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A Estratégia de Intercooperação de Redes Empresariais: uma Análise dos Fatores Preditores
Douglas Wegner; Matheus Oliveira de Almeida; Marcos Vinícius Bitencourt Fortes;
Douglas Wegner; Matheus Oliveira de Almeida; Marcos Vinícius Bitencourt Fortes; Mathäus Marcelo Freitag Dallagnol
A Estratégia de Intercooperação de Redes Empresariais: uma Análise dos Fatores Preditores
Inter cooperation Strategy in Business Networks: An Analysis of the Predictive Factors
La estrategia de intercooperación de la red empresarial: un análisis de los factores predictivos
Redes. Revista do Desenvolvimento Regional, vol. 28, 2023
Universidade de Santa Cruz do Sul
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Resumo: O estudo teve como objetivo analisar os fatores preditores na intenção de redes empresariais em adotar uma estratégia de crescimento através da intercooperação. A pesquisa adotou a abordagem quantitativa, por meio de uma survey com 156 associados de redes empresariais e analisou os dados por meio de regressão linear múltipla. A estratégia de intercooperação em redes empresariais emerge como estratégia de crescimento onde a complementariedade das redes auxilia a obtenção de objetivos comuns, além de manter as redes atrativas para seus participantes, bem como a novos associados. Estudos anteriores já identificaram benefícios da intercooperação, entretanto resta investigar os fatores antecedentes desta estratégia interorganizacional. Os resultados demonstram que os antecedentes da intercooperação se originam de motivações estratégicas, gerenciais, culturais e ambiental-institucional, sendo também o número de associados da rede fatores que influenciam decisões futuras de intercooperar. O estudo apresenta contribuições gerenciais e teóricas a respeito da identificação dos fatores propulsores e restritivos e suas dimensões, além do impacto destes na intenção das redes empresariais em adotar estratégias de crescimento por meio da intercooperação.

Palavras-chave: Fatores Preditores, Intercooperação, Redes Empresariais, Relações Interorganizacionais.

Abstract: The study aimed to analyze the predictive factors in the intention of business networks to adopt a growth strategy through inter cooperation. The research followed a quantitative approach. A survey with 156 members of business networks was conducted and the data were analyzed using multiple linear regression. The inter cooperation strategy in business networks emerges as a growth strategy where the complementarity helps to achieve common goals, in addition to maintaining the business networks attractive for its participants, as well as new members. Previous studies have already identified the benefits of inter cooperation, however, it remains to investigate the antecedent factors of this interorganizational strategy. The results demonstrate that the antecedents of inter cooperation originate from strategic, managerial, cultural, and environmental-institutional motivations. Also, the number of member-firms is a factor that influences future decisions to cooperate. The study offers managerial and theoretical contributions regarding the identification of drivers and restrictive factors and their dimensions, in addition to their impact on the intention of business networks to adopt growth strategies through inter cooperation.

Keywords: Predictive Factors, Intercooperation, Business Networks, Interorganizational Relations.

Resumen: El estudio busca analizar los factores predictivos en la intención de las redes empresariales de adoptar una estrategia de crecimiento a través de la intercooperación. Esta investigación adoptó el enfoque cuantitativo, realizó una encuesta con 156 miembros de redes empresariales y analizó los datos mediante regresión lineal múltiple. La estrategia de intercooperación en redes corporativas surge como una estrategia de crecimiento donde la complementariedad ayuda a lograr metas comunes, además de mantener las redes atractivas para sus participantes, así como nuevos miembros. Estudios previos ya han identificado los beneficios de la intercooperación, sin embargo, queda por investigar los factores antecedentes de esta estrategia interorganizacional. Los resultados demuestran que los antecedentes de la intercooperación se originan en motivaciones estratégicas, gerenciales, culturales y ambientales-institucionales, así como la cantidad de factores asociados que influyen en las futuras decisiones de intercooperar. El estudio demostró aportes gerenciales y teóricos en cuanto a la identificación de factores impulsores y restrictivos y sus dimensiones, además de su impacto en la intención de las redes empresariales de adoptar estrategias de crecimiento a través de la intercooperación.

Palabras clave: Factores predictivos, Intercooperación, Redes comerciales, Relaciones interorganizacionales.

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Artigos

A Estratégia de Intercooperação de Redes Empresariais: uma Análise dos Fatores Preditores

Inter cooperation Strategy in Business Networks: An Analysis of the Predictive Factors

La estrategia de intercooperación de la red empresarial: un análisis de los factores predictivos

Douglas Wegner
Fundação Dom Cabral, Brasil
Matheus Oliveira de Almeida
Universidade do Vale do Rio dos Sinos, Brasil
Marcos Vinícius Bitencourt Fortes
Universidade do Vale do Rio dos Sinos, Brasil
Mathäus Marcelo Freitag Dallagnol
Universidade do Vale do Rio dos Sinos, Brasil
Redes. Revista do Desenvolvimento Regional, vol. 28, 2023
Universidade de Santa Cruz do Sul

Recepción: 10 Marzo 2022

Aprobación: 24 Marzo 2023

1 Introdução

A intercooperação é promovida pelo conjunto de métodos de gestão voltados para a ação e integração em forma de rede, que tem como objetivo disponibilizar e criar produtos/serviços, bem como possibilitar a criação de empresas com propósitos específicos. (GOES, 2011). A intercooperação ocorre em um nível acima da cooperação entre empresas, pois trata-se da cooperação entre redes.

Esta estratégia surge então como uma alterativa para que as redes empresariais lidem com as mudanças mercadológicas e a crescente competitividade nos mercados (WEGNER; ALIEVI; BEGNIS, 2015). A intercooperação está atrelada as iniciativas entre redes, que partilham de objetivos comuns pautadas nos pressupostos cooperativistas (ROSSI, 2005). Nesta direção, a lógica se repete para as redes empresariais e suas ações de intercooperação. (BRAGA, 2010).

