante, sobretudo para o desenvolvimento das indústrias química, elétrica e metalúrgica, correspondendo às necessidades de uma etapa do capitalismo internacional, período de atuação monopolista do capital” (Lapis & Merlo, 2007, p.62). Práticas que surgiram por concepção científica gerando uma cultura do trabalho prescrito, dentre elas a redução do trabalho a enquadramento de tempo, a desconsideração com as características e a diversidade dos trabalhadores. O tempo posto como objeto de julgamento não leva em conta que o mesmo não será o mesmo, depois da automatização. São necessários novos ajustes, ou seja, práticas criadas sob a racionalização, em nada contribuindo para com o trabalhador e sim para com a organização do trabalho, o que leva diretamente no sofrimento (Ferreira & Barros, 2003). Dejours (2004) coloca que a gestão na forma taylorista-fordista provoca a desapropriação do saber do trabalhador e inibe qualquer iniciativa de transformação ao trabalho, pois a adaptação necessita de uma atividade intelectual e cognitiva não almejada pelo taylorismo. Ainda para Dejours (2010), os trabalhadores dos dias atuais não sofrem menos do que os trabalhadores do passado, pois o trabalho como posto na sociedade capitalista, mantém-se como fonte de sofrimento.

Os suportes teóricos para as análises neste artigo baseiam-se em conceitos da Psicodinâmica do Trabalho e da Análise do Discurso Francesa. A Psicodinâmica do Trabalho é uma abordagem teórica que se refere à atual organização do trabalho, o que entra em conflito com o livre funcionamento psíquico do trabalhador. Aproxima-se da psicanálise e indaga sobre qual é o lugar do sujeito e do desejo no trabalho. A Análise de Discurso, fundada por Michel Pêcheux, no final dos anos 1960, na França, coincide com os movimentos sociais do período, com greves por melhores condições aos trabalhadores e por mais espaço na organização do trabalho. Justifica-se, assim, a opção por analisar aspectos deste artigo através de um dispositivo que aborde as contradições do sujeito em sua relação com o trabalho. Neste estudo, está em questão à relação entre a tarefa prescrita e a tarefa possível de jardineiro na relação com o outro, no caso, o visitante. Esta investigação debruça-se sobre três materialidades: o diário de campo de pesquisa, as entrevistas com os trabalhadores jardineiros e a tarefa prescrita na lei de cargos e funções da instituição em que atuam.

Essas materialidades empíricas são tomadas enquanto texto para serem discursivizadas. Desse texto, são isoladas as sequências discursivas (SD) da tarefa prescrita na lei e das entrevistas com os trabalhadores jardineiros. A observação do diário de campo é tomada como recorte discursivo (RD) para análise. As sequências discursivas e o recorte discursivo foram extraídos a partir da sua relação com o objetivo específico desse artigo que é o de conhecer o trabalho prescrito e o trabalho possível do jardineiro, segundo Dejours (2012), na sua relação com o outro, o visitante. Para tal, foram entrevistados cinco jardineiros. Nessa metodologia qualitativa discursiva, importa aquilo que é dito e o que não é dito e o que é dito apenas uma vez ou repetidas vezes. Pois o que está em jogo é a posição que o sujeito toma no discurso para abordar o seu trabalho. Importa o sofrimento e o desejo do sujeito que se articula e que se [re]produz no trabalho. Lembra-se que é o sujeito dividido do inconsciente que se inscreve na história, interpelado pela ideologia que está na produção de sentidos. Também não estão em questão os dados empíricos desses trabalhadores, como idade, sexo e tempo de serviço. O que se valoriza é o discurso.

