Artigo

Teletrabalho e a Pesquisa Acadêmica: Análise da Produção Científica Disponível em Bancos de Dados Nacionais Abertos até 2017

Teleworking and Academic Research: Analysis of Scientific Production Available in National Data Banks Opened until 2017

Marcus Vinicius Nascimento Schleder
Universidade Federal de Santa Maria, Brazil
Maria Julia Pegoraro Gai
Universidade Federal de Santa Maria, Brazil
Gabriele Caroline de Oliveira
Universidade Federal de Santa Maria, Brazil
Vânia Medianeira Flores Costa
Universidade Federal de Santa Maria, Brazil

Teletrabalho e a Pesquisa Acadêmica: Análise da Produção Científica Disponível em Bancos de Dados Nacionais Abertos até 2017

Revista Administração em Diálogo, vol. 21, núm. 1, pp. 81-98, 2019

Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

Recepção: 02 Setembro 2018

Aprovação: 30 Novembro 2018

Resumo: O teletrabalho é uma forma de trabalho flexível, desenvolvida total ou parcialmente à distância. Por meio de uma revisão bibliométrica sobre este tema, com abordagem quantitativa, caráter exploratório e natureza aplicada, busca-se apresentar um panorama das publicações disponíveis nos bancos de dados Anpad, Scielo e Spell, publicados entre os anos de 1995 a 2017. Foram encontradas 280 publicações, sendo descartadas duplicatas e aquelas que não abordassem o teletrabalho como tema central, resultando em 73 artigos. Com base nos resultados obtidos, tem-se um panorama das publicações sobre a temática teletrabalho nas bases estudadas, bem como sugestões para estudos futuros.

Palavras-chave: Teletrabalho, Trabalho à Distância, Bibliometria.

Abstract: Teleworking is a flexible way of working, developed totally or partially at a distance. Through a bibliometric review on this subject, with a quantitative approach, exploratory nature and applied nature, we intend to present an overview of the publications available in ANPAD, Scielo and Spell databases, published between 1995 and 2017. Were found 280 publications, being discarded duplicates and those that did not approach telework as the central theme, resulting in 73 articles. Based on the results obtained, we have an overview of the publications on the subject of telework in the studied bases, as well suggestionsfor future studies.

Keywords: Telework, Telecommuting, Bibliometrics.

Introdução

Internacionalmente, os arranjos de trabalho virtual estão se tornando, cada vez mais, parte da estrutura organizacional tradicional (Ingham, 2006). O trabalho à distância, ou teletrabalho, é uma prática cada dia mais recorrente nas corporações, visto que a evolução das tecnologias de comunicação e das de computação possibilitaram que a sociedade atingisse um estágio em que o trabalho pode ser deslocado de um ambiente coletivo e centralizado, para uma estrutura descentralizada, onde os projetos podem ser gerenciados e operacionalizados sem a presença de todos os membros de um time em uma mesma estrutura física.

Durante a década de 1950, a literatura sobre mudança tecnológica levou à ideia de que as telecomunicações, combinadas com a tecnologia da computação, poderiam permitir que o trabalho fosse transferido do escritório tradicional (Jones, 1957). Toffler (1980, p. 156) sugere que um novo modelo de produção descentralizado poderia “mover literalmente milhões de empregos para fora das fábricas e escritórios”, trazendo-os de volta para o seu local de origem, se considerada a realidade anterior à Revolução Industrial: os lares.

Weijers et al (1992, p. 1049) consideram que o trabalho pode ser considerado remoto (ou teletrabalho), quando a aplicação de tecnologias de comunicação e de informação possibilitam a separação do local no qual encontram-se empregado e empregador por ao menos 20% do tempo laboral.

Quando tratado o estudo do teletrabalho, embora este seja uma realidade desde a década de 1950, ainda é um assunto pouco abordado nas pesquisas focadas em administração de empresas, gestão de pessoas ou psicologia, verdade essa ainda mais presente no Brasil, cujas publicações científicas sobre o tema eram extremamente raras até o ano 2000.

A análise de mais de 900 artigos com as palavras-chave teleworking, telecommuting ou homeworking, realizada por Stander, Daniels e Lamond (1999), observou a maior parte da literatura abordando descrições baseadas principalmente na experiência de indivíduos e não analisando teorias relacionadas ao tema.

