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Patrimônios Afetivos: Um Novo Recurso para o Turismo em Morro Redondo-RS, Brasil
MILENA BEHLING OLIVEIRA; DIEGO LEMOS RIBEIRO
MILENA BEHLING OLIVEIRA; DIEGO LEMOS RIBEIRO
Patrimônios Afetivos: Um Novo Recurso para o Turismo em Morro Redondo-RS, Brasil
Affective Patrimonies: A New Resource for Tourism in Morro Redondo-RS, Brazil
Rosa dos Ventos, vol. 11, núm. 4, pp. 847-860, 2019
Universidade de Caxias do Sul
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Resumo: Este estudo é um recorte de pesquisa mais ampla em desenvolvimento, que tem como objetivo identificar os Patrimônios Afetivos de Morro Redondo-RS, Brasil. Tal identificação partirá da evocação das lembranças de idosos da cidade. Serão adotados como instrumentos metodológicos, entrevista, relatos e narrativas, em pesquisa de cunho qualitativo e enquadramento na pesquisa social. Porém, para alcançar o objetivo central da pesquisa maior, se fez necessário o desenvolvimento de conceito para o que entendemos como <patrimônios afetivos>. Portanto, esse artigo tem como objetivo apresentar como este conceito vem sendo criado. E, mais especificamente, a utilização de patrimônios afetivos como nova forma de atrativo turístico, que fomente a cultura local. Sendo assim, parte-se da problemática: Como os patrimônios afetivos podem ser uma oportunidade para o turismo em Morro Redondo? Acreditamos que os patrimônios afetivos podem ser um novo atrativo e um complemento para um roteiro já existente, estimulando a participação da comunidade, dando ênfase para a cultura local e contribuindo para atividades já efetivas, o que diminuirá o custo para o município.

Palavras-chave:TurismoTurismo,CulturaCultura,PatrimônioPatrimônio,Patrimônio AfetivoPatrimônio Afetivo,Morro Redondo-RS, BrasilMorro Redondo-RS, Brasil.

Abstract: This study is a cross-cutting study of a master's degree in development, whose main objective is to identify Morro Redondo-RS's Affective Assets. This identification starts from the evocation of the memories of the old people of the city. Interviews, reports, and narratives was adopted as methodological instruments, since this research is of a qualitative nature and part of social research. In order to reach the central objective of the larger research, it was necessary to develop the concept <affective patrimony>. Therefore, this article aims to present how this concept has been created. And more specifically, the use of these affective heritage as a new form of tourist attraction, in this way fomenting the local culture and obtaining of resources already existing in the city. Thus, we will start from the problematic: How the affective patrimonies can be an opportunity for the tourism in Morro Redondo? We believe that the affective heritages can be a new attraction and a complement to an already existing itinerary, stimulating community participation, emphasizing the local culture and contributing to already effective activities, which will reduce the cost to the municipality.

Keywords: Tourism, Culture, Heritage, Affective Patrimony, Morro Redondo-RS, Brazil.

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Artigos

Patrimônios Afetivos: Um Novo Recurso para o Turismo em Morro Redondo-RS, Brasil

Affective Patrimonies: A New Resource for Tourism in Morro Redondo-RS, Brazil

MILENA BEHLING OLIVEIRA
Universidade Federal de Pelotas, Brasil
DIEGO LEMOS RIBEIRO
Universidade Federal de Pelotas, Brasil
Rosa dos Ventos, vol. 11, núm. 4, pp. 847-860, 2019
Universidade de Caxias do Sul

Recepção: 17 Outubro 2018

Aprovação: 31 Julho 2019

INTRODUÇÃO

O estudo em questão se desenvolve no município de Morro Redondo, município no Sul do Brasil. No local situa-se o Museu Histórico de Morro Redondo, instituição municipal criada em 2009, pelos moradores, com o intuito de preservar e relembrar as memórias locais. Nele é desenvolvido projeto vinculado à Pró-Reitoria de Extensão e Cultura da Universidade Federal de Pelotas, localizada na cidade vizinha. O projeto desenvolve diversas ações visando, em síntese, a interação do Museu com a comunidade local. Todas as exposições e ações educativas realizadas no local têm a participação da população, principalmente dos idosos, protagonistas de diversas ações. Esse diálogo com os moradores é de fundamental importância, pois acredita-se no Museu como em constante construção e interagindo com distintas parcelas da comunidade.

Devido a este pensamento, o Museu desenvolve atividades, sendo uma delas intitulada Café com Memórias, que são encontros mensais com grupo de idosos do município. Os objetos expostos são utilizados como gatinhos para o afloramento de memórias. Desta forma, ocorre a evocação de memórias individuais em confluência com as memórias coletivas do grupo, que se manifestam por meio de relatos orais, músicas e brincadeiras, entre outros. Por meio das atividades, além de narrarem sobre os objetos museológicos, observou-se que os idosos relatavam a respeito de lugares da cidade com um afeto muito grande, porém, nas memórias evocadas, tais locais não eram narrados como na sua configuração atual e, sim, como seriam em outras épocas.