A cooperação interorganizacional é uma estratégia adotada por organizações que têm a intenção de permanecerem competitivas no mercado e maximizar seus resultados por meio de redes empresariais. Quando inserida em redes empresariais, a organização tende a obter recursos, habilidades e resultados que não poderiam ser alcançados de forma individual. Os benefícios alcançados por meio de redes alteram, portanto, a visão individualista para uma concepção de resultados coletivos. (GULATI, NOHRIA; ZAHEER, 2000; BALESTRIN; VARGAS, 2004; WITTMANN et al., 2008; BALESTRIN; VERSCHOORE, 2016).

No contexto brasileiro, as redes são formadas por pequeno número de participantes e a maioria é de âmbito regional (WEGNER, PADULA, 2011), o que limita a geração de ganhos relacionais (DYER, SINGH, 1998; DYER, SINGH, HESTERLY, 2018). Dados levantados pelo Observatório Brasileiro de Redes e Centrais de Negócios indicam que, em 2022, havia aproximadamente 500 redes em atividade. Neste contexto, sugere-se que a adoção de estratégia de intercooperação seja uma alternativa eficiente para as redes brasileiras se tornarem mais competitivas (WEGNER et al., 2015). O estudo de Carvalho, Wegner, Begnis e Antunes (2018) sustenta essa proposta, ao demonstrar que as redes de pequeno porte estão seguindo essa estratégia.

À vista disso, a intercooperação como estratégica do crescimento de redes pode proporcionar ganhos de mercado e aumento econômico em performance (WEGNER; BORTOLASO; ZONATTO, 2016) ao permitir adaptabilidade em mudanças mercadológicas, visando a sustentabilidade dos ganhos das redes (SOARES; WEGNER; DOLCI, 2016). Além disso, a mobilização de empresas em redes contribui para os agentes econômicos inseridos em uma região em prol de seu desenvolvimento regional (SABOURIN et al., 2020).

Nesta direção, nota-se o interesse na literatura em compreender e analisar estratégias que resultam em intercooperação empresarial (WEGNER; DOLCI ,2016; CARVALHO et al., 2018). No entanto, a literatura ainda negligencia os fatores que exercem influência na intenção dos associados de redes empresariais em adotar a estratégia de intercooperação, tendo em vista que as decisões em redes ocorrem em comum acordo perante associados de cada rede. Neste sentido, é importante investigar esse fenômeno a procura de identificar quais são os elementos preditores da intercooperação que ponderam as decisões dos associados.

Assim, a presente pesquisa tem como objetivo identificar os fatores que impactam na intenção à intercooperação em redes de empresas. Busca-se com esse objetivo preencher a lacuna teórica ao reconhecer os fatores que interferem na tomada de decisão dos associados, além de contribuir para a discussão sobre o tema, ao apresentar quais são e qual o impacto dos fatores na intenção de intercooperar. A fim de apresentar os resultados da pesquisa, o presente artigo está estruturado em seções. Primeiramente apresenta-se o referencial teórico, seguido da metodologia, resultados, discussão dos resultados e conclusão.

2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 Redes Empresariais

A cooperação entre empresas é de vital importância para a economia devido à capacidade de gerar interdependência cooperativa entre empresas de diversos setores. Os relacionamentos entre organizações emergem quando estas buscam novas vantagens competitivas. (GRANDORI; SODA, 1995; TODEVA, 2006). Ademais, as relações interorganizacionais são configurações não lineares de laços que se relacionam entre os diversos atores do campo organizacional. (KENIS; KNOKE, 2002). Estas configurações são relações entre duas ou mais organizações autônomas que trabalham de forma conjunta, com o intuito de desenvolver constantemente seus recursos e resultados com objetivos próprios e coletivos. (OLIVER, 1990; PROVAN; KENIS, 2008).

Estes relacionamentos interorganizacionais assumem formas diversas, sendo uma delas denominada rede empresarial. Redes empresariais são organizações compostas por um grupo de empresas com objetivos comuns, normalmente relacionadas com prazo ilimitado de existência. (VERSCHOORE, 2004). As relações em rede geralmente se estabelecem para busca de aumento de competitividade (MARCON; MOINET, 2001; BALESTRIN; VARGAS, 2004; CENTENARO; LAIMER, 2017). Desta forma as organizações buscam, por meio de redes empresariais, acesso a recursos materiais e imateriais. (BALESTRIN; VERSCHOORE; REYES, 2010).

Essa configuração pode ajudar as empresas a enfrentar as adversidades do mercado, pois permitem trocas de conhecimentos por meio das interações entre atores (GIBB; SUNE; ALBERS, 2017) e por permitir o acesso a novas tecnologias, gerando ganhos de escala. (BARCELLOS, BORELLA, PERETTI; GALELLI, 2012; BALESTRIN; VARGAS; FAYARD, 2008; BALESTRIN; VERSCHOORE, 2016). Logo, a coordenação dos relacionamentos se faz necessária para garantir a eficiência da rede. (BALESTRIN et al., 2010).

As redes geram uma nova forma de organização que está assentada em uma identidade organizacional coletiva compartilhada por seus membros (WEGNER et al., 2023). Essas relações tornam-se contínuas, e tem como principal foco gerar vantagem competitiva frente às demais organizações externas à rede. Sendo assim, estabelece-se uma propriedade institucional nas fronteiras organizacionais da rede, definindo as empresas que fazem parte desta rede, caracterizando-as como entidade única organizacional. Ressalta-se que diante das necessidades e intenções dos atores de uma rede, intensifica-se a troca de informações, conhecimentos aumentando a sinergia das empresas participantes. (OLIVEIRA; RUBIN; DIAS; SILVA, 2011).