ANÁLISE DO DISCURSO E PSICODINÂMICA DO TRABALHO

A Análise do Discurso é um campo teórico que se estabelece em fronteira com três áreas do conhecimento: Psicanálise, Materialismo Histórico e Linguística, que longe de se complementarem, colocam-se em tensão entre si, no sentido de questionar as Ciências Humanas e Sociais (Pêcheux & Fuchs, 1975/1997). Neste artigo, os conceitos de sujeito, ideologia e sentido são imprescindíveis para compreender as relações no/do trabalho. Certamente, não existe trabalho sem sujeito e o sujeito só pode se expressar e trabalhar na ideologia, através de uma prática que adquire sentido na linguagem, através de seu engendramento na história. Conforme Mariani (2010) “o sujeito, para a análise do discurso, é uma posição material linguístico-histórica produzida em meio ao jogo de contradições e tensões sócio-ideológicas. Assim, em uma dada análise, busca-se compreender o modo de produção de sentidos resultante das posições discursivas de sujeito constituídas.” (p.61º). No engendramento da linguagem e da história há o que os estudos discursivos chamam de forma material, não abstrata para produzir sentido. Ferreira (2001) trata do conceito de sentido como “a expressão que não existe em si mesmo, só pode ser constituído em referência às condições de produção de um determinado enunciado, uma vez que muda de acordo com a formação ideológica de quem o [re]produz”. (p.21). Orlandi (2001) assinala que o “sujeito só tem acesso à parte do que diz” (p.48), naquilo que lhe concerne o imaginário, pois tanto a história quanto a língua, guardam um real inacessível pela via do simbólico. Os jardineiros falam sobre seu trabalho e sobre os sentidos que não são evidentes. Cabe ao analista do discurso, problematizar as contradições através das metáforas e paráfrases que são ditas. Bem como, os equívocos e os esquecimentos, pois segundo Pêcheux (1997), o sentido só se produz na falta de sentido, no sem sentido, no non-sens.

O conceito de sujeito da Análise do Discurso reafirma o sujeito dividido da Psicanálise. Por ser dividido, está diante daquilo que falha na linguagem. Segundo Pêcheux & Fuchs (1975/1997), no caminho trilhado por Freud e Lacan, aquilo que falha se manifesta incessantemente e de variadas formas, através do lapso, do chiste, do esquecimento no próprio sujeito. Trata-se de um sujeito que não está na origem de seu dizer. Para a Análise de Discurso, o sujeito é “constituído pelo esquecimento daquilo que o determina, ou seja, não se dá conta de sua constituição por um processo do significante no funcionamento da linguagem na interpelação ideológica e na identificação imaginária a determinados sentidos” (Magalhães & Mariani, 2010, p.402). Portanto, quando os jardineiros falam sobre seu trabalho, o que pode ser dito? Como ocorre o entrecruzamento da subjetividade com a Ideologia que regula o trabalho? Como se trama o sentido? É na tentativa de buscar esses indícios no espaço de possibilidade turística que a presente pesquisa se debruça.

Para conceituar a Ideologia, é importante compreender as construções ideológicas da reprodução/transformação, expostas por Pêcheux ao comentar obra de Althusser (1996), para quem, as “condições contraditórias são constituídas, num dado momento histórico e numa dada formação social, pelo complexo conjunto de Aparelhos Ideológicos de Estado contido na formação social”. (Althusser, 1996, p.144). O autor refere-se como complexo, pois é um “conjunto com relações de contradição-desigualdade-subordinação entre seus ‘elementos’, e não um simples rol de elementos [...].” (Pêcheux, 1996, p.144).

A ideologia não se reproduz sob a forma geral de um Zeitgeist (isto é, o espírito da época, a ‘mentalidade’ de uma época, os ‘hábitos de pensamento’ etc) imposto à ‘sociedade’ de maneira regular e homogênea, como uma espécie de espaço preexistente à luta de classes [...]. (Idem).

A ideologia “faz parte, ou melhor, é a condição para a constituição do sujeito e dos sentidos. O indivíduo é interpelado em sujeito pela ideologia para que se produza o dizer” (Orlandi, 2001, p.46). “A ideologia não é a ocultação, mas função da relação necessária entre linguagem e mundo” (Idem, p.47). O trabalho dos jardineiros em um local de possibilidade turística como o jardim, pode ser pensado como uma função do sujeito que se dá na relação linguagem e mundo, produzindo sentidos. Existe íntima ligação entre a ideologia e o inconsciente, na análise do discurso. “A interpelação do indivíduo em sujeito, pela ideologia, traz necessariamente o apagamento da inscrição da língua na história para que ela signifique. [...] O efeito é o da evidência do sentido (o sentido-lá), e a impressão do sujeito como origem do que diz. Efeitos que trabalham, ambos, a ilusão de transparência da linguagem” (Orlandi, 1996, p.28). Para Magalhães e Mariani (2010, p.404), as marcas de subjetividade inscritas no dizer assinalam, simultaneamente, mas sem estarem misturadas ou confundidas, traços do registro inconsciente, da identificação [ou não] a uma determinada formação discursiva e, também, traços de assujeitamento ideológico.