Baruch e Yuen (2000), Watad e Will (2003) e Morgan (2004) afirmam que o método de trabalho no formato à distância, virtual ou remoto, não se adequa a todos os formatos de empregos e precisa ser avaliado pelas organizações em termos de adequação antes de se iniciar qualquer acordo desse tipo, tornando uma metodologia restrita a determinados contextos e que merece atenção especial no que tange as relações humanas e trabalhistas.

O presente estudo tem como objetivo identificar “Como está caracterizada a produção científica no Brasil sobre o tema Teletrabalho nos principais bancos de dados da área de administração e psicologia”. Para o aprofundamento no problema mencionado, foi realizada uma pesquisa bibliométrica nos bancos de dados da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração (Anpad), da Scientific Periodicals Electronic Library (Scielo) e Scientific Periodicals Electronic Library (Spell) de artigos publicados entre os anos de 1995 a 2017.

Buscando o sucesso nos objetivos principais da pesquisa, foram determinados os seguintes objetivos específicos: 1) identificar as pesquisas sobre o tema teletrabalho, por meio da apreciação dos artigos abordando esse tema principais bancos de dados nacionais de periódicos das áreas de referência; 2) apresentar uma caracterização dos autores, dos aspectos metodológicos de investigação e das temáticas e dos principais resultados associadas aos estudos sobre o tema; 3) identificar nichos e oportunidades de estudos científicos sobre o tema e relacionados.

A relevância que o teletrabalho tem conquistado na economia atual, os diversos questionamentos e desafios que podem ser introduzidos com a implementação de alterações geradas pelos novos arranjos de trabalho, principalmente se considerada a gestão de processos e pessoas, as pesquisas acerca do teletrabalho tornam-se deveras relevante para a compreensão das consequências que essas novas dinâmicas trazem à realidade das organizações.

O presente artigo apresenta referencial teórico constituído com os principais conceitos sobre teletrabalho e suas articulações; os procedimentos metodológicos desta pesquisa; a apresentação e análise dos resultados, e por último, as considerações finais, onde são discutidas as análises deste estudo, objetivos atingidos e sugestões de estudos futuros.

Referencial Teórico

Apresenta-se aqui uma revisão da literatura acerca do teletrabalho, a origem do tema, categorias existentes, teletrabalhadores, principais conceitos, vertentes e alguns estudos na área, buscando fornecer um panorama básico das referências que embasam esta pesquisa.

O Teletrabalho

O teletrabalho também tem sido chamado de trabalho remoto, trabalho distribuído, trabalho virtual, trabalho flexível, flexplace, trabalho à distância, dentre outras nomenclaturas. Dessa maneira, o termo teletrabalho refere-se ao “trabalho realizado com a aplicação sistemática de telecomunicações que permitem trabalhar e comunicar à distância, trocando sistematicamente informações e dados” (Girard, 1995, p. 23). À medida que as organizações estão se tornando mais confiantes na distribuição de conhecimento e do uso da tecnologia, o teletrabalho torna-se um próximo passo lógico (Kompast & Wagner, 1998).

Toffler (1980) já apontava que o trade-off econômico entre transporte e telecomunicações foi um fator que favorecia a promoção do trabalho à distância, em função de que as nações mais desenvolvidas tecnologicamente estavam experimentando crises no transporte de veículos, com sistemas de transporte coletivo chegando ao seu limite, congestionamentos, poucas vagas para estacionamento, poluição e colapsos rotineiros, além do alto custo. O teletrabalho se difundiu entre organizações de vários tipos e tamanhos, desde grandes corporações como câmaras de comércio e o Exército dos EUA (Apgar, 1998) até IBM e AT&T.

A telecomutação ocorre quando um trabalhador completa a maioria das tarefas relacionadas ao trabalho fora da sede da empresa ou de outro escritório centralizado e depende da tecnologia para transferir o trabalho, em contraste com as formas tradicionais de trabalho concluídas enquanto o funcionário está fisicamente localizado no escritório da empresa (Nilles, 1988; Qvortrup, 1998).

