Artigos Originais

A construção da paternidade ao nascimento do filho a termo e saudável

The construction of paternity at the birth of a full-term healthy child

La construcción de la paternidad en el nacimiento del hijo a término y sano

Suzanne da Silva Santos
, Brasil
Rita de Cássia Melão Morais
Universidade de Brasília (UNB), Brasil
Aline Oliveira Silveira
UNB, Brasil
Camila Camargo Medeiros
UNB, Brasil
Mariana André Honorato Franzoi
UNB, Brasil

A construção da paternidade ao nascimento do filho a termo e saudável

Revista Família, Ciclos de Vida e Saúde no Contexto Social, vol. 2, Sup., pp. 767-778, 2021

Universidade Federal do Triângulo Mineiro

Recepción: 18 Septiembre 2020

Aprobación: 07 Mayo 2021

Resumo: Este é um estudo descritivo com abordagem qualitativa, realizado no primeiro trimestre de 2019, no alojamento conjunto de um hospital público e teve como objetivo descrever a percepção de homens que vivenciaram o nascimento do filho a termo e saudável sobre o processo de construção da paternidade. A coleta de dados se deu pela entrevista semiestruturada, com posterior análise temática. Participaram 18 pais, dos quais a maioria tinha entre 20 a 40 anos, era casada ou em união estável, ensino médio completo ou incompleto, com renda mensal entre um a três salários mínimos. Quatro unidades temáticas foram elaboradas: Planejando ter um filho; Sentimentos aflorados com a paternidade; A paternidade acarreta maturidade e novas responsabilidades; e O cuidado do pai ao binômio. Os homens demonstraram o desejo de planejar, estar presentes e participar ativamente da gestação, do parto e dos cuidados com o recém-nascido; também verificou-se descentralização dos cuidados maternos e a inserção ativa dos pais nos cuidados do seu filho. A paternidade gerou sentimentos positivos, mas também ansiedade e angústias com relação às novas responsabilidades de pai, como educacional e financeira.

Palavras-chave: Paternidade, Relações pai-filho, Pai, Período pós-parto.

Abstract: This is a descriptive study with a qualitative approach, carried out in the first quarter of 2019, in rooming-in of a public hospital. It aimed to describe the perception of men who experienced the birth of a full-term healthy child, about the process of construction of the paternity. Data collection took place through semi-structured interviews, with subsequent thematic analysis. Eighteen fathers participated, most of whom were between 20 and 40 years old, married or in civil union, with complete or incomplete high school education, monthly income equivalent to one to three minimum wages. Four thematic units were developed: Planning to have a child; Feelings brought by paternity; Fatherhood brings maturity and new responsibilities; and The care of the father to the binomial. Men showed desire to plan, be present and actively participate in the pregnancy, delivery and care for the newborn; there was also decentralization of maternal care and the active inclusion of fathers in their child's care. Fatherhood generated positive feelings, but also anxiety and anguish regarding the new responsibilities of a father, such as educational and financial.

Keywords: Paternity, Father-child relations, Fathers, Postpartum period.

Resumen: Este es un estudio descriptivo con enfoque cualitativo, realizado en el primer trimestre de 2019, en el alojamiento compartido de un hospital público y que tuvo como objetivo describir la percepción de hombres que vivieron el nacimiento de su hijo a término y sano sobre el proceso de construcción de la paternidad. Los datos se recogieron mediante entrevistas semiestructuradas, con un posterior análisis temático. Participaron 18 padres, la mayoría de ellos con edades comprendidas entre los 20 y los 40 años, casados o en pareja de hecho, con educación secundaria completa o incompleta, con ingresos mensuales entre uno y tres salarios mínimos. Se elaboraron cuatro unidades temáticas: Planificando tener un hijo; Sentimientos tocados por la paternidad; La paternidad trae consigo madurez y nuevas responsabilidades; y el cuidado del padre por el binomio. Los hombres mostraron el deseo de planificar, estar presentes y participar activamente en el embarazo, el parto y el cuidado del recién nacido; también se observó la descentralización del cuidado materno y la inserción activa de los padres en el cuidado de su hijo. La paternidad generó sentimientos positivos, pero también ansiedad y angustia respecto a las nuevas responsabilidades como padre, como las educativas y financieras.

Palabras clave: Paternidad, Relaciones padre-hijo, Padre, Periodo pósparto.

INTRODUÇÃO

O nascimento de um filho traz consigo aspectos a serem analisados, principalmente no que diz respeito à modificação na vida dos pais, nas quais há valores já atribuídos sobre gênero masculino e feminino frente ao cuidado e à criação dos filhos. Os papéis familiares pré-estabelecidos na sociedade têm passado por mudanças, de modo que a mãe não mais se dedica exclusivamente à realização das atividades domésticas, assim como o pai não participa apenas do provimento financeiro da casa, podendo se inserir nos cuidados dos filhos. Essa nova configuração desvela uma relação convergente e conflituosa entre os modelos tradicional e moderno de paternidade, sendo identificável a diferença do homem em relação a mulher ao vivenciar o período gravídico-puerperal1-3.