Sendo assim, foi proposto para os participantes uma ação denominada Caminhada da Percepção, na qual os idosos, acompanhados por um grupo de estudantes de uma escola do município, caminham pela cidade visitando os locais mencionados na atividade anterior e ao mesmo tempo narrando histórias. Essas narrativas indicam lugares de memória que os idosos consideram patrimônios, porém, não visto pelo âmbito do patrimônio consagrado que conhecemos, mas pela afetividade que esses lugares despertam nos sujeitos, consequentemente, os tratamos como <Patrimônios Afetivos>. É, portanto, partindo dessas atividades que esta pesquisa se desenvolveu.

Deste modo, surgiu o questionamento sobre quais são os Patrimônios Afetivos de Morro Redondo? Acreditamos que esses lugares de memória, identificados metodologicamente através de narrativas e entrevistas com os idosos da cidade podem ser considerados Patrimônios Afetivos do município. Eles vão além de questões jurídicas e institucionais, pois seus reais valores são seus significados. Memórias de vivências dos idosos, que estão repletas de afeto, deixando-os mais humanos e mais próximos dos indivíduos. Porém, ao tratar de um Patrimônio Afetivo, nos deparamos com a dificuldade de não haver um conceito delimitado sobre o assunto. Dessa forma, percebemos a potencialidade de pensar em um Patrimônio Afetivo, o que impulsionou a emergir esta temática.

Sendo assim, primeiramente abordaremos os caminhos que esse novo pensar vem percorrendo e, logo após, discorreremos sobre como os Patrimônios Afetivos podem ser uma oportunidade para o turismo em Morro Redondo-RS. Acreditamos que os patrimônios afetivos podem ser um novo atrativo e um complemento para um roteiro já existente, estimulando a participação da comunidade, dando ênfase para a cultura local e contribuindo para atividades já efetivas, o que acarretaria numa diminuição de custos para o município.

REFLETINDO SOBRE UM PENSAMENTO: PATRIMÔNIOS AFETIVOS

Devido a pouca bibliografia abordando as questões afetivas, emocionais e cognitivas que envolvem os patrimônios, para o desenvolvimento desse conceito é necessário compreendermos, primeiramente, a palavra afeto e o que gira ao seu redor. Portanto, passaremos por algumas áreas do conhecimento, como a Psicologia e a Filosofia, para construir uma base sólida para esta compreensão. Após, partiremos para um breve apanhado a respeito do patrimônio ocidental que conhecemos, porém, este estudo não terá como base o mesmo, mas de forma diversa, moldável e de diferentes pontos de vista, ou seja, um patrimônio que não seja institucionalizado. Assim, consequentemente, traremos nossas reflexões para o que entendemos por Patrimônio Afetivo até o momento.

Na Filosofia, partiremos de Spinoza (2017), que define afeto como um estado da alma, um sentimento. De acordo com a Ética III, 3, Definição 3, de Spinoza, o afeto é uma mudança ou modificação que ocorre simultaneamente no corpo e na mente. A maneira como somos afetados pode diminuir ou aumentar a nossa vontade de agir. Afeto, do latim ‘affectus’ ou ‘adfectus’, no dicionário de português ‘afeto’, substantivo masculino, significa sentimento, paixão, amizade, amor, simpatia. Mas também pode significar dedicado, afeiçoado, incumbido, entregue (Gleizer, 2005). Spinoza define, em Ética III, dois tipos de afeto, sendo o primeiro definido como as afecções do corpo, podendo aumentar ou diminuir a potência deste corpo de agir. Nesta definição, Spinoza considera claramente os afetos tanto ao corpo quanto à alma, as afecções que modificam a potência de agir do corpo, as ideias destas afecções na potência da alma, sendo assim a potência de pensar são os afetos.

Porém, a segunda definição de afeto tem como nome “definição geral dos afetos” e nos diz que, um afeto chamado paixão da alma animi pathema, é uma ideia confusa pela qual a alma afirma a força de existir, maior ou menor do que antes, do seu corpo e pela presença da qual a alma é determinada a pensar tal coisa de preferência a tal outra (Spinoza, 2017). Na filosofia spinosiana, a alma refere-se à consciência, ela nasce a partir de vivências e experiências do sujeito, de uma afecção [affectio] que corresponde à ação de um objeto sobre seu corpo. Uma afecção retrata as ações de outros corpos e ideias sobre os sujeitos, já a consciência é um conjunto de conhecimentos e necessita das afecções ou de como o sujeito é afetado e percebe os objetos, assim como também as pessoas que se relacionam com ele: “Afeto diz respeito àquilo que afeta, ao que mobiliza, por isso reporta à sensibilidade, às sensações. Podemos, ainda, referir afeto como ser tomado por atravessado, perpassado, quer dizer: afetado. Esse atravessar, perpassar é o que propriamente dá o caráter de afecção” (Gomes & Mello, 2011, p.684).