Existem várias categorias diferentes de teletrabalhadores, tomando-se como referência a quantidade de tempo trabalhando fora do escritório: aqueles que trabalham em casa a tempo parcial, que trazem o trabalho para casa depois do expediente e aqueles que trabalham em casa em tempo integral (Barros & Silva, 2010). Os teletrabalhadores podem ser membros totalmente integrados da comunidade organizacional, ou podem ser trabalhadores temporários ou contratados, ou empreendedores autônomos (Kraut & Grambsch, 1987). A maioria dos empregos qualificados para teletrabalho são cargos executivos ou profissionais de colarinho branco (Bredin, 1996) em níveis salariais médios ou superiores (Weijers, Meijer & Spoelman, 1992) ou trabalhos de baixa tecnologia, como processamento de sinistros (Dutton, 1994).

Segundo Bredin (1996), podem ser considerados teletrabalhadores profissionais que atuam em seus escritórios domésticos, em centros de teletrabalho implementados pela organização empregadora, em centros de coworking ou escritórios móveis. O autor afirma também que a maioria das pessoas que trabalham em teletrabalho passam alguns dias por semana no escritório com colegas de trabalho. Não é incomum que o teletrabalho em tempo integral seja realizado apenas durante o período de execução de um projeto em particular (Dutton, 1994).

A falta de uma definição comum da nomenclatura utilizada para os descrever os fenômenos relacionados ao teletrabalho dificulta a quantificação dos estudos. Felstead e Jewson (2000) corroboram esta afirmação, sugerindo que o estado do conhecimento sobre a extensão do teletrabalho é difícil de determinar em função das múltiplas definições usadas em vários estudos. Posteriormente, Allen, Golden e Shockley (2015) afirmam que os diversos termos, embora se sobreponham, frequentemente incorporam diferentes conceituações do teletrabalho, mesmo em estudos que usaram o rótulo idêntico de telecomutação (telecommuting), a definição do termo pode variar, afetando os tipos de projetos de estudo e amostras que os pesquisadores usam para estudar esta temática. Em conjunto, as divergências nas definições e nos focos de pesquisa dificultam uma compreensão abrangente deste modo de trabalho (Allen, Golden & Shockley, 2015).

Em uma análise de discursos proposta por Araújo e Bento (2002), os autores explicam duas vertentes relacionadas ao teletrabalho. A primeira, refere-se à liberdade que esta modalidade permite, uma vez que o teletrabalho é visto como um meio que facultaria ao sujeito a independência na forma de organização do tempo, tornando possível a interpenetração do período de produção e do período de lazer. A segunda vertente, da escravatura, diz respeito a realização contínua das tarefas rotineiras, dificuldade de organização do tempo, isolamento e estresse.

Em relação aos aspectos positivos do teletrabalho, Handy (2001) comenta que organizações questionam se realmente é necessária a existência de uma sala permanente em um escritório, um recurso de capital disponível por 168h por semana, mas frequentemente usado apenas para 12h ou menos e às vezes apenas para a coleta de correspondência. Araújo e Bento (2002) indicam que o teletrabalho é uma nova maneira de organização do trabalho que pode originar benefícios evidentes para gestão das empresas devido a supressão de encargos fixos, ou seja, em função da flexibilização da gestão, da mão de obra e da própria empresa, muitas vezes é considerado, inclusive por cientistas sociais, como uma solução para questões ligadas à eficiência.

Rifkin (2001) destaca que as tecnologias da informação e das telecomunicações possuem potencial tanto para trazer liberdade quanto desequilíbrio à população no próximo século. Esse autor complementa que o rumo desses avanços irá depender principalmente de que maneira cada nação vai lidar com os avanços da produtividade. Nesse sentido, Araújo e Bento (2002) destacam dois problemas centrais decorrentes do teletrabalho em relação a organização, o primeiro refere-se à reorganização do trabalho em relação a questões como a natureza do trabalho, estatuto e tipos de remuneração. O segundo está ligado às modificações necessárias nas estruturas hierárquicas, especialmente nas funções de chefias intermediárias.

Ao considerar arranjos de trabalho virtuais, os principais benefícios buscados pelas organizações estão relacionados à redução dos custos de acomodação física, à racionalização de operações, aumento de produtividade e atração e retenção dos funcionários através de maior flexibilidade e lealdade dos funcionários (Baruch, 2003; Heneman & Greenberger, 2002; Ingham, 2006). Além disso, tais práticas também levam a um atendimento ao cliente em horários estendidos, melhor velocidade com a qual as organizações podem responder e resolver problemas dos clientes, bem como possibilitar a terceirização de funcionários que podem estar espalhados pelo mundo (Morgan, 2004; Kowalski & Swanson, 2005; Shekhar, 2006).

