Artigos
Recepção: 21 Março 2017
Aprovação: 06 Outubro 2017
DOI: https://doi.org/10.18226/21789061.v10i1p169
Resumo: O Estado de Santa Catarina, no sul do Brasil, apresenta uma diversidade de sítios arqueológicos, especialmente aqueles do tipo Sambaqui, legado cultural de grupos caçadores-pescadores-coletores presentes em grande parte do litoral brasileiro. Devido a sua importância histórica e científica, os sambaquis atraem pesquisadores do Brasil e do exterior, mas também bem do cidadão comum. Nesses termos, considera-se que tais sítios, integrados em roteiro turístico, podem contribuir para a economia do local em que se situam. O estudo, com metodologia qualitativa e quantitativa, utilizou-se da aplicação de formulários para 200 moradores e estudantes das escolas públicas dos bairros Mato Alto e Congonhas, na zona rural do município de Tubarão- SC. Buscou-se entender se a população local possuía interesse na preservação dos sambaquis e no desenvolvimento do Turismo Arqueológico no município. A partir dos resultados obtidos, propôs-se um roteiro de visitação aos sítios arqueológicos do município.
Palavras-chave: Turismo Arqueológico, Sambaquis, Roteiro de Turismo, Tubarão, SC, Brasil.
Abstract: The State of Santa Catarina, in south Brazil, has a diverse amount of archaeological sites, especially shell-mounds, which are known in Brazil as Sambaquis, They are cultural legacy of hunter-fisher-collectors groups who inhabited great part of the Brazilian coast. Due to their historical importance, Sambaquis attract researchers from different parts of Brazil and the world . In addition to their academic importance, these sites can also contribute to the local economy through the development of archaeological tourism. The study on this possibility was carried out, through a qualitative-quantitative research, with the application of forms for 200 residents and students of public schools located in Mato Alto and Congonhas, in the rural area of Tubarão-SC. The goal of the research was to understand if the local population had interest in the preservation of Sambaquis and in the development of Archaeological Tourism at the municipality. As a result it was proposed a visitation route to the archaeological sites of Tubarão-SC.
Keywords: Archaeological Tourism, Shell-mounds, Tourism route, Tubarão, SC, Brazil.
INTRODUÇÃO
O litoral sul de Santa Catarina, Estado do Brasil meridional, destaca-se pelo turismo de sol e mar (Santur, 2010), mas ainda apresenta uma natureza pouco alterada, com campos de dunas móveis e fixas preservadas, vegetação de restinga, lagoas e mananciais. Verifica-se, também, uma profusão de sítios arqueológicos de diversas tipologias, com datações que vão desde o período Pré-Histórico até momentos emblemáticos da história brasileira, como a Revolução Farroupilha[5]. Inseridos nesse contexto, há a presença de centenas de sítios arqueológicos do tipo Sambaqui, com datas que remontam há mais de 7 mil anos, e particularidades que atraem pesquisadores e visitantes de diversas partes do Brasil e do exterior (Deblasis, Farias, & Kneip, 2014; Farias, 2015; Farias & Deblasis, 2014; Farias, Deblasis, Rampazzo, Demathé & Guimarães, 2014; G. M. Guimarães & Anjos, 2015; Guimarães, Zamparetti, Farias & Anjos, 2016; DeBlasis, Gaspar & Fish, 2000; Gaspar, 2000 ).
Sambaquis são sítios pré-históricos de pescadores-caçadores-coletores que habitaram quase a totalidade do litoral brasileiro e guardam vestígios de uma importante fase de ocupação da região em tempos pretéritos. Tais locais apresentam, principalmente, características ritualísticas. Neles são encontradas evidências da cultura material do grupo, entre elas estruturas funerárias, fogueiras, vestígios alimentares e artefatos confeccionados em ossos e pedra, que compuseram o mobiliário funerário. Apresentam, assim, forte potencial científico, ao representar o que restou da cultura dos grupos que ocuparam o Brasil meridional em tempos pré-coloniais. Também podem ser vistos como um importante recurso econômico para os municípios, uma vez que, se forem visibilizados por meio do turismo, podem vir a contribuir para o desenvolvimento social e econômico local (Gaspar, 2000; Gaspar, Klokler, & Bianchini, 2013; Nishida, 2007; Chamas & Schmidt, 2011; Copeta & Giacomo, 2010; Griffith & Griffith, 2012; Guimarães & Anjos, 2015; Villalobos, 2014).