No momento em que o sujeito passa por uma alteração [do corpo, da mente], essa vivência desencadeia uma alteração da sua potência de pensar e agir e reflete nos objetos encontrados. A partir deste encontro, emerge, do corpo do sujeito, um sentimento que influenciará na sua potência de agir e de pensar. Para a teoria de Spinoza, o afeto pode ser definido como uma variação que acontece à medida que vamos experienciando objetos, acontecimentos, ideias (Deleuze, 1978). Sendo assim, essas potências de agir e pensar podem se manifestar de forma elevada, levando o sujeito a um estado de alegria ou diminuindo sua potência causando a tristeza. Essas reações dependerão da forma como o sujeito se relaciona com o objeto: “O tratamento dispensado por Espinosa à relação entre afecção [affectio] e afeto [affectus] nos remete à relação sujeito-objeto, uma vez que a afecção indica a ação do objeto sobre o sujeito enquanto o afeto, como indutor da potência de agir, nos remete à ação do sujeito sobre o objeto” (Gomes, 2008, p. 74).

Os debates sobre o lugar que a afetividade ocupa na subjetividade humana ocorrem desde a Antiguidade, mas como parte dissociável da cognição. Nos últimos vinte anos, estudiosos em Neurociência, Psicologia e Ciências Cognitivas vêm evidenciando a ligação da afetividade com a cognição, mas de forma complexa, e criando parte essencial em ações como memorização, criatividade e decisões. Ao tratar das funções mentais, a Psicologia as separa em funções cognitivas, afetivas e volitivas. Sendo as funções cognitivas as que possibilitam ao sujeito conhecer o mundo, tanto o mundo externo quanto o próprio mundo do sujeito ou mundo interior. Exemplificando, podemos falar de funções como a memória, o pensamento, o raciocínio, as percepções. Já as funções afetivas são expressas pela suscetibilidade vivenciada pelo indivíduo por meio de alterações que acontecem no mundo exterior ou em si próprio. Destacando que os afetos possuem um caráter subjetivo. E por fim as funções volitivas, que referência aos comportamentos exteriorizáveis (Amaral, 2007).

As manifestações afetivas são descritas normalmente como: comportamento amoroso, atitudes delicadas, bom humor, ou seja, atitudes ou comportamentos positivos. Não imaginamos como afetividade sentimentos como ódio, raiva, medo. Porém, a psicologia nos informa que o afeto ou a afetividade é um conjunto de todos os nossos sentimentos, podendo ser positivos ou negativos (Amaral, 2007). O que vem ao encontro com os pensamentos de Spinoza (2017) quando o filósofo nos fala em uma potência de agir, podendo ser ela positiva ou negativa. Wallon (1986) ressalta, segundo Galvão (1995): “As emoções, assim como os sentimentos e os desejos, são manifestações da vida afetiva. Na linguagem comum costuma-se substituir emoção por afetividade, tratando os termos como sinônimos. Todavia não o são. A afetividade é um conceito mais abrangente no qual se inserem várias manifestações” (p.61).

Por fim, após todos os apanhados teóricos o que destacar? Constatamos que todos os autores citados de alguma forma se conectam, seus pensamentos muitas vezes se complementam. Apesar das dissonâncias, tempos e áreas do conhecimento há um fio condutor entre as ideias dos autores. Por consequentemente, as funções cognitivas, afetivas e volitivas estão interligadas. Sendo que os afetos estão diretamente ligados as vivências do sujeito, sua relação e percepção dos objetos e também sua construção social [função cognitiva]. Os afetos são desencadeados no momento em que o indivíduo vivencia uma relação com alguma ‘coisa’ a partir deste momento o corpo do sujeito emerge um sentimento que influenciará na potência de agir e de pensar do mesmo [função afetiva]. Sendo o afeto ou a afetividade um conjunto de todos os sentimentos, podendo ser positivos ou negativos. Sendo assim, essas potências de agir e pensar podem se manifestar de forma elevada, levando o sujeito a um estágio de alegria provocando como exemplo o riso ou diminuindo sua potência causando a tristeza dando início ao choro [funções volitivas]. E essas reações dependeram da forma como o sujeito se relaciona com as “coisas”. Essas “coisas” da qual nos referimos, podem ser objetos, lugares, rituais, manifestações culturais. Assim como também podem ser consideradas patrimônios.