As redes como unidades organizacionais estão contidas as características da rede quanto às características comuns das organizações que fazem parte dela, entre as quais, estão os laços, os atores, os relacionamentos interorganizacionais, bem como estratégia da rede, sua estrutura, coordenação, processos e relacionamentos. (BALESTRIN; VERSCHOORE, 2010).

2.2 Estratégias de Crescimento de Redes Empresariais

A adoção de estratégias de crescimento é fundamental para que as redes possam ampliar seu poder de mercado, gerar maior atratividade para as organizações participantes e, também, para que possam gerar motivações para novos associados (WEGNER et al. 2023). O volume de negócios é um dos principais fatores para a competitividade de mercado, seja para redes de empresas, seja para grandes corporações varejistas. (WEGNER; PADULA, 2011). Há duas estratégias que são consideradas como estratégias básicas que podem ser utilizadas em redes de empresas, objetivando a expansão da rede a partir dos seus negócios atuais. São elas: estratégias de penetração de mercado e aumento da eficiência das empresas, que servem para otimizar o negócio já existente e ampliar o escopo das atividades de mercado. (GROß, 2003).

A penetração de mercado consiste em captar novos associados e otimizar os resultados com os associados existentes, buscando o aumento da fidelidade dos atores com a rede, o desenvolvimento de marca própria, o angariamento de novos fornecedores, a ampliação do portfólio de serviços oferecidos pela rede aos associados e até mesmo a criação de novos conceitos de negócios. (WEGNER; PADULA, 2011). É improvável que a estratégia de penetração de mercado isoladamente possa assegurar a capacidade de sobrevivência da rede. (GROß, 2003).

As estratégias apresentadas devem ser complementadas por estratégias com foco externo, sendo elas: internacionalização, diversificação, verticalização e horizontalização. A estratégia de internacionalização intenciona a oportunidade de crescimento buscando mercados ainda não explorados. A estratégia de diversificação corresponde à ampliação da gama de produtos e à geração de novos negócios. Já a estratégia de verticalização possibilita à rede ter maior impacto sobre a cadeia de valor, melhorando sua lucratividade e sua posição competitiva. Para a estratégia de horizontalização pode ser compreendida como uma estratégia de intercooperação, uma vez que amplia os efeitos da escala de mercado por meio da cooperação com outras redes já existentes. (GROß, 2003).

Em adição, a estratégia de crescimentos de rede implica em adequação de estruturas organizacionais, no estabelecimento de mecanismos de governança e modificações de suas práticas de gestão que são impactadas pelo volume de negócios e o número de participantes da rede. (WEGNER; PADULA, 2011).

2.2.1 Estratégia de Intercooperação

A intercooperação consiste na união de duas redes de empresas ou mais, mantendo sua individualidade e independência, realizando atividades em conjunto em prol de benefícios mútuos. (WEGNER; BEGNIS; MOZZATO, 2019). Desta forma, como estratégia, a intercooperação pode ajudar o fortalecimento da cooperação empresarial respeitando a independência de cada rede empresarial, e proporcionando ganhos maiores. (SOARES et al., 2016). Além disso, a intercooperação possibilita maior competitividade por meio da complementariedade das redes envolvidas neste processo (CARVALHO et al., 2018).

Considera-se que esta estratégia, é uma maneira de transpor limitações individuais da rede. A intercooperação possibilita diminuição de riscos, custos e ainda pode oferecer benefícios de novos mercados (BORGES; DOMINGUES, 2017). Além disso, Braga (2011) reforça que a troca de informação ou de experiências também pode se considerar uma forma de intercooperar.

A intercooperação é considerada um conceito relevante para o desenvolvimento tanto de cooperativas, atrelados a resultados positivos de eficiência no mercado (GOES, 2011), quanto de redes empresariais. Ainda que as redes empresariais tenham características distintas de cooperativas (desde o formato jurídico até o perfil dos membros e os objetivos da ação coletiva), entende-se que o conceito de intercooperação também se aplica a elas, vislumbrando a possibilidade de ampliação dos seus ganhos coletivos. Isso porque, de uma maneira geral, a intercooperação consiste na formação de alianças entre organizações de caráter colaborativo (WEGNER; BEGNIS; MOZZATO, 2019).

Partindo do princípio de que a intercooperação é uma estratégia de crescimento horizontal com potenciais benefícios as redes, propõe-se que existam fatores propulsores e fatores restritivos que influenciam na decisão de adotar esta estratégia. Os fatores estão presentes nas dimensões estratégia, gerencial, cultural e institucional.

2.3 Fatores Preditores da Intercooperação
2.3.1 Dimensão Estratégica

O crescimento da importância do estudo da estratégia, somado ao interesse dos assuntos relacionados a redes empresariais, sugere a necessidade de discutir a aplicação das ideias da estratégia a redes empresariais (BOAVENTURA; SIQUEIRA, 2008). A busca pela associação com outras empresas tem como principal vantagem o alcance de benefícios como compartilhamento dos riscos e custos para exploração de novas oportunidades de negócios. (WRIGHT; KROLL; PARNELL, 2000).