O segmento turismo arqueológico tem muita visibilidade em âmbito mundial, com destinos consolidados e demanda crescente, configurando-se como importante atrativo em casos como Machu Picchu, Cairo e Roma, entre outros. No Brasil, apesar de grande potencial, o desenvolvimento ainda é incipiente, mas há casos em sítios arqueológicos vêm dando significado para cidades e Estados brasileiros. Morais (2002) afirma que em cidades como São Raimundo Nonato-PI, Piraju-SP e Joinville-SC, devido ao número expressivo de sítios arqueológicos em seus territórios, a comunidade se identifica com esse patrimônio, impulsionando a preservação desses sítios, tornando-os atrativos turísticos locais. Assim, avalia-se que categorizar os sítios arqueológicos como atrativo turístico é uma forma de promover o desenvolvimento local, bem como contribuir para a divulgação, sensibilização e preservação destes vestígios culturais.
Considerando tais possibilidades, organizou-se a pesquisa com metodologia qualitativa e quantitativa, que envolveu levantamento bibliográfico e documental, seguido de aplicação de 200 formulários, contendo questões abertas e fechadas, em duas comunidades próximas aos sambaquis Congonhas I e II e Mato Alto I e II, no município de Tubarão-SC. Os formulários foram divididos em duas partes. Na primeira, buscou-se compreender se a população conhecia um sambaqui e se sabia da ocorrência desse tipo de sítio no seu bairro, bem como se eles sofriam algum tipo de depredação. A segunda parte teve como objetivo compreender se a população investigada tinha interesse pela preservação dos sambaquis e pelo desenvolvimento do Turismo Arqueológico no município. O entrevistador, além das perguntas, realizou anotações no documento impresso. A população amostral da pesquisa envolveu estudantes [crianças e adolescentes], alunos das escolas de Ensino Fundamental das duas localidades investigadas e adultos moradores dos bairros citados. A amostra selecionada foi considerada não probabilística, sendo que a seleção foi feita a partir da proximidade das residências e das escolas com os sítios arqueológicos. O objetivo foi o de produzir um diagnóstico sobre o conhecimento da população local em relação aos sambaquis, bem como o seu interesse no desenvolvimento do Turismo Arqueológico no município.
O levantamento bibliográfico e documental investigou as pesquisas arqueológicas desenvolvidas naquelas localidades, com enfoque nos Sambaquis. Dessa forma buscou-se compreender a ocupação pré-histórica do território, bem como, os processos de transformação da paisagem no qual esses sítios estão inseridos. Os dados obtidos com este levantamento nos permitiram realizar algumas análises espaciais como a distribuição dos sítios na paisagem, e posteriormente a determinação do roteiro arqueoturístico. Com a aplicação da metodologia foi possível realizar um diagnóstico sobre a relação da comunidade com os sambaquis, e o seu interesse na realização do Turismo Arqueológico local.
TURISMO ARQUEOLÓGICO E SAMBAQUIS
A atividade turística pode ser desenvolvida de forma sustentável, sendo necessário definir estratégias e planejamento, com enfoque na sustentabilidade, garantindo a participação das comunidades locais no processo. É preciso reconhecer a importância do planejamento de longo prazo, bem como a utilização de indicadores de desempenho que monitorem a valorização econômica, ambiental e social. Paralelamente, também é necessário investir em práticas e tecnologias que permitam minimizar os impactos (Anjos, 2004; Ruschmann, 1997). A pesquisa em questão enquadra o Turismo Arqueológico como ponto central, uma vez que esse tipo de turismo ocorre na interface entre diversos segmentos do turismo.