Na abordagem teórica da Psicodinâmica do Trabalho, na construção dos sentidos que se reflete nas relações sociais, está “o sujeito pensa sua relação com o trabalho produz interpretações de sua situação e de suas condições, socializa essas ultimas em atos intersubjetivos, reage e organiza-se mentalmente, afetiva e fisicamente, em função de suas interpretações, age, enfim, sobre o próprio processo de trabalho” contribuindo na construção (Dejours, Abdoucheli & Jayet, 1994, p.140). A organização do trabalho objetiva o cumprimento das tarefas prescritas, que são aquelas que as Instituições determinam como de responsabilidade a determinada função ou cargo. A tarefa prescrita pressupõe a realização de inúmeras atividades, padronizando os trabalhadores por funções indicando-lhes uma posição de sujeito na estrutura de produção. “A tarefa não é nunca neutra em relação ao meio afetivo do trabalhador; ele pode falar de sua tarefa ou deve calar-se; às vezes, é preciso esconder dos outros o conteúdo de seu trabalho” (Idem, p. 51). Durante a alienação aos conteúdos da tarefa e o produto de seu trabalho, o “sujeito pode encontrar-se em situação de subemprego de suas capacidades, ou ao contrário, em situação muito complexa correndo assim o risco de um fracasso” (Dejours, 1987, p.52). Considera a dificuldade prática na execução da tarefa e “a tarefa pode veicular uma mensagem simbólica para alguém ou contra alguém” (Idem). O trabalho, portanto, pode colocar em jogo a subjetividade do trabalhador, fazendo muitas vezes, desaparecer o sujeito como autor do seu gesto.

A TAREFA PRESCRITA E O ESQUECIMENTO

A tarefa prescrita pressupõe a divisão e a distribuição do trabalho e vem de uma generalização impossível de ser realizada; ela só existe para um aproveitamento total do tempo de trabalho que se designa já ‘comprado’. Para tanto, a abordagem de Marx (1848/2010), parece oportuna para evidenciar o reflexo do capitalismo na divisão do trabalho, pois quando o capitalista consegue explorar de forma vantajosa as forças da natureza, das máquinas e da fragmentação do trabalho, para reduzir seus custos e aumentar seus lucros, expandirá também sua necessidade de produzir mais. Tal conjuntura engendra um circuito que acarretará novas divisões de trabalho, maior aplicação de maquinaria e um trabalhar em maior escala, considerando somente a força de trabalho ‘comprada’ e não o sujeito trabalhador e o valor do trabalho. Marx (1982) mostra que “na medida em que aumenta a divisão do trabalho simplifica-se o trabalho. A habilidade especial do operário torna-se sem valor” (p.23). Ele é transformado numa força produtiva simples, monótona, que não tem de pôr em jogo energias físicas nem intelectuais. O seu trabalho torna-se trabalho acessível a todos.

No caso da presente pesquisa, trata-se de uma empresa pública, porém o modelo de gestão insere-se e inspira-se na administração capitalista que permeia as instituições na contemporaneidade. O trabalho prescrito para o cargo de Jardineiro é determinado pela Lei Estadual Nº 14.187, que institui o plano de empregos, funções e salários (Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul, 2012). Na referida Lei, o cargo é descrito como Agente de Apoio Operacional Jardineiro. Evidencia-se nesse documento, uma abrangência de tarefas contemplando além das determinadas, outras que possam ser consideradas ‘relacionadas à’, ‘que se fizer necessária’, ‘compatíveis’ e ‘correlatas’. Na investigação das atividades previstas na tarefa prescrita, que está na Lei citada anteriormente, procurou-se por atribuições que sinalizassem o encontro do trabalhador com o visitante. Nessa busca da relação jardineiro-visitante, nos deparamos com esta relação das sequências discursivas abaixo. As SD´s 1 e 2 indicam formas da organização do trabalho:

SD1- manusear máquinas e equipamentos necessários ao desenvolvimento das atividades horticulturais e auxiliar na manutenção que se fizer necessária (Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul, 2012; grifo nosso).

SD2- apoiar e participar das atividades educativas e de divulgação relacionadas à sua atividade (Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul, 2012; grifo nosso).

