Secciones
Referencias
Resumen
Servicios
Descargas
HTML
ePub
PDF
Buscar
Fuente


Fatores geradores de estresse em policiais militares: revisão sistemática
Stress generating factors among military police officers: a systematic review
Factores generadores de estrés en policías militares: revisión sistemática
Revista Família, Ciclos de Vida e Saúde no Contexto Social, vol. 2, pp. 637-648, 2018
Universidade Federal do Triângulo Mineiro

Revisão



Resumo: Este estudo teve como objetivo identificar os fatores geradores de estresse mais recorrentes em policiais militares, descritos nas produções científicas. Trata-se de uma revisão sistemática pelo método PRISMA, realizada através das bases de dados: Pubmed, Scielo e BVS, utilizando os descritores “Military Police” AND “Polícia militar” OR “Occupational hazard” AND “Risco ocupacional” OR “Occupational stress” AND “Estresse ocupacional”, realizado em abril de 2015. Identificaram-se 4.490 trabalhos, dos quais 4.424 foram excluídos depois da leitura do título, por não serem elegíveis. Dos 66 estudos, 17 foram descartados por serem duplicados, restando 49 artigos. Na leitura dos resumos, foram excluídos 16, que não estavam disponíveis online de forma completa. Assim, restaram 17 estudos, com exclusão de 07 por critérios de elegibilidade. As mulheres são as mais afetadas pelo estresse no trabalho na Polícia Militar. Nas questões referentes à idade ou ao tempo de serviço, os mais novos ou com menos tempo de profissão são os que menos sofrem com os problemas relacionados ao estresse no trabalho. A elevada carga de violência à qual são expostos é outro possível indutor dos altos índices nos estudos levantados.

Palavras-chave: Polícia, Saúde mental, Transtornos mentais, Saúde do trabalhador.

Abstract: This study aimed at identifying the most common stress generating factors among military police officers, according to scientific literature. It is a systematic review conducted through the PRISMA method, in the databanks: Pubmed, Scielo and BVS, using the descriptors"Military Police" AND "Polícia militar" OR "Occupational Hazard” AND “Risco ocupacional” OR “Occupational stress” AND “Estresse ocupacional”, conducted in April 2015. 4,490 researchers were found, from which 4,424 were excluded after the title was read, as they did not meet the inclusion criteria. From these 66 studies, 17 were discarded due to duplicated results, and 49 were left. During the reading of the abstracts, 16 other workers were excluded because they were not completely available online. Therefore, 17 studies were left, and 07 were excluded due to the eligibility criteria. Women are the most affected by the stress at the Military Police work. In issues regarding age or time on the service, the younger or those with less time in the profession suffer less from stress-related problems at work. The high level of violence to which they are exposed is another possible influence in the high levels of stress in the studies surveyed.

Keywords: Police, Mental health, Mental disorders, Occupational health.

Resumen: Este estudio tuvo como objetivo identificar los factores generadores de estrés más recurrentes en policías militares descriptos en las producciones científicas. Se trata de una revisión sistemática por el método PRISMA, realizada a través de las bases de datos Pubmed, Scielo y BVS, utilizando los descriptores “Military Police” y “Polícia Militar” u “Occupational hazard” y “Risco ocupacional” u “Occupational stress” y “Estresse ocupacional”, realizado en abril de 2015. Se identificaron 4.490 trabajos, de los cuales 4.424 fueron excluidos después de la lectura del título, por no ser elegibles. De los 66 estudios, 17 fueron descartados por ser duplicados, restando 49 artículos. En la lectura de los resúmenes, fueron excluidos 16, que no estaban disponibles online de forma completa. Así, restaron 17 estudios, con exclusión de 7 por criterios de elegibilidad. Las mujeres son más afectadas por el estrés en el trabajo en la Policía Militar. En las cuestiones referentes a la edad o al tiempo de trabajo, los más jóvenes o con menos tiempo de profesión son los que menos sufren con los problemas relacionados al estrés del trabajo. La elevada carga de violencia a la cual son expuestos es otro posible inductor de los altos índices en los estudios levantados.

Palabras clave: Policia, Salud mental, Transtornos mentales, Salud laboral.