A área em questão apresenta grande beleza cênica, que associada a monumentalidade dos Sambaquis litorâneos, se constitui em local com atrativos naturais e culturais significativos. Para Figueiredo e Pereira (2007), quando agregados, os itens da natureza e da cultura, possuem valor destacado, são únicos e definem marcas de identidade e territorialidade . A implantação do Turismo Arqueológico pode contribuir para o desenvolvimento local, bem como para a preservação e valorização do patrimônio arqueológico, a exemplo de outras ações desenvolvidas em território nacional. No entanto, o turismo de massa pode resultar na exploração exaustiva dos recursos culturais e naturais. (Figueiredo & Pereira, 2007; Guidon, 2007; Pardi, 2007). Morais (2002) reforça que não há “turismo, e muito menos o uso do patrimônio arqueológico para fins turísticos, sem planejamento” (p. 101).
O turismo, se entendido como opção de desenvolvimento social e econômico, só pode acontecer sob o respaldo do planejamento previsto nas políticas públicas geradas pela União, estados e municípios. E, em se tratando do uso do patrimônio arqueológico para fins turístico, há de se considerar dois desdobramentos: as expectativas da comunidade que detém o patrimônio no seu território e a imposição das normas legais vigentes que intervém na interface arqueologia/turismo (Morais, 2002). Diferente do patrimônio natural, um sítio arqueológico não tem a capacidade de se renovar, trata-se de um bem cultural finito, cujos impactos causados pelo mau uso serão irreversíveis ocasionando sua destruição. Diante disso, é imprescindível que antes de se implantar o Turismo Arqueológico em determinada região, seja realizado o planejamento da atividade, visando a salvaguarda do patrimônio cultural.
O foco dessa pesquisa recaiu sobre os Sambaquis [palavra de origem Tupi que significa monte de conchas], são sítios arqueológicos monticulares, distribuídos por toda a costa brasileira, ocupando principalmente zonas de tons ecológicos cambiantes, tais como regiões lagunares e áreas recortadas de baías e ilhas. Estes sítios, também chamados de concheiros, variam bastante de tamanho e, no litoral catarinense, podem atingir dimensões impressionantes, alcançando até 30 metros de altura e 500 metros de comprimento. Em geral, exibem uma sucessão estratigráfica de composição diferenciada: camadas de conchas mais ou menos espessas intercaladas por numerosos estratos finos e escuros, ricos em materiais orgânicos, com muitas estruturas distribuídas em áreas específicas. As mais significativas são sepultamentos, reportados na maior parte dos sambaquis descritos, em geral dispostos cerimonialmente em locais especificamente preparados para isso, frequentemente acompanhados de artefatos, oferendas alimentares e fogueiras[6].
Os sítios arqueológicos mais visíveis ocupam o litoral brasileiro desde o Rio de Janeiro até Torres, no Rio Grande do Sul, sendo verdadeiras edificações construídas com valvas de moluscos, construídos no período entre 7.000 e 2.000 anos atrás (Prous, 2006). O litoral do sudeste e sul do Brasil apresenta a maior concentração desses vestígios, onde os montes que podem alcançar dezenas de metros de altura e centenas de metros de extensão, em acúmulos de conchas, moluscos, vestígios alimentares e sepultamentos, depositados como fruto da ação humana de grupos indígenas pré-cabralianos, e nesses termos, importante fonte de informações sobre o nosso passado. Os sítios localizam-se, quase sempre, em grande baía ao longo de mangues e próximos a afloramentos rochosos. Formam agrupamentos concentrados e separados por grandes extensões sem sítio, como a região lagunar de Iguape-Cananéia [69 sambaquis conhecidos em 1890], região de Itanhaém, baía de Guaratuba, baía de Paranaguá [73 registros em 1951], litoral de Joinville e ilha São Francisco [70, no censo de 1966], ponta rochosa de Itajaí, ilha de Santa Catarina, laguna de Imaruí [53, conhecidos em 1966] (Deblasis, Kneip, Scheel-Ybert, Giannini, & Gaspar, 2007).