A construção da paternidade para o homem é dinâmica e regada diariamente por inter e intra relações familiares e também consigo mesmo, em meio a conflitos de ações e sentimentos bons ou ruins. Esse período confere ao homem a identidade adulta, na qual o eixo norteador é o de ser provedor, retomando ao modelo tradicional, havendo conflitos ao querer vincular-se afetivamente cuidar dos filhos, para alcançar um novo modelo pai1-2,4.

Essa nova configuração da relação pai-filho promove ao homem não mais o sentimento de exclusão familiar, ainda que difira da relação mãe-filho. A maior participação masculina no meio doméstico traz como consequência um maior envolvimento do homem no manejo de cuidados com o bebê, o que diminui as angústias no processo de parentalidade, que é diário e contínuo, além de conferir à mulher maior segurança em relação aos cuidados do filho1,5.

Para que o homem consiga construir a parentalidade e alcançar maior vinculação pai-filho, é necessário que o homem e a mulher reflitam e ressignifiquem as responsabilidades sociais impostas. A inserção do homem nos contextos de cuidados e imersão em experiências afetivas requer maior atenção das políticas públicas voltadas à paternidade, beneficiando não somente os homens que se configuram nesse novo papel, mas também os filhos, que se beneficiam com o afeto do pai, consequentemente, refletindo favoravelmente ao desenvolvimento do bebê02.

A parentalidade é o agrupamento de diversos aspectos relacionados à realidade psíquica individual dos homens que sofrem alterações no decorrer da gestação e do pós-parto através das trocas estabelecidas entre o pai e a criança06. Três linhas podem referir-se a parentalidade: os laços de parentesco, para a qual são passados valores do grupo social inserido; as modificações psíquicas no decorrer do processo de parentalidade; e a prática desse processo, ou seja, os cuidados parentais; considerando-se que estas três linhas precisam estar entrelaçadas para a funcionalidade da família06.

O nascimento de um filho propicia na vida do homem a transição para a parentalidade que é uma fase de abundantes transformações, novos sentimentos, aprendizados e ressignificações. Momento oportuno, para a equipe de enfermagem promover estratégias que possibilitem os pais se sentirem mais confiantes, esclarecidos de suas dúvidas, inquietações e aptos para cuidar dos seus filhos.

O enfermeiro, ao identificar as necessidades de cuidados dos pais, desde o pré-natal até o pós-parto, poderá disponibilizar informações, bem como propiciar um espaço dialógico, para que possam expor e analisar as preocupações apresentadas, visando o fortalecimento do sentimento de autoconfiança na nova atribuição a ser desempenhada, que é o papel de pai. Assim este estudo teve como objetivo descrever a percepção de homens que vivenciaram o nascimento do filho a termo e saudável sobre o processo de construção da paternidade.

MÉTODO

Este é um estudo descritivo de abordagem qualitativa que possibilita maior aproximação com o cotidiano e as experiências vividas pelos participantes07. O local foi um Alojamento Conjunto de uma Maternidade de um hospital público de Brasília-DF.

Como critérios de inclusão: pais homens de neonatos nascidos a termo e saudáveis, com mais de 48 horas de vida, em contato e interação com o recém-nascido. Considerou-se como critérios de exclusão: pais com idade inferior a 18 anos e aqueles com dificuldades de comunicação (fala e audição autorreferidos e observados).

A questão norteadora foi: Como os homens vivenciam o processo de transição da parentalidade ao nascimento do filho a termo e saudável? E o conceito de parentalidade utilizado para esta investigação baseou-se na descrição de Houzel06.

Para coleta dos dados foram utilizados dois instrumentos: formulário de caracterização dos participantes e um roteiro de entrevista semiestruturado que abordou os seguintes questionamentos: o sentimento ao saber da gestação da companheira; a mudança de conceitos a partir do nascimento do filho, questionamentos sobre o que é ser pai; sobre como se dava a participação dos pais nos cuidados do recém-nascido e os sentimentos que surgiam diante de tais interações, o que os pais valorizavam na relação pai-filho e a consideração da importância da presença paterna no alojamento conjunto.

O local da coleta de dados se deu em uma sala de espera, no próprio alojamento conjunto, fornecendo ambiente com ausência de movimentos de transeuntes, garantindo a privacidade dos participantes. As entrevistas foram gravadas em aparelho digital e transcritas, na íntegra, logo após a sua realização, pelo próprio pesquisador.

