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INTERNACIONALIZAÇÃO E INTERCULTURALIDADE COMO MECANISMOS PARA A INDISSOCIABILIDADE ENTRE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO NO IFRN: O CASO DO II ENCONTRO INTERCULTURAL DO CAMPUS CANGUARETAMA

Anderson Figueredo da Silva
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN), Brasil
Eulália Caroline da Silva Oliveira
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN), Brasil
Ana Neri da Paz Justino
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN), Brasil
Helber Wagner da Silva
Instituto Federal de. Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN), Brasil

INTERNACIONALIZAÇÃO E INTERCULTURALIDADE COMO MECANISMOS PARA A INDISSOCIABILIDADE ENTRE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO NO IFRN: O CASO DO II ENCONTRO INTERCULTURAL DO CAMPUS CANGUARETAMA

Revista Conexão UEPG, vol. 16, núm. 1, 2020

Universidade Estadual de Ponta Grossa

Recepção: 07 Maio 2019

Aprovação: 13 Setembro 2019

Resumo: A internacionalização de instituições de ensino é uma forma de favorecer a cidadania global de estudantes, captar recursos e ampliar a reputação global. O Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN) possui normativo que define sua política de relações internacionais, cujo objetivo é nortear práticas educacionais voltadas à internacionalização em ensino, pesquisa aplicada e extensão, nos seus campi. Neste artigo, apresenta-se o relato de experiência do evento de extensão intitulado II Encontro Intercultural do IFRN Campus Canguaretama, que buscou promover interculturalidade entre comunidade acadêmica, intercambistas e comunidades tradicionais no contexto da internacionalização em casa. Para potencializar resultados, o evento, concebido por estudantes do Curso Superior de Tecnologia em Gestão do Turismo, foi reeditado por estudantes do Curso Técnico Integrado em Eventos, articulando as dimensões extensão, pesquisa e ensino. A satisfação dos participantes no evento revelou a importância de desenvolver ações de internacionalização para estimular a interculturalidade e, ao mesmo tempo, favorecer a formação profissional dos estudantes.

Palavras-chave: Internacionalização em casa, Interculturalidade, Eventos, Prática extensionista, Encontro intercultural.

Abstract: The internationalization of educational institutions is a way of supporting global student citizenship. attracting funding and broadening global reputation. The Rio Grande do Norte Federal Institute of Education, Science and Technology (IFRN, m the Portuguese acronym) guides practices focused on internationalization in teaching, outreach activities and applied research in its campuses. This article presents the experience report of the outreach event entitled II Intercultural Meetin of the IFRN Canguaretama Campus, which sought to promote interculturality among the academic community, exchange students and traditional communities in the context of internationalization at home. to maximize results, the event organized by the undergraduate students of the Tourism Management course, was continued by students of llie Integrated Technical Course in Events, articulating outreach activities, research and teaching. The participants' satisfaction at the event revealed the importance of developing internationalization actions to stimulate interculturality that at the same time contribute to students professional education.

Keywords: Internationalization at home, Interculturality, Events, Outreach practice, Intercultural meeting.

Introdução

A Internacionalização tem sido considerada um vetor fundamental para aumentar a qualidade da formação acadêmica e a projeção global em inúmeras Instituições de Ensino, em diferentes partes do mundo (SEEBER et al, 2016). Embora as formas de estimular a internacionalização variem de acordo com aspectos da Instituição de Ensino (IE), incluindo orçamento, quantitativos de estudantes/professores e níveis de oferta curricular, as principais motivações abrangem: engajar estudantes em ações locais associadas a problemas globais, tais como: a preservação do meio ambiente, o respeito à diversidade de ideias etc.; estimular a cidadania global para que estudantes sejam capazes de transitar em diferentes países, culturas e idiomas; proporcionar a interculturalidade para fortalecer culturas locais, dentre outras. Assim, cada IE tem buscado definir seu modelo de ação para a implementação da internacionalização à luz da sua realidade.

O Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN) é uma das instituições de ensino da Rede Federal de Educação Profissional no Brasil que oferta regularmente cursos técnicos de nivel médio e superior (graduação e pós­ graduação). Sua política de relações internacionais está definida em um normativo (IFRN, 2014), que ampara o processo de internacionalização com base nas ideias de Hudzik (2011) sobre comprehensive internationalization. Nesse arcabouço, a internacionalização é um acordo confirmado por ações que integram perspectivas internacionais, globais e comparativas para o ensino, a pesquisa e os serviços de missão da educação superior. Institucionalmente, a politica de relações internacionais do IFRN está diretamente vinculada à dimensão Extensão, servindo como norteadora de ações junto às demais dimensões (Ensino e Pesquisa Aplicada), de forma integrada, para a formação integral dos estudantes (IFRN, 2012).