Estratégia é criar uma posição exclusiva e valiosa, envolvendo um diferente conjunto de atividades. Neste sentido, o posicionamento estratégico significa desempenhar atividades diferentes das exercidas pelos rivais ou desempenhar as mesmas atividades de maneira diferente, enquanto a eficiência operacional consiste em atividades organizacionais que buscam atingir as melhores práticas, ou seja, a eficiência das operações. (PORTER, 1999). Quanto maior é a competição na área de atuação empresarial, mais relevante é essa compreensão, pois as mudanças ambientais, como as alterações políticas, econômicas, sociais, tecnológicas e as referentes ao meio natural afetam a competitividade e, por consequência, as decisões estratégicas organizacionais. (BRITTO; MAZZARINO; BARDEM, 2016).

A estratégia utilizada por empresas de pequeno e médio porte em associar-se às redes empresariais, objetivando a obtenção de sinergias para aquisição de seus objetivos, é cada vez mais usual no âmbito nacional. Esta estratégia tende a proporcionar às empresas acesso a novas regiões de atuação. (GASPAR; BORGADO; Lima, 2013). Diversas estratégias foram desenvolvidas para as PME’s (Pequenas e Médias Empresas) alavancar a competitividade. (PETTER; RESENDE; ANDRADE; HORST, 2014).

Aliança estratégica é um tipo de ação cooperativa que contribui para o melhoramento do desempenho de cada organização pertencente. Mais do que a concorrência entre elas, para a criação da aliança cooperativa, deve haver a semelhança de recursos entre os atores, além do compartilhamento de suas atividades, proporcionando maior ganho de visibilidade das redes. Além disso, após a operacionalização de mercados em intercooperação com outras redes empresariais, permite que a rede mantenha sua gestão independente. (Carvalho et al., 2018).

A construção da estratégia de forma coletiva é crucial para uma rede, pois ela objetiva a determinação das políticas de gestão, aproveitamento de recursos e posicionamento da rede, vislumbrando atingir os objetivos propostos na formação desta. (BORTOLASO; VERSHOORE; ANTUNES, 2012). Os resultantes da formação de uma estratégia coletiva são considerados como fatores propulsores à intercooperação. Salienta-se que para cada dimensão existam fatores que propulsionam a intercooperação entre redes de empresas, estes fatores emergem da percepção de ganhos provenientes da cooperação entre as redes.

A estratégia é concebida como uma perspectiva, um modo de complementar toda e qualquer atividade organizacional, central ou periférica. Neste sentido, a estratégia é definida como a própria organização ou acordada com demais organizações. Tais acordos devem ser explícitos, propiciando o ajustamento ao longo de sua execução. Porter (1999) destaca que os limites externos são sujeitos a mudanças por seu meio ambiente. As ameaças, com seus consequentes riscos e recompensas potenciais, refletem o impacto sobre a companhia de fatores, como a dificuldade no alinhamento das estratégias, análise da concorrência, posicionamento impactando no público-alvo, entre outras.

Os autores Olave e Amato (2001) indicam que algumas redes empresariais sejam constituídas por empresas concorrentes que optem por cooperar em um certo domínio específico. Porém, ao aderir às redes, as empresas correm o risco de ter suas estratégias copiadas pelos seus concorrentes. Os fatores restritivos demonstram a dificuldade que os empreendedores têm em utilizar a capacidade de interação estratégica com as demais empresas. (MCGRAT; O´TOOLE, 2013). O Quadro 01 compila as variáveis independentes encontradas na literatura.

Quadro 01
Variáveis da dimensão estratégica

Fonte: Elaborado pelos autores (2023).

As varáveis encontradas na literatura portanto remetem aos fatores que compreendem aos aspectos estratégicos que são considerados ao tomar a decisão de cooperar com outras empresas. O quadro acima compila os diversos fatores que impulsionam ou restringem em alguma parte a decisão de cooperar. A próxima seção discute as variáveis da dimensão gerencial.

2.3.2 Dimensão Gerencial

A dimensão gerencial está associada à tentativa de se afirmar sob a dominação do mercado, dos recursos materiais destinados à produção, da tecnologia inerente ao desenvolvimento das suas atividades e do conhecimento específico necessário para sua área de atuação (TAMAYO; MENDES; PAZ, 2000). A gestão da rede contribui para o desenvolvimento de produtos ou serviços, pois auxilia as empresas responderem a estímulos do mercado, demandando produtos inovadores e competitivos. (SAASTAMOINEN; REIJONEN; TAMMI, 2018).

A gestão é considerada crucial para as empresas obterem vantagens competitivas únicas, uma vez que o ambiente em mudança exige aos gestores uma análise precisa do meio ambiente, uma alocação efetiva de recursos e uma escolha correta de mercados em que a organização irá competir (ACQUAAH, 2003). Esta gestão de redes empresariais deve ser pautada por alguns princípios, que incluem a organização democrática das atividades, gestão profissional participativa e a intercooperação de informações, princípios estes que tendem a impulsionar a colaboração dos participantes. (CHENEY et al., 2014).

Correa (2009) alega que a comunicação da rede é uma ferramenta de gestão em que ocorre a disseminação de objetivos e valores comuns que devem ser compartilhados por toda a rede, assim como a propagação das perspectivas de ganhos competitivos e a interação entre os participantes de uma rede empresarial. Ainda neste sentido, a comunicação aberta é considerada crucial para o sucesso da cooperação. A cooperação bem-sucedida requer uma certa quantidade de transparência e confiança nas relações entre os membros da rede. (RITALA et al., 2009).

A gestão de redes assume formas múltiplas, sendo algumas destacadas, como o estabelecimento de comitês, a cooperação de marketing e o uso comum de tecnologia da informação para facilitar o gerenciamento da rede (MULLER, 2012). A partir da percepção de Mariotti e Haider (2018), orienta-se que os gestores de redes devem promover a colaboração e a interação entre os parceiros da rede. Neste sentido a liderança positiva nas redes possibilita a impulsionar a cooperação.