INTRODUÇÃO

Os estudos sobre estresse vêm despertando muita atenção acadêmica e social, devido a sua incidência e prevalência. O estresse ocupacional vem ganhando proporções devido ao impacto negativo que causa à saúde física e mental, às atividades sociais, à capacidade de trabalhar e à qualidade de vida dos indivíduos1.

As reações de estresse ocorrem quando o indivíduo perde a capacidade de se adaptar ao trabalho que exerce por causa de eventos e de sobrecargas emocionais nos âmbitos afetivo, familiar, profissional e/ou social2. Porém, as respostas e a sintomatologia dependem da personalidade de cada um. Pesquisas nacionais e internacionais apontam que os policiais estão entre os profissionais que mais sofrem de estresse, pois estão constantemente expostos ao perigo e à agressão e, frequentemente, precisam intervir em situações de problemas humanos com muitos conflitos e tensões3.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o trabalho em determinadas atividades militares, como a do policial, por exemplo, é vinculado a fatores causadores de estresse, como o trabalho monótono, que exige concentração constante, em turnos, isolado e sob a ameaça constante de violência e em zonas de conflito4. O mesmo documento afirma que há, também, evidências epidemiológicas sobre o tema, como o elevado risco de doenças cardiovasculares, particularmente as coronarianas e a hipertensão, quando comparado com a população geral, o que denota, em grande medida, os efeitos do estresse4,5.

Os policiais são expostos aos mais variados tipos de agravo à saúde, devido à natureza das atividades desempenhadas, à sobrecarga de trabalho e às relações internas e externas à corporação, cuja organização se fundamenta na hierarquia e na disciplina4-6. Esses trabalhadores apresentam índices mais elevados de absenteísmo por doença (de fundo emocional), quando percebem a atividade de trabalho como perigosa.

A percepção de trabalho perigoso e a ocorrência de acidentes de trabalho não fatais estão associados ao absenteísmo, tanto devido a problemas de saúde geral quanto aos relacionados ao trabalho ou agravados por ele7. Levantamentos bibliográficos apresentam uma grande variação nas estimativas de estresse no trabalho de policiais. Assim, este estudo tem como objetivo identificar os fatores geradores de estresse mais encontrados em policiais militares descritos nas produções científicas8,9.

MÉTODO

Trata-se de uma revisão sistemática, uma das melhores possibilidades de se reunir informações sobre determinado assunto. Para realizar a pesquisa, adotou-se os critérios do Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses (PRISMA). O PRISMA orienta a formulação e a redação de uma revisão sistemática e resume informações relativas ao objetivo do pesquisador10,11.

Embora as recomendações do PRISMA tenham sido criadas, primeiramente, para apresentar textualmente revisões sistemáticas de intervenção em contextos de saúde, com precisão e confiabilidade, elas têm sido utilizadas frequentemente em trabalhos de prognóstico12 e diagnóstico clínico13, em adaptações transculturais14, em propriedades de medidas15, e outros16.

A formulação da pergunta que serviu de base para a pesquisa e seu título foi fundamentada no método Participants, interventions, comparators, outcomes, and study design (PICOS)17, que serviu para subsidiar informações precisas sobre o domínio da pergunta disparadora empregada para realizar a pesquisa.

A estratégia de busca adotada foi uma investigação sequencial dos artigos nas bases de dados eletrônicas: Scielo Electronic Library Online (SciELO), Biblioteca Virtual de Saúde (BVS) e PubMed. Os termos utilizados na pesquisa foram baseados nos descritores em Ciências da Saúde (DECs), considerando-se as seguintes palavras: “Military Police” AND “Polícia militar” OR “Occupational hazard” AND “Risco ocupacional” OR “Occupational stress” AND “Estresse ocupacional”.

Os critérios de inclusão adotados nesta pesquisa foram os seguintes: que o artigo deveria estar indexado nas bases de dados selecionadas e disponível em inglês, espanhol ou português na íntegra; que não fossem utilizados filtros de datas; que não houvesse restrição de sexo e idade do participante da pesquisa. Os estudos selecionados preencheram os seguintes critérios de inclusão: (1) pesquisas quantitativas, qualitativas e/ou de revisão e (2) estudos que investigaram fatores geradores de estresse mais encontrados em policiais militares.