Pesquisas recentes no complexo lagunar sul, envolvendo os municípios de Tubarão, Laguna e Jaguaruna, dão conta de pelo menos 100 sambaquis, distribuídos ao longo de uma extensa paleobaía. Vários foram datados, demonstrando contemporaneidade entre agrupamentos de sítios (Kneip, 2004). Desta forma, no município de Tubarão, a presença de numerosos sambaquis gera a expectativa de que se está a tratar com um sistema ocupacional complexo e abrangente, e não com uma região periférica a outras onde a ocupação sambaquieira é reconhecidamente densa e importante, como as áreas contíguas de Jaguaruna e Laguna, bem como as Lagoas de Santo Antônio dos Anjos e Imaruí, mais ao norte. Segundo estudos de distribuição dos sítios arqueológicos, os povos pré-coloniais ocupavam locais onde o litoral era recortado e em que ocorre a interseção de vários nichos ecológicos. Foram escolhidas regiões que se caracterizam pela presença de estuários, lagunas, baías, mangues, restingas e matas (Deblasis et al., 2007; Gaspar, 2000).
Nessas regiões, procuravam pontos que permitissem fácil acesso a esses diferentes micros ambientes e que estivessem próximos à água potável, fossem protegidos do vento predominante e permitissem uma ampla visão do entorno. Locais que apresentavam essas vantagens permitiram uma maior estabilidade territorial do grupo. A importância dos fatores naturais na escolha de uma área para implantação de um sítio é ainda maior quando se trata de regiões alagadiças. Neste caso os locais com melhor drenagem ou secos, podem ditar a forma e a extensão do sítio (Figuti, 1993; Nishida, 2007). As informações decorrentes do estudo de implantação e distribuição de sítios demonstram uma articulação entre seus moradores para melhor explorar o ambiente, principalmente no que diz respeito à pesca. A quantidade e diversidade de peixes principalmente os de água profunda e a ocupação de ilhas, parecem indicar que já dispunham de algum tipo de embarcação.
A grande quantidade de restos malacológicos encontrada em sítios como os Sambaquis fez com que muitos pesquisadores concebessem estes sítios arqueológicos como produto de economias baseadas na coleta de conchas [bivalves e gastrópodes]. Todavia, de acordo com a literatura etnológica, as culturas dos sambaquieiros frequentemente têm sua economia baseada na pesca e ou na caça de mamíferos marinhos, atividade que geralmente apresenta uma alta rentabilidade (Colonese et al., 2014; Figuti, 1993; Nishida, 2007). A dieta alimentar desses grupos possivelmente era fortemente complementada pelo consumo de diversos vegetais, porém, devido à sua difícil preservação, sua utilização pode ser mensurada através de alguns testemunhos [coquinhos e sementes] e dos instrumentos para moer e triturar [mãos de mós, mós e almofarizes] recuperados em escavações (Bianchini & Scheel-Ybert, 2012; Gaspar, 2000). Pesquisas arqueológicas realizadas no município de Tubarão por DeBlasis et al. (2007), Assunção (2010), Farias e DeBlasis (2014) e Farias (2015) registraram o surgimento dos primeiros sambaquis por volta de 5.620 anos AP [Quadro 1]. Com os resultados das datações obtidas nesses estudos é possível inferir que Tubarão foi ocupado pelos construtores de sambaquis por 3.645 anos.
Nessa perspectiva, avaliando o potencial cultural da região, com uma profusão de Sambaquis antigos, avalia-se ser possível integra-los em roteiro de Turismo Arqueológico, com o intuito de promover a preservação desse tipo de sítio arqueológico, bem como a possibilitar a criação de instrumentos de melhoria da qualidade de vida local, por meio do desenvolvimento econômico. O Turismo Arqueológico, concebido de forma sustentável, assim como em outros segmentos, busca equilibrar as forças entre conservação dos recursos, neste caso o patrimônio arqueológico, com viabilidade econômica e equidade social. Vera-Rebollo e Ivars-Baidal (2003) descrevem que nesta perspectiva o turismo deverá ser um processo de mudança, com a melhoria de políticas e a participação da população local, adaptando o quadro organizacional, jurídico e as ferramentas de planejamento e gestão.