Manser et al. (2016) destacam que a gestão da rede deve coordenar os demais atores, exigindo um nível de comprometimento mútuo entre ator e rede. Esta combinação tende a favorecer a confiança e minimizar conflitos existentes. Contudo, nenhuma atividade de liderança da rede está totalmente sob controle de um único membro. A liderança da rede representa o esforço colaborativo. Sendo assim, os sistemas de regulação e controle devem ser aplicados para dirimir possíveis atritos. (HUXHAM et al., 2000).

Para que a capacidade de liderança na rede seja sustentada, é necessária a inovação nos processos da rede repetidamente. O conhecimento mútuo por meio da troca de informações é essencial para o sucesso da rede. Ademais, a colaboração dos atores da rede é fundamental, pois estimula a confiança entre os atores da rede e mitiga o medo de comportamentos oportunistas (CAPALDO, 2007). Em continuidade, Sydow (2004) relata alguns aspectos desfavoráveis que podem prejudicar a gestão de redes, sendo os conflitos contínuos e a falta de uniformidade.

As redes, que possuem em sua gestão atores pertencentes a empresas que fazem parte da rede, necessitam de sistemas que exerçam a regulamentação e o controle sobre as ações de gestão. Tais ações restringem as organizações em desviar recursos relevantes da rede para suas atividades fora do escopo. (NOSELLA; PETRONI, 2007). Ademais, Saz-Corronza e Ospina (2010) revelam que a gestão da rede deve ser clara, com processos estruturados. Sendo assim, os gestores devem difundir os objetivos da rede por entre seus associados. Tais processos tendem a unir a rede e apoiar a legitimidade da gestão.

Além do mais, uma estrutura participativa, com processos decisórios abertos e inclusivos, ajuda a garantir a união dos participantes da rede, reduzindo as incertezas sobre a gestão. No que se refere à seleção de participantes da rede, esta deverá ser de acordo com os critérios estabelecidos a nível da rede e não de acordo com as preferencias independentes dos membros da rede. Isto evita que os membros de cada organização obtenham vantagens unilaterais da rede (SAZ-CORRONZA; OSPINA, 2010). As variáveis que compõe o constructo podem ser verificadas no quadro 02.

Quadro 02
Variáveis dimensão gerencial

Fonte: Elaborado pelos autores (2023).

Os fatores abordados no quadro acima compõem a dimensão gerencial restritiva, onde exercem restrição ao processo de intercooperação em redes empresariais. A próxima seção discute as variáveis da dimensão cultural.

2.3.3 Dimensão cultural

As redes empresariais precisam construir uma cultura competitiva, cooperativa e orientada para o mercado. Um contexto cultural apropriado pode servir de suporte para superar os impactos negativos provenientes do mercado (GOPALAKRISHNAN; ZHANG, 2017). Além disso, as redes também contribuem com a mudança de cultura e comportamentos dos empreendedores em relação às estratégias empresariais até então utilizadas.

A cultura interorganizacional desenvolve-se como um sistema de símbolos e significados que são compartilhados por grupos ou indivíduos de diferentes organizações que moldam a cultura da rede (LARENTIS et al., 2018). Sendo assim, as redes que exercem intercooperação com redes dinâmicas e inovadoras tendem a absorver processos e dinâmicas incluindo em seu escopo cultura de inovação, executando em seus produtos e serviços. (LEE; KIM; PARK, 2015).

Larentis et al. (2018) destacam que a quantidade e a qualidade de interações entre diferentes organizações geram maior confiança, comprometimento, cooperação, proporcionando processos de aprendizagem estruturados, porém, tais interações interferem nas questões culturais da rede é perceptível que a cultura desempenha um papel importante na inovação de processos e negócios. As organizações que implementam uma cultura de desenvolvimento interorganizacional, consistentes com os objetivos das organizações, exercem controle apropriado ao mercado (BUSHGENS; BAUSCH; BALKIN, 2013). Além disso, a cultura de cooperação gera efeito positivo sobre os relacionamentos interorganizacionais (LUND; SCHEER; KOZLENKORA, 2013). As empresas devem aspirar e desenvolver valores culturais que lhes permitirão adquirir continuamente conhecimento de seus parceiros e responder, assim, de maneira oportuna, as necessidades de mercado. (GOPALAKRISHNAN; ZHANG, 2017).

A diversidade de cultura e valores tende a restringir a intercooperação, uma vez que pensamentos e atitudes estão desconexos com cada propósito de cada rede (HALL, 2006). Yeung (2005) revela que as diferenças de valores culturais existentes em cada rede produzem diferentes estruturas e significados que orientam as relações dos atores da rede. A estrutura das relações sociais dos atores das redes gera conceitos que podem ser considerados como cultura da rede. Assim, deve-se reduzir o conservadorismo dos associados da rede para que gere maior envolvimento e comprometimento dos atores, identificando-se com os propósitos da rede (YEUNG, 2005). Para que as redes empresariais obtenham sucesso, todos os associados da rede necessitam compartilhar as mesmas informações, objetivos e intenções, tendo a cultura e a identidade reconhecida por todos os associados. (Martino, 2001). O quadro 03 compila o que a literatura entende por dimensão cultural e seus aspectos.

Quadro 03
Variáveis Dimensão Cultural

Fonte: Elaborado pelos autores (2023).

Ressalta-se que a cultura de uma rede empresarial será consolidada à medida que se estabelece um conjunto de fatores que permitam o acesso a significados comuns, os quais são norteadores das ações e objetivos comuns das redes (CORREA, 2009). Para tal, os fatores demonstrados têm um caráter restritivo ao estabelecimento da intercooperação, uma vez que ela requer uma visão abrangente em torno do benefício mútuo. A próxima seção discute os fatores ambientais e institucionais relacionados a intercooperação.