Os artigos foram selecionados hierarquicamente pelos seguintes elementos: título; duplicação; resumo; disponibilidade completa de forma livre do texto; leitura do texto e respeito aos critérios de inclusão e exclusão e, posteriormente, os seguintes dados: autoria; ano de publicação; amostra do estudo; fatores geradores de estresse e discussão/conclusão.

A coleta dos dados foi iniciada no dia 22 de abril de 2015, e concluída em 05 de junho do mesmo ano. Os dados foram analisados e revisados por outro pesquisador, no período de 1 de outubro a 30 do mesmo mês e ano, de forma independe e sem intervenção, e um consenso foi alcançado por meio de discussão entre os revisores e a equipe de pesquisa.

Uma primeira análise se deu com base nas informações obtidas no título e no resumo e, num outro momento, os estudos foram lidos e avaliados na íntegra.

RESULTADOS

Identificou-se 4.490 estudos potencialmente elegíveis (Figura 1), dos quais 207 foram encontrados na SciELO, 2.557 na BVS, e 1.726 na PubMed. Desses, 4.424 foram excluídos depois de lidos os títulos, e restaram 66, dos quais 17 foram descartados por serem duplicados. Portanto, restaram 49 estudos.

Na etapa seguinte – a de leitura dos resumos – excluiu-se 16 publicações, pelo fato de o texto não estar disponível por completo. Assim, restaram 17 estudos, que foram lidos completamente, sete dos quais foram excluídos porque foram julgados com os critérios de elegibilidade e por não contemplarem o item 1 - pesquisas quantitativas, qualitativas e/ou de revisão. Foram excluídos um estudo de caso e seis relatos de experiência.

Assim, somente dez pesquisas foram incluídas na síntese qualitativa para atender aos critérios de inclusão e estão expostas na tabela 1, que apresenta as avaliações dos dados coletados para a revisão sistemática com suas respectivas variações: autor, ano de publicação, amostra do estudo, fatores geradores de estresse e discussão/conclusão3-5, 7-9,18-21.


Figura 1
Fluxograma dos artigos selecionados, abril de 2015.


Tabela 1
Dados coletados dos artigos selecionados para a revisão sistemática, abril de 2015 (Continua).


Tabela 1
Dados coletados dos artigos selecionados para a revisão sistemática, abril de 2015 (Continuação)


Tabela 1
Dados coletados dos artigos selecionados para a revisão sistemática, abril de 2015 (Continuação)

DISCUSSÃO

Constatou-se que a produção científica acerca do estresse em policiais é escassa, apesar do crescente interesse pelo assunto. O principal fato de exclusão teve a ver com o fato de um mesmo artigo se repetir em várias bases, e o texto não estar disponível por completo. Isso deixa clara a restrição das revistas indexadas nessas bases de dados, que limitam o avanço da ciência e a circulação de forma livre.

Dentre os dez estudos encontrados sobre estresse, os possíveis fatores causadores de estresse mais relatados foram: violência dentro e fora da corporação militar3-5,8,9,21; trabalho em turnos3,4,6,18; associação entre o estresse e as variáveis sociodemográficas3,19,20; exigências do trabalho – organização do trabalho3-8,20,21, e discriminação de gênero3,4,6,8.

Em estudo realizado com policiais da Força Tática e de rua sobre a saúde mental, no que diz respeito à percepção do estresse no exercício profissional, foram encontrados resultados que indicaram que a maior parte (91,7%) dos policiais se sente estressada21.

As exigências do trabalho – organização do trabalho3-8,20,21 foi o item mais mencionado pelos trabalhadores participantes das pesquisas. Os estudos apontaram que existem pressões e desafios nas esferas da organização prescrita do trabalho policial, a qual impõem rigorosos limites à expressão da subjetividade dos policiais no trabalho, para os quais são proporcionadas precárias possibilidades de conduzir seu sofrimento de forma criativa e não adoecedora, associadas à falta de amparo do Estado, o que os conduz ao esgotamento8.

Para suprir a limitação salarial, os policiais militares fazem outras atividades, os chamados “bicos”, com o propósito de complementar a renda mensal7,21. Na maioria das vezes, são serviços de segurança particular, de eventos privados ou de estabelecimentos comerciais. Isso faz com que os policiais, sobretudo, os do sexo masculino, aproveitem seus momentos de folga para exercer outra atividade remunerada7. Em relação aos trabalhadores do sexo feminino, a maioria aproveita os períodos de folga para atividades de estudo, trabalho doméstico e lazer.