PATRIMÔNIO: DE QUEM? PARA QUEM?

Na atualidade, a economia de países desenvolvidos industrialmente e tecnologicamente tem gerado mudanças e influências nas culturas. Diante disto, destacamos o valor do patrimônio, pois esse elemento propicia a identificação do sujeito no tempo e no espaço onde em que vive, tornando possível ressaltar vidas anteriores e memórias, consagrando-as como significativas. O termo ‘patrimônio’ é utilizado frequentemente no dia-a-dia, quando discutimos sobre os patrimônios de um indivíduo ou de uma empresa, sendo eles econômicos, imobiliários, financeiros. Além disso, podemos falar de um patrimônio herdado ou de patrimônios culturais, arquitetônicos, históricos, artísticos, etnográficos, patrimônios intangíveis, entre outros.

Quando pensamos em patrimônio, na maioria das vezes associamos a definição imediatamente ao patrimônio material. Porém, para fins deste estudo, patrimônio não se limita à materialidade, pois, antes, pode referir-se aos bens produzidos pelos nossos antepassados, que resultam em experiências e memórias, coletivas ou individuais, encontradas não só em bens materiais.

O patrimônio surgiu com o intuito de evocar e celebrar datas marcantes para a história, pois como Nora (1993) nos fala, que se ainda habitássemos a nossa memória não precisaríamos de lugares para lembrar. A partir dele surgem questionamentos a respeito da sua proteção, transmissão, normas patrimoniais e conservação perante o vandalismo. Define-se patrimônio, ao mesmo tempo, pelos seus objetos, estética documental e de reconhecimento sentimental que lhe atribui o saber comum, sendo ele apropriado e constituído de identidades. Utiliza-se, tradicionalmente, o patrimônio para a legitimidade de poder. Para os romanos, o patrimônio era o conjunto de bens familiares, compreendidos não a partir do seu valor típico, mas a partir de sua condição de bens-a-transmitir. Os séculos XVIII e XIX foram marcados pela elaboração de padrões, regras e catálogos de teatro, música, literatura, pintura e, especialmente, de museus, pois foram os primeiros lugares de objetivação de culturas (Poulot, 2009).

No Brasil, no ano de 1937, foi concebido o conceito de patrimônio, tendo como criadores modernistas, que partiam do princípio de arte, história, tradição e nação. Assim, foi institucionalizado o Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional [SPHAN], cujo objetivo era a proteção da história do país e das obras de arte. Deste modo, foi escolhida a arquitetura colonial como representação da nacionalidade brasileira (Chuva, 2009). Os técnicos do patrimônio buscavam, a todo o momento, uma unificação do Brasil com a intenção de conferir identidade ao País. Márcia Chuva (2009) frisa que o patrimônio colonial mineiro tornou-se representante desta ‘brasilidade’ perante o projeto de nacionalização.

No Brasil, em 1964 foi instaurada a ditadura militar, portanto, o país passou por diversas mudanças conceituais, políticas e práticas a respeito da preservação do patrimônio. Como política dos militares, foram chamados consultores internacionais por intermédio da Unesco ao Programa de Cidades Históricas (PCH), que deteve seus recursos na gestão e viabilidade econômica dos monumentos protegidos por lei (Correa, 2012; Nascimento, 2016; Nascimento & Marins, 2016). Até a década de 1960, o tombamento realizado pelo IPHAN teve como base os valores artísticos como igrejas, fortes e sobrados, predominando a arquitetura dos séculos XVII e XVIII.

Em 1980, com a redemocratização do Brasil, foi possível perceber novos entendimentos a respeito da preservação, sendo assim, viveu-se o ápice do patrimônio cultural, gerando um debate da sociedade civil e questionamentos sobre a atuação do IPHAN. Nos anos seguintes, houve um aumento na pressão por novos reconhecimentos de patrimônios e discussões sobre o papel do IPHAN. Conforme Chuva (2009), novos prismas conceituais e metodológicos dos anos de 1980 criaram espaços para alterações fundamentais, como o novo papel do Estado, a inclusão de outras esferas do poder público e a ampliação da noção de patrimônio. Neste emaranhado de transformações já era possível identificar problemas, pois tudo era visto como patrimônio, surgindo, então, os desafios metodológicos.

Porém, não estamos tratando apenas de questões políticas e regulamentares de tombamento e preservação, mas sim de como estes patrimônios serão percebidos pela população e selecionados para representação de uma cultura. Pois, ao refletirmos sobre esta questão acreditamos que não seria o Estado que elegeria estes patrimônios, mas as pessoas deveriam indicar os elementos que aos seus julgamentos e sentimentos são raros e dignos de preservação. Por conta destes pensamentos, referimo-nos a um Patrimônio Afetivo. Material ou não, ao nosso ver, ele só ganhará reconhecimento e ressonância se dotado de significado para a população que o escolhe.