2.3.4 Dimensão Ambiental Institucional

Na dimensão ambiental institucional, a competitividade está relacionada à capacidade dos gestores da organização de compreender e realizar a gestão dos recursos (BRITTO et al., 2016). Presno (2001) destaca que, em se tratando do ambiente institucional, pode-se destacar as mudanças implementadas na política de ajuste estrutural. A eliminação de mercados protegidos por subsídios e outros tipos de intervenção, mudou a relação do Estado com a atividade econômica, impactando as organizações para enfrentar a nova realidade.

Nos últimos anos, os instrumentos de políticas públicas foram considerados como facilitadores nas relações interorganizacionais por meio da criação de redes empresariais, permitindo o acesso à aprendizagem e às inovações (LATORRE et al., 2017). Bretos e Marcuello (2017) enfatizam as vantagens da intercooperação e a colaboração com outros agentes locais para enfrentar os desafios da concorrência, superando os potenciais desvantagens com redes mais consolidadas. Porém, Cheney et al. (2014), destacam que esta é uma complexa interação econômica e com fatores sociais que impactam as empresas relacionadas, sendo a concentração de mercado e a concorrência com grandes redes já consolidadas fatores propulsores para as redes exercerem o processo de intercooperação, possibilitando competir com grandes concorrentes.

A dimensão ambiental institucional está ligada às relações de cooperação com instituições locais, como associações, sindicatos, instituições de ensino e pesquisa e organizações governamentais (Cropper et al., 2008). As empresas são sistemas abertos e dinâmicos, um conjunto de elementos interdependentes que interagem entre si, objetivando um fim comum em constante inter-relação com o ambiente (Pereira, 1999). Sousa et al., (2014) destacam que as redes empresariais têm gerado desenvolvimento socioeconômico nos seus ambientes de atuação através da geração de renda com incentivo à criação de empregos e qualificação produtiva das empresas por meio da promoção de cursos, capacitações e treinamentos, demonstrando que as redes empresariais fortalecem o aparato produtivo de suas empresas, inserindo-as em uma relação de mercado-sociedade e empresa-cliente.

As redes de PME´s promovem a demanda por novos produtos ou serviços, tanto para as empresas, quanto para o setor público, produzindo maiores retornos associados à aquisição de inovações em processos e serviços (SAASTAMOINEN et al., 2018). As políticas públicas têm por objetivo proporcionar melhores condições sociais àqueles indivíduos ou grupos que a eles estão vinculados (TEIXEIRA, 2002). Klein e Pereira (2014) complementam que as redes empresariais possuem algumas características que são únicas, pois os seus relacionamentos são pautados na confiança mútua e reciprocidade dos associados. Complementa-se que as redes empresariais são organismos importantes para o aporte no desenvolvimento das regiões onde atuam, gerando melhorias ambientais e contribuições sociais. (JESUS; FRANCO, 2016). O quadro 04 compila o que a literatura entende por dimensão ambiental-institucional.

Quadro 04
Variáveis dimensão ambiental-institucional

Fonte: Elaborado pelos autores (2023)

A Figura 01 apresenta o Framework proposto para a presente pesquisa, onde elenca as variáveis independentes relacionadas anteriormente, dimensão estratégica, gerencial, cultural e ambiental-institucional.


Figura 01
Modelo de Pesquisa proposto
Fonte: Elaborada pelos autores (2023).

O Framework proposto, portanto, propõe identificar os fatores que impactam na intenção à intercooperação em redes de empresas por meio das variáveis demostradas por meio das dimensões (1) Estratégica; (2) Gerencial; (3) Cultura; (4) Ambiental-Institucional. Para isso, a próxima seção discute a metodologia para operacionalização de tal proposta.

3 Procedimentos metodológicos

Como procedimento metodológico, utilizou-se o método quantitativo descritivo exploratório, por meio de uma survey com 180 empresas que atuam em redes empresariais. Após a retirada dos outliers a população amostral para os testes estatísticos foi de 156 respondentes. A coleta de dados ocorreu por meio de survey e os dados foram analisados por meio de regressão linear múltipla.

O questionário de pesquisa foi construído e validado com especialistas. Quanto aos itens que compõem o questionário, foram inclusas variáveis de controle como: tempo de existência da rede e número de associados. O instrumento de pesquisa contemplou a mensuração, por escala Likert de 7 pontos, as variáveis dependentes e independentes, estas últimas divididas em quatro dimensões: estratégica, gerencial, cultural e institucional, as questões que compõem cada dimensão podem ser verificadas nos Quadros 1 a 4.

Para que operacionalização da pesquisa, fez-se necessário o contato com cada associado pertencente a rede empresarial. Neste sentido, foi elaborada a construção de base de dados com respectivos contatos comerciais de cada associado. Esta etapa foi executada entre junho e julho de 2017. A técnica que se propôs para este estudo foi por meio do contato direto do pesquisador com os associados das empresas que atuam em redes empresariais via contato telefônico. A opção por este meio está relacionada à busca por maior taxa de retorno e pela velocidade em compilar as informações dos respondentes. Esta etapa foi efetuada entre os meses de julho a outubro de 2017.

O contato com o público-alvo foi efetuado nas seguintes etapas: (a) contato telefônico com a empresa; (b) identificação do associado (proprietário); (c) contato direto com o associado para solicitação de participação e, caso fosse necessário, o agendamento para a entrevista via contato telefônico. A técnica estatística utilizada para analisar os dados foi a regressão linear múltipla.