As questões relacionadas à hierarquia também foram mencionadas em diversos estudos e apontadas como uma das fontes geradoras de estresse, com relatos de inferiorização dos policiais por seus superiores. Essa questão também está ligada ao desejo de ascender ao cargo, algo que merece grande dedicação e empenho3-5,7-9. Esses cargos são posições almejadas e concorridas entre os profissionais e, por contemplarem poucos deles, geram ansiedade e frustração4.

Nessa situação, a elevada carga de trabalho, associada aos fatores dos contextos social e familiar externos à organização, é um ponto bastante preocupante; e a jornada de trabalho diferenciada e gerenciada pela organização militar compromete o trabalhador tanto física quanto mentalmente. Quando em serviço, os policiais precisam de dedicação exclusiva e de estar sempre em alerta para qualquer situação de perigo que aconteça, o que resulta em diminuição das horas de sono e de descanso.

A violência policial foi o segundo item mais reportado como parte desses mecanismos, pois expressa o sofrimento psíquico dos policiais, constituído no território de violência na organização do trabalho e pela pressão organizacional e social3-5,8,9,21.

Em um questionário respondido pelos policiais, em diferentes grupos de atuação, eles disseram que se sentem estressados ‘sempre’, ‘às vezes’ ou ‘nunca’. No grupo dos policiais de rua, encontrou-se o maior percentual (92,3%) dos trabalhadores que, sempre ou às vezes, sentem-se estressados21. O trabalho desses policiais está diretamente associado a atividades mais perigosas, em relação aos que atuam dentro das corporações, o que gera um nível maior de alerta e, consequentemente, de ansiedade.

Estudo sobre policiais mostrou que os trabalhadores que atuam em turnos vespertinos e noturnos mencionaram um número maior de fatores de estresse associados ao trabalho em comparação aos que trabalham no turno diurno21. As causas que envolvem a fadiga no trabalho são múltiplas e, em geral, decorrentes das associações entre as más condições de trabalho, o trabalho em turnos, o desencontro entre os ritmos biológicos e os horários de trabalho6.

Outros fatores que podem estar associados ao estresse, segundo os policiais, são o conteúdo violento do trabalho policial, o contato rotineiro com a morte e a violência e a constante pressão das responsabilidades, porquanto são elementos do cotidiano de trabalho causadores de danos à saúde desses profissionais8. Entretanto, a grande questão do estresse envolve a forma como é percebido pelos policiais. Muitos o consideram como uma característica da atividade que realizam e que será revertido. Por outro lado, existem alguns indivíduos que enfrentam o estresse como um grande problema e apresentam sérias dificuldades para o seu manejo.

A discriminação por gênero foi citada e descrita em quatro trabalhos3,4,6,8. Um deles aponta, especificamente, o preconceito e a discriminação de gênero como um fator estressor. As policiais disseram que se sentem avaliadas não somente por sua patente, mas também pelo sexo e que há uma grande diferença entre os gêneros durante a distribuição das atividades e grande desconfiança por parte dos homens em relação a sua capacidade. O assédio moral e sexual também é citado pelas policiais, que sentem dificuldade de criar estratégias de defesa4.

Elas também se referiram à grande demanda de trabalho e à falta de infraestrutura adequada, de pessoal e de material, como geradores de estresse. No caso das trabalhadoras que desempenham suas atividades operacionais nas ruas, a questão é a exigência física. Para elas, os equipamentos de defesa, como os fuzis, por exemplo, são pesados, razão na qual sentem dificuldade de segurá-los e manuseá-los por longos períodos. Diversos estudos se referiram às condições adversas do trabalho ao sol, sem acesso a água e local adequado para ir ao banheiro, o que se complica no período menstrual4.

A associação entre o estresse e as variáveis sociodemográficas3,19,20 foi também outro achado. Os policiais que lidam com tarefas perigosas afirmam que certa dose de estresse é positiva e necessária para que o serviço seja feito5. Essa é uma realidade muito presente no dia a dia dos policiais mais novos e/ou dos que estão há pouco tempo na corporação, que gostam do estresse e dizem que é uma das fontes de ânimo para fazer seu trabalho. Enquanto isso, os policiais com mais idade e/ou certo tempo de corporação consideram isso ruim e relacionam o estresse sofrido no trabalho aos problemas de saúde e às dificuldades de se relacionar dentro e fora do trabalho3,8,18-20.