Prats (2005) salienta que o patrimônio é um conjunto de representações, tendo como base a externalidade cultural. Constituído de objetos, lugares, manifestações, este conjunto de representação eclode com o desenvolvimento do capitalismo e da revolução industrial. No artigo ‘Concepto y gestión del patrimonio local’, o autor realiza questionamentos muito pertinentes para este estudo, como quando ele pergunta sobre a percepção do patrimônio na sociedade capitalista ocidental e por que ainda perdura esta visão antiga sobre patrimônio. Precisamos nos desonerar destas concepções que perduram por séculos e que já não cabem mais na sociedade atual. Esta interpretação equivocada de um bem intocável, sagrado, moldurado e engessado não encontra mais espaço em um mundo de diversidades, com valores múltiplos, significados e simbolismos.

Referindo-se aos processos de patrimonialização, Prats (2005) destaca uma importante indagação, relativa a como seriam esses processos e especificações a nível local. O valor dos patrimônios segue pelos princípios de legitimação como sua natureza, passado, história, mas, baseados em Prats, salientamos que seu valor principal é seu significado, podendo ser um objeto, uma manifestação, lugar, material ou não, arquitetônico ou não. Entretanto, a importância do seu significado não é só ao nível local, mas é sim aplicável ao patrimônio como um todo, sendo ele local, regional, nacional, mundial. Todas as categorias de patrimônios estão interligadas demasiadamente com a vida, história e memória dos indivíduos e suas relações afetivas.

Conforme Pelegrini (2006), há um vínculo entre as noções de patrimônio cultural e memória, que são de grande importância no que diz respeito às ações patrimonialistas, pois os bens culturais são preservados por desempenho da relação que mantêm com as identidades culturais. Le Goff (1990) ressalta que o passado não é totalmente esquecido, pois a memória conserva certas informações e acaba por capacitar o sujeito a atualizar informações e impressões passadas e, assim, a história é eternizada na consciência humana. A memória possui uma função deliberativa sobre as referências que serão escolhidas por uma comunidade para compor seus discursos identitários. Uma memória compartilhada, como nos diz Candau (2012), uma metamemória ao invés de uma memória coletiva a todos. Ela é uma construção social, diversa, seletiva e pode ser reescrita a cada vez que é narrada. Sendo assim, é imprescindível, antes de decretar um patrimônio, ouvir as narrativas da comunidade, saber de suas memórias e de suas construções identitárias, caso contrário, serão apenas monumentos, prédios, lugares sem vida, sem sentido e significado, causando o que Prats (2005) chama de frustração museológica. Esse conceito refere-se a quando a população se depara com patrimônios, celebrações e festas com as quais não possui identificação.

Respaldados por Gonçalves (2005), acreditamos que um patrimônio não pode ser exclusivamente decidido por agências do Estado. Ele deve ser definido em conjunto com a população, que precisa encontrar pertencimento, identidade, ou o que Gonçalves (2005) chama de ‘ressonância’ por parte dos indivíduos em questão. Ressonância que evoca no observador todas as culturas presentes no patrimônio. Portanto, há uma cadeia muito mais complexa para se chegar à definição de um patrimônio, envolvendo vários fatores como o passado, presente, sociedade, memória, identidade. Todos estes elementos, trabalhando de forma conjunta para que mantenha pulsante o espírito do patrimônio, geram uma comunicação com o sujeito que o observa. Sendo assim, mais do que gerar a comunicação, o patrimônio desencadearia a emoção patrimonial, que estamos desenvolvendo nesta pesquisa por meio da afetividade que os idosos possuem por locais da cidade.

Para Tornatore (2007), o patrimônio é advento singularmente de uma sensibilidade para o passado, sendo que o patrimônio, visto apenas pela a esfera política e institucional, irá enfraquecer a relação com o passado. Portanto, um patrimônio é construído com sensibilidade aguçada e retrata as vivências dos indivíduos e suas memórias, sendo elas reconstruídas e fortificadas a cada narrativa. As sensibilidades fazem parte deste mundo cognitivo, tratando de sensações, emoções, subjetividades, valores, sentimentos, e, por isso, incluem-se em outra gama de lógicas e sentidos, fugindo do tangível. As experiências vividas e memórias pessoais afloradas nas narrativas se transbordam em emoções. As experiências sensíveis partilhadas ou não devem ser consideradas enquanto fontes para se contar o passado, objetivando-as em registros que permitam a apreensão dos seus significados. O sujeito aprende a sentir e pensar, traduzindo o mundo em rações e sentimentos (Pesavento, 2005).