Ainda em relação aos aspectos positivos do teletrabalho, O'Brien e Hayden (2007) acrescentam duas outras razões para a promoção e desenvolvimento desses arranjos virtuais de trabalho, que são a possibilidade de as organizações gerenciar as cargas de trabalho variáveis para lidar com períodos de pico de demanda e a criação de cobertura adicional e adequada durante os fins de semana ou feriados para áreas de negócios específicas. No entanto, pode ser questionada a perspectiva para a qual isso é benéfico, considerando-se os objetivos da organização e as necessidades do trabalhador.

O impacto do teletrabalho na atividade física é questão importante, pois os riscos para a saúde associados a longos períodos de tempo sentado - como ganho de peso excessivo, doenças cardiovasculares, diabetes e mortalidade prematura - estão se tornando cada vez mais conhecidos (Thorp, Owen, Neuhaus & Dunstan, 2011). Além disso, algumas pesquisas indicaram que os longos deslocamentos contribuem para resultados ruins de saúde, especificamente a distância de deslocamento tem sido negativamente associada à atividade física e à aptidão cardiorrespiratória (Hoehner, Barlow, Allen & Schootman, 2012).

O impacto multivariado do teletrabalho é complexo na visão de Coenen e Kok (2014), com potencial simultâneo de benefícios e desvantagens. Organizações e formuladores de políticas devem ponderar o desejo dos indivíduos de trabalhar com mais flexibilidade, tendo também em mente os benefícios da comunicação presencial para compartilhamento de conhecimento e inovação. O teletrabalho é benéfico para alguns resultados, mas prejudicial para os outros, ele pode, por exemplo, aumentar a produtividade dos funcionários individualmente, mas dificultar o desenvolvimento e a manutenção da qualidade do relacionamento entre os colegas de trabalho, além disso, os esforços destinados a reduzir as emissões de automóveis incentivando as organizações a implementar programas de teletrabalho podem ser compensados por um aumento no uso doméstico de energia (Kitou & Horvath, 2003).

Procedimentos Metodológicos

Este estudo trata de uma revisão bibliométrica a respeito do tema “Teletrabalho”, de abordagem quantitativa que possui natureza aplicada e caráter exploratório, uma vez que se busca maior familiaridade com o fenômeno teletrabalho, que ainda é uma temática emergente. Dessa maneira, busca-se apresentar um panorama das publicações acerca do tema nos principais bancos dados de periódicos científicos brasileiros de acesso aberto. Analisou-se os artigos publicados até o ano de 2017, disponíveis nos bancos de dados Anpad, Scielo e Spell, sendo realizada uma pesquisa bibliométrica de abordagem quantitativa (Gil, 2010) com a descrição dos padrões presentes na produção científica sobre o teletrabalho e teletrabalhador.

Marconi e Lakatos (2003) explicam que existem oito fases para a execução da pesquisa bibliográfica. Elas baseiam-se sucessivamente, na escolha do tema, elaboração do plano de trabalho, identificação, localização, compilação dos dados, fichamento do material, análise e interpretação dos resultados e redação do trabalho. Além disso, Marconi e Lakatos (2003) enfatizam que não há necessidade de estudos duplicados, por existir muitas possibilidades de temas de pesquisa, e indicam evitar temas recentemente estudados, em função da dificuldade de obter-se uma nova abordagem. Essas indicações fundamentaram a escolha deste tema de pesquisa, uma vez que não foram encontrados estudos com essa metodologia seguindo a abordagem utilizada.

A escolha da abordagem quantitativa deu-se pelo caráter sequencial e comprobatório apontados por Sampieri, Collado e Lucio (2013, p. 30), os quais enfatizam que neste tipo de pesquisa “cada etapa precede à seguinte e não podemos ‘pular ou evitar’ passos, a ordem é rigorosa, embora, claro, possamos redefinir alguma fase”, sendo esse aspecto um facilitador para a execução dos estudos bibliométricos.

Dessa maneira, foram analisados todos os artigos publicados até o ano de 2017 em periódicos das áreas de administração e psicologia, nos bancos de dados de publicações Anpad, Scielo e Spell. Apesar de não ter sido especificada uma data pregressa que definisse o período de tempo dos artigos pesquisados, o artigo mais antigo encontrado foi publicado em 1995, determinando assim que o universo de artigos analisados estivessem entre 1995 e 2017, visto que esta pesquisa foi realizada nos primeiros meses de 2018. Em relação aos bancos de dados de periódicos selecionados para pesquisa, optou-se por utilizar o Spell e Scielo, por tratarem-se das bases de dados mais completas e relevantes de publicações científicas no Brasil e considerou-se relevante adicionar à seleção a base de publicações de eventos da Anpad, por esta se tratar da mais importante organização com publicações científicas na área de administração, área de interesse desta pesquisa.

Para a definição das palavras-chave pesquisadas, buscou-se na literatura os termos mais utilizados que fizessem referência ao regime de trabalho a que está submetido o profissional que se utiliza de recursos tecnológicos para realizar suas tarefas em sua própria residência ou em outro estabelecimento que não seja de propriedade da organização a que este pertence. Também é importante que este regime aconteça de forma preponderante ao longo de sua jornada de trabalho.

Devido ao fato de a produção brasileira a respeito do tema ser relativamente baixa, optou-se por pesquisar as mesmas palavras-chave em português, espanhol e inglês, garantindo assim uma maior abrangência nos resultados, portanto as palavras utilizadas para a busca de artigos foram “teletrabalho”, “trabalho remoto”, “trabalho à distância”, “teletrabalhador”, “teletrabajo”, “telework”, “teleworking”, “telecommuting” e “remote work”. Nesse primeiro estágio, foram encontrados 280 artigos que apresentavam, no título, resumo ou corpo do texto as expressões selecionadas. No segundo estágio, foram excluídos artigos que se encontravam duplicados entre as bases de dados, visto que, por tratarem-se de fontes de artigos científicos abertas, muitos artigos são publicados em mais de um ambiente.

Dentre os artigos selecionados inicialmente, 175 (62,5%) foram encontrados na base de dados Scielo, 91 pesquisas (32,5%) na base Spell e apenas 14 pesquisas (5%) estavam presentes na base de publicações de eventos da Anpad (Quadro 1). Em relação às palavras-chave analisadas, na maioria das publicações (33,5%), foram encontradas o termo “teletrabalho”, seguido pela expressão “trabalho à distância” (25,71%). As outras palavras-chave pesquisadas produziram resultados mais modestos, sendo “telecommuting” encontrado em 12% das pesquisas, “trabalho remoto” responsável por 9,28% dos resultados, “telework” por 8%, “teletrabajo” em 7,5% e, finalmente, “teleworking” 3,57%, “teletrabalhador” 2% e “remote work” 0,8% dos resultados iniciais de publicações científicas nas bases de dados analisadas (Tabela 1).

Tabela 1 -
Quantidade de artigos encontrados nos bancos de dados selecionados em relação às palavras-chave utilizadas na pesquisa.
Quantidade de artigos encontrados nos bancos de dados selecionados em relação às palavras-chave utilizadas na pesquisa.
Fonte: Elaborado pelos autores.

Após as primeiras etapas de seleção de artigos, iniciou-se um novo estágio na pesquisa proposta, na qual os textos selecionados foram lidos integralmente, para ocorrer o descarte de artigos em que o tema principal ou correlato não fosse o teletrabalho. Visto que no processo de pesquisa foram encontrados muitos artigos em que alguma das palavras-chave eram citadas no corpo do texto, porém não faziam parte dos objetos de pesquisa nem mesmo possuíam algum tipo de relação ao tema principal da pesquisa. Por isso, excluiu-se esses artigos das análises posteriores, pois tratavam de temas não relevantes ao objetivo desta pesquisa. Assim, chegou-se a uma relação de 73 artigos que abordavam direta ou indiretamente o tema proposto, compondo assim o universo de análise. Após essa definição, iniciou-se a quarta etapa da análise dos artigos, com a apreciação dos tipos de pesquisa utilizados, sendo que destes 73 artigos, 54 tratavam-se de pesquisas empíricas e 19 artigos teóricos.

Após a exclusão dos artigos repetidos ou de temática diversa à proposta, as análises passaram a ser feitas de forma a não levar em consideração a base de dados onde o artigo foi encontrado, visto que diversos se repetiam entre mais de uma base ou possuíam mais de uma das palavras-chave buscadas. Após a filtragem de artigos repetidos, os critérios de avaliação “base de dados onde o artigo foi encontrado” e “palavras-chave” tornam-se irrelevantes ou passíveis de distorção, pois não foram definidos critérios de prioridade entre os artigos que foram encontradas mais de uma vez com diversos critérios de busca.