4 Resultados

A amostra coletada teve participação de 114 (73,10%) de respondentes de gênero masculino e 42 (26,90%) de respondentes de gênero feminino. A maioria dos associados (74,3%) respondeu não ocupar cargo na rede, enquanto a minoria afirmou ter essa participação (25,6%). A distribuição relativa ao tempo de existência das redes foi heterogênea, conforme Tabela 01.

Tabela 01
Tempo de existência da rede

Fonte: Elaborado pelos Autores (2023)

Identifica-se certa maturidade das redes, pois dos 156 respondentes, 124 (79,49%) estão inseridos em redes com mais de 10 anos de atuação. Portanto, espera-se que a amostra seja representativa de redes com expertise de mercado e de gestão. Outro questionamento realizado às empresas foi se sua rede já havia adotado a estratégia de intercooperação com outra rede, 15 (9,60%) respondentes disseram que sim, enquanto 141 (90,40%) disseram que não. Considerando que a maior parte da amostra não efetuou nenhum tipo de estratégia de intercooperação com outra rede, evidencia-se que a amostra se mantém imparcial. Esta análise é conveniente para analisar a intenção do associado em adotar estratégia de intercooperação com outra rede empresarial, pois experiências passadas poderiam influenciar nas respostas e diminuir o poder explicativo das variáveis independentes.

Para identificar os fatores preditores, foi verificada a correlação entre os itens verificados entre as dimensões estratégica, gerencial, cultural e ambiental-institucional intercooperação, como variáveis independentes os itens avaliados podem ser verificados no apêndice. Em adição, não houve problemas de correlação, a próxima seção discorre a respeito da análise utilizada.

Para a análise de regressão, foi utilizado o método de regressão linear multivariada (RLM) com o método stepwise incluindo as variáveis de controle as variáveis de independentes de interesse desta pesquisa. Foram controlados, o número de empregados na empresa, o número de associados na rede, a experiência da empresa associada e se a rede já havia efetuado alguma estratégia de intercooperação. Considerando o método stepwise para a seleção de respostas na RLM chegou-se ao seguinte modelo, representado pelos dados na tabela 02:

Tabela 02
Coeficientes da Regressão das Variáveis Independentes e de Controle

Fonte: Elaborado pelos autores (2023).

A tabela 03 representa a sumarização dos resultados do modelo encontrados após a execução do método (RLM):

Tabela 03
Sumarização do Modelo

Fonte: Elaborado pelos autores (2022).

A análise resultou em um modelo estatisticamente significativo indicando [F (7,148) = 21,248; p < 0,05; R² = 0,478], além disto no teste de Durbin-Watson foi verificada a independência dos resíduos (1,993) indicando que não existe autocorrelação entre os itens. Os resultados demonstram que a variável de controle utilizada para o tamanho da rede, o número de associados apresenta poder explicativo na variável explicada (β = -0,342; t = -5,547; p < 0,01), desta forma, quanto maior o número de associados menor a intenção de intercooperar. Em contraste, as demais variáveis de controle não apresentaram influência estatisticamente significativa sobre a intenção à intercooperação e por isso não constam no modelo.

Quanto às variáveis independentes, extraídas das dimensões que teoricamente possuem relação com a intenção de intercooperação, constatou-se que a percepção em relação ao poder de barganha (β = 0,268; t = 3,603; p < 0,01), às tecnologias de comunicação (β = 0,281; t = 4,418; p < 0,01), à recessão econômica (β = 0,192; t = 3,233; p < 0,01) e ao fortalecimento da marca (β = 0,222; t = 2,885; p < 0,01) exercem influência positiva na intenção de intercooperar.

Já para as variáveis independentes cultura de rivalidade entre setores (β = -0,149; t = -2,358; p < 0,05) e o acesso a novas regiões de atuação (β = -0,159; t = -2,086; p < 0,05) demonstraram uma influência negativa para a intenção a intercooperar, ou seja, quanto maior a existência de uma cultura de rivalidade é percebida, menor o interesse em estabelecer estratégias de intercooperar. E quanto maior a percepção de novas regiões, menor o interesse em intercooperar.

Desta forma, considerando o potencial explicativo do modelo, bem como a significância estatística e os coeficientes gerados a partir da regressão linear múltipla, estima-se que a intercooperação tenha relação de dependência conforme equação a seguir:

Portanto, foram encontradas evidências que oferecem suporte para uma influência das dimensões estratégica, gerencial, cultural e ambiental-institucional na intenção de intercooperar em redes interorganizacionais A seção subsequente apresenta a discussão dos resultados encontrados a partir da regressão linear múltipla.

5 Discussão dos Resultados

O modelo proposto na seção de resultados identificou que a intenção de intercooperar depende de fatores estratégicos, gerenciais, culturais e ambientais-institucionais. Além disto, identificou-se que o número de associados da rede influencia na intenção de intercooperação. Quanto à dimensão estratégica, considerando os itens que compõem os fatores, concluiu-se que a busca pelo fortalecimento da marca da rede contribui para o estabelecimento de intercooperação em redes. Além disso, a busca de maior poder de barganha também estimula a intercooperação, confirmando os achados de Carvalho et al. (2018) sobre a relevância do poder de barganha como um antecedente da estratégia de intercooperar.

O acesso a novas regiões de atuação, a novos fornecedores e clientes e o aperfeiçoamento da logística compartilhada representam uma possibilidade para ampliação de escopo para a rede e assim, também influenciam a intenção de intercooperar. A intenção de cooperar também passa pela expectativa de redução de custos, ganho de escala e visibilidade, como identificado em estudos anteriores (MARTINS; FARIA; FARINA, 2016; WEGNER; PADULA, 2011; WEGNER et al., 2015).