Em nossa visão, patrimônio não é apenas das instituições e sim das pessoas que se apropriam dele, que atribuem valor, simbolismo, emoção para que seja preservado e transmitido. Tornatore (2007) é um dos autores que defende uma sociologia do patrimônio que organiza os processos de patrimonialização das emoções coletivas. Portanto, os patrimônios afetivos do qual falamos, são identificados por meio da emoção e partilha de afetos, tornando possível um novo valor social para o local, não presidindo os critérios institucionais de declaração do patrimônio.

UM NOVO OLHAR: PATRIMÔNIOS AFETIVOS

Anteriormente, nos dedicamos a dialogar e compreender outras áreas do conhecimento que trabalham questões afetivas e cognitivas para o entendimento dos pontos emocionais e subjetivos que o indivíduo possui. Após trabalhamos com os aspectos do patrimônio e autores que já possuem uma leitura mais ampla sobre o mesmo, desta forma, abrindo fronteiras para novas formas de pensar. Portanto, pretendemos compreender até o momento sobre um possível conceito para o patrimônio afetivo, tomando como base os temas já abordados anteriormente.

O patrimônio se tornou de extrema relevância para a sociedade por poder representar a identidade cultural de uma comunidade e por salvaguardar a memória, portanto, tratamos de um patrimônio flexível, que possa contribuir social e culturalmente e que possibilite tomar a forma necessária para que tenha relevância para os indivíduos. O patrimônio possui um papel essencial na continuidade da elaboração de subjetividade individual e coletiva. Funcionando como um mediador mais sensitivo, o patrimônio pode transmitir a cultura e a identidade de um povo. O patrimônio estabelece vínculos com as emoções e afetividade, na falta de um patrimônio material e na inexistência de bens intangíveis, pode-se pensar a memória não como uma parte de um determinado bem, mas sendo a própria memória o bem a ser preservado, nas suas formas de lembranças e narrativas. O que o idoso guarda na sua memória é o que ele considera de maior importância da sua vida, ganhando um lugar afetivo e de identidade (Bezerra, 2013).

Bezerra (2013) trata de um patrimônio como categoria vinculada aos afetos e a relação das memórias de idosos. No trabalho que a autora desenvolveu a mesma optou por não usar a categoria patrimônio cultural, pois no decorrer de sua pesquisa identificou que quase não existia a categoria patrimônio cultural no imaginário dos idosos. Ao se deparar com esta questão, o autor utilizou em seu trabalho o patrimônio ligado estritamente aos afetos íntimos, individuais e familiares dos informantes: “Desse modo, o patrimônio pode ser também reivindicado como vínculo memorial, afetivo, em que as lembranças gravadas no passado sejam atualizadas a partir do trabalho de memória de modo que o reconhecimento se dê como forma de preservar a si próprios no presente” (p. 128).

Os indivíduos vivenciam fatos diariamente, porém os mais especiais, os que deixaram marcas, são os que são guardados na memória. Mesmo com o passar dos anos o sujeito rememora o fato e também recorda o sentimento que sentiu quando o vivenciou. E essas características que acompanham os momentos já vividos são nossos afetos. O que constatamos ao ouvir as narrativas dos idosos de Morro Redondo, pois junto com os gestos para representar o momento da fala, também é notório os sentimentos que aquelas memórias guardam. Expressões faciais que revelam a importância e a afetividade que o idoso possui pelo local, pois ao observar e narrar é como se o indivíduo vivesse novamente aquele momento especial e junto dele as sensações sentidas. A consciência aflora consequentemente o sentido e significado contido nas coisas, e afeta o sujeito durante sua existência. Se a humanidade é racional e ao mesmo tempo movida pelas emoções, por que não pensar em um patrimônio com um sentido afetivo, que possua mais do que um valor material, mas que possibilite o pensar, o sentir e o fazer do indivíduo? Por que não pensar em um patrimônio como um processo por meio do qual o afeto ganha sentido, subjetividade e profusas proporções para se obter ressonância? González Rey (2003) afirma que “uma experiência ou ação só tem sentido quando é portadora de uma carga emocional” (p. 349).