Para preservar o anonimato a letra P foi utilizada para representar os pais participantes. A coleta de dados ocorreu nos meses de fevereiro e março de 2019. Cada entrevista durou em média dez minutos e não houve recusa dos pais convidados, contudo, uma entrevista foi excluída, pois o participante não tinha certeza sobre a paternidade da criança.

O número de entrevistas cessou pela saturação teórica, pois não ocorreram novos elementos dos discursos dos entrevistados e a inclusão de novas informações deixa de ser relevante, pois não modifica o entendimento do objeto estudado08.

A análise de dados foi a temática de acordo com os preceitos de Minayo07, que consiste na pré-análise do material coletado a partir da leitura flutuante, tomando-se contato exaustivo com o mesmo, identificação das unidades de significação relacionadas a proposta do estudo.

Para manter o rigor metodológico do estudo, foi utilizada como ferramenta de apoio a lista de critérios consolidados para relatos de pesquisa qualitativa – Consolidated criteria for reporting qualitative research (COREQ)09.

O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos, da instituição, sob parecer n. 3.123.218 e CAAE n. 05284818.9.0000.0030. Os pesquisados assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e o Termo de Autorização para Utilização do Som de Voz para a pesquisa, ambos em duas vias, de acordo com a Resolução nº466/2012, do Conselho Nacional de Saúde.

RESULTADOS

Perfil dos pais participantes

Participaram 18 pais de recém-nascidos. A tabela 1 apresenta a caracterização em relação a faixa etária, estado civil, escolaridade e renda mensal. A maioria tinha entre 20 a 40 anos, casado ou em união estável, ensino médio completo ou incompleto, com renda mensal entre um a três salários mínimos (Tabela 1).

Dos 18 participantes, nove referiram já ter outros filhos. A quase totalidade (17) referiram residir com a companheira/esposa e outros filhos, e um pai declarou-se solteiro e que residia sozinho. A totalidade dos pais relataram desempenhar atividade laboral. Todos os pais relataram acompanhar as gestantes dentre três e seis consultas de pré-natal e 11 pais assistiram ao parto.

Tabela 1
Caracterização dos pais de recém nascidos a termo / saudáveis. Brasília, DF, 2020.
Variável N%
Faixa etária18 ú¾ 20 anos211,1
20 ú¾ 30 anos844,4
30 ú¾ 40 anos738,9
40 ú¾ 501 5,6
Estado civil Casado844,4
União Estável950,0
Solteiro1 5,6
Escolaridade EFI211,1
EFC15,6
EMI633,3
EMC738,9
ESI--
ESC211,1
Renda MensalAté 1 SM1 5,6
Mais de 1 a 2 SM738,9
Mais de 2 a 3 SM633,3
Mais de 3 a 4 SM316,6
Mais de 4 a 5 SM1 5,6
EFI Ensino Fundamental IncompletoEFC Ensino Fundamental CompletoEMI Ensino Médio IncompletoEMC Ensino Médio CompletoESI Ensino Superior IncompletoESC Ensino Superior CompletoSM Salário Mínimo

A análise temática das entrevistas permitiu a identificação de unidades temáticas representativas da percepção do homem sobre o processo de construção da paternidade no contexto do nascimento saudável e a termo, a saber: Planejando ter um filho. Sentimentos aflorados com a paternidade. A paternidade acarreta maturidade e novas responsabilidades; . O cuidado do pai ao binômio.

Planejando ter um filho

Essa unidade temática aborda questões acerca do planejamento e do preparo do casal para ter um filho. Assim como o desejo e a espera do seu nascimento.

Quando o pai era questionado sobre o planejamento/espera do bebê, surgiram relatos de consenso entre o casal para ter o filho, bem como a busca por informações:

A gente planejou né! Então foi uma coisa planejada, a gente começou a conversar sobre isso: e aí amor, vamos ter mesmo o bebê? A gente decidiu ..... fizemos tudo certinho, fizemos chá revelação, fizemos chá de fraldas, e tudo certinho. (P14)

A gente se educou muito nessa questão de presença, de companhia... que eu iria estar na gestação inteira, no parto. (P5)

Por outro lado, há relatos de surpresa ao recebimento da notícia da gestação por não ter planejado a gravidez com a companheira:

Não era planejado, fomos pegos de surpresa. (P11)

Verifica-se a surpresa do pai P11 diante da confirmação da gestação devido ao não planejamento da gravidez.