O Campus Canguaretama é um dos 21 campi do IFRN que tem desenvolvido diferentes ações dentro da política de relações internacionais. São iniciativas que vão desde a participação de docentes em programação de pesquisa em cooperação internacional1, até a participação de estudantes em programas de intercâmbio2. Geograficamente localizado na microrregião do litoral sul do estado do Rio Grande do Norte, distante cerca de 70Km da sua capital, Natal, o IFRN Campus Canguaretama se vale de um plano de internacionalização centrado na comunidade, isto é, engajando estudantes, servidores e comunidades tradicionais (SILVA et al, 2018). O plano de internacionalização do IFRN Campus Canguaretama baseia­ se na Internacionalização em Casa, do inglês, Internationalization at Home (IaH) que, segundo Beelen e Jones (2015), representa a integração das dimensões internacionais e interculturais no currículo formal e informal para todos os estudantes, considerando os ambientes de aprendizado locais. Com isso, associando-se a IaH à politica de relações internacionais do IFRN, tem sido possível alcançar resultados satisfatórios na internacionalização (SILVA et al, 2019, no prelo; MOREIRA et al, 2018; SILVA et al, 2017), usando recursos tecnológicos dos quais a Instituição já dispõe, mantendo assim a perspectiva da internacionalização mesmo em contextos políticos e econômicos desfavoráveis à execução de ações tradicionais (ex., mobilidade estudantil). É importante destacar que esse plano de internacionalização pode ser (re)aplicado em diferentes IE, levando em conta as comunidades tradicionais localizadas na sua região.

No entorno do IFRN Campus Canguaretama, comunidades indígenas e quilombolas têm participado ativamente das atividades de ensino, pesquisa e extensão junto a servidores e estudantes. Nesse sentido, as ações de internacionalização podem ser promovidas por meio de práticas extensionistas. Tais práticas, de modo geral, são ferramentas utilizadas para promover uma interação dialógica e transformadora entre a IE e a comunidade em seu entorno. Considerando esse aspecto, um tipo de prática extensionista relevante são os eventos de extensão, que têm potencial de promover a internacionalização do IFRN Campus Canguaretama com a comunidade externa, por meio da IaH (IFRN, 2017).

A conceituação de eventos por Zanella (2012) justifica a eficiência deles enquanto uma prática extensionista. Para o autor, evento é uma concentração ou reunião formal de pessoas com objetivos em comum que causa sentimentos a todos os envolvidos, fazendo- os captar cultura, tecnologia, intercâmbio comercial e lazer, desejar conhecer pessoas e lugares e evocar hábitos reprimidos ou controlados.

A articulação entre o ensino profissional em Eventos3, no contexto das práticas extensionistas, tende a potencializar ganhos para a IaH. O ensino profissional em Eventos visa a proporcionar uma formação humana e integral com o intuito profissionalizante devido à carência de profissionais qualificados para desempenhar as atividades da área (IFRN, 2015). Diante disso, para sanar tal carência por meio da preparação prática de seus estudantes, o Curso Técnico Integrado em Eventos do IFRN Campus Canguaretama proporciona a eles atividades de prática profissional que, de modo geral, têm como objetivo fortalecer a conexão entre teoria e prática, a partir do princípio da interdisciplinaridade. Essas atividades caracterizam-se como um procedimento didático pedagógico que contextualiza, articula e inter-relaciona os saberes aprendidos a partir da desconstrução e (re)construção do conhecimento (IFRN, 2012).

Neste trabalho, apresenta-se um relato de experiência exitosa da associação entre a prática profissional em Eventos (ensino) no contexto da internacionalização do IFRN, por meio da organização, execução e avaliação de um evento (de extensão), intitulado III Encontro Intercultural do IFRN Campus Canguaretama. Esse evento de extensão foi concebido de acordo com os princípios da IaH, por iniciativa de estudantes do Curso Superior de Tecnologia em Gestão do Turismo. Seu principal objetivo foi proporcionar um momento de troca de conhecimento cultural entre alunos intercambistas no IFRN, oriundos do Egito, índia, África do Sul, Estados Unidos, México, China, Alemanha, Hungria, Trinidad e Tobago e Azerbaijão, docentes e estudantes do Campus Canguaretama e comunidades tradicionais locais4. Para tanto, as atividades do evento envolveram a perspectiva da valorização das culturas indígena e quilombola da microrregião do litoral sul potiguar, bem como das manifestações culturais tradicionais, como o festejo junino.

Para concretização da iniciativa, realizou-se uma investigação detalhada (pesquisa) a partir do levantamento de dados acerca dos atores impactados no evento, de modo a garantir sua conexão por meio da interculturalidade. O restante deste trabalho está estruturado como segue: Seção II, descreve a metodologia utilizada na organização, execução e avaliação do II Encontro Intercultural do IFRN Campus Canguaretama. Em seguida, a Seção III apresenta os principais resultados alcançados pelo evento de extensão, analisando seus ganhos do ponto de vista dos seus organizadores e participantes. Por fim, a Seção N descreve as considerações finais do trabalho.

Aspectos Metodológicos

A metodologia empregada neste artigo caracteriza-se por uma análise qualitativa, uma vez que não se preocupa com números e sim com a qualidade de informações relatadas pelos organizadores do II Encontro Intercultural do IFRN, Campus Canguaretama, em comparação com a literatura da área de eventos, ensino, pesquisa, extensão e internacionalização (VEAL, 2011). Utiliza-se o Estudo de Caso, que é um método qualitativo que, geralmente, consiste em uma forma de aprofundar as pesquisas em unidades individuais. Ele contribui para compreender melhor os acontecimentos individuais, os processos organizacionais e políticos da sociedade. Além disso, é uma estratégia de pesquisa que compreende um método que abrange tudo em abordagens específicas de coletas e análise de dados sendo, nesse caso, a análise dos relatos dos organizadores nos relatórios elaborados por cada comissão do evento e de seu projeto (YIN, 2001).

Dessa forma, para a elaboração deste trabalho foram contempladas as seguintes etapas: planejamento, execução e avaliação do evento; análise do projeto e dos relatórios do evento; análise da literatura inerente à discussão proposta pelo artigo; comparação entre a literatura, os relatórios e o projeto do evento; elaboração do artigo. Portanto, para uma compreensão geral do processo de articulação entre ensino profissional, pesquisa e extensão para o evento, faz-se necessário o entendimento dos procedimentos metodológicos do desenvolvimento do II Encontro Intercultural do IFRN Campus Canguaretama, a partir do seu contexto de criação.

O IFRN Campus Canguaretama (locus deste trabalho) oferece atualmente, de forma regular, cursos de educação profissional técnica de nível médio, graduação e pós­ graduação. Ao todo, são oferecidos 3 cursos técnicos de nível médio na modalidade Integrada (Eletromecânica, Eventos e Informática), 1 curso técnico na modalidade Subsequente (Mecânica), 1 curso superior de Tecnologia (CST em Gestão do Turismo - GESTUR), 1 Licenciatura (Educação do Campo) e 1 Pós-graduação Lato Sensu (Educação de Jovens e Adultos no Contexto da Diversidade) (IFRN, 2019).

O Encontro Intercultural é um evento que teve sua proposta implementada no IFRN Campus Canguaretama em 2017, quando fora realizada sua primeira edição. Em função da compreensão de que a internacionalização pode ser fomentada na interculturalidade entre comunidades tradicionais e intercambistas, é que o IFRN tem recebido, ao longo dos anos, essa atividade que foi proposta por estudantes do curso de GESTUR, como parte das atividades avaliativas do componente curricular "Gestão de Eventos". Essa atividade, conforme o Projeto Pedagógico do Curso Superior em Gestão de Turismo (2014), teve como objetivo proporcionar aos estudantes aprendizados sobre como planejar, organizar e implementar um evento, por meio de exercícios voltados à prática cotidiana do setor. Inicialmente, a proposta do evento foi apresentada à Coordenação de Extensão, visto que este setor administrativo possui a atribuição regimental de articular as atividades voltadas à internacionalização. Além disso, fez-se necessária a participação do Laboratório Empresa de Eventos e Turismo do IFRN Campus Canguaretama (EVENTUR JR.), bem como a participação e apoio de professores e coordenadores do IFRN Campus Canguaretama e IFRN Campus Natal-Central, de vereadores e órgãos públicos e privados do município de Canguaretama/RN. A articulação com esses atores viabilizou a efetiva realização das atividades do evento. Dado o sucesso de tal ação em 2017, o IFRN Campus Canguaretama entendeu que ela deveria fazer parte do Calendário Anual de Eventos.

Para realizar a segunda edição do evento, valeu-se dos ensinamentos de Britto e Fontes (2002), cuja literatura descreve que o processo criativo foi organizado por meio da construção de um projeto, à luz da literatura pertinente, configurando-se como um processo de investigação científica que constou de estudos dos fatos estruturais, criação de cenários, aplicação de metodologias e modelos conceituais. Esse processo de pesquisa acadêmica é definido por Giacaglia (2011) como uma técnica para a geração de ideias para o evento, que contribui para as decisões iniciais dele e para a definição das técnicas necessárias para seu desenvolvimento. Por outro lado, o planejamento tratou, ainda, de um processo deliberativo abstrato e explícito em que os estudantes, sob orientação docente, escolheram e organizaram ações, antecipando os resultados esperados. Essa deliberação buscou alcançar da melhor forma os objetivos pré-definidos. Sendo assim, o evento foi concebido na forma de um projeto de extensão que buscou trazer a interculturalidade entre os inter-cambistas, indígenas do Catu dos Eleotérios5 e acadêmicos do IFRN Campus Canguaretama, no período compreendido entre abril e junto de 2018.

Nesta segunda edição, o evento se inseriu no contexto de uma programação de trinta dias de atividades ofertadas pelo IFRN para atender às demandas da parceria com a AFS lntercultura Brasil6. A ação teve o foco de promover vivências associadas à cultura local e às reservas naturais do Rio Grande do Norte7. Assim, no dia 25 de junho de 2018, das 8h às 18h, realizou-se a segunda edição do Encontro Intercultural, cuja programação foi dividida entre a Comunidade Catu dos Eleotérios e as instalações do IFRN Campus Canguaretama. O evento foi articulado de modo a garantir o propósito da integração entre a IaH e o ensino profissional em Eventos. Por se tratar da realização de uma nova edição do evento, fez-se mister retomar seu histórico de execução. Giacaglia (2011) afirma que ter acesso a avaliação do evento anterior é muito importante para poder-se pensar na possibilidade de realizar um novo, levando em consideração fatores como os erros e acertos constatados na primeira edição, com o intuito de consertar os erros e fortalecer os acertos. Por esse motivo, antes da execução das atividades inerentes à segunda edição do Encontro Intercultural, foi necessária a análise do relatório da primeira edição do evento. Nesse contexto, percebeu-se que o sucesso da primeira edição foi um importante fator facilitador da viabilização da segunda edição do mesmo.

Percebeu-se que as evoluções para a segunda edição em relação à primeira edição do evento seriam: envolver a prática extensionista integrada ao ensino profissional em eventos, a possibilidade de articulação entre ensino, pesquisa e extensão e o interesse da comunidade acadêmica na interculturalidade. Por isso, concebeu-se o II Encontro Intercultural do IFRN Campus Canguaretama seguindo a metodologia de Britto e Fontes (2002), que divide um evento em etapas de pré-evento, trans-evento e pós-evento para facilitar o direcionamento e a execução das atividades. O pré-evento é a etapa mais importante, pois é nela que se decide e se planeja todas as ações para que o evento seja bem executado. O trans-evento é a etapa prática, onde as ações definidas no pré-evento são executadas por meio de ferramentas que auxiliem na gestão e checagem das atividades. Por fim, é no pós-evento que se avalia o evento, desmontam-se as estruturas, enviam-se cartas de agradecimento e certificados, elaboram-se relatórios, dentre outras ações.

Seguindo essa metodologia, compreendeu-se a necessidade de organizar grupos de trabalho8, definidos conforme as necessidades do evento. Desse modo, foram constituídas as seguintes comissões: Roteirização Turística, Comunicação, Científica, Cultural, Logística e Geral. Tendo em vista a caracterização do evento como institucional, tais comissões foram designadas na forma de uma Comissão Organizadora de Evento de Extensão, instituída por meio de uma Portaria da instância superior (Direção-Geral) do IFRN Campus Canguaretama. Isso permitiu a solicitação de certificados de organizadores de evento para os alunos envolvidos, que comprova uma prática profissional na área do curso, bem como de participantes para o público presente no evento.

Cada Comissão específica desenvolveu atividades no pré-evento, trans-evento e pós-evento. Para coordenação de cada uma delas, ferramentas foram utilizadas de acordo com suas especificidades e necessidades, tais como Trello9, WhatsApp10, Plano de Ação (5W2H)11 e CheckList12. Assim, do ponto de vista das equipes e dos objetivos específicos para cada uma delas no evento, as comissões foram organizadas como segue:

Comissão de Roteirização Turística: composta por sete estudantes. Essa comissão teve como objetivo principal organizar um roteiro turístico na Comunidade Indígena do Catu dos Eleotérios. Esse roteiro abrangeu a programação da manhã do dia do evento (25 de junho de 2018) para favorecer a interculturalidade entre intercambistas e a comunidade tradicional;

Comissão de Comunicação: composta por quatro estudantes. Sua função principal foi estabelecer os processos de comunicação do evento, tais como: conceber, criar e disponibilizar o logotipo do evento e apresentá-lo ao público-alvo, favorecendo o conhecimento prévio e despertando o interesse da comunidade em participar.

Comissão Científica: composta por cinco estudantes. A referida comissão coordenou as atividades realizadas no auditório, incluindo uma palestra, mesa-redonda e painel. Dessa forma, estava diretamente relacionada com a tipologia Eventos Técnico­ científicos (BRITTO E FONTES, 2002).

Comissão Cultural: coordenada por quatro estudantes, esteve diretamente ligada à tipologia Encontro de Convivência, devido a sua relação com a organização da parte do evento responsável por reunir os participantes em um momento de descontração e integração (BRITTO E FONTES, 2002). Dessa forma, a Comissão organizou o "Arraiá do Oxente" e uma exposição de comidas típicas nordestinas e dos festejos juninos.

Comissão de Logística: composta por seis estudantes. Essa comissão ficou responsável por organizar e gerir todas as ações e medidas tomadas para a realização do evento, como reserva de auditório, transporte de materiais, montagem e desmontagem de equipamentos, etc. e providenciar os recursos relacionados a ele, como mão de obra para execução das atividades, equipamentos necessários, entre outros.

Comissão Geral: teve como objetivo principal coordenar e fiscalizar todas ações desenvolvidas pelas demais comissões. Desse modo, pensando estrategicamente, o grupo foi composto pelos professores orientadores da atividade e por um representante de cada comissão, escolhido pelos membros dela. Assim sendo, foi possível facilitar o diálogo entre todos os envolvidos e democratizar as decisões tomadas.