A tarefa prescrita vem de uma generalização impossível de ser realizada, para um aproveitamento total do tempo de trabalho ‘comprado’. Marx (1982) conceitua o reflexo do capitalismo na divisão do trabalho, pois quando o capitalista consegue explorar de forma vantajosa as forças da natureza, das máquinas e da divisão do trabalho, para reduzir seus custos e aumentar seus lucros, expandirá também sua necessidade de produzir mais, entrando em um ciclo que trará novas divisões de trabalho, maior aplicação de maquinaria e um trabalhar em maior escala, considerando somente a força de trabalho ‘comprada’ e não o sujeito trabalhador e suas capacidades. São nessas formas de organização do trabalho que o agente operacional jardineiro fica exposto ao desejo do outro, quando a tarefa abre-se ao desejo do outro como no trecho ‘que se fizer necessário’, explicitando a divisão e compra do tempo da força de trabalho, como Marx (1848/2010) antecipava. Dejours (1991) descreve um processo que chamou de subversão libidinal como ponto de partida para a formação de um corpo erógeno, aquele constituído pelas pulsões libidinais. O autor diferencia o corpo humano sob suas perspectivas: corpo biológico e corpo erótico. O corpo erótico é formado pela subversão da função do órgão pela pulsão. No aparecimento pulsional, o sujeito do trabalho, registra sua história. Desta maneira, o corpo erógeno do erotismo estrutura as formações inconscientes do sujeito em relação à tarefa prescrita e suas expressões na trama do desejo no enlace trabalho-turismo.

Neste sentido, pensamos num rearranjo do trabalhador com a tarefa prescrita. No drible provocado pela subversão de um corpo, que de um, transforma-se num duplo: sujeito e trabalho. O sujeito é posto num movimento provocado pela filiação à organização do trabalho e ao sistema capitalista. A injunção do empregador revela uma potência a mais ao alienar o desejo do sujeito do trabalho num fazer que nem sempre se conhece. O ponto de fragmentação e estilhaçamento do sujeito é o inconsciente. A [im]possibilidade do desejo e do reconhecimento do ato de criação do trabalhador abre o corte produzido pela trama, organização do trabalho no turismo e sistema capitalista, e coloca em cena as relações prazer-sofrimento propostas por Dejours. Toda a impossibilidade, diz Lacan (1992), “seja ela qual for, dos termos que aqui colocamos em jogo, articula-se sempre com isto – se ela nos deixa em suspense quanto à sua verdade, é porque algo a protege, algo que chamaremos impotência” (p.166). A revelação aqui está no sentido de efetivação do sujeito do trabalho operado por uma ideologia dominante. A [im]potência é resultado da [im]possibilidade do arranjo subjetivo do sujeito na organização do trabalho. O trabalho estilhaça a linguagem e a historicidade do sujeito do trabalho se escreve com fragmentos, restos e sobras.

Dejours (2011) observa que não “acharemos abusivo observar nisso o exercício de uma vontade: a de dominar, de controlar, de explorar o máximo a força de trabalho.” (p. 27). É neste ponto que provocaremos o encontro entre a psicodinâmica do trabalho e o materialismo histórico para pensar o sujeito do trabalho no Turismo. O conceito de força de trabalho, lembrado por Dejours, abre uma fresta pela qual olhamos o trabalho na complexidade das relações espaço – temporais das questões humanas. A atualidade nos apresenta a releitura da obra de Marx através do geógrafo David Harvey (2013). Este autor indica um processo imperativo que virá a transformar a terra em um campo aberto à circulação do capital financeiro. Neste sentido, Harvey nos convoca para uma observação mais atenta sobre o uso da força de trabalho e os processos de expansão do capitalismo. Permite pensar o trabalho dos jardineiros num território nomeado patrimônio histórico cultural.