DIAGNÓSTICO ARQUEOTURÍSTICO
Para Alves e Silva (1992), a “análise qualitativa se caracteriza por buscar um a apreensão de significados na fala dos sujeitos, interligada ao contexto em que eles se inserem e delimitada pela abordagem conceitual [teoria] do pesquisador, trazendo à tona, na redação, uma sistematização baseada na qualidade, mesmo porque um trabalho desta natureza não tem a pretensão de atingir o limiar da representatividade” (p. 65). Percebe-se na aplicação da pesquisa, que a maioria dos entrevistados já ouvira sobre os Sambaqui, sendo que um percentual menor [9% adultos e 6% estudantes] responderam desconhecer esse tipo de sítio arqueológico. Quando questionados acerca da existência de Sambaquis na comunidade, novamente tem-se um resultado positivo, visto que, 83% dos entrevistados adultos responderam afirmativamente, bem como 89% dos estudantes mostram-se cientes de tal ocorrência. O reconhecimento por parte da comunidade da presença de Sambaquis na localidade, contribuiu para se compreender o quanto aquela localidade conhecia sobre o patrimônio local. Esse dado pode ser um indicador importante no entendimento da relação daquelas pessoas com os sambaquis, se há um processo de pertencimento, uma preocupação com a preservação, e ainda, se há possibilidade de se desenvolver atividades envolvendo esse tipo de patrimônio com o apoio da comunidade. Indagou-se sobre qual característica dos Sambaquis eles destacariam. Para os adultos o que mais se destaca e surpreende é o fato de haver sepultamentos humanos no local, contudo no universo infanto-juvenil o que lhes chama mais atenção é a numerosa quantidade de conchas, acumuladas por centenas de anos pelos grupos pescadores-caçadores-coletores.
Com relação à integridade dos Sambaquis, questionou-se sobre os atos depredatórios que os mesmos sofreram ao longo do tempo; a maioria dos entrevistados tem conhecimento acerca da situação de destruição e ameaça da integridade dos sítios arqueológicos. De acordo com o resultado, tanto a comunidade quanto os estudantes consideraram que a principal ameaça aos Sambaquis é o pisoteio por pessoas desavisadas. Apontaram como exemplo o caso do Sambaqui Congonhas I que se encontra junto à um campo de futebol, e que em dias de jogos o sítio serve de arquibancada para os espectadores. Entre os adultos, 22% (Erro! Fonte de referência não encontrada.) destacaram a mineração como atividade destrutiva. Vale ressaltar que ela foi recorrente até a década de 1980; a agricultura (10%) e prática de esportes radicais (7%). Com o público escolar houve destaque para o pisoteio de pessoas desavisadas com 41% e a prática de esportes radicais com 27%, formas mais recorrentes de destruição na atualidade.
Apesar de existir uma legislação que protege esse patrimônio, a destruição persiste. Ainda hoje, a integridade dos Sambaquis é ameaçada por praticantes de esportes radicais como motocross e jeepcross, que sulcam os sítios, muitas vezes sinalizados e cercados. Formam trilhas acelerando processos erosivos e promovendo o desmonte das estruturas. Outro fator de destruição insere-se no fato desses sítios estarem em áreas sujeitas a especulação imobiliária, em amplo processo de ocupação. Pesquisas demonstram que tais ações resultam, principalmente, da falta de ligação afetiva e do desconhecimento da população e poder público local sobre a importância histórica desses sítios arqueológicos (Farias, 2000; G. M. Guimarães & Anjos, 2015; G. M. Guimarães et al., 2016; Zamparetti, 2014).
Voltando-se ao potencial turístico destes espaços, indagou-se aos entrevistados se os mesmos consideram o Sambaqui como um potencial atrativo turístico. A maioria dos moradores (65%) e estudantes (55%) visualizam este potencial turístico como possível. No entanto aproximadamente 30% dos respondentes se contrapõem a este potencial, seguidos por 3 % de moradores e 11% de estudantes que não souberam opinar.