Sentimentos aflorados com a paternidade

Este tema refere-se a questões relacionadas aos sentimentos e sensações com a descoberta da gestação, de estar presente com o recém-nascido no alojamento conjunto, de ser pai, assim como a importância da presença paterna na vida da criança, fortalecendo os vínculos familiares. A descoberta da paternidade gera diversos sentimentos, como referidos nas seguintes falas:

Eu fiquei muito alegre [...] aí eu fiquei muito ansioso, fiquei muito emocionado mesmo. (P3)

Ah, primeiro a gente leva um impacto né?! Mas foi a melhor coisa que Deus deu para gente. (P9)

Em contrapartida um pai referiu sentimento de rejeição ao ter a notícia da paternidade:

Houve uma rejeição, das duas partes […] nenhum dos dois estava preparado e a gente também não estava querendo, não estava aceitando. (P16)

Ainda um participante referiu se sentir confuso ao saber que seria pai novamente:

Fiquei um pouco confuso. Como assim? mais outro filho. (P11)

O estudo revela que dos 18 participantes, mais da metade tiveram a oportunidade de assistir ao parto, relacionado a esse quantitativo, após o nascimento, a presença concreta do filho é considerada um carreador de diversas sensações para os pais, como alegria, amor ou sensação de ser protetor, fortalecendo o que sentiram ao saberem que seriam pais e modificando concepções negativas que porventura ainda traziam em seus imaginários:

Realmente eu vi o quanto eu poderia amar mais do que eu imaginava. Quando ele está nos meus braços eu vejo que tudo vale a pena, a distância, as dificuldades [...] então isso é algo que me deixa bem, não sei nem como falar, mas me deixa bem alegre. (P12)

Se sente bem, a sensação de protetor. A pureza nesse amor de pai pra filho, é um amor diferente, acho que é uma coisa que não acaba, é um amor que não acaba. (P17)

Após o nascimento do filho, os pais identificam uma maior capacidade de amar, e aplicam uma compensação às dificuldades, com sentimento de bem-estar e alegria. Esse processo configura legitimidade à paternidade, que até então, durante a gestação, era algo abstrato:

Agora [após o nascimento] eu me sinto pai, não sei explicar [...] me dá uma felicidade, me dá um negócio muito bom. (P5)

Por outro lado, um pai relatou não ter assimilado ainda a paternidade:

Eu não consigo acreditar ainda não [...] eu não estou acreditando que sou pai, porque meus pais morreram eu tinha 5 anos de idade, então […] logo eu com um bebê. (P7)

Os pais também relataram sobre a importância da presença paterna, afirmando ser um fator influenciador na criação do vínculo entre pai e filho:

Tem que estar junto cuidando, porque daqui a 10 anos vai ser uma história, ou eu estava junto ou não estava. Aí eu achei importante. (P7)

Acho que é muito importante a presença de um pai pro filho, até porque eu sei o que é crescer sem pai, tive muitas oportunidades de me envolver com coisas ruins. (P17)

Importantíssimo, porque cria vínculo, não só de respeito, como também de pai para filho, e acaba que assim, é algo que dá essa brecha para quando ela crescer futuramente se sentir mais a vontade pra contar qualquer coisa. (P18)

Um pai expressou o desejo de estar mais presente durante a gestação de sua esposa:

Eu gostaria de ter acompanhado mais [a gestação], confesso que às vezes eu fui um pouco preguiçoso, mas assim, eu estava lá presente no momento do parto [...] eu estava ali junto com a mãe [...] segurando junto com ela [...]. (P5)

Durante a gestação, o pai relatou insatisfação com a sua participação no decorrer do período gravídico, afirmando que poderia ter demandado mais esforços junto a sua companheira. Apesar de ter manifestado não contentamento com a sua participação na gestação, percebe-se um movimento ativo do pai de busca por informações e acompanhamento da gestação:

[...] foi o que a gente gostaria de ter feito no plano de parto, por exemplo, na hora do bebê nascer eu segurar o bebê. (P5)

Outro pai referiu presença durante toda gestação:

Eu vejo que é como se fosse uma continuidade minha [...] eu fiquei muito junto, durante a gravidez eu tive presente em tudo, pré-natal, e também desde antes dela começar a se desenvolver dentro da barriga, sempre estava conversando com ela na barriga, conversando com ela ali dentro. (P12)

Um entrevistado afirma que a veracidade do ser pai, para ele, vem da presença física junto ao filho desde o início da gestação:

Acompanhando ela desde o início da vida, eu sei que futuramente eu posso dizer pra ela que eu fui um verdadeiro pai. (P1)

O nascimento do filho proporciona também o estreitamento do relacionamento com a esposa/companheira, como referido por um pai:

Eu acho assim, a questão de unir mais o relacionamento com a minha esposa, eu acho que algo com certeza já mudou para melhor. (P12)

Ainda o nascimento do filho além de acrescentar os novos aprendizados nos cuidados com o recém-nascido, proporciona um novo sentimento, que é o amor por um filho:

Além de aprender a segurar, essas coisas, é complicado [...] pra mim é novo esse negócio de amor, de pai e filho. (P7)

A paternidade acarreta maturidade e novas responsabilidades

Essa unidade temática abordou as mudanças de vida dos pais após a descoberta da gestação e o nascimento do filho. Dentre estas mudanças, destaca-se: o amadurecimento e as novas responsabilidades adquiridas, assim como a responsabilidade financeira, acrescida da preocupação com a educação do filho.