Os jardineiros, sujeitos do trabalho, evidenciam o drama em que a organização do trabalho é, de certa forma, a vontade do outro. A divisão do trabalho entre chefes e subordinados, sua repartição entre os trabalhadores e a definição de seus espaços e posições estão atrelados à descrição da tarefa prescrita na lei. Instala-se a tensão entre o trabalhador e a organização do trabalho, como pode ser observada na SD3 retirado da lei no que dispõe sobre a tarefa de Agente de Apoio Operacional Jardineiro:

SD 3- Executar outras atividades correlatas ou que lhe venham a ser atribuídas pela Direção, compatíveis com a sua atividade profissional (Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul, 2012);

A designação de “outras atividades correlatas ou que lhe venham a ser atribuídas” (SD3), situa a posição-sujeito do trabalhador jardineiro. Trata-se de um posto de trabalho localizado na base da estrutura social produtiva, o que se deixa evidenciar pela denominação funcional ‘agente de apoio’, ‘agente de apoio operacional’. Sobre esse lugar social, Dejours (1991) aponta que “a coletividade operária sabe quais são os postos mais duros e quais os mais tranquilos”. (p.51). Para Harvey (2013), em concordância com Marx, uma vez que os capitalistas adquirem força de trabalho, eles mantêm o direito de uso durante tempo determinado e dessa forma “eles podem organizar o processo de produção”. (p.69). Nas pesquisas dejourianas sobre o trabalho, o trabalho prescrito pela organização e o trabalho possível de ser executado estão sempre em descompasso (Dejours, 2011). O trabalho prescrito não pode ser executado sem adaptações por parte dos trabalhadores. No caso dos jardineiros, para transformar as tarefas que estão descritas na Lei, em trabalho possível, precisam mobilizar e fazer uso de seus recursos intelectuais, físicos e afetivos para construir uma resposta que dê conta da atividade demandada.

SD 4: [...] isso é uma coisa que eu nunca entendi muito bem aqui dentro assim, qual é o parâmetro pra estar rendendo o quanto esperam de ti, isso é uma coisa que não fica muito clara aqui, é bem difícil tu entender o que se espera de ti (J1);

Visto na SD4 a contradição do que anuncia a organização do trabalho e o que o sujeito entende como sendo a sua tarefa. Nesse contexto, então, o trabalhador ideal seria aquele indivíduo capaz de adaptar-se a todas as situações, de fazer calar em si “seus estados d’alma”, de considerar os problemas em sua frieza, mostrado como exemplo de guerreiro ou esportista, capaz de ultrapassar seus limites, de ter formas de “comunicação afirmativa”, de ser obcecado pela “excelência” e que deve, portanto, conformar-se à nova ideologia do ganhador, do lutador, livre de promessas, dos sonhos e dos questionamentos (Enriquez, 2010. p.146). A tarefa e a linguagem não são transparentes, ao contrário, manifestam opacidade e densidade, como pode ser também observado na SD5:

SD5- ta meio formal demais assim pra mim saber exatamente o que que eles tão se referindo...executar todas as atividades horticulturais necessárias a produção e ao cultivo de plantas... todas as atividades... não sei, já fiquei na dúvida do que é horticulturais, se fosse um pouquinho mais no português popular talvez eu te desse mais certeza se a gente faz ou não, não sei o que ta escrito ai... talvez... nós temos um colega que é engenheiro florestal, ele lendo essas tarefas talvez ele saiba...(J2);

Para além daquilo que é executado, o trabalho também é o que pode ser dito sobre o trabalho. Enquanto ato humano, o trabalho exige interpretação na cultura. A negação da tarefa prescrita pelo trabalhador, na perspectiva dejouriana, pode ser uma forma de defesa contra o sofrimento no trabalho, portanto, uma forma de resistência à organização do trabalho. Para a Análise de Discurso, trata-se de um esquecimento em que o sujeito se julga origem de seu próprio dizer (Pêcheux, 1997) e, portanto nesse caso, o senhor de sua práxis. O que se constitui ao mesmo tempo em um engano e numa forma de resistência do trabalhador em se deixar alienar na organização do trabalho. Nesta linha, Freud (1901/1976) já se antecipava na questão do esquecimento das intenções, ou seja, da omissão de um fazer. “Posso antecipar um resultado uniforme de toda série de observações: na totalidade dos casos, o esquecimento mostrou-se basear-se num motivo de desprazer” (p.81). Mais adiante neste mesmo texto sobre a Psicopatologia da Vida Cotidiana, Freud destaca “a destreza inconsciente” (p.84) para lidar com o mal-estar e a raiva secreta. A tarefa prescrita, enquanto estrutura de base, é suscetível de servir tanto à organização do trabalho quanto à transformação do trabalho pelo trabalhador. No entanto, a presença de uma descontinuidade, entre tarefa prescrita e a tarefa possível é o que remete ao domínio do esquecimento, ao real do trabalho. O apagamento da Lei no cotidiano – esquecimento – provoca o desconhecimento engendrado por uma concepção ideológica de descontinuidade entre o trabalho prescrito e o real do trabalho.