Por meio da metodologia deste evento, incluindo o seu processo criativo e sua associação com o pré-evento, trans-evento e pós-evento, foi possível a articulação entre o ensino, a pesquisa e a extensão no contexto da IaH e a promoção da interculturalidade. Para Martíns (2012), o ensino é pressuposto como um processo de transmissão e de apropriação do saber historicamente sistematizado que, por meio do professor, conduz o estudante em assimilações mais complexas do acervo científico-cultural e metodológico-técnico. Desse modo, um ensino eficaz é aquele que constrói conhecimentos convertidos em capacidade de atuação. Assim sendo, na ação foco deste artigo, o ensino se mostra a partir da perspectiva da compreensão dos conhecimentos adquiridos na formação técnica em eventos e na utilização deles para o desenvolvimento da atividade por meio da prática profissional em eventos.

Por outro lado, a pesquisa, segundo afirma Severino (2007), possui três dimensões, sendo elas: Epistemológica: a perspectiva do conhecimento; Pedagógica: a perspectiva decorrente de sua relação com a aprendizagem; Social: a perspectiva da extensão. As dimensões Epistemológica e Pedagógica estiveram presentes na investigação acadêmica de novos conhecimentos e na ativação deles por meio da comparação entre as novas descobertas e a teoria estudada em sala de aula. Por sua vez, a dimensão Social foi contemplada na pesquisa de mercado a fim de definir os stakeholders do evento.

Por fim, para Severino (2007), a extensão é uma exigência para a instituição devido aos compromissos do conhecimento e da educação para com a sociedade. Além disso, ela tem um grande alcance pedagógico e possui como função formar uma nova consciência social no estudante. Portanto, o II Encontro Intercultural do IFRN Campus Canguaretama, como um evento de extensão, contemplou essas características, com foco principal na promoção da interculturalidade.

Resultados e Discussões

Esta seção apresenta uma discussão dos principais resultados alcançados. Para melhor observação desses resultados, à luz da perspectiva teórica na área de eventos, eles serão apresentados de acordo com cada etapa. As descobertas, especificamente, estão indicadas nas etapas de Pré-Evento, Trans-Evento e Pós-Evento.

Pré-evento

A princípio, foi nessa etapa que a AFS lntercultura Brasil entrou em contato com o IFRN Campus Canguaretama com a proposta da realização do evento. Considerando a estrutura administrativa do IFRN, o contato inicial se deu junto à Coordenação de Extensão. Por meio de uma visão estratégica do processo de internacionalização, vislumbrou-se articular a proposta da atividade extensionista com a prática profissional em Eventos. Sendo assim, a Coordenação do Curso Técnico Integrado em Eventos foi procurada para participar do processo criativo e verificou-se a possibilidade da participação da turma do Técnico Integrado em Eventos 2016.1. Essa turma foi escolhida devido a sua experiência prévia na organização de outros eventos no campus e pela possibilidade do alinhamento da vivência no evento com a prática profissional, pois a turma estava no terceiro ano do curso, logo a abordagem da preparação para o mundo de trabalho estava se tomando comum. Outro motivo fortalecedor dessa premissa foi o fato da turma estar cursando ou ter componentes curriculares capazes de serem aplicados na operacionalização da atividade.

Com a confirmação da realização do evento, foi iniciado o seu processo criativo, em que os estudantes precisaram ativar conhecimentos construídos durante a formação no Curso de Eventos. No que se refere aos conteúdos da matriz curricular do curso, os estudantes articularam conhecimentos dos seguintes componentes curriculares da formação técnica: Cerimonial, Protocolo e Etiqueta: necessário para o momento técnico­ científico do evento; Sustentabilidade, Desenvolvimento Regional e Diversidade: utilizado para medir os impactos sociais e ambientais do evento; Manifestações Culturais: útil para entender as manifestações culturais trabalhadas no evento; Legislação Aplicada: necessário para entender as leis que se aplicam ao evento; Fundamentos da Hospitalidade: utilizado para a prática do bom acolhimento aos convidados e participantes; Planejamento e Organização de Eventos 1: útil para entender as técnicas utilizadas na organização do evento; Gestão de Empresas para Eventos: necessário para entender as ferramentas de contabilidade e gestão para serem aplicadas no planejamento do evento; Marketing aplicado: útil para selecionar ferramentas de marketing para serem utilizadas na divulgação do evento; Relações Interpessoais: necessário para a gestão de pessoas no evento; Primeiros socorros: importante para preparar os organizadores para situações de risco no evento; Informática: necessário para a gestão online do evento por meio de planilhas, aplicativo, sites e outros.

Além dos componentes curriculares referentes à formação técnica em Eventos, os conteúdos das disciplinas da formação geral13 também foram importantes, pois traziam conhecimentos necessários para o desenvolvimento deste evento de extensão, bem como o seminário de pesquisa ofertado no curso. Dessa forma, cada uma delas contribuiu da seguinte forma: Língua Portuguesa e Literatura: utilizada na construção do projeto, relatórios, demais documentos e na linguagem persuasiva do marketing da atividade; Línguas Estrangeiras (Inglês e Espanhol): importantes para a tradução de documentos e comunicação com os intercambistas; Filosofia e Sociologia: úteis para entender os conceitos inerentes à interculturalidade; Matemática: importante para os cálculos dos custos financeiros do evento; Seminário de Iniciação à Pesquisa: seus conhecimentos foram importantes para a pesquisa acadêmica realizada pelos organizadores.

Utilizando-se desses conhecimentos, os estudantes puderam alinhá-los as suas vivências durante o evento. Por esse motivo, considera-se que o estudo teórico deve estar intrinsecamente ligado à prática, uma vez que, ao ocorrer um contato entre conceitos e experiências, o aluno pode refletir sobre os conhecimentos adquiridos na sua vivência. Com isso, pode obter um crescimento tanto acadêmico quanto profissional (FEITOSA E FRANCO, 2006). É perceptível que planejar e organizar um evento vai além das competências técnicas, uma vez que é necessária a articulação de conhecimentos das mais diversas áreas. Assim sendo, o curso Técnico em Eventos, na modalidade Integrada, oferecido pelo IFRN, é comprometido com a formação humana integral e contribui para uma formação omnilateral (IFRN, 2014). Isso significa que está ancorado nos princípios da produção, socialização e difusão do conhecimento científico, técnico-tecnológico, artístico-cultural e desportivo (IFRN, 2014).

Na sequência das atividades de pré-evento, reuniões foram conduzidas para organizar o planejamento. Essas reuniões ocorreram semanalmente no IFRN Campus Canguaretama com os vinte e oito estudantes participantes e a professora orientadora, com o intuito de discutir questões gerais sobre o evento, tais como: tema, palestrantes, programação, entre outras. Além disso, foi criado um grupo no aplicativo de mensagens WhatsApp com o objetivo de tratar e resolver questões mais urgentes quando reunir era menos eficiente.

Para guiar a tomada de decisões no planejamento, foi feita uma pesquisa acadêmica por meio da análise qualitativa do relatório da primeira edição do Encontro Intercultural. O objetivo principal foi observar os erros cometidos para que não se repetissem e compreender novos conhecimentos na literatura da área de Eventos. Além disso, as Comissões pesquisaram a respeito de possíveis fornecedores, apoiadores, público-alvo e outros stakeholders para o evento na microrregião do litoral Sul Potiguar. Ao final, definiu-se o restaurante onde os intercambistas almoçariam, o trio pé de serra e a quadrilha junina que se apresentariam, onde comprariam as comidas típicas para degustação, entre outras coisas. Ressalta-se que, como um evento de extensão, a atividade deveria ter retomo não só cultural para a comunidade, mas também financeiro. Desse modo, todos os fornecedores referentes à programação externa ao IFRN foram oriundos do local onde o evento aconteceria, comunidade indígena do Catu dos Eleotérios.

Após os encaminhamentos das questões gerais, utilizou-se o Plano de Ação (5W2H) para registrar as ações que deveriam ser executadas. O 5W2H é uma ferramenta administrativa útil para detalhar as atividades por meio da resposta às seguintes questões: o quê; quem; quando; como; quanto; por quê; onde. Além disso, foi desenvolvido o projeto do evento, documento no qual está todo o planejamento de todas as Comissões, bem como as análises sobre a viabilidade do evento, seus objetivos e o seu briefing. Encerrado o planejamento, a programação do 11 Encontro Intercultural do IFRN Campus Canguaretama foi definida conforme o Quadro 1.

Quadro 1 - Programação do II Encontro Intercultural do IFRN Campus Canguaretama.
Quadro 1 - Programação do II Encontro Intercultural do IFRN Campus Canguaretama.
Fonte: Relatório da Comissão de Comunicação, 2018.

Trans-evento

Nessa etapa, que os estudantes colocaram em prática os aprendizados das disciplinas, conforme o planejamento no pré-evento. No trans-evento, o aplicativo Trello foi usado pelas Comissões para facilitar o gerenciamento da execução das atividades. Além disso, outros documentos foram usados, incluindo CheckList, listas de inscritos, listas de intercambistas, cópias da programação, entre outros.

Um exemplo da articulação teoria/prática está presente na vivência da Comissão Científica. Para o planejamento da mesa de abertura, palestra e painel, foi necessário aplicar técnicas aprendidas na disciplina de Cerimonial, Protocolo e Etiqueta. Exemplos dessas técnicas incluíram elaboração de script, composição de mesa de abertura, cerimonial público e ordem geral de precedência, recepção em eventos, mestre de cerimônias, cerimonialista etc.