Em adição, a estratégia de intercooperação possibilita a divisão dos riscos, custos e benefícios, oportunizando o crescimento em novos mercados (BORGES; DOMINGUES, 2017). Entretanto, os resultados da pesquisa identificaram um fator negativo quanto à percepção de acesso a novas regiões de atuação. Isso pode ser explicado pela aversão ao risco e incertezas ao se estabelecer esta estratégia. A incerteza é um fator relevante quanto ao estabelecimento de parcerias, segundo Carvalho et al. (2018). Desta maneira, gestores podem optar por não iniciar a intercooperação.

Quanto à dimensão gerencial, a literatura aponta que intercooperar motiva os processos de aprendizagem em cada uma das redes que fazem parte do processo de intercooperação, demonstrando que a troca de informações é crucial para este processo. (WEGNER et al., 2015). Este fato reforça os achados deste estudo, pontuando a necessidade de tecnologias da informação e comunicação para potencializar a troca de informações entre redes como um fator preditor da intercooperação.

Quanto à dimensão cultural, a proximidade cultural e os valores comuns, dentre outros, são critérios que devem ser levados em consideração no processo de intercooperação (SILVA et al., 2004). As redes necessitam construir uma cultura cooperativa e orientada para o mercado. Em um contexto apropriado, a cultura das redes pode servir de suporte para superar os impactos negativos de mercado (GOPALAKRISHNAN; ZHANG, 2017). Entretanto, os resultados demonstram que a dimensão cultural exerce influência negativa na intenção de intercooperar. Quanto à existência de rivalidade no setor, a literatura aponta que a forte concorrência entre redes pode ocasionar no risco de se copiarem estratégias ou gerar atritos que reduzem o interesse em iniciar estratégias de intercooperação (OLAVE; AMATO, 2001; ROMEIRO; COSTA, 2010; PEREIRA; DORNELAS, 2010; MCGRATH; O´TOOLE, 2013).

Para a dimensão ambiental-institucional, os resultados demonstraram evidências estatísticas para o item recessão econômica, identificando que a intenção a intercooperação é potencializada em um cenário econômico de recessão. Isso pode ser verificado pela influência das estratégias de cooperação entre empresas quanto ao enfrentamento do mercado dinâmico, de pressões competitivas e o reconhecimento da colaboração como um diferencial para sobrevivência empresarial (VERSHOORE; BALESTRIN, 2008). A Figura 02 resume os resultados da pesquisa:


Figura 02
Modelo empírico identificado na pesquisa.
Fonte: Elaborado pelos autores (2023).

Em adição, as demais relações testadas referem-se às variáveis de controle. Em relação ao número de associados de uma rede, a influência negativa pode ser explicada porque um maior número de associados reduz a necessidade de buscar escala por meio da intercooperação. Além disso, a complexidade de redes maiores faz com que seus membros se sintam menos inclinados a buscar a intercooperação em razão das dificuldades gerenciais que podem surgir. Este resultado também se verifica pelo alto número de interações que acontecem dentro de uma rede e que podem resultar em conflitos com a gestão pela falta de independência e falha em desenvolver novos relacionamentos (HÅKANSSON; SNEHOTA, 2017). A próxima seção compila os principais achados, limitações e direcionamentos para pesquisas futuras.

6 Conclusões

O presente estudo buscou compreender quais são os fatores preditores da intercooperação entre redes empresariais e o impacto que tais fatores exercem na intenção do associado a redes empresariais em aderir a estratégia de intercooperação. O objetivo deste estudo foi identificar quais fatores impactam a intenção à intercooperação em redes de empresas.

Para alcançar este objetivo realizou-se uma survey com associados de redes de empresas e obteve-se uma amostra de 156 empresas. A análise dos dados por meio de regressão linear múltipla identificou a existência de fatores que propulsionam a intenção de intercooperar nas dimensões estratégicas, gerenciais e ambiental institucional. Em adição, identificou a influência negativa do número de associados da rede, a existência da rivalidade do setor, bem como o fator estratégico acesso a novas regiões de atuação.

De maneira geral, o presente estudo demonstrou contribuições gerenciais e teóricas a respeito da identificação dos fatores propulsores e restritivos e suas dimensões sobre o impacto destes na intenção das redes empresariais em adotar estratégias de crescimento por meio da intercooperação. O estudo demonstra, por meio de técnicas quantitativas que existem fatores estratégicos, gerenciais e culturais que influenciam a intenção à intercooperar.

A cooperação entre empresas ou entre redes de empresas contribui não só apenas para gerar ganhos aos participantes, mas também atua em prol dos contextos em que essas empresas estão inseridas. No contexto de pequenas e médias empresas, optar por esta estratégia se relaciona diretamente com maior competitividade e sobrevivência no mercado (WEGNER et al., 2015). Em adição, as redes compostas por PME’s contribuem com o desenvolvimento da região onde estão inseridas (ZONTA et al., 2015). Este estudo, portanto, contribui no contexto de PME’s e seu papel no desenvolvimento regional, uma vez que auxilia as redes empresariais de PME’s a identificar os fatores que impactam na intenção de intercooperar com outras redes.

Embora a pesquisa tenha alcançado seu objetivo, existem limitações que precisam ser reconhecidas. A baixa razão entre os participantes que já intercooperaram e o total de participantes da pesquisa (15/156) não permite realizar testes mais robustos a fim de verificar diferenças entre os grupos. Estudos futuros podem buscar moderadores da relação inicialmente identificada entre os fatores propulsores e restritivos propostos neste estudo. Em adição, sugere-se explorar de forma mais aprofundada os motivos do fator acesso a novas regiões restringir a intenção a intercooperar.

Material suplementario
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Notas
Quadro 01
Variáveis da dimensão estratégica

Fonte: Elaborado pