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Jóvenes de derecha e izquierda en una perspectiva comparada Brasil y Argentina
Rogério Oliveira Araújo; Renata Furtado Barros; Olívia Cristina Perez
Rogério Oliveira Araújo; Renata Furtado Barros; Olívia Cristina Perez
Jóvenes de derecha e izquierda en una perspectiva comparada Brasil y Argentina
Juventudes de direita e de esquerda em perspectiva comparada Brasil e Argentina
Millcayac, vol. X, núm. 18, 2023
Universidad Nacional de Cuyo
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Resumen: Esta investigación analiza las percepciones políticas de jóvenes brasileños y argentinos sobre la democracia y las instituciones políticas, considerando sus propias posiciones de derecha, izquierda y centro en el aspecto político e ideológico. Para ello, seleccionamos y analizamos datos únicamente de jóvenes, tomados del banco Latinobarômetro en su ola 2020. Específicamente, analizamos identificación ideológica, perfil socioeconómico (raza y religión), evaluación de la democracia, preferencia por los gobiernos autoritarios, evaluación de las instituciones e interés por la política. Entre los resultados destacamos como la distribución de jóvenes entre derecha e izquierda es aproximada, con un alto porcentaje de jóvenes que se posicionan en el centro. También es destacable el mayor apoyo a la democracia entre los jóvenes de derecha, así como el interés por la política.

Palabras clave: juventud, ideología, derecha, izquierda.

Resumo: Esta pesquisa analisa as percepções políticas dos jovens brasileiros e argentinos acerca da democracia e das instituições políticas, considerando seus posicionamentos próprios como de direita, esquerda e centro no aspecto político e ideológicos. Para tanto, selecionamos e analisamos dados somente sobre os jovens, retirados do banco do Latinobarómetro em sua onda de 2020. Especificamente verificamos a identificação ideológica, perfil socioeconômico (raça e religião), avaliação da democracia, preferência por governos autoritários, avaliação das instituições e interesse por política. Dentre os resultados destacamos como a distribuição dos jovens entre direita e esquerda é aproximada, com um alto percentual de jovens que se posicionaram ao centro. Destaca-se também o maior apoio a democracia entre os jovens de direita, bem como o interesse por política.

Palavras-chave: juventudes, ideologia, direita, esquerda.

Abstract: This research analyzes political perceptions of young Brazilians and Argentines about democracy and political institutions, considering their own positions as right, left and center in the political and ideological aspect. For this purpose, we selected and analyzed data only on young people, taken from the Latinobarômetro bank in its 2020 wave. Specifically, we analyzed ideological identification, socioeconomic profile (race and religion), evaluation of democracy, preference for authoritarian governments, evaluation of institutions and interest in politics. Among the results, we highlight how the distribution of young people between right and left is approximate, with a high percentage of young people who positioned themselves in the center. Also noteworthy is the greater support for democracy among right-wing youth, as well as interest in politics.

Carátula del artículo

Dossier

Jóvenes de derecha e izquierda en una perspectiva comparada Brasil y Argentina

Juventudes de direita e de esquerda em perspectiva comparada Brasil e Argentina

Rogério Oliveira Araújo
Universidade Federal do Piauí, Brasil
Renata Furtado Barros
Universidade Federal do Piauí, Brasil
Olívia Cristina Perez
Universidade de São Paulo/Brasil, Brasil
Millcayac, vol. X, núm. 18, 2023
Universidad Nacional de Cuyo

Recepción: 14 Diciembre 2022

Aprobación: 22 Enero 2023

Introdução

Tem chamado atenção nos ativismos políticos a atuação de jovens assumidamente de direita. Por exemplo, no Brasil em meados de 2015 e 2016 o Movimento Brasil Livre (MBL) teve grande destaque na política brasileira na medida em que organizou numerosas manifestações a favor do impeachment da ex-presidenta Dilma Rousseff (Partido dos Trabalhadores). Liderados por jovens como Kim Kataguiri, o Movimento é um símbolo do posicionamento mais à direita entre os jovens. Em seu manifesto, cita cinco objetivos: "imprensa livre e independente, liberdade econômica, separação de poderes, eleições livres e idôneas e fim de subsídios diretos e indiretos para ditaduras" (Movimento Brasil Livre, 2015).

Na Argentina, desde meados de 2010 é possível salientar movimentos juvenis que pautam críticas ao funcionamento da democracia, na perspectiva de melhores serviços à população (Murolo, 2011). Com o retorno de governos progressistas na Argentina também têm se observado a emergência de protestos populares em vista das dificuldades do governo em controlar a crise econômica que afeta o país, cenário que incide sobre a visão popular sobre a esquerda argentina (Solano, et. al., 2022; Exame, 2022).

A literatura já vem captando o fenômeno. Estudos recentes procuram compreender como emergiram e o que pautam esses movimentos juvenis alinhados à direita e ao conservadorismo (Severo; Weller; Araújo, 2021; Barros et al., 2019; Severo; Gonçalves, 2020). Por exemplo, a pesquisa de Ribeiro e Fuks (2019) mostra que os jovens têm apresentado uma intolerância de viés moralmente conservador, elencando entre seus grupos de antipatia os que apoiam a descriminalização do aborto (pauta essencialmente progressista).

De modo mais geral, os estudos sobre a participação política das juventudes contemporâneas têm mostrado um descrédito em relação às instituições parlamentares, como os partidos políticos (Araujo, Perez, 2021; Perez; Souza, 2020) o que tem levado os jovens a preferirem formas diretas de participação, sem intermediações, a exemplo de organizações chamadas de coletivos (Perez; Souza, 2020). Os jovens que participam de coletivos reivindicam maior inclusão nas decisões políticas tanto para as juventudes, quanto para outros grupos mais sujeitos a opressões sociais e que têm mais dificuldade de acesso a direitos - como mulheres, negros, população LGBTQIA+ e moradores de periferias.

Em que pese esses exemplos, as juventudes ainda são associadas com à esquerda ou como essencialmente progressistas e rebeldes. Melucci (1997), por exemplo, compreende a juventude como um grupo da sociedade que sofre constantes transformações. É a partir destas transformações que se observa a mudança dentro da sociedade e nesse sentido a juventude pode ser considerada como “termômetro” para perceber a dinâmica do tempo. Percebe-se então uma aposta nas juventudes como portadoras da transformação social. Tal leitura sobre as juventudes orientou a maior parte dos estudos do final do século XX e início do XXI, tendo em vista a participação juvenil nos movimentos de redemocratização (Scherer-Warren, 2014).

Um pouco distante dessa abordagem e para entender as explícitas manifestações à direita entre as juventudes, o presente trabalho tem como pergunta: em que medida as juventudes à direita, à esquerda e ao centro do Brasil e da Argentina se diferenciam quanto às suas percepções políticas? O objetivo desta pesquisa é compreender como os jovens de direita e esquerda do Brasil e Argentina se assemelham ou se distanciam nas suas percepções políticas.

A perspectiva teórica aqui adotada considera as juventudes como uma noção dinâmica pautada sob condições, sociais e culturais historicamente construídas de modo situado e relacional (Vommaro, 2015). Nesse sentido as juventudes são uma categoria construída política e socialmente e não são estanques, mas têm relação com o contexto da época. O posicionamento à direita dos jovens então provavelmente existe há muito tempo, mas com a ascensão de governos à direita essas pautas ganham mais projeção.

Além disso, a compreensão das juventudes passa pela análise dos diferentes marcadores sociais que incidem no modo como os atores experienciam e se situam na sociedade (Batista; Perez, 2016). Por isso optamos por nos referir sempre às juventudes, cientes e demarcando as diferenças entre esse segmento que, em última instância, trata-se de uma construção política e social.

Em geral os estudos consideram como marcadores sociais clássicos a raça, gênero, classe e a própria condição juvenil (Moutinho, 2014; Mello; Malfitano; Lopes, 2020). Na presente investigação adicionamos a filiação política ideológica das juventudes como um marcador social importante para diferenciá-las.

Na discussão sobre direita e esquerda é famosa a definições de Norberto Bobbio (1994), segundo as quais os defensores da esquerda seriam promotores da igualdade, enquanto os partidários da direita alimentariam a necessidade de manutenção das diferenças sociais. Conforme essa classificação a maior diferença entre a esquerda e a direita ocorre em torno dos princípios da igualdade e da liberdade. A esquerda seria mais igualitária. A direita, mais propensa a defender a liberdade individual, executando batalhas insistentes sobre os riscos do igualitarismo. Ainda sobre os aspectos que demarcam esquerda e direita, o autor ressalta o autoritarismo como o ponto de intercepto entre os considerados de extrema-esquerda e de extrema-direita.

Conforme outra interpretação, a díade esquerda-direita está ligada também ao paradoxo conservador-progressista. Enquanto temos um lado que defende a economia de forma liberal, em que o estado não tem influência direta sobre a liberdade individual econômica, que seria o polo da direita, do outro lado temos a busca por uma economia planejada pelo estado - o polo da esquerda (Downs, 1999).

Acrescentamos outras interpretações, como a de Bresser-Pereira (2006), que define os grupos políticos de esquerda pela disposição a arriscar a ordem em nome da justiça social.

Apesar de considerarmos essas definições, as classificações das juventudes neste artigo como de esquerda, direita ou centro não parte de definições apriorísticas, mas da própria percepção dos sujeitos entrevistados que responderam ao questionário do Latinobarômetro (2020) e se situaram dentro dessas perspectivas ideológicas. Assim, apesar da sua autoidentificação ideológica os jovens ora polarizam, ora partilham de elementos e percepções políticas que tornam a distinção entre os campos ideológicos mais tênues. Por isso a definição do que é a esquerda e a direita conforme os jovens mereceria uma pesquisa própria.

Detalhando a metodologia, esta pesquisa analisa o banco de dados de 2020 do Latinobarômetro, que reúne um amplo estudo sobre opinião pública na América Latina, aplicando periodicamente um amplo survey em 18 países. Para os fins desta pesquisa era necessário um banco de dados que disponibilizasse variáveis que possibilitassem a identificação ideológica dos atores - o que o Latinobarômetro faz.

Para delimitar nossa amostra foram utilizados como critérios o recorte etário de 16 a 29 anos de idade de modo a selecionar os indivíduos dentro do recorte juvenil. Compreendemos que a juventude não se limita apenas a uma questão etária, no entanto, o banco de dados não nos permite fazer uma distinção mais detalhada em vista de suas variáveis. É importante considerar ainda que órgãos internacionais como a ONU e leis internas dos países (a exemplo do Estatuto da Juventude no Brasil) definem como início da juventude os 15 anos de idade. Entretanto, no Brasil somente jovens a partir de 16 anos foram abordados, devido ao contexto eleitoral que inclui os jovens a partir dos 16 anos, por isso adotamos o recorte de 16 a 29 para igualar os bancos de dados de ambos os países. A amostra da pesquisa se constitui em 306 jovens da Argentina e 323 jovens do Brasil.

Já para delimitar a autopercepção dos jovens como de direita e de esquerda, consideramos uma variável sobre ideologia presente no Latinobarômetro que funciona em escala progressiva na qual a nota 0 corresponde totalmente à esquerda e 10 à direita. Considerando a gama de atores que escolhem outro número entre 0 e 10 agrupamos aqueles que pontuam entre 0 e 3 no espectro da esquerda e entre 7 e 10 no espectro da direita. Os jovens que se colocaram entre 4 e 6 na escala ideológica foram categorizados como de centro. Nesse sentido, todos os gráficos do presente estudo são construídos a partir dessa categorização das juventudes quanto às suas ideologias.

Para mostrar quem são os jovens à esquerda e à direita, na primeira seção do artigo trabalhamos com as variáveis relativas à autoidentificação ideológica e a questões socioeconômicas. Já para avaliar o quanto os jovens de esquerda e de direita diferem no tocante à percepção sobre política, na segunda seção exploramos as variáveis avaliação da democracia, interesse por política e confiança em determinadas instituições.

A pesquisa contribui com o campo de estudos sobre juventudes e política em diversos sentidos. Primeiro, mostrando as percepções políticas das juventudes. Em segundo lugar, abordamos um aspecto ainda pouco estudado no campo que é o viés conservador ou de direita das juventudes. E em terceiro lugar, comparando de forma descritiva as semelhanças e diferenças das juventudes do Brasil para os jovens da Argentina. Também agregamos uma variável para distinguir os jovens: a sua posição política e ideológica. Por fim, problematizamos as aparentes distinções entre esses dois campos mostrando as várias semelhanças entre os jovens que se identificam de diferentes formas no espectro político e ideológico.

Juventudes progressistas e conservadoras: análises e considerações

Para analisar as semelhanças e diferenças entre as juventudes argentina e brasileira quanto à ideologia, dispomos a distribuição ideológica dos jovens categorizados em “espectro da esquerda, espectro da direita, centro e sem definição ideológica”. A distribuição segue expressa no Gráfico 1.


Gráfico 1
Distribuição ideológica dos jovens brasileiros e argentinos
Elaboração dos autores com base nos dados do Latinobarômetro (2020)

Como podemos observar no Gráfico 1 os jovens brasileiros e argentinos não seguem uma mesma lógica em sua distribuição ideológica. Considerando o espectro à esquerda, temos no Brasil uma incidência maior de identificação da juventude do que na Argentina, que demonstra um equilíbrio da identificação entre jovens à esquerda e à direita (ambos com 13,9%). Um ponto em comum na distribuição ideológica de ambos os países se dá pela proeminência de jovens mais ao centro, com destaque para os jovens brasileiros que alcançam quase metade da amostra dentro desse espectro ideológico (49,2%).

Os dados apresentados no Gráfico 1 também destoam de uma certa percepção do senso comum que associa as juventudes à esquerda, na medida em que apresentam um certo equilíbrio na distribuição de jovens à esquerda e à direita (ambos em torno dos 20% no caso brasileiro e empatados no contexto argentino). Logo, em que pese os jovens serem considerados mais contestadores (Melucci, 1997) aproximando-os da nossa definição de esquerda, os dados demonstram que uma parcela dos jovens se classifica como de direita e essa parcela é próxima daqueles que se consideram como de esquerda.

O que chama atenção nos jovens brasileiros é que 49,2% se colocam numa posição mais ao centro, chegando a quase metade da amostra. No caso argentino também há uma considerável porcentagem que não tem uma identificação ideológica (24%).

De fato, os estudos sobre a organização política das juventudes (Perez; Souza, 2020) têm demonstrado o seu distanciamento da política institucional - o que poderia levar a crer que os jovens não se identificariam nem como esquerda e nem como direita. Além disso, há uma certa condenação à polarização ou à filiação à esquerda ou à direita. Logo, se posicionar ao centro é uma forma dos jovens evitarem polarizações negativas. Tais reflexões podem ajudar a explicar a dificuldade de identificação em um dos polos ou a opção pelo centro entre os jovens.

Aprofundando os dados sobre as juventudes no Brasil e na Argentina conforme suas filiações político-partidárias (esquerda e direita), analisamos o quanto elas se aproximam ou se distanciam no quesito perfil - raça e etnia.

Como primeiro resultado dessa etapa, o Gráfico 2 apresenta a identificação racial e étnica dos jovens. Importa considerar que esta variável foi construída a partir da autopercepção dos entrevistados, expressando assim como estes jovens se veem dentro das hierarquias sociais nas quais estão inseridos.


Gráfico 2
Raça e Etnia dos jovens brasileiros e argentinos
Elaboração dos autores com base nos dados do Latinobarômetro (2020).

Avaliando o Gráfico 2 temos uma distinção na distribuição racial do Brasil e Argentina. Na Argentina as categorias “mestiço” e “branco” compreendem a grande parte dos jovens da amostra: somadas as categorias contemplam mais de 90% dos jovens, com a proeminência dos brancos em todas as classificações ideológicas, sendo 69, 51, 70 e 62% de jovens brancos à esquerda, centro, direita e sem definição ideológica, respectivamente.

No contexto brasileiro podemos observar uma identificação racial mais ampla e com destaque para as categorias “negros” e “brancos”. Entretanto, importa considerar que, assim como na Argentina, a maioria dos jovens brasileiros se autodeclara branca em todos os espectros ideológicos, correspondendo os jovens de esquerda 43%, nos de centro 37% e nos jovens à direita 50%.

Como pontuado, no Gráfico 2 é possível perceber que a maioria dos jovens na amostra se percebem enquanto pessoas brancas. Essa predominância étnica está ligada à colonização e história de ambos os países. No caso do Brasil, tivemos a colonização pelos portugueses e na Argentina pelos espanhóis. Ambos formados por grupos étnicos brancos.

Considerando os dados do Gráfico 2 chama a atenção que uma maioria de jovens negros brasileiros se identificarem mais à esquerda. Isso pode ser explicado, pelo fato de que a esquerda em geral fomenta a conquista de direitos para os negros. Em comparação com a Argentina, essa não é uma das principais pautas atreladas à esquerda.

Importa compreender que a concepção de raça não é um termo dado e que a depender da região ou país assume contornos específicos incidindo em como os indivíduos são percebidos socialmente (Schwarcz, 2012). O Brasil é um bom exemplo de como a questão racial é complexa, tendo em vista seu processo histórico pautado na escravização e miscigenação, elementos que marcaram a estrutura social do país, incidindo sobre dificuldades e privilégios na medida em que o indivíduo é percebido como negro ou branco (Schwarcz, 2012).

No campo das direitas é importante investigar a religião daqueles que se identificam dessa forma dado que há uma identificação no Brasil entre os apoiadores do presidente Jair Bolsonaro com as igrejas evangélicas (Krawczyk; Zan, 2021). Considerando então a religião como uma forma de compreender a direita e talvez a esquerda, investigamos essa variável conforme a identificação política ideológica dos jovens que responderam ao survey do Latinobarômetro.


Gráfico 3
Jovens brasileiros e argentinos: ideologia e religião
Elaboração dos autores com base nos dados do Latinobarômetro (2020)

A variável religião mostrou-se importante para entender as juventudes no Brasil, considerando que os jovens à esquerda estão mais próximos do catolicismo (45%) enquanto os da direita são católicos (39%) e a maioria dos evangélicos (38%). Porém, a juventude da argentina identifica-se mais ao catolicismo tendo a esquerda 10% quanto a direita 12%. Enquanto a comunidade evangélica é mínima obtendo apenas 2% dos jovens à esquerda e 0% da juventude de direita.

Os resultados das juventudes brasileiras podem ser explicados pela aproximação das distintas instituições religiosas com a política no Brasil. Apesar da Igreja Católica possuir diversos movimentos internos, por vezes ideologicamente antagônicos, há uma tradição importante dos setores à esquerda próximos da Teologia da Libertação que esteve intimamente ligada a criação do Partido dos Trabalhadores (PT), utilizando de uma filosofia de base marxista. De outro lado, há o crescimento nas últimas décadas do século XXI da chamada Renovação Carismática Católica que possui um viés explicitamente conservador.

Na Argentina a maioria da população identifica-se com o catolicismo devido a ele ser a religião oficial do governo. Isso colabora para que haja mais fiéis, mesmo a constituição Argentina assegurando o direito à livre prática religiosa de todos os cidadãos. Já as igrejas evangélicas no Brasil têm se tornado a grande referência para o campo da direita. Uma base expressiva das suas muitas variações apoiou a eleição e o projeto conservador do atual presidente Bolsonaro. Por outro lado, o presidente Bolsonaro defende várias pautas dos evangélicos, como uma certa perseguição a discussões sobre gênero nos espaços públicos, negativamente chamadas no Brasil de “ideologia de gênero” (Brizuena, 2021; Algranti; Carbonelli; Mosqueira, 2020).

Juventudes: ideologias e percepções políticas

Após a apresentação do panorama do perfil das juventudes tomando como ponto de partida a ideologia, cabe avaliar como a disposição ideológica impacta na percepção dessas juventudes sobre questões centrais para a democracia, tais como a avaliação do sistema democrático, apoio a regimes ou lideranças autoritárias. Confiança nas instituições e interesse por política. Nesses quesitos esperávamos diferenças significativas entre as juventudes das esquerdas e das direitas, entretanto encontramos muitas semelhanças.

No Gráfico 4 abordamos a avaliação das juventudes sobre a democracia enquanto regime de governo. A avaliação sobre a democracia é uma variável importante na medida em que evidencia a percepção dos atores sobre como a democracia tem funcionado, bem como permite avaliar como jovens de diferentes campos ideológicos compreendem a democracia.


Gráfico 4
Concordância sobre a democracia ser a melhor forma de governo entre jovens brasileiros e argentinos.
Elaboração dos autores com base nos dados do Latinobarômetro (2020).

A variável que mobiliza o Gráfico 4 questiona se a democracia, mesmo tendo problemas, é o melhor tipo de governo. Agregando os percentuais “muito de acordo” e “de acordo” os dados evidenciam que os jovens avaliam a democracia como a melhor forma de governo, sendo 60% para os jovens à esquerda, 73% para os de centro e 76% para os jovens à direita. Temos uma porcentagem maior de discordância com a democracia entre os jovens à esquerda, totalizando 41% ante 26% dos jovens ao centro e 24% dos jovens à direita. Esse dado vai na contramão de uma percepção social sobre as juventudes à esquerda, rotineiramente associadas às lutas democráticas no Brasil ao longo da história (Scherer-Warren, 2014).

Avaliando os dados da Argentina, temos 60% dos jovens à esquerda confirmando seu apoio à democracia (agregados os dados de acordo e muito de acordo). No campo da direita 83% evidenciam seu apoio à democracia, tal dado já demonstra uma diferença considerável entre a percepção sobre a democracia entre jovens de esquerda e direita. Importa ressaltar ainda que esse dado se alinha com os resultados do Brasil no qual a juventude à direita também demonstrou melhor avaliação da democracia que a juventude à esquerda. Os jovens de centro apresentaram um percentual de 76% de concordância, já os sem identificação ideológica 69%.

Uma possibilidade de interpretação que pode nos ajudar a compreender por que os jovens à esquerda tanto do Brasil quanto da Argentina apresentam um menor percentual de apoio à democracia pode ser encontrado no questionamento sobre o que essa juventude compreende por democracia e quais suas experiências com o regime democrático.

Estudos já têm mostrado um certo rechaço às instituições políticas por jovens organizados politicamente em coletivos progressistas (Perez; Souza, 2020). As juventudes estariam se afastando das dinâmicas institucionais na medida em que a democracia representativa não estaria possibilitando uma verdadeira participação dos jovens (Araújo; Perez, 2021). Nesse sentido, o jovem à esquerda não aprovaria a democracia porque consideraria que ela é limitada (Solano et.al., 2022). Mas isso não significa apreço por um sistema mais conservador, embora pudesse expressar o desejo por uma forma de governo mais radical, capaz de garantir a inclusão de setores tradicionalmente excluídos das decisões coletivas, como mulheres, negros e jovens.

Para aprofundar a análise sobre a percepção da democracia dos jovens, destacamos no Gráfico 5 a variável que trata da possibilidade de aceitar um governo autoritário desde que este resolva os problemas sociais, políticos, econômicos e etc.


Gráfico 5.
Jovens brasileiros e argentinos: Concordância com um governo autoritário
Elaboração dos autores com base nos dados do Latinobarômetro (2020).

De acordo com o Gráfico 5, quando pontuado a possibilidade de aceitar um governo não democrático, contanto que este melhore as condições de vida da população, temos os jovens à esquerda da Argentina com 34% de concordância e os do Brasil com 54% (considerando os de acordo e muito de acordo). Quanto aos jovens de direita temos 48% de concordância dos argentinos diante de 51% dos brasileiros, já os de centro pontuam 60% no Brasil e 53% na Argentina.

A Argentina apresenta uma menor propensão dos jovens em relação a renunciar à democracia em benefício de pautas materiais. Em parte esse dado se alinha a estudos que apontam uma desconfiança dos jovens argentinos em relação a políticos outsiders que não apresentam uma biografia que indique capacidade de governo (Solano et.al., 2022).

Esses dados ajudam a explicar inclusive a ascensão de um governo autoritário como o de Jair Bolsonaro no Brasil. Como mostram as pesquisas (Perez; Souza, 2020) os jovens rechaçam as instituições democráticas por considerarem insuficientes. Para eles as instituições democráticas que foram ocupadas tanto por governos de esquerda quanto à direita no Brasil não conseguiram garantir o mínimo básico de sobrevivência para a população, tampouco a inclusão nas decisões políticas de grupos tradicionalmente excluídos, como os próprios jovens. Então em geral há um rechaço ao próprio sistema democrático entendido como incapaz de garantir direitos e inclusão.

Esse dado nos leva também a considerar o que as juventudes compreendem como democracia, na medida em que a democracia institucional se apresenta para eles como insuficiente. Como pontuado por Perez e Sousa (2020), é perceptível que as juventudes estão procurando canais mais diretos de participação, assim, políticos de tendência autoritária que se apresentam como outsiders acabam conquistando apoio dessas camadas na medida em que sugerem estar fora dos mecanismos clássicos de participação. Nesse sentido, é necessário considerar esse dado com cuidado avaliando até que ponto poderíamos categorizar essa juventude como efetivamente autoritária, ou se isso não revela uma juventude desiludida com as instituições democráticas.

No Gráficos 6, testamos a confiança a algumas instituições democráticas entre os jovens, o que pode ajudar a compreender melhor essa aproximação “conservadora” entre as juventudes de campos ideológicos distintos. Especificamente elencamos também no Gráfico 6 a confiança no Exército, Igreja e a Presidência.


Gráfico 6
Jovens brasileiros e argentinos: confiança nas instituições
Elaboração dos autores com base nos dados do Latinobarômetro (2020)

Como podemos observar no Gráfico 6, os jovens brasileiros à direita tendem a ter uma confiança maior nas Forças Armadas que os jovens à esquerda, chegando a 39% frente a 29% dos jovens de esquerda. Já no caso dos jovens argentinos, também se observa que os de direita (30%) confiam mais nas forças armadas que os de esquerda (20%). Em relação ao Brasil, os dados que mais distancia as juventudes é aquele referente à confiança na presidência do país. Os jovens brasileiros à direita possuem um alto nível de confiança (23%) na figura do atual presidente do país (que deve estar atrelado ao apoio ao Bolsonarismo), enquanto os jovens à esquerda apresentam o maior índice de desconfiança ao mesmo (44%).

Comparando os dados do Brasil e Argentina temos uma grande diferença entre a percepção da religião entre as juventudes, dado que supera a questão ideológica. Enquanto no Brasil em todos os espectros ideológicos a religião foi a instituição com maior percentual de confiança (mais de 40%), na Argentina a desconfiança na Igreja ultrapassa os 45% em todos os recortes ideológicos. Esse resultado é importante na medida em que demonstra como a religião tem pesos diferentes sobre a cultura política dos jovens desses dois países.

Por fim apresentaremos no Gráfico 7 como o interesse por política se manifesta entre as diferentes categorias juvenis segundo seu posicionamento ideológico.


Gráfico 7
Interesse por política dos jovens brasileiros e argentinos
Elaboração dos autores com base nos dados do Latinobarômetro (2020).

Os dados apresentados no Gráfico 7 explicitam o interesse por política dos jovens dos diferentes campos ideológicos. Nesse gráfico desponta o desinteresse dos jovens pela política independente do espectro ideológico, na Argentina, somando pouco e nada interessados, temos 65%, 56%, 56% e 68% de interesse por política dos jovens à esquerda, centro, direita e sem identificação ideológica respectivamente. No caso do Brasil os dados agregados revelam 80% de desinteresse pelos jovens à esquerda, 72% dos jovens de centro, 65% dos de direita e 94% dos sem identificação ideológica.

Em geral a política não é vista pelas diversas juventudes com interesse pela maioria dos jovens. Aqui é importante reforçar que os jovens têm rechaçado as instituições políticas democráticas, como os partidos políticos e o congresso e que são associados normalmente à palavra política, mas isso não significa imobilismo, dada a quantidade de organizações de juventude criadas recentemente sobre o nome de coletivos (Perez; Souza, 2020).

O que mais surpreende nos dados, tanto dos Brasil quanto da Argentina, é o maior interesse por política entre jovens de direita, contrariando a literatura que associa a juventude à esquerda um grau maior de politização (Sherer-Warren, 2014; Melucci,1997). No gráfico 7 quando agregamos “algum interesse” com “muito interesse” chegamos à conclusão de que os jovens de direita do Brasil se mostram mais ligados as dinâmicas da política institucional que os jovens de esquerda, enquanto os primeiros somam 45%, os segundos somam apenas 20%. Esse dado é reforçado ainda pela variável “nada interessado”, na qual os jovens de direita pontuam apenas 16% ante 38% dos jovens de esquerda e 32% dos jovens ao centro.

Quando nós retornamos para o perfil argentino, temos jovens de direita somando 44% de algum e muito interesse por política ante 36% dos jovens à esquerda. Apesar da diferença menor quando comparado ao contexto do Brasil, os jovens argentinos também evidenciam esse maior engajamento dos jovens à direita quanto ao interesse por política. Solano et. al. (2022) corrobora com esse dado ao evidenciar como os jovens argentinos mais conservadores apresentam em seu discurso questões mais presentes no debate político institucional, a exemplo da própria questão ideológica.

A confiança entre os jovens brasileiros de direita na política deve estar relacionada com o apoio que eles estão dando à política institucional até então comandada por Jair Bolsonaro (presidente de 2019 à 2023), à direita no espectro político ideológico. Enquanto na Argentina, mesmo tendo um governo compreendido por muitos como à esquerda, observa-se que os jovens de direita têm mais interesse por política, mas esse interesse está ligado a uma participação mais institucional. Importa considerar que a conceituação do governo argentino como essencialmente de esquerda pode ser problematizada. Em uma certa perspectiva o governo argentino pode ser enquadrado como centro-esquerda, tendo em vista a sua preocupação em garantir pautas trabalhistas, ainda que, sem abandonar de todo o neoliberalismo. Entretanto, para os fins desta pesquisa cabe considerar mais a percepção social dos atores que avaliam o governo como de esquerda, tanto na própria Argentina, quanto internacionalmente (Svampa, 2020).

Então esses dados têm que ser lidos contextualmente, porque mais do que revelarem um desinteresse pela política entre os jovens à esquerda, os dados revelam muito mais um apoio entre os jovens de direita ao governo Bolsonaro. É importante ressaltar que os jovens à esquerda no Brasil estão nas ruas e nas universidades se mobilizando contra o governo Bolsonaro, enquanto os jovens de direita revelam um apoio à política institucional nos dados sobre política. Em certa medida, podemos considerar que, ao se sentirem representados na esfera da política institucional federal, os jovens de direita vêm assumindo uma postura mais ativa no campo da política.

Para explicar esses dados vale destacar os estudos seminais de Karl Mannheim (1986) que tratam da concepção de conservadorismo enquanto estilo de pensamento, realizando uma importante distinção entre tradicionalismo, ou seja, o apego às estruturas de comportamento cristalizadas na sociedade e o conservadorismo em si, compreendido como um contra movimento diante da delimitação de um inimigo que ameace o status quo.

Nesse sentido, as grandes lutas dos jovens progressistas expressas em grandes ciclos de protestos como as Jornadas de Junho de 2013 - em que milhares saíram às ruas no Brasil a favor de direitos e contra o sistema político (Perez, 2021) - podem ser consideradas como um processo de estímulo ao surgimento de contra movimentos na esfera conservadora, como é o caso de movimentos de jovens à direita.

Conclusão

A presente pesquisa objetivou analisar as nuances que permeiam as juventudes em relação ao seu posicionamento ideológico em perspectiva comparada dos jovens do Brasil e da Argentina. Para isso organizamos dados do Latinobarômetro em sua onda de 2020. Para entender os jovens de direita e de esquerda foram consideradas as variáveis de autoidentificação ideológica e para verificar o quanto as juventudes se assemelham ou não, consideramos o interesse por política, confiança nas instituições e avaliação da democracia.

A análise do perfil das diferentes juventudes demarcadas pela ideologia evidenciou como a distribuição dos jovens entre direita e esquerda é aproximada, destacando-se, no entanto, um alto percentual de jovens que se posicionaram ao centro, tanto entre os jovens brasileiros quanto entre os argentinos. Sobre os jovens de centro foi constatado ao longo do estudo que estes variam de um polo ideológico a outro dependendo da variável em análise, ora se aproximando da esquerda ora da direita. Quanto às dinâmicas éticas raciais foram percebidas que a maioria dos jovens se identificam majoritariamente como pessoas brancas. O grande destaque do perfil se dá para a religião, na qual o “evangelismo” se apresentou como nicho dos jovens brasileiros à direita enquanto os jovens argentinos identificam-se mais com o catolicismo.

Em relação às percepções políticas, um dado que chamou a atenção foi a semelhança na avaliação da democracia entre as categorias juvenis. Não apenas a concordância generalizada que um governo não democrático possa assumir, desde que resolva os problemas políticos, econômicos sociais e etc., mas pela liderança dos jovens de esquerda ante os de direita quanta a essa possibilidade. Esse dado revela que a democracia - pelo menos a atual - não é um valor em si mesma para as diferentes categorias juvenis que estão mais focadas nas dinâmicas de sobrevivência e pautas morais.

Outro dado relevante na pesquisa se dá na proeminência dos jovens dos diferentes países à direita no interesse por política. Tal fato evidencia uma percepção do crescimento de movimentos conservadores liderados por jovens nas duas últimas décadas, os quais passaram não apenas a ocupar a arena das ruas e dos movimentos sociais, mas também se inseriram na política institucional.

Longe de encerrar as possibilidades de estudo, esta pesquisa deixa em aberto uma ampla agenda de pesquisas das quais destacamos: a necessidade de compreender quem é o jovem de centro; qual a concepção de democracia que os jovens à direita e à esquerda possuem, bem como os repertórios de ação que as juventudes dos diferentes espectros ideológicos priorizam.

Material suplementario
Referências
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Notas

Gráfico 1
Distribuição ideológica dos jovens brasileiros e argentinos
Elaboração dos autores com base nos dados do Latinobarômetro (2020)

Gráfico 2
Raça e Etnia dos jovens brasileiros e argentinos
Elaboração dos autores com base nos dados do Latinobarômetro (2020).

Gráfico 3
Jovens brasileiros e argentinos: ideologia e religião
Elaboração dos autores com base nos dados do Latinobarômetro (2020)

Gráfico 4
Concordância sobre a democracia ser a melhor forma de governo entre jovens brasileiros e argentinos.
Elaboração dos autores com base nos dados do Latinobarômetro (2020).

Gráfico 5.
Jovens brasileiros e argentinos: Concordância com um governo autoritário
Elaboração dos autores com base nos dados do Latinobarômetro (2020).

Gráfico 6
Jovens brasileiros e argentinos: confiança nas instituições
Elaboração dos autores com base nos dados do Latinobarômetro (2020)

Gráfico 7
Interesse por política dos jovens brasileiros e argentinos
Elaboração dos autores com base nos dados do Latinobarômetro (2020).
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