Na fronteira da Psicodinâmica do Trabalho com a Análise de Discurso, poder-se-ia pensar em três registros sobre o trabalho: O trabalho prescrito que seria da ordem do imaginário e da ideologia, inscreve-se numa filiação de organização, controle, exploração e dominação. O trabalho possível [a obra] pode ser entendido como aquilo que resulta de um arranjo que o trabalhador faz com os recursos externos mais as suas possibilidades físicas, psíquicas, emocionais e intelectuais – da ordem do simbólico. No entanto, como o trabalhador dessa confluência teórica não é o sujeito centrado da razão, sempre vai haver algo que lhe escapa no trabalho, algo que não se sabe e que não se interpreta: aí estaríamos diante do real do trabalho. Para Dejours (2004), “o real se revela ao sujeito pela sua resistência aos procedimentos, ao saber-fazer, à técnica, ao conhecimento, isto é, pelo fracasso da mestria”. (p.28). Portanto, o esquecimento vem atualizar a máxima psicanalítica ‘o eu não é o senhor em sua própria casa’, postulada por Freud. O esquecimento, juntamente com o sonho, o equívoco e o sintoma são ocorrências que se distanciam da razão e se aproximam do inconsciente e que são bem acolhidos tanto pela Análise de Discurso quanto pela Psicodinâmica do Trabalho.

Para a Análise de Discurso, o esquecimento é uma operação necessária para que a ideologia funcione em seus processos de interpelação do sujeito. Para Pêcheux, o processo de enunciação coloca barreiras entre o que é ‘selecionado’ e o que é ‘rejeitado’, constituindo o universo do discurso (Pêcheux & Fuchs, 1975/1997). Na zona do rejeitado, ele vai situar os dois tipos de esquecimento. Portanto, da ordem do inconsciente, a ideologia opera através dos esquecimentos n.1 e n.2. No caso dos jardineiros, a organização do trabalho é representante da gestão capitalista da força de trabalho e a tarefa prescrita é a forma com que a divisão do trabalho se dá entre chefes e subordinados, dissociando planejamento e execução. [Re]Conhecer a tarefa prescrita é admitir que o trabalho já foi pensado antes e independentemente do trabalhador, mesmo antes de seu ingresso na instituição. O sujeito trabalhador pode, portanto, penetrar na zona do esquecimento n.2, já que ela é regida pelos sistemas pré-consciente e consciente e fazer um retorno de seu discurso sobre si mesmo e reformulá-lo, aprofundá-lo e até, de certa forma, antecipar o seu efeito. É o lugar da construção em paráfrase, que permite a função-autor, portanto gestos de autoria no trabalho. Conforme aparece no recorte discursivo (RD) do diário de campo:

RD- Trabalhador do Setor de Venda de Mudas relatou que no inverno vende mais plantas, que costuma sugerir as mudas de acordo com a descrição, a pessoa diz que tem uma área determinada e então ele sugere, normalmente as que estão ameaçadas e as pessoas acabam levando por estarem ameaçadas [extinção] (Diário de Campo, 15 out 2014).

Se por um lado a tarefa prescrita solicita identificação maciça e ortopédica com o que está sendo enunciado enquanto trabalho. Essa captura permite que o sujeito acesse e reproduza um saber constituído que está no interdiscurso – no conjunto das formações discursivas onde tantos outros dizeres sobre o trabalho é possível, na confluência, interseção, superposição, aliança e choque entre diferentes saberes. (Pêcheux & Fuchs 1975/1997). Essa mesma captura pode, também, acionar a condição de reformulação e retorno do discurso do sujeito sobre si, abrindo possibilidades para a função-autor e para o desdobramento do desejo. “A elaboração do trabalho real implica, assim, o afastamento das prescrições para dar início à atividade de ‘interpretação’.” (Dejours, 2004, p.63). A prescrição que é feita pensando no cumprimento de metas; modos de utilização da estrutura da organização; cumprimento de prazos; e obediência aos procedimentos e às regras, não pensada ou planejada para a realidade do dia-a-dia do trabalho (Ferreira & Barros, 2003).

A tarefa prescrita pode ser pensada, sob o viés da Análise de Discurso, como da ordem do imaginário. Parte do funcionamento da linguagem, elas seriam orientadas pelas relações de poder encontradas em nossa sociedade. Para Orlandi (2001), o imaginário não surge do nada e está sustentado nas relações sociais que estão estabilizadas na história. Na ausência e presença, traduzidos pela Análise do Discurso em memória e esquecimento. Esse movimento localizável no dualismo corpo-sujeito apresentado pela tarefa prescrita é traduzido como um jogo de força de posições entre sujeito e trabalho e, nas palavras de Pêcheux e Gadet (2004), constantemente ameaçado de ser suturado pela tese da positividade da comunicação, pela racionalidade operatória da pertinência, pela univocidade psicológica das escolhas e pelas intenções seletivas no interior de um determinado paradigma.

O TRABALHO: EXTIMIDADE DO SUJEITO

O Trabalho é esse exterior que constitui o interior do sujeito. A partir de Lacan propomos uma outra dimensão de escrita, que faz uma borda entre dois, separando duas coisas, sujeito e trabalho. Fica a borda que indica o que não mais se pode recuperar numa trama que parte da tarefa prescrita e soterra o sujeito na relação com o seu trabalho. Essa posição, além de permitir construir interfaces da Psicanálise com outros campos, também tece um suporte de produção dentro da própria psicanálise, que aponta para uma constituição de seu sujeito passando pelo tema da ‘extimidade’, num movimento de torção na concepção corriqueira do dentro e fora, como bem o situa Lacan (1988). O tema que nos permitirá situar a construção dessas bordas no que vai tocar a relação entre o trabalho e o sujeito. Neste sentido a tarefa prescrita antecipa o que o sujeito pode nos dizer sobre ele. O nome que fará aparição em um crachá não nomeia o sujeito, e sim, o trabalhador. Encontramos o sujeito transformado pela tarefa prescrita, nomeado Agente de Apoio Operacional Jardineiro: “trabalhar constitui, para a subjetividade, uma provocação que a transforma”. (Dejours, 2004).

SD 6- ... só funcionário ta escrito no meu... não sei porque... vou reclamar, quero jardineiro no meu crachá (J3);

SD 7- .... a gente tem um crachá, ta escrito, tem a minha foto, meu nome, tem meu numero de identidade funcional de funcionária pública, ããããhmm... e a minha função, jardineira (J4);

SD 8 - Se me abordam eu sou simpático, eu acho que enxergam trabalhando sim, chama atenção um cara passando com um machado, por isso que eu ando de identificação sempre no pescoço, já que não tem uniforme (J5);

Está exposta nas falas das SDs 6, 7 e 8 a subversão sobre a função de Agente de Apoio Operacional Jardineiro, contra da diluição do trabalho do Jardineiro. Aquilo que Lei dilui, o crachá resgata e reafirma. O crachá, retângulo plastificado, suspenso no peito do trabalhador, sobrepõe fragmentos de identificação do trabalhador, resultando numa camada espessa de enunciados que se interpõem entre o texto matricial do edital que divulga um concurso e uma vaga, de onde retirou elementos para a sua composição e a apresentação atualizada no campo de trabalho, sinalizando um saber-fazer. Essa placa de sinalização humana – indica não apenas um modo de usar a força de trabalho, mas de rearranjo institucional da tarefa prescrita. O crachá situa-se entre o discurso jurídico [o que um trabalhador deve e pode fazer] e o discurso de ocupações brasileiras [revela um campo de saber e uma prática]. Materializa-se em uma espessura policromática de estrutura discursivo-visual, em cujo trajeto, esses dois discursos se transformam, truncam-se na história da luta de classes e escondem-se na fragmentação e na divisão do trabalho para se apresentarem mais tarde, atenuam-se ou desaparecem, engendrando memória e esquecimento. O crachá é a tessitura de um texto que se estabelece, enquanto materialidade, efeito da organização do trabalho que dá lugar ao sujeito. Na relação com o outro – o visitante – o crachá possibilita uma fantasia capaz de desencadear, mediar e autorizar uma relação. Eu não devo abordar um homem estranho num parque, mas posso falar com um jardineiro na visita a um jardim.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Podemos concluir como ponto principal que o esquecimento é uma estratégia de defesa contra o sofrimento. Este esquecimento produz em nós a impressão da realidade do pensamento, “denominada ilusão referencial” (Orlandi, 2001, p.35). Além disso, o esquecimento que surgiu como furo da tarefa prescrita para dar lugar ao sujeito desejante. Num corte ao discurso capitalista, a análise do discurso e suas interfaces se enlaçam ao sujeito do inconsciente. Inconsciente de linguagem lacaniana, da sexualidade freudiana e de ideologia pêcheutiana. As repercussões do mal-estar do trabalho não cessam de se apresentar em novos arranjos na contemporaneidade. Por isso neste trabalho estamos enxergando o sujeito através de um mecanismo basculante que, ora nos deixa trabalhar com o inconsciente, ora com a ideologia, no que chamamos apoiados em Lacan (1971/1987) de escrita litoral, que faz uma borda de interpretação do jogo de forças ideológicas na trama trabalho-sujeito.