Um cenário de utilização do patrimônio arqueológico como atrativo turístico foi apresentado aos entrevistados, e diante da aceitação pediu-se que enumerassem os objetivos reais do desenvolvimento turístico, por ordem de prioridade. Embora com diferenças numéricas, as mesmas não se destoam de forma expressiva. Em primeiro lugar responderam que o principal objetivo consistia na preservação e conservação dos sítios arqueológicos, em segundo atrair turistas; em terceiro lugar a divulgação do local e, por fim o lazer. Um resultado bastante satisfatório, observando que a comunidade tem por prioridade a preservação dos sítios, frente às agressões que os mesmos vêm sofrendo há décadas.
Por fim, indagou-se aos entrevistados se o desenvolvimento do Turismo Arqueológico beneficiaria a comunidade. Tanto moradores (81%) quanto estudantes (77%) consideraram que este segmento turístico trará benefícios a comunidade. Em uma visão geral tanto a comunidade local quanto a escolar estão cientes do patrimônio arqueológico em sua comunidade, os atos de depredação a que estão sujeitos esses patrimônios, assim como, os benefícios que o desenvolvimento do segmento do Turismo Arqueológico poderia oferecer, tanto do ponto de vista econômico, quanto na valorização e preservação dos sítios arqueológicos. O diagnóstico para o desenvolvimento da atividade turística utilizando com atrativo os sambaquis teve a priori, boa receptividade junto à comunidade local que visualiza, de forma positiva, sua implantação. Baseados nesse diagnóstico construiu-se uma proposta de roteiro arqueoturístico para ser desenvolvido no município de Tubarão.
ROTEIRO TURÍSTICO EM SAMBAQUIS NO MUNICÍPIO DE TUBARÃO-SC
Tubarão, em Santa Catarina, é uma cidade de aproximadamente 100.000 habitantes, localizada a 130 km ao sul da capital, Florianópolis. É cortada pela BR 101 e se integra às cidades do complexo lagunar, estando muito próxima do litoral [20 km] e do planalto [100 km]. A economia gira em torno do comércio e dos serviços, contando com uma rede de equipamentos turísticos, principalmente de hospedagem e gastronomia. O turismo na cidade tem, como atrativos, duas estâncias hidrotermais e museus, mas, segundo a Secretaria de Turismo do município, não há oferta de rotas e roteiro turístico que privilegiem a visitação aos Sambaquis. O mesmo ocorre em outras cidades da região, onde também se encontram Sambaquis (Guimarães & Anjos, 2015; Guimarães et al., 2016).
Um roteiro de Turismo Arqueológico, para ser estruturado e implantado pautado no princípio da sustentabilidade, deve dialogar com a comunidade local e considerar a realização de um estudo de capacidade de carga, com assessoria de profissionais e órgãos públicos municipais que atuem na região. Para que a atividade não contribua para a deterioração do patrimônio, deverá ter como premissa a salvaguarda do sítio, através de ações de sensibilização do turista, da comunidade local e da criação de uma infraestrutura de recebimento (Figueiredo & Pereira, 2007; Griffith & Griffith, 2012; Guimarães, 2012; Guimarães & Anjos, 2015; Morais, 2002; Veloso & Cavalcanti, 2007). A comunidade local deve ser a principal interessada em implementar a proposta do Turismo Arqueológico, o que supõe ações de valorização do patrimônio, buscando despertar reconhecimento e identidade em relação ao mesmo. (Zamparetti, 2014). A partir da consolidação do roteiro, a comunidade receptora poderá beneficiar-se com a geração de renda.
Para a estruturação do roteiro, elencaram-se quatro Sambaquis, localizados nos bairros onde foram realizadas as entrevistas: Congonhas, onde estão os sítios Congonhas I e Congonhas II; e o Bairro do Mato Alto, onde se encontram os sítios Mato Alto I e Mato Alto II. O roteiro [] possui um percurso de 27 quilômetros de distância, partindo do centro da cidade, passando por outros bairros, que também possuem sítios arqueológicos, mas que não foram acrescidos ao roteiro. O roteiro terá uma duração aproximada de três horas, saindo da Universidade do Sul de Santa Catarina [Unisul], das dependências do Grupo de Pesquisa em Educação Patrimonial e Arqueologia, seguiria pela Av. Marcolino Marechal Deodoro para o Sambaqui Mato Alto I ().