A distribuição histórica da quantidade de publicações sobre teletrabalho pode ser visualizada na Figura 1, a qual apresenta a produção entre os anos de 1995 e 2017.

Quantidade de publicações anuais sobre o tema “Teletrabalho”.
Figura 1 -
Quantidade de publicações anuais sobre o tema “Teletrabalho”.
Fonte: Elaborado pelos autores.

Considerando-se os dados contidos na Figura 1, constata-se a relevância do tema aqui proposto, a seleção final de artigos que se adequaram aos critérios da pesquisa pode ser considerada pequena, visto que os 73 artigos encontrados foram publicados ao longo de 22 anos, resultando assim em uma média de 3,3 artigos anuais. Percebe-se também que, em 1995, com a publicação de um primeiro artigo intitulado “Como o trabalho descentralizado pelo teletrabalho num CPD afeta a comunicação informal? Quais são suas semelhanças e diferenças entre países desenvolvidos e em desenvolvimento?”, deu-se início a uma tendência de publicações anuais que tiveram seu ápice no ano de 2012 com sete artigos publicados, porém a maioria dos anos tiveram entre três e cinco artigos. Percebe-se, porém, um aumento gradual de pesquisas na área do trabalho à distância, visto que desde 2008, ano em que houve seis publicações sobre teletrabalho, há um mínimo de cinco publicações anuais, com exceção dos anos de 2011 (três artigos) e 2017 (quatro artigos).

Após a análise quantitativa dos artigos encontrados, buscou-se averiguar quais as metodologias de pesquisa, áreas estudadas, principais publicações, autores, instituições acadêmicas e objetos de pesquisa a respeito das publicações sobre teletrabalho.

Apresentação e Análise dos Resultados

Com o propósito de garantir a relevância na análise dos artigos, optou-se por organizar os resultados da pesquisa em três dimensões: 1) caracterização da produção e autoria, 2) aspectos relacionados à metodologia e 3) análise do conteúdo das pesquisas e seus objetos de estudo.

Caracterização da Produção e Autoria

Os resultados apresentaram 73 artigos que abordam o tema teletrabalho, no período de 1995 a 2017 nos bancos de dados selecionados, com 54 pesquisas com abordagem empírica e 19 com abordagem teórica. Constata-se que a maioria dos artigos selecionados foram publicados na língua portuguesa (46 artigos, ou seja, 63% do conjunto total), sendo que 22 artigos (30,1%) tinham o espanhol como idioma e apenas cinco publicações (6,8%) tinham na língua inglesa seu idioma principal. A maioria de publicações na língua portuguesa era esperada, visto que se utilizou bancos de dados brasileiros, porém a grande quantidade de artigos em espanhol denota uma importante participação de autores de outros países da América Latina nas pesquisas sobre o teletrabalho, mesmo em publicações e bancos de dados brasileiros.

Em relação às revistas ou eventos nos quais foram publicados os artigos selecionados, houve uma grande diversidade de publicações, sem números expressivos de pesquisas em quaisquer das revistas. É possível destacar os artigos publicados no evento EnANPAD (5,9%, ou seja, quatro artigos), os Cadernos Ebape da FGV (5,9%, também quatro artigos), a revista Ciencia & Trabajo, da Colômbia, com três artigos (4,4%), a Perspectivas em Ciência da Informação, com três artigos publicados sobre teletrabalho (4,4%), a Revista Psicologia Organizações e Trabalho (três artigos, 4,4%), e por fim, a Revista de Administração de Empresas, de Quebec, Canadá, com três artigos publicados (4,4%). As outras revistas ou eventos apresentaram número de publicações iguais ou inferiores a dois, criando uma amostra bastante diversificada e descentralizada da origem das pesquisas.

De forma similar à análise das revistas, buscou-se encontrar autores com maior frequência de publicações acerca do tema teletrabalho, sendo que dentre os 73 artigos selecionados, apenas três pesquisadores possuíam autoria em mais de um artigo sobre o tema proposto, Paula Lenguita, pesquisadora argentina, Cinara L. Rosenfield e Marcos Antonio Gaspar, ambos brasileiros. O mesmo fenômeno foi identificado nas universidades de origem dos pesquisadores, no qual destaca-se a FGV com quatro artigos publicados, UFRGS com três publicações, Universidad Nacional de Colombia, também com três e o restante das instituições de acadêmicas com não mais de dois artigos sobre o tema.