O estresse gera dificuldades relativas às questões profissionais e particulares22. Em alguns casos, provoca isolamento, insônia6 e depressão4,7,8,19. Pesquisas nacionais e internacionais apresentam dados relativos aos policiais que se isolam do convívio social para proteger seus familiares, com vistas a não serem afetados pelos riscos que envolvem suas atividades profissionais4,7,8.

Em grande parte dos policiais participantes dos estudos há mudanças nas suas respostas nos questionários por receio de sofrer punições ou de serem demitidos de suas funções, mesmo com a assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido que lhes assegura o anonimato. Isso acontece porque sofrem punições quando questionam seus superiores sobre alguma atitude relativa ao seu desempenho no trabalho5,21,23.

Alguns pesquisadores asseveram que as respostas dos participantes não correspondem exatamente à realidade21. Quando se trata de instrumento de cunho mais subjetivo, que requer a 'sinceridade' do avaliando, tem-se que lidar com a possibilidade de as respostas terem apresentado algum viés. Contudo, também se deve olhar para esse dado como representativo do relato, sobre como esses policiais se sentem e como se percebem em sua atuação profissional.

CONCLUSÃO

A utilização do método PRISMA nesta pesquisa requereu o emprego de conhecimentos de diversas áreas, como a Psicologia, a Saúde Coletiva e a Sociologia, juntamente com as diretrizes da literatura especializada, como suporte teórico para elaborar uma proposta com o objetivo de se pesquisar mais profundamente o cotidiano dos policiais militares, na perspectiva de embasar os estudos desenvolvidos pelo Laboratório de Saúde, Trabalho e Ergonomia (LASTE).

Os resultados da pesquisa mostraram escassez de estudos destinados ao aprofundamento e ao entendimento dos fatores geradores de estresse nos policiais militares. Esse estudo demonstrou que a atividade profissional do policial militar é sobremaneira estressante. Por essa razão, é preciso aprofundar a temática, já que os estudos até então desenvolvidos ainda não são suficientes para se comprovar a realidade.

O gênero feminino é mais afetado pelo estresse no trabalho na PM. Nas questões referentes à idade ou ao tempo de serviço, os mais novos ou com menos tempo de profissão são os que menos sofrem com o problema. Uma das possíveis causas é a compatibilidade de alguns dos fatores do estresse da profissão que são necessários para que eles possam executar suas atividades a contento. A elevada carga de violência à qual são expostos é outro possível indutor dos índices de estresse.

A profissão de policial militar deve ser considerada muito importante para a sociedade. Com base no que foi mostrado, percebe-se que os profissionais dessa área são expostos a vários fatores desencadeadores de estresse, o que afeta as condições de sua vida e a realização da atividade profissional.

Assim, considerando todos os aspectos aqui abordados, se entende que são necessários novos estudos sobre os fatores geradores e propulsores do estresse em policiais militares e o aprofundamento das questões organizacionais e das relações interpessoais.

Este estudo tem limitações no que se refere aos tipos de instrumentos utilizados nos estudos eleitos para esta revisão, pois a pesquisa se limitou a analisar as questões relativas aos fatores de estresse. Sugere-se novas revisões, em que se inclua uma meta-análise, que apresente evidências e características dos instrumentos de pesquisa utilizados.

Por sua vez, este estudo espera oferecer subsídios para pesquisas que tenham os policiais militares como população a ser estudada, na perspectiva de auxiliar pesquisadores e profissionais da área de saúde em suas práticas de investigação.

REFERÊNCIAS

Sadir MA, Bignotto MM, Lipp MEN. Stress e qualidade de vida: influência de algumas variáveis pessoais. Paidéia (Ribeirão Preto). [Internet]. 2010 [citado em 21 jun 2017]; 20(45):73-81. doi: https://dx.doi.org/10.1590/S0103-863X2010000100010

Lima DR. Manual de farmacologia clínica, terapêutica e toxicológica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 1993.

Costa M, Accioly JH, Oliveira J, Maia E. Estresse: diagnóstico dos policiais militares em uma cidade brasileira. Rev Panam Salud Publica [Internet]. 2007; [citado em 21 jun 2017]; 21(4):217-22. Disponível em: http://www.scielosp.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1020-49892007000300004&lng=en. doi: http://dx.doi.org/10.1590/S1020-49892007000300004

Bezerra CM, Minayo MCS, Constantino P. Estresse ocupacional em mulheres policiais. Ciênc Saúde Colet. [Internet]. 2013 [citado em 21 jun 2017]; 18(3):657-66. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-81232013000300011&lng=en. doi: http://dx.doi.org/10.1590/S1413-81232013000300011.

Souza ER, Minayo MCS, Silva JG, Pires TO. Fatores associados ao sofrimento psíquico de policiais militares da cidade do Rio de Janeiro, Brasil. Cad Saúde Pública [Internet]. jul 2012 [citado em 21 jun 2017]; 28(7):1297-311. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-311X2012000700008&lng=en. doi: http://dx.doi.org/10.1590/S0102-311X2012000700008

Moreno CRC, Fischer FM, Rotenberg L. A saúde do trabalhador na sociedade 24 horas. São Paulo em Perspect. [Internet]. 2003 [citado em 21 jun 2017]; 17(1):34-46. doi: https://dx.doi.org/10.1590/S0102-88392003000100005.

Silva MB, Vieira SB. O processo de trabalho do militar estadual e a saúde mental. Saúde Soc. [Internet]. dez 2008 [citado em 22 jun 2017]; 17(4):161-70. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-12902008000400016&lng=en. doi: http://dx.doi.org/10.1590/S0104-12902008000400016.

Amador FS, Santorum K, Cunha CS, Braum SM. Por um programa preventivo em saúde mental do trabalhador na Brigada Militar. Psicol, Ciênc Prof. [Internet]. 2002 [citado em 21 jun 2017]; 22(3):54-61. doi: https://dx.doi.org/10.1590/S1414-98932002000300009

Minayo MCS, Assis SG, Oliveira RVC. Impacto das atividades profissionais na saúde física e mental dos policiais civis e militares do Rio de Janeiro (RJ, Brasil). Ciênc Saúde Coletiva [Internet]. abr 2011 [citado em 21 jun 2017]; 16(4):2199-2209. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-81232011000400019&lng=en. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/S1413-81232011000400019

Liberati A, Altman DG, Tetzlaff J, Mulrow C, Gotzsche PC, Ioannidis JPA, et al. The PRISMA statement for reporting systematic reviews and meta-analyses of studies that evaluate health care interventions: explanation and elaboration. Ann Inter Med. [Internet]. 2009 [citado em 21 jun 2017]; 151(4):w65-w94. doi: http://dx.doi.org/10.7326/0003-4819-151-4-200908180-00136

Shamseer L, Moher D, Clarke M, Ghersi D, Liberati A, Petticrew M, et al. Preferred reporting items for systematic review and meta-analysis protocols (PRISMA-P) 2015: elaboration and explanation. BMJ. Jan 2015; 350:g7647

Pengel LHM, Herbert RD, Maher CG, Refshauge KM. Acute low back pain: systematic review of its prognosis. BMJ. 2003; 327(7410):323.

Hancock MJ, Maher CG, Latimer J, Spindler MF, McAuley JH, Laslett M, et al. Systematic review of tests to identify the disc, SIJ or facet joint as the source of low back pain. Eur Spine J. 2007; 16(10):1539-50.

Costa LCM, Maher CG, McAuley JH, Costa LOP. Systematic review of cross-cultural adaptations of McGill Pain Questionnaire reveals a paucity of clinimetric testing. J Clin Epidemiol. 2009; 62(9):934-43.

Costa LOP, Maher CG, Latimer J, Smeets RJEM. Reproducibility of rehabilitative ultrasound imaging for the measurement of abdominal muscle activity: a systematic review. Phys Ther. 2009; 89(8):756-69.