Após a descoberta da gestação, os pais referiram mudanças em diversos aspectos e áreas de suas vidas, sendo uma delas a influência no seu amadurecimento:

[...] agora eu tenho mais vontade de fazer tudo, de viver melhor [...] de gerenciar minha família, que é o que eu não fazia. É necessário, pelo menos para o homem, para ele se tornar uma pessoa melhor, deixar de egoísmo, ver que não é só mais ele sozinho no mundo, tem mais alguém dependente dele. (P1)

Pra mim era muito fácil [a paternidade]. Eu pensava que ter um filho era pegar ele e ir para rua, ir para as festas que eu iria antes, iria ficar tudo normal, mas não fica. Isso atrapalha muito se for pensar em ir para a balada com menino não dá certo. A gente muda muito o pensamento da gente, vai ficando mais maduro a cada dia. (P2)

Quando a gente é pai ou mãe, as nossas escolhas não são mais exatamente nossas. (P5)

Muda totalmente o pensamento da gente, de antes de não ter nada, ficar livre e agora ter um compromisso que a gente não consegue ficar sem. (P13)

Com a chegada do novo integrante da família, além de trazer a maturidade pessoal para o pai, este evento também acarreta responsabilidade de ordem financeira:

[...] eu sou o pai eu tenho que trabalhar, estar junto [...] o que eu faço já não é mais pra mim, as minhas escolhas profissionais foram todas revisadas, pensando, eu preciso [...] a minha vida agora é outra [...] a minha vida não é mais exatamente minha […] por causa da minha ansiedade […] eu preciso estar estável profissionalmente e financeiramente. (P5)

Além da responsabilidade financeira, outra preocupação relatada pelos pais foi com relação à educação dos filhos:

Você sempre fica preocupado, querendo ou não, além da questão de dinheiro, tem também a questão da educação [...] existe a questão da responsabilidade de dar educação, isso é a prioridade de tudo [...] se eu não der educação, que não parte só do ensino escolar, no caso de colégio, da faculdade em si, mas parte da família, da casa, de valores, de conceitos, de ética, tudo isso é obrigação dos pais ensinar. (P18)

O cuidado do pai ao binômio

Esse tópico de análise retrata a ação dos pais frente aos cuidados ao binômio, recém-nascido e puérpera no alojamento conjunto, assim como a presença dos mesmos no hospital.

A presença paterna com o binômio no alojamento conjunto é uma oportunidade riquíssima para a interação com o recém-nascido e de apoiar a puérpera nos primeiros cuidados do filho. Quando perguntado aos pais quem realizava os cuidados dos recém-nascidos no AC, algumas situações foram apontadas diante das vivências:

[...] ajudei muito ela ali quando a gente ficou ali na sala [pós-parto imediato], troquei ele [recé-nascido] [...] Só troquei ele, ajudei ele a pegar no peito, porque ele fica muito agitado. Essas coisas assim […] saber que uma coisa tão pequena tão indefesa a gente tá podendo ajudar. (P2)

Ainda, alguns pais relataram não participar nos cuidados ao recém-nascido:

Foram as enfermeiras que mexeram, aí eu fui embora pra casa, e eu voltei, só as enfermeiras que estavam ajudando. (P10).

[...] só não dei banho porque eles não deixaram [equipe de enfermagem] (P2).

Em contrapartida, houve relatos que as experiências anteriores no cuidado aos outros filhos ou sobrinhos favoreceram na hora de cuidar do recém-nascido:

Participo, fui ao teste do pezinho, tiro a roupa pra dar o banho, troco. Porque a mãe dela tem medo e eu que tenho que trocar. Porque ela fica com medo de machucar a criança. Aí como eu já tive experiência com um sobrinho, eu já sei mais ou menos como colocar. (P7)

Banho, fralda, limpar, tudo sou eu, na minha primeira filha também foi a mesma coisa. Tudo eu [...] para mim é normal, já cuidei da minha outra filha, não tem muita diferença não. A questão agora é que vem fralda de novo. (P18)

Ainda dois pais trazem a reflexão acerca de que o cuidado com o recém-nascido deve ser dividido igualmente entre os pais:

Eu acho que o pai tem a mesma responsabilidade da mãe, já que a gente não carregou ele nove meses na barriga, mas a partir do nascimento a gente pode ajudar, fazer basicamente tudo, limpar, só não dar de mama, mas o resto a gente pode, eu acho e acredito que estou fazendo a minha parte. (P15)

[...] ela tira vantagem, porque ela é a mãe e que amamenta, então eu já fico meio assim [...] mas eu também quero ficar e pegar [...] estamos tentando dividir da melhor maneira possível, ela amamenta, e eu pego, até porque ela está com um pouco de fraqueza ainda, eu tento sempre pegar o bebê para colocar para arrotar, trocar fralda [...] eu estou sempre ali fazendo, estando junto. (P5)

Um pai referiu vontade de proteger o filho, como um cuidado ao recém-nascido:

[...] tanto que tipo de noite ele tá meio assim pra dormir, e minha esposa falava: dorme, deixa que eu cuido dele aqui, e aí eu te chamo. Eu não dormia, eu queria tá olhando, protegendo. (P17)

DISCUSSÃO

O planejamento para ter um filho é um acordo realizado entre o casal para que ambos tenham os seus desejos contemplados e a decisão em conjunto promove uma melhor parceria entre o casal para uma participação do homem no período gravídico, assim como a busca por educação sendo um elemento confirmatório de planejamento para transcorrer o período gestacional.

Destaca-se durante a gestação a invisibilidade do homem em ter contato físico com o filho, sendo um dos fatores que fazem com que a experimentação de sentimentos em relação ao bebê e o sentimento paternal não emergirem de imediatos, porém o planejamento e a participação durante o período gestacional são como processos das novas práticas parentais10-11. A paternidade é um desafio para os homens e dependendo do planejamento de ter um filho, os sentimentos a respeito da confirmação da gravidez podem variar em positivos e negativos04.

Constatou-se que o pai quando tem conhecimento da gestação, inicialmente recebe a notícia como um impacto gerador de emoções, causando ansiedade, que posteriormente vai se transformando em alegria e uma dádiva na vida da família. A notícia da gestação pode acarretar em múltiplas reações, porém é relevante destacar o relato de envolvimento sentimental dos homens, na qual atualmente eles se permitem sentir sensações positivas a respeito da paternidade, gerando assim o início do vínculo pai-filho, que se fortalecerão com o nascimento12.

Destaca-se neste estudo, a presença de sentimento de rejeição à paternidade, na experiência de pais mais jovens, neste sentido, a idade pode interferir na assimilação do anúncio da paternidade. O fator faixa etária é considerado influenciador nos sentimentos em relação a descoberta da gestação, pois a adolescência é um período da vida em que se considera que não há preparo para a paternidade, pois é um momento de transição entre a infância e a vida adulta13.

Acrescenta-se ainda o sentimento de confusão de um participante ao saber que seria pai novamente. No homem apesar do envolvimento sentimental com a notícia da paternidade se sobressai o modelo do pai tradicional devido a preocupações relacionadas ao quantitativo de filhos e, também, ao provimento financeiro14.

O nascimento do filho, apesar de um carreador de felicidade e boas sensações, também configura ao homem a veracidade em ser pai. A concretização da paternidade é advinda da materialização do bebê, o nascimento do filho é um rito de passagem para o homem, fazendo que o homem percorra do papel de genitor para o papel de pai. O nascimento de um novo filho ou do primeiro filho traz para a vida do homem mudanças irreversíveis e a experimentação de novos sentimentos e novas sensações06.

Em algumas situações, o nascimento do filho não necessariamente confirma a todos os homens a transição para o papel de pai. A ausência de referência paterna e de experiências de cuidado paterno efetivo podem ser obstáculos à transição para a paternidade. A ausência paterna dificulta para o homem a imagem de como ser pai, pois em maioria, os homens carregam essa referência paterna transgeracional que tiveram que os auxilia no modelo de pai que querem ser ou não, o que também ajuda no reconhecimento de si mesmos como pai15.

A presença paterna é vista como um fator influenciador na vinculação pai-filho, e também como relações e experiências futuras, que podem existir, junto aos filhos. O envolvimento, a participação ativa nos cuidados com os bebês é um fator extremamente importante para o desenvolvimento de intimidade com os filhos e para o firmamento de vínculos05, esse desejo pela vinculação faz parte da quebra do modelo tradicional de pai, configurando em novas atitudes do homem diante da paternidade, adotando o modelo de novo pai10.

Os pais sentem necessidade em estar presente para os filhos mesmo antes do nascimento, tendo como atitudes que atestam essa presença: a companhia ao pré-natal e conversar com o bebê quando este estava no período gravídico. O homem expressa desejo de ter uma maior participação durante a gestação, mas reconhece as diferenças de gênero. Frente a isso, para compensar, tenta dedicar maior tempo à companheira, acompanhando-a em exames e nas consultas de pré-natal14,16, compensando com ações participativas durante a gestação04.