Desta maneira, o ser humano é movido por suas emoções e afetividades provocadas pelas coisas, despertando uma potência de agir conforme os objetos, pessoas, que encontrar. Sendo assim, as emoções estão condicionadas pelas afecções (efeitos) que nos são aguçados pelos objetos (coisas) e das relações que estabelecemos com as pessoas, causando um aumento ou diminuição na sua potência de agir, ou seja, no seu modo de ser afetado. Por trás de uma ação do sujeito, estão suas emoções e, nitidamente ligadas, as suas relações sociais. Neste sentido pensamos em um patrimônio afetivo, pois ele atua sobre o sensível, emoções e experiências que o sujeito vivenciou e vivencia. Provavelmente, todos os acontecimentos foram vividos acompanhados de algo especial, não foram momentos que simplesmente aconteceram, mas que deixaram marcas na vida do indivíduo. E mesmo com o passar dos anos, além da lembrança dos fatos em si, ele também recordará do que sentiu quando os vivenciou. E esses sentimentos que acompanham os indivíduos são o que chamamos de afetos. Que não são apenas individuais, eles são compartilhados e complementadas por outros indivíduos que também viveram a mesma época e que possuem lembranças dos mesmos lugares. Pois, Halbwachs (2004) já salientou essas memórias também são coletivas, na medida que o sujeito nunca está só.

Desta forma, ao identificar uma ‘coisa’ como um patrimônio afetivo, não estaremos identificando somente um bem material, mas os sentimentos que o envolvem, portanto, quando falamos de um lugar identificado como um patrimônio afetivo, o mesmo pode não estar mais materialmente no local ou poderá já ter sofrido alterações. Mas enquanto o idoso, a comunidade local narrar sobre o lugar ele permanecera vivo, assim como os sentimentos que ele transmite, o que consequentemente promove a sua conservação. Ao refletir sobre as definições de afeto, inferimos que ele é mais que um puro sentimento ou emoção sentidos pelo indivíduo, mas é acima de tudo uma ação. Ao aumentar ou diminuir a potência de agir do sujeito, o afeto passa por um processo de transformação. Assim, quando pensamos a respeito de um patrimônio devemos ter como encargo as questões afetivas. Pois, como Gonçalves (2005) nos diz, o patrimônio não tem utilidade apenas para simbolizar ou representar algo, ele é bom para agir. Desta forma, um patrimônio afetivo encontraria mais representatividade, ação, apropriação e proteção do que algo convencional e burocrático.

PATRIMÔNIOS AFETIVOS: UM RECURSO A SER INVESTIGADO

A cidade de Morro Redondo não possui monumentos históricos, obras de artes ou casarões registrados como patrimônio (IPHAN, IPHAE, PMMA). Porém, recentemente obteve-se a patrimonialização dos doces coloniais no Livro dos Saberes [IPHAN], como patrimônio imaterial. Entretanto, ao mesmo tempo deste processo formal de patrimonialização de um bem de Morro Redondo, existe uma mobilização informal e ações por parte da população para o reconhecimento dos Patrimônios Afetivos. Em Morro Redondo, quando falamos de um patrimônio informal, nos deparamos com objetos, lugares, manifestações do cotidiano, ligados a cultura e a vida em uma cidade do interior. Portanto, percebemos uma convergência de ações, que possuem duas vertentes diferenciadas, mas que maximiza o desenvolvimento turístico da cidade.

A cidade vem desenvolvendo o turismo, apresentado o roteiro turístico denominado Morro de Amores, no segmento turismo rural. Também é realizado o roteiro de festas temáticas, a cada três meses. O município ainda não possui um setor público responsável pelo desenvolvimento turístico, porém, através dos empreendedores do roteiro, foram criados um grupo executivo e o Conselho Municipal de Turismo, através dos quais são debatidas e organizadas as ações para o desenvolvimento local. Em um dos eventos realizados na cidade pelo roteiro Morro de Amores foi proposta pelo grupo que participa do projeto Café com Memórias, a realização da atividade Caminha da Percepção. Desta forma, os idosos serviram de guias para a visitação dos Patrimônios Afetivos, tendo como intenção instigar não só os idosos, mas os moradores locais e turistas que visitavam a cidade no momento. Semanas antes do evento, por meio das redes sociais do Museu de Morro Redondo, já realizávamos um trabalho de divulgação, para que as pessoas participassem e compartilhassem suas memórias. Portanto, no dia do evento foram colocadas placas nos lugares onde os Patrimônios Afetivos se localizam. Nestas placas constava uma parte das memórias coletadas previamente pelas narrativas dos idosos e um símbolo de QR CODE, para que todos pudessem acessar e contribuir com as suas memórias, de forma retroalimentada.


Figura 1
Caminha da Percepção realizada no evento
Da autora, 2017.

Com a realização desta ação em conjunto, podemos perceber o quanto foi eficaz a junção de um possível novo roteiro turístico com as atividades já existentes. E, ainda com a participação da comunidade local, algo fundamental já destacado por Prats (2005). De Varine (2013), ainda nos propõem debater o desenvolvimento local, porém não como um conteúdo acadêmico visto apenas pelos livros e aulas, mas sim, partindo de uma vivência prática, com um contato com a comunidade local, visando vislumbrar a realidade do local. É considerando a realidade do município de Morro Redondo, que este trabalho vem sendo desenvolvido.