Percebe-se que mesmo com a relevância do assunto analisado, não é possível identificar publicações que tenham o teletrabalho como tema de destaque, bem como, a amostra pesquisada não possui autores com grande volume de artigos acerca do tema teletrabalho.

Perfil Metodológico dos Estudos sobre Teletrabalho

Ao analisar a caracterização da produção sob a perspectiva metodológica, abordou-se os fatores: a) tipo de pesquisa; b) abordagem; c) natureza da pesquisa; d) coleta de dados e, por fim, e) análise de dados, para traçar o perfil das publicações encontradas nos três bancos de dados. Em relação ao tipo de pesquisa encontrou-se, dentre os 73 artigos publicados, 54 (74%) empíricos e 19 (26%) teóricos. Em relação ao tipo de abordagem 49 (67,1%) eram pesquisas qualitativas, 15 (20,5%) quantitativa e nove (12,3%) mistas (qualitativa e quantitativa).

Subdividiu-se o caráter das pesquisas em cinco categorias de estudos, das quais três tiveram maior proporção de ocorrências, 28 (38,4%) descritivas, 21 (28,8%) descritivas/exploratória e 15 (20,5%) explicativas. As outras duas, menos utilizadas, foram as de caráter explicativo com oito ocorrências (11%) e descritivo/explicativo, com apenas uma ocorrência (1,4% do total de 73 publicações).

Quanto aos tipos de coletas de dados, para a análise também se subdividiu em cinco categorias: entrevista, análise documental, questionários, observação e outros. Os dados coletados de forma documental e entrevista, tiveram, respectivamente, trinta artigos (41,1%) e 26 artigos (35,6%) dos 73 artigos totais. Os questionários foram utilizados em dez trabalhos (13,7%) e a observação em cinco (6,8%). O “outros”, utilizado neste item, refere-se a outros tipos de coletas de dados sem ser os quatro primeiros listados, em que se encontrou apenas dois trabalhos (2,7%).

O último item investigado foi a análise dos dados, em que se encontrou 47 (64,4%) pesquisas com análises de conteúdo, 17 (23,3%) com estatísticas descritivas, seis (8,2%) com análise de discurso e três (4,1%) com outros tipos de análise. Assim, dentre os itens selecionados para traçar-se o perfil metodológico dos artigos até o ano de 2017, foi possível determinar que a maioria das publicações se tratam de pesquisas de caráter empírico, com abordagem qualitativa e a maioria das coletas de dados são em formato de entrevistas e a análise dos dados mais recorrente foi a análise de conteúdo.

Análise do Conteúdo das Pesquisas e seus Objetos de Estudo

As instituições de origem e áreas de conhecimento das 73 publicações encontradas nos bancos de dados da Anpad, Scielo e Spell são muito diversificadas, por isso, optou-se pela observação dos objetos de estudo e das incidências de temáticas. Assim, visando traçar um panorama sobre as temáticas das publicações encontradas, coletou-se os objetos de estudo de todos os artigos. Essa etapa apoiou a identificação das principais temáticas em relação ao tema teletrabalho dentre os anos de 1995 e 2017.

Buscando facilitar pesquisas futuras e a compreensão adequada das linhas de pesquisas abordadas, os artigos foram categorizados em diferentes categorias: gestão, gestão de pessoas, saúde mental, engajamento, características, implementação, educação, outros, oportunidade e percepção, todas características baseadas na percepção dos autores sobre as temáticas abordadas após a leitura dos artigos. Quando se referiu à “gestão”, teve-se como referência os métodos de implementação do teletrabalho em empresas e instituições. Em “saúde mental” elencou-se pesquisas que tinham seu objeto de estudo relacionado à percepção por parte do trabalhador à qualidade da implementação dessa atividade, as representações sociais para os indivíduos envolvidos e a satisfação em relação ao teletrabalho. A temática “engajamento” limitou-se às pesquisas relacionadas à produtividade e ao desempenho profissional, e por último, “educação” refere-se a aprendizagem, conhecimento e capacitação.

Como forma de padronizar a caracterização das pesquisas, estabeleceram-se os seguintes critérios em relação às temáticas “implementação”, “oportunidades”, “características” e “percepção”: publicações que se referiam a pesquisas de implementação, testes de aplicabilidade da atividade do teletrabalho ou relacionadas com a experiência do teletrabalho, eram associadas à categoria “implementação”; categorizou-se na temática “oportunidade” os objetos de estudos relacionados a sugestões, ideias, referências em relação a futuras realizações em organizações e adequação da metodologia do teletrabalho; à temática “característica” designaram-se os artigos que analisam fatores específicos ao teletrabalho tanto em grupos geograficamente delimitados quanto em amostras especificadas pela pesquisa, apresentando assim características ou perfis encontrados no teletrabalho. Por fim, categorizou-se como “percepção” os artigos com o objeto de estudo relacionados a assimilações, preconcepções ou propostas de revisão de conceitos do teletrabalho.

Considerando esses indicadores para determinar a temática de publicação, verificou-se que a maior parte se enquadra na temática “características”, onde foram encontradas 15 (20,5%) publicações. Para “gestão”, encontrou-se 11 artigos (15,1%), “gestão de pessoas” e “saúde mental” oito artigos de cada categoria (11%), sete artigos em “educação” (9,6%) e outras sete publicações (9,6%) não se encaixaram em nenhuma das características definidas, portanto, foram classificados na categoria “outros”. Por fim, cinco artigos (6,8%) caracterizam-se em “oportunidades”, 4 (5,5%) em “engajamento” e, finalmente, três (4,1%) em “implementação”.

Considerações Finais

A partir da análise da produção científica brasileira do teletrabalho realizada neste estudo, com base em dados indexados nas bases de dados Scielo, Spell e eventos da Anpad e suportada pela utilização de técnicas bibliométricas, foi possível identificar um aumento modesto, porém constante do número de publicações. Esse fato indica que a área ainda possui potencial de se fortalecer, aumentando sua presença em pesquisas científicas. O crescimento ocorrido pode ser considerado como discreto se comparado a relevância do setor de teletrabalho e tecnologia da informação para o desenvolvimento social, econômico e seu papel no crescimento do produto interno bruto (PIB) do País (Nazareno, Bocchino, Mendes & Paz Filho, 2007).

Quanto as principais temáticas dos estudos sobre teletrabalho, percebe-se uma produção com foco principal em suas características, representando a maioria das pesquisas encontradas. Ainda assim é uma amostra extremamente pequena de publicações (15 artigos) se comparado a o volume de artigos sobre outras áreas da administração e do trabalho. A gestão no teletrabalho, segundo tema com maior quantidade de publicações (11 artigos), seguida por estudos na área de gestão de pessoas e saúde mental (oito artigos), vão ao encontro das pesquisas com uma abordagem primordialmente focada na caracterização do tema, demonstrando ainda haver um amplo espectro de oportunidades acerca do trabalho à distância no que se refere à pesquisa acadêmica, se forem propostas novas abordagens. Uma minoria dos artigos propunha-se à análise de questões operacionais do trabalho à distância, tendo como temática principal ferramentas de suporte, processos e operacionalização.

Diante dos resultados obtidos nesta pesquisa, percebeu-se diversas dificuldades que os pesquisadores de teletrabalho enfrentam. Questões relativas às definições (isto é, determinar quem se qualifica como teletrabalhador) têm incomodado os estudiosos desde o início das pesquisas sobre o tema (Jones, 1958). A localização dos teletrabalhadores também tem sido problemática, em parte porque as mudanças no contrato de trabalho transformaram indivíduos que antes eram funcionários organizacionais em contratados. Colaborando para aumentar as dificuldades para implementar-se pesquisas na área, a maneira pouco usual ou não muito frequente com que o teletrabalho é praticada, provavelmente calou muitos indivíduos da população de teletrabalhadores que tiveram rendas reduzidas (Baileyand & Kurland, 2002).

A discussão sobre a implantação do teletrabalho nas organizações brasileiras, oferecendo pistas e perspectivas sobre benefícios, desafios e possibilidades é uma das colaborações desta pesquisa, de forma que a percepção da situação atual da pesquisa nacional sobre o teletrabalho e a contribuição para a orientação de novos estudos que busquem suprir áreas carentes. Como proposta futura, indica-se a ampliação da base de dados desta pesquisa, mapeando também a produção em bancos de dados internacionais.

Referências

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