Durante a realização da primeira parte do trans-evento, os intercambistas foram recebidos na Comunidade Indígena Catu dos Eleotérios. Nesse momento, a troca cultural foi realizada, uma vez que houve uma roda de conversa entre intercambistas e a comunidade indígena na Escola Municipal Indígena Alfredo Lima. Para tanto, eles participaram de café da manhã típico local e da execução do ritual indígena Toré. Em seguida, um tour pela comunidade foi realizado com o acompanhamento do cacique, onde os intercambistas puderam ter contato com os hábitos e com a agricultura da comunidade. Na sequência, às margens do rio Catu, que passa pela comunidade, os intercambistas tiveram contato com a pintura indígena, a prática do arco e flecha e o contato com o artesanato. Ao final, um almoço foi oferecido no restaurante Olho do Catu, onde ocorreu um maior contato de toda comunidade local com os intercambistas, conforme exposto na Figura 1.

Figura 1 - Oficina de arco e flecha no restaurante Olho do Catu.
Figura 1 - Oficina de arco e flecha no restaurante Olho do Catu.
Fonte: Acervo do II Encontro Intercultural, 2018.

O contato entre os intercambistas e a comunidade Catu dos Eleotérios proporcionou o alcance dos propósitos da parceria IFRN/AFS, mencionados em momento anterior deste texto. Assim, foi possível estimular a inteculturalidade por meio de acesso a uma cultura forte e única e que vem sendo preservada pelas gerações, juntamente com a contemplação da atratividade natural do local.

Dando continuidade à perspectiva integrativa da interculturalidade, na parte vespertina do evento, houve um novo momento com esse propósito, dessa vez por meio da integração entre a comunidade acadêmica do IFRN Campus Canguaretama e os intercambistas. Nesse momento, houve debates a respeito dos programas de intercâmbio disponíveis, bem como sobre as características de um intercambista e como se tomar um deles. Em seguida, em um momento de descontração, os alunos do campus e os estrangeiros puderam conversar diretamente e assistir a uma apresentação de quadrilha junina e a um trio pé de serra14. Assim, o evento proporcionou à sociedade no entorno do IFRN Campus Canguaretama e à sua comunidade interna o conhecimento intercultural promovido pelo contato com a cultura de vários países, conforme citado em momento anterior, e aos intercambistas, com a cultura tradicional potiguar e dos festejos juninos.

De modo geral, os estudantes das comissões ativaram saberes inerentes ao processo de organização de eventos. Esses estão relacionados, principalmente, ao planejamento de eventos e à postura de um profissional da área. No que se refere ao planejamento, os estudantes utilizaram: Plano de Ação, ferramentas de gestão, como o Trello, divisão por comissão, divisão do evento em três etapas (pré, trans e pós-evento), elaboração e estruturação de projetos para eventos, processo de planejamento de eventos, avaliação de eventos, entre outros. Por outro lado, a postura profissional de um organizador de eventos foi percebida no(a): gerenciamento de grupos e equipes, ética profissional, assertividade, liderança e trabalho em equipe, negociação e administração de conflitos, entre outros.

Pós-evento

Após o evento, os estudantes avaliaram o alcance dos objetivos propostos, a satisfação dos participantes no evento e a eficiência do trabalho de cada Comissão. Para tanto, usaram ferramentas como Trello, CheckLists, Plano de Ação e fichas de avaliação. A partir dos feedbacks, os organizadores analisaram qualitativa e quantitativamente as informações referentes ao evento para observar se ele foi planejado e executado com sucesso.

Foi perceptível a satisfação do público no evento, sejam eles alunos, organizadores, como os demais participantes. Quanto aos conhecimentos adquiridos por meio da realização das atividades, os dados do Relatório da Comissão Cientifica do evento demonstram variáveis importantes para o estabelecimento de Feedbacks positivos dos participantes no turno vespertino, tais como: o fato do evento ser uma segunda edição; participação com a plateia; contato com outras culturas; organização e interação; tradução; ganho de aprendizado e experiência; diversidade; experiência e explicações bem claras; troca de experiências; intuito do evento; interação entre intercambistas e alunos do campus na palestra.

Observou-se que muitos desses feedbacks foram em relação à prática de outros idiomas, outros sobre a quebra de estereótipos a respeito de uma determinada cultura e outros, ainda, sobre como fazer um intercâmbio. Desse modo, comprova-se que o evento de extensão, apoiado no plano de Internacionalização em Casa, alcançou seu objetivo de promover conhecimentos referentes às outras culturas e favorecer a internacionalização.

Analisou-se ainda a avaliação geral do evento pela comunidade acadêmica. Para tanto, utilizou-se uma ficha de avaliação contendo as opções "ótimo", "muito bom", "bom", "regular" e "péssimo". O Gráfico 1 mostra o resultado da avaliação geral, no qual é possível afirmar que o público teve uma satisfação positiva com o evento, pois a maior parte dele (48%) informou ter ótima satisfação.

Gráfico 1- Grau de Satisfação no Evento.
Gráfico 1- Grau de Satisfação no Evento.
Fonte: Relatório da Comissão Científica, 2018.

Se for considerado o conceito "Muito Bom" (40%), o somatório de satisfação alcança a marca expressiva de 88%. Vale ressaltar, entretanto, que a organização do evento não avaliou a satisfação da comunidade externa ao campus por meio de ferramentas, apenas por intermédio de comentários ouvidos durante a atividade e dos ganhos recebidos já previstos no planejamento. Assim, percebeu-se um retomo positivo para os participantes externos devido ao incentivo financeiro e à troca cultural realizada.

Os relatórios das Comissões incluíram os sentimentos de satisfação e aprendizados por parte dos estudantes que tiveram a experiência na organização, execução e avaliação do II Encontro Intercultural do IFRN Campus Canguaretama. Destaca-se que muitos deles se sentiram "privilegiados em contribuir com esse evento histórico no IFRN Campus Canguaretama" e "satisfeitos" com o sucesso dessa atividade bastante "enriquecedora". Outrossim, foram mencionados por eles os seguintes aprendizados adquiridos: conhecimento cultural, importância da comunicação em eventos, adaptação em eventos, trabalho em equipe, solução de problemas e utilização de ferramentas de gestão de eventos. Por fim, os relatos apontam que essa atividade "ajudou nos seus desempenhos como futuros profissionais na área de Eventos".

Considerações Finais

Os processos de internacionalização do IFRN Campus Canguaretama apoiam-se em plano de internacionalização centrado na comunidade, isto é, engajando estudantes, professores, corpo técnico e comunidades tradicionais. Nesse sentido, o II Encontro lntercultural do IFRN Campus Canguaretama abrangeu uma prática extensionista, articulando também Ensino e Pesquisa, ao investigar os benefícios da organização, execução e avaliação, por estudantes do Curso Técnico Integrado em Eventos, de atividades envolvendo intercambistas, comunidade indígena e comunidade acadêmica. Em parceria com a AFS Intercultura Brasil, agência apoiadora dos intercambistas, foi possível desenvolver atividades interculturais no contexto da chamada IaH.

A ação extensionista destacou-se por proporcionar aos estudantes organizadores uma prática profissional voltada à reflexão do processo de organização de um evento. Para tanto, foi necessário apoiar o planejamento, a execução e avaliação do evento nos conhecimentos adquiridos na formação técnica, assegurando assim interdisciplinaridade. As atividades exigiram dos organizadores uma gama de conhecimentos para que, ao somá-los, contribuam para alcançar os objetivos propostos no evento.

Do ponto de vista da avaliação geral do evento, percebeu-se satisfação das comunidades interna e externa ao Campus. Na comunidade acadêmica, as avaliações mostraram satisfação positiva com o evento, pois a maior parte dela (88%) constatou ter tido uma ótima ou muito boa satisfação. Já no caso dos estudantes que atuaram nas Comissões do evento, os relatórios mostraram que perceberam a articulação teoria/prática e os benefícios do trabalho em equipe no sentido da prática profissional em eventos. Quanto à comunidade externa, percebeu-se satisfação por meio de comentários observados durante as atividades.

Os resultados alcançados destacam a importância de desenvolver ações para estimular a interculturalidade por meio da articulação entre ensino, pesquisa e extensão no contexto da laH. Para tanto, é fundamental se valer dos conhecimentos teóricos em eventos para desenvolver uma prática profissional junto aos estudantes. Dessa forma, a instituição de ensino e a educação poderão firmar os seus compromissos com a prestação de serviços à sociedade para o aprimoramento da vida humana no contexto do qual esteja situada.

Referências

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Notas

1 https:/portal.ifrn.edu.br/campus/reitoria/noticias/ifrn-se-toma-parceiro-associado-no-projeto-de-pesquisa­internacional-eula-gtec
2 http://portal.ifrn.edu.br/campus/can_guaretama/noticiaslaluno-do-campus-canguaretama-avanca-a-final-da­selecao-do-jovens-embaixadores-2019
3 https://wrtal.ifrn.edu.br/ensino/cursos/cursos-tecnicos-de-nivel-medio/tecnico-integrad.o/tecnico-em­eventos/Víew
4 Indígenas e quilombolas.
5 Comunidade tradicional assentada em Canguaretama.
6 Antiga American Field Service, organização que oferece oportunidades de aprendizagem intercultural.
7 http://portal.ifrn.edu.br/campus/reitoria/noticias/ifrn-promove-cursos-e-interacao-para-alunos­intercambistas
8 Chamados neste texto de comissões. As comissões foram compostas por estudantes do 3° Ano do Curso Técnico Integrado em Eventos e do Laboratório Empresa de Eventos e Turismo (EVENTUR JR).
9 Gerenciador de tarefas que permite organizar as atividades de forma compartilhada com membros de trabalho.
10 Aplicativo de mensagens instantâneas disponível para diversas plataformas de smartphones.
11 Ferramenta de planejamento para, elaboração de planos de ação que ajuda o gestor a determinar seus passos e direção às metas estabelecidas.
12 Uma lista de itens que foi previamente estabelecida para certificar as condições de um processo ou qualquer outra tarefa.
13 Ensino Médio.
14 Grupo musical do gênero forró que é tradicionalmente conhecido na região Nordeste do Brasil, a música é executada através de trios instrumentais como: acordeon, zabumba e triângulo.
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