Pelos discursos dos jardineiros, as contradições de um sistema que se forma num mecanismo sofisticado de exploração do outro surgem como um ato de criação de onde o sujeito pode falar. Em cada entrevista, em cada trabalhador ouvido, o ato de criação ‘cria’ um recorte no tempo e no espaço usual para a instauração de um semblante diferencial. Como apresentamos com Lacan na ideia de extimidade, na qual o mundo interno do trabalhador é produzido pela exterioridade do trabalho. O fio condutor deste trabalho foi a relação entre a desestabilização do sujeito, o trabalhador jardineiro, com a tarefa prescrita num movimento de penetras nas frestas do ainda não articulado e não nomeado, daquilo que ainda está por se fazer que só o esquecimento autoriza. O desconhecimento da tarefa, o esquecimento, é o sem sentido - o non-sens - que se faz presente como um abalo na organização do trabalho, permitindo ao sujeito a recriação de suas atribuições e a reinvenção de seu trabalho, através disso é que o sujeito se reinventa.

Desde já uma referência, este artigo estabelece um horizonte litoral de interpretação ao trabalho no turismo. Este fragmento, apresentado como texto, ilustra também à necessidade poética como um dos elementos mobilizadores na constituição de ‘um outro eu’ do trabalho. Neste sentido, a ambição poética do ato criador do jardineiro e seu trabalho residem na imersão do sujeito num jogo que se desloca entre prazer – sofrimento com a tarefa prescrita. A esfera poética de cada trabalhador cria um espaço de estranhamento, diante de um novo gesto que ainda não se conhece nos editais da tarefa prescrita. Postas em cena, as contradições do sistema capitalista não irão renunciar ao seu lugar de maestria. O discurso do capitalista deixará escapar muito pouco, e são nestes restos em que iremos operar no furo da ideologia na cena drama-trama. O esquecimento dos jardineiros é o que escapa e dribla, faz um novo caminho, de estética subversiva aos repúdios da organização do trabalho e da tarefa prescrita em direção ao sujeito. É no que falha que se encontra a causa do jardineiro que reescreve o seu próprio edital nas malhas do desejo onde o trabalhador é o artesão de seus suportes. Com este encontro pretendemos uma marca de subversão nas ciências humanas e sociais. Quebras, colapsos, fissuras, rupturas, rachaduras, falhas geológicas que desestabilizem nosso território. É nisto que buscamos numa pesquisa de enlace entre campos de tamanha potência como o da Análise do Discurso, a Psicodinâmica do Trabalho, a Psicanálise e o Turismo.

Referências

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Notas

1 Denise de Souza - Mestre em Turismo e Hospitalidade pela Universidade de Caxias do Sul. Currículo: http://lattes.cnpq.br/8098431462823059. E-mail: des1301@gmail.com.
2 Luciene Jung de Campos – Doutor. Professor, pesquisador e orientador do programa de Pós-Graduação em Turismo e Hospitalidade, Universidade de Caxias do Sul, Caxias do Sul, RS, Brasil. Currículo: http://lattes.cnpq.br/1151177602559882. E-mail: ljungdecampos@gmail.com
3 Macuri Peteffi - Graduando em Psicologia, Universidade de Caxias do Sul, Caxias do Sul, RS, Brasil. Bolsista CNPq. Curriculo: http://lattes.cnpq.br/8342354414447012 . E-mail:macuri.peteffi@gmail.com


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