Ainda, um pai refere que, para ser pai verdadeiramente, é preciso acompanhar, estar presente desde o início da vida do filho. O acompanhamento dos filhos desde o início da vida é essencial para a vinculação e consolidação do processo de parentalidade11.

A paternidade tem poder de influenciar na relação do homem com a sua companheira, tendo como consequência positiva, uma maior união do casal. A participação do homem durante gestação, proporciona uma maior cumplicidade entre o casal nessa fase, por ele se sentir parte desse processo14-15. No entanto, existem estudos11,16 que afirmam que após o nascimento os homens são acarretados pela sensação de afastamento da mulher.

Os cuidados com os filhos ainda não são inerentes ao homem, que após o nascimento tem que conciliar novidades tanto na prática dos cuidados, quanto na relação de sentimento, onde o amor de pai e filho é considerado novidade. A inabilidade nos cuidados com o bebê pode despertar no pai preocupações a respeito da nova responsabilidade03. O modelo contemporâneo de paternidade rompe o modelo tradicional ao permitir ao homem participação sentimental em relação ao filho, que possibilita a criação de vínculo06, percebendo, então, que um filho não somente necessita de provimentos financeiros, mas também de afeto paterno15.

O desenvolvimento infantil é exclusivamente dependente das práticas parentais, que influenciam diretamente na aquisição de habilidades cognitivas e sócioemocionais dos filhos, bem como podem contribuir positivamente ou negativamente para a formação do individuo a depender das ações, envolvimento e relações familiares17.

Após a descoberta da gestação, o homem percebe a notícia como influenciadora de mudanças significativas na sua própria vida, que são reconhecidas como propulsoras de amadurecimento e responsabilidades, através da qual ele também terá que abdicar de escolhas, e conviverá com um novo membro em sua família que demandará cuidados. A notícia da gestação faz com que o homem transite para a experimentação da parentalidade assumindo o papel de pai, causando-lhe mudanças irremediáveis, que têm como consequências amadurecimento pessoal..

A paternidade acarreta demandas nos cuidados com os filhos, sendo essas ainda vistas pelos homens como obrigatoriedade: o provimento financeiro para exercer o papel de pai, precedida de ansiedade por não conseguir contemplar esse ideal. O pai também assume que as escolhas futuras, a serem realizadas, advêm da presença do filho, e não mais do desejo próprio. O provimento financeiro ainda é algo que acarreta preocupação aos homens após a notícia da gestação e permeia ao longo da criação do filho, ganhando um aspecto central na vida dos pais15. Por outro lado, os pais deixaram de ver como obrigação ou dever a ser cumprido o exercício da paternidade, mas sim de exercer a função por direito14.

Uma das preocupações paternas refere-se à responsabilização pela educação do filho. Para o pai, o provimento de educação adequada, de qualidade, está relacionado à condição financeira e de acesso. A transferência de valores éticos e morais ao filho também é concebida como um dever e integra as funções paternas. Além da função de provedor, a paternidade confere ao homem a responsabilidade de assegurar educação aos filhos06. Para alguns homens o papel de educador faz parte da caracterização do mesmo como pai15.

A participação ativa nos cuidados deferidos ao recém-nascido e com a puérpera, no alojamento conjunto, insere o pai no processo de parentalidade, porém um pai relata não ter exercido ainda mais por interferência da própria equipe de enfermagem, que também realiza cuidados durante a internação no Alojamento Conjunto, inibindo, assim, a participação do pai. O cuidado ao filho recém-nascido, realizado pelo pai, é uma novidade, visto que há uma maior demanda de capacitação para as mães, sendo ensinado às mulheres previamente a respeito do cuidado com os bebês. No entanto, é possível afirmar que o cuidado oferecido aos filhos por parte dos pais é uma característica essencial para a transição para o modelo contemporâneo de paternidade18.

O período do pós-parto e puerpério é o momento onde o homem concretiza seu processo de paternidade devido a presença do filho. Podendo agora exercê-la, alguns fatores, como a interferência da mãe ou da equipe de enfermagem em não compartilhar a realização de alguns cuidados ao recém-nascido com o pai, podem interferir no exercício da paternidade no pós-parto, o que pode ser um fator negativo na criação de vínculos do binômio14,19.

Neste sentido, a equipe de enfermagem tem a função de reconhecer o homem no período gestacional e pós-parto, também como atuante ativo nesse momento, para fundamentar estratégias que atendam a todos os membros da família, tendo, portanto, como responsabilidade, oferecer ao pai a oportunidade de aprendizado a respeito do cuidado do recém-nascido, favorecendo assim a transição do modelo tradicional, para o modelo contemporâneo de paternidade4,19.

Entretanto, alguns serviços de saúde ainda não estão organizados para atender as demandas do público masculino como pai. Alguns profissionais de enfermagem também não têm acompanhado essas mudanças, através das quais o homem tem se tornado participante ativo nos cuidados de seu filho, sendo necessário um maior investimento em educação permanente para a equipe de enfermagem aprimorar o manejo e preparar os pais recentes para os cuidados com o bebê12,19.

Os pais relataram que a oportunidade de realizar cuidados previamente com outras crianças, sendo com outros filhos ou parente próximo, contribuiu para a realização ativa dos cuidados com os recém-nascidos, concedendo-lhes maior confiança e segurança no manejo e, desta forma, apoiando a esposa nos cuidados de rotina ao recém-nascido, por esta ter medo de manipular o mesmo. Os cuidados rotineiros demandados a criança se caracteriza como parte da prática da parentalidade06. A inclusão paterna nas atividades diárias de cuidados ao recém-nascido é uma das aptidões necessárias para exercer a parentalidade, a confiabilidade dada ao homem para realizar esse papel, concede-lhe a validação do mesmo como um dos cuidadores principais18. Deste modo, a equipe de enfermagem pode favorecer e estimular essa prática de cuidados pelos pais aos seus bebês.

Os pais referem que os cuidados deferidos ao recém-nascido devem ser divididos com a companheira, porém citam como vantagem a exclusividade da mulher em relação a gestar o bebê por nove meses e poder amamentar, sendo esse um fator que permite a mãe ficar mais tempo com o bebê. O pai possui capacidades de interação com o bebê que complementam as ações maternais, no entanto, a mulher centraliza e direciona todo o seu tempo e energia em tarefas maternais, tornando-se assim a cuidadora principal, sendo ela, também, influenciadora na continuidade que os pais terão ao cuidar dos filhos ou não, voltando assim os papéis parentais para o modelo tradicional06, onde as mulheres têm o papel principal nos cuidados dos filhos e o homem como provedor02.

Ainda outra forma de cuidado ao recém-nascido, referida por um pai, foi a proteção. No entanto, em algumas situações ocorreram a interferência materna que centraliza o cuidado ao recém-nascido. Essa interferência pode ter relação cultural, pois as mulheres são inseridas nas tarefas de cuidados com os filhos desde o período da infância, diferentemente do homem, o que explica a difícil inserção do pai nesses cuidados, porém, ao mostrar interesse em participar das atividades, existe a quebra de padrões aproximando-se do modelo de novo pai18.

CONCLUSÃO

O processo de parentalidade modifica a identidade do homem, o que gera conflitos e angústias. Nesta transição, os homens demonstram o desejo de planejar, estar presentes e participar ativamente da gestação, do parto e dos cuidados com o filho recém-nascido, permitindo-se expressar e descrever sentimentos positivos em relação ao filho, algo que o modelo contemporâneo de pai permite.

Entretanto, para que essa nova versão da paternidade ocorra e se fortaleça, é necessária a abertura de espaços para que essas alterações sejam discutidas por eles e, também, para que sejam proporcionados espaços de acolhimento e inserção desse homem nos cuidados dos seus bebês, pois uma maior participação do pai na vinculação com o filho traz benefícios para o desenvolvimento cognitivo e socioemocional da criança e o desenvolvimento na relação homem e mulher nesta desafiadora transição do ciclo de vida familiar.

Vivenciar o nascimento do filho no contexto hospitalar é uma barreira para a construção da paternidade, dados os limites impostos à participação e ao reconhecimento do homem/pai no processo de gestação, parto e nascimento. As práticas ainda se mostram centradas nos processos biológicos e com forte influência de gênero, com pouco alcance das necessidades dos pais/família em constituição.

A enfermagem como potencializadora do cuidado, deve proporcionar um ambiente facilitador da paternidade, para que possam exercer de forma plena e autônoma a vinculação, a afetividade e o cuidado do filho. Ademais considera-se importante abrir espaços de diálogos com esses pais, para que possam expressar seus sentimentos e necessidades, entendendo este como um caminho para intervenções de enfermagem promotoras da paternidade positiva.

O estudo apresentou limitações por ter sido realizado apenas no contexto hospitalar, acrescenta-se ainda o fato do período de contato do pai com o recém-nascido ter sido de um pouco mais de 48 horas de vida. No entanto, acredita-se que compreender que o modelo de novo pai configura ao homem a preocupação com a prática da parentalidade, é recomendado, para futuras pesquisas, a aplicação de estudos em outros contextos além do hospitalar e com um período maior de contato do pai com o recém-nascido.

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