Reichenheim ME, Moraes CL. Operationalizing the cross-cultural adaptation of amily nical measurement instruments. Rev Saúde Pública [Internet]. 2007 [citado em 11 Mar 2017]; 41(4):665-73. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-89102007000400024&lng=en. doi: http://dx.doi.org/10.1590/S0034-89102006005000035

Wright B, Marshall D, Adamson J, Ainsworth H, Ali S, Allgar V, et al. Social stories to alleviate challenging behaviour and social difficulties exhibited by children with autism spectrum disorder in mainstream schools: design of a manualised training toolkit and feasibility study for a cluster randomised controlled trial with nested qualitative and cost-effectiveness components [Internet]. Southampton, UK: NIHR Journals Library; 2016 Jan [citado em 11 Mar 2017]. (Health Technology Assessment, No. 20.6.). Appendix 2, Population, intervention, comparator, outcome, setting for systematic review. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK338492/

Ma C, Andew M, Fekedulegn D, Gu J, Hartley T, Charles L, et al. Shift work and occupational stress in police officers. Saf Health at Work [Internet]. 2015 [citado em 11 Mar 2017]; 6(1):25-9. doi: https://doi.org/10.1016/j.shaw.2014.10.001

Balakrishnamurth C, Shankar S. Impact of age and level of experience on occupational stress experienced by non-gazetted officers of the central reserve police force. Ind Psychiatry J. [Internet]. 2009 [citado em 05 jun 2015]; 18(2):81-3. Disponível em: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2996209/

Schlichting JAM, Cascaes SF, Valdeni MB, Gonçalves E, Barbosa GFPJ, Silva R. The occupational stress affects the health conditions of military police officers. Rev Cuba Med Mil. [Internet]. 2014 [citado em 2 2jun 2017]; 43(3):293-306. Disponível em: http://scielo.sld.cu/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0138-65572014000300004&lng=es

Oliveira KL, Santos LM. Percepção da saúde mental em policiais militares da Força Tática e de rua. Sociologias [Internet]. 2010 [citado em 11 mar 2017]; 12(25):224-50. doi: https://dx.doi.org/10.1590/S1517-

Lipp MN. Pesquisas sobre stress no Brasil: saúde, ocupações e grupos de risco. Campinas: Papirus; 1996.

Santos MMA, Souza EL, Barroso BIL. Análise sobre a percepção de policiais militares sobre o conforto do colete balístico. Fisioter Pesqui. [Internet]. 2017 [citado em 30 ago 2017]; 24(2):15 7-162. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1809-29502017000200157&lng=pt. doi: http://dx.doi.org/10.1590/1809-2950/16629324022017

Autor notes

1 Terapeuta Ocupacional. Especializanda na modalidade Residência Multiprofissional em Saúde da Família pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Recife, PE, Brasil. ORCID: 0000-0002-6299-3103 E-mail: may-elle@hotmail.com
2 Terapeuta Ocupacional. Mestre em Administração e Sociedade. Doutoranda em Terapia Ocupacional pela Universidade Federal de São Carlos. Professora Assistente do Departamento de Terapia Ocupacional da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), João Pessoa, PB, Brasil. ORCID: 0000-0003-0704-0534 E-mail: marinabs91@hotmail.com an style='font-size:14.0pt; font-family:"Cambria","serif"'>Terapeuta Ocupacional. Especializanda na modalidade Residência Multiprofissional em Saúde da Família pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Recife, PE, Brasil. ORCID: 0000-0002-6299-3103 E-mail: may-elle@hotmail.com
3 Terapeuta Ocupacional. Especialista em Transtornos do desenvolvimento e do Espectro Autista pelo Centro Integrado de Educação. ORCID: 0000-0002-9782-9426 E-mail: mairanam@outlook.com
4 Terapeuta Ocupacional. Especializanda na modalidade Residência Multiprofissional em Saúde Mental pela UFPB, João Pessoa, PB, Brasil. ORCID: 0000-0002-62665249 E-mail: maisa.albuquerque@hotmail.com dy lang=PT-BR style='tab-interval:35.4pt'> Terapeuta Ocupacional. Especialista em Transtornos do desenvolvimento e do Espectro Autista pelo Centro Integrado de Educação. ORCID: 0000-0002-9782-9426 E-mail: mairanam@outlook.com
5 Terapeuta Ocupacional. Especialista em Tecnologia Assistiva. Mestre em Engenharia de Produção. Doutoranda em Ciências da Reabilitação pela Universidade de São Paulo. Professora Adjunta do Departamento de Terapia Ocupacional da UFPB, João Pessoa, PB, Brasil. ORCID: 0000-0002-3591-4350 E-mail: barbarabarroso@yahoo.com.br


Buscar:
Ir a la Página
IR
Visualizador XML-JATS4R. Desarrollado por