O Sambaqui Mato Alto I encontra-se na localidade homônima, muito próximo ao rio Morto, na borda da paleolaguna. Mede 10 m de altura e 2.000 m² de área, datado em 2.535 anos AP; foi mapeado por Walter Fernando Piazza em 1962 e escavado pela equipe da Museu de Arqueologia Etnologia da Universidade de São Paulo e pelo Grupep ArqueologiaUnisul. Por um longo tempo, as conchas deste sítio foram extraídas para o aproveitamento econômico. Em 1991, a Prefeitura da Municipal destruiu parte do sítio arqueológico para utilizar o material em obras na cidade (Farias & Kneip, 2010, p. 267).
O sítio Mato Alto II, distando 250 metros do Mato Alto I, foi mapeado por Walter Fernando Piazza, em 1962. Esse sítio encontra-se em área de pastagem, possui 5 metros de altura e uma área de 2.500 m², datado em 4.685 anos AP. Entre os sítios listados para visitação, trata-se do mais antigo. No passando foi impactado por lavouras e mais recentemente foi escavada uma extensa área no mesmo, para utilização como aterro. Observa-se a destruição causada pela extração do material arqueológico (Farias & Kneip, 2010).
O roteiro ainda incluirá o Sambaqui Congonhas I, sítio mapeado por Walter Fernando Piazza em 1962. Atualmente tem 8m de altura, e área de aproximada de 600 m². Datado de 3.350 anos AP, é o segundo sítio mais antigo do percurso. A partir da década de 1960 foi escavado por arqueólogos do Museu Universitário da Universidade Federal de Santa Catarina, em trabalhos coordenados pela pesquisadora Anamaria Beck. Infelizmente este sítio foi intensamente impactado pela indústria caieira, que explorou por muitos anos o sítio que possuía aproximadamente 15.000 m² (Beck, 1972; Farias & Kneip, 2010). Principal fator de destruição é, na atualidade, o pisoteio, pois, como mencionado, o sítio localiza-se junto a um campo de futebol, e, por ser uma área mais elevada, torcedores ocupam o local para assistir aos jogos.
O quarto local sugerido para visitação é o Sambaqui Congonhas II, com 10m de altura e área de 9.000 m². Dua datação reportaria a 2.835 anos AP, sendo registrado em 1972 pelo arqueólogo João A. Rohr. Na década de 1980 o sítio foi impactado pela abertura de uma estrada, um grande perfil foi evidenciado [Farias & Kneip, 2010, p. 267; Rohr, 1984]. A partir deste sítio é possível observar uma grande planície, a área da paleolaguna de Santa Marta, outrora inundada, fornecia recursos para os grupos que habitava a região. O local oferece boa visibilidade, possibilitando visualizar outros sambaquis da região do complexo lagunar sul, dentre eles, Congonhas III, Jabuticabeira I e II, Monte Castelo. Esse tipo de observação permite ao visitante maior compreensão do processo de ocupação pré-histórica da região. Após a visita ao Sambaqui Congonhas II os visitantes retornarão ao centro da cidade.
O público buscado seria, inicialmente, composto por estudantes do município e cidades próximas, profissionais e estudiosos da Arqueologia, e interessados na temática. Para efetiva implantação, é necessário a instalação de sinalização nos sítios, com informações básicas sobre os mesmos e orientação sobre cuidados em relação a área, conforme Guia Brasileiro de Sinalização Turística e o Padrão de Sinalização de Sítios Arqueológicos, adotados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional [IPHAN]. A visitação deve ser guiada por condutores locais, previamente capacitados e sensibilização para importância patrimônio arqueológico regional, por pesquisadores e universidades que atuam na área. É importante, ainda, que a municipalidade e a academia desenvolvam outras ações de educação patrimonial, tendo estes sítios como referência, além de projetos de pesquisa sistemáticos, consorciados com educação patrimonial, visitação de escolas, etc. Outra iniciativa seria a construção de um centro interpretativo para recepcionar visitantes, incluindo exposição sobre ambiente e arqueologia da região, além de disponibilizar folhetos e suvenires como livros, réplicas, etc. e serviços como cafeteria, sanitários e estacionamentos. Se roteirizados, uma instalação única atenderia todos os sítios.
Considera-se com isso que o Turismo Arqueológico, pode aliar o desenvolvimento socioeconômico e ampliar o potencial das pesquisas acerca das populações humanas pretéritas. Ressalta-se, contudo, que o sucesso desta atividade está conectado à uma ação planejada e em conjunto com a comunidade e poder público local.
CONSIDERAÇõES FINAIS
A atividade turística ocupa parcela importante no desenvolvimento econômico a nível mundial, atrelada ao transporte, aos meios de hospedagens, a gastronomia, entre outros. Mas nem sempre esses meios em si são atrativos. Existe uma forte demanda por um turismo sustentável, preocupado com um desenvolvimento econômico local, consciente e não depredatório. No âmbito deste contexto está o Turismo Cultural, no qual se insere o Turismo Arqueológico. O artigo aqui apresentado expõem o potencial e a possibilidade de implementação do Turismo Arqueológico no município de Tubarão-SC, através de uma proposta de roteirização. Antes, procedeu-se a um diagnóstico, ouvindo a comunidade local acerca do seu conhecimento sobre o patrimônio em questão, assim como sobre seu reconhecimento sobre o potencial turístico do mesmo. Ambos os grupos consultados, infanto-juvenil [comunidade escolar] e adulto [moradores próximos aos sambaquis], se mostraram cientes da ocorrência dos sambaquis na sua comunidade, dos atos depredatórios sofridos por estes, colocando-se como receptivos à implementação de um roteiro turístico que viesse contribuir na preservação desses sítios arqueológicos e no desenvolvimento local.
Para estruturação desta proposta elencaram-se quatro sambaquis localizados em dois bairros da zona rural do município de Tubarão-SC, cuja escolha pautou-se pela tipologia de sítio e por seus caráter monumental, relevância acadêmica e papel pedagógico. Apesar de seu caráter monumental e informativo acerca da ocupação pré-colonial do País, uma educação pautada em uma história eurocêntrica, faz a população olhar e destacar o patrimônio estrangeiro [Grécia, Itália, Inglaterra, entre outros], e não propicia a percepção da grandiosidade dos bens patrimoniais brasileiros. Na contramão desta construção histórica, ações educativas visam aproximar a comunidade do patrimônio circunvizinho, apresentando resultados de longo prazo para a preservação de tais ambientes. O desenvolvimento do turismo nestes locais contribuiria para o desenvolvimento socioeconômico regional e para a valorização a preservação do patrimônio em pauta, conforme atestado pela bibliografia aqui exposta.
Com o objetivo de contribuir para o desenvolvimento do Turismo Arqueológico no Estado de Santa Catarina, organizou-se sugestão de possíveis sítios para compor um roteiro Arqueoturístico na região, considerando seu potencial arqueológico, aliado ao interesse da comunidade local. A partir da realidade constatada no município, onde muitas vezes os Sambaquis não são vistos como representativos da história da região, a proposta de roteirização, planejada com vistas a sustentabilidade, poderá contribuir para salvaguarda deste patrimônio. A proposta intenciona dar visibilidade aos Sambaquis, mas, para tal, são necessários o estabelecimento e a consolidação de políticas que corroborem para a valorização destes sítios arqueológicos, associadas a geração de renda e desenvolvimento com equidade social. Contudo, há muito a se planejar, para que esta ação resulte em seu objetivo maior: a preservação destes bens arqueológicos. Garantindo que o segmento turístico não venha a ser um agente explorador de recurso, mas sim, uma ferramenta de sensibilização, para que todos cumpram seu papel como protagonistas na preservação dos sítios arqueológicos e no desenvolvimento de atividades turísticas sustentáveis.
Referências
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Notas