Sabendo-se das dificuldades que as cidades do interior enfrentam, como pouca mão de obra, falta de infraestrutura e a crise financeira que se alastra por todo país, pensamos em um patrimônio principiado de uma consciência coletiva, que seja usufruído para viver, produzir e que continue em transformação para prosseguir em uso e sendo útil, obtém reconhecimento e trazendo benefícios para a comunidade. Além disso, esses patrimônios devem servir ou vir a servir para algo, tornando-os vivos e necessários para manter a identidade das comunidades. “A esterilização sob o pretexto de conservar um valor raro leva inevitavelmente à perda de uma grande parte de seu significado” (De Varine, 2013, 64). De Varine também demonstra sua visão relativa a um patrimônio que, enquanto recurso, deve servir à sociedade como um todo, o que vem ao encontro do pensamento de Prats (2005), que fala em um patrimônio como ‘recursos para viver’.

Esse cenário que encontramos na cidade de Morro Redondo, também nos faz pensar em um turismo de base local, que é definido por Coriolano & Lima (2003) como uma iniciativa por parte dos moradores locais, sendo os mesmos, os principais articuladores do desenvolvimento turístico. Trabalhando para que os lucros gerados pelo turismo permaneçam na comunidade. Deste modo, colaborando para uma melhor qualidade de vida da população local. Porém, se faz necessário uma apropriação dos moradores locais, fazendo com que os mesmos se sintam parte das ações, um agente indispensável e valorizado por ser o detentor do local. Portanto, os Patrimônios Afetivos, servem de estímulos para os moradores da cidade. Pois, foram pessoas da comunidade que realizaram a identificação, que escolheram alguns locais que contam as suas histórias, representam vivencias e a cultura que os mesmos querem repassar para as próximas gerações. Desta forma, gerando um pertencimento, divulgando algo que eles realmente acreditam ser algo de valor, seja este valor, simbólico, emocional, afetivo.

De acordo com Luchiari (1998) o turismo possibilita a criação e traz para os dias atuais antigas práticas, costumes, folclore que estavam adormecidas com o tempo. Trazendo a oportunidade de novos atrativos turísticos, baseado na cultura local, o que deve ser tratado com cuidado, pois estamos lidando com ‘coisas’ que pertencem a uma comunidade especifica. Portanto, devemos consulta-los e incluir os moradores nas decisões. Mas, que por outro lado, pode ser utilizada de forma positiva, ajudando na preservação, divulgação da cultura e trazendo desenvolvimento econômico. “Além de uma mescla de pessoas e culturas diferentes, o turismo – tanto o internacional quanto o interno – gera uma considerável redistribuição espacial da capacidade de auferir renda, com um impacto significativo sobre a economia da área de destino” (Archer & Cooper, 2001, p. 85).

Quando utilizamos dos lucros obtidos com o turismo para o desenvolvimento local, geramos renda, propiciamos ações para fomentar a cultura, assim como também promover, difundir e preservar o patrimônio. No caso em questão, todas essas ações fortalecem os Patrimônios Afetivos. Pois, esses patrimônios fazem parte da cultura local e já existem, o que diminui o custo de investimento. Ou seja, um atrativo que depende diretamente dos moradores locais. Pois, eles são os atores sociais indispensáveis para narrar sua cultura.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Normalmente, partimos de decisões políticas e institucionais para declaração de um patrimônio, porém precisamos extrapolar essas questões pré-construídas no momento em que a população se apropriar e reconhecer sua identidade em determinada ‘coisa’. Essa é a construção de um patrimônio partindo de um campo subjetivo e imaginário e não de algo concreto e objetivo. O artefato pode ser constituído e, assim, ganhar valor pela a imaginação de quem o enxerga, podendo ser visto de vários ângulos e feições, sendo capaz de ser modificado e adaptado conforme variadas interpretações. Com a participação da maioria da população, com a contribuição de técnicos de gestão patrimonial e agentes locais que estão envolvidos no desenvolvimento da comunidade local, podemos chegar mais próximos de um patrimônio que extrapole as questões jurídicas, que destacam as monumentalidades, e realçar os valores subjetivos, aproximando o campo das sensibilidades. Os patrimônios, sendo eles localmente construídos ou não, devem dispor de utilidade social e participação. Os patrimônios locais deveriam ser reintroduzidos no uso das comunidades, pois assim ganhariam um ideal, especialmente presentes nas experiências da população.

Material suplementar
REFERÊNCIAS
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Archer, B. & Cooper, C. (2001). Os impactos positivos e negativos do turismo. In: Theobald, W. F. (Org.). Turismo Global. São Paulo: Senac.
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Notas

Figura 1
Caminha da Percepção realizada no evento
Da autora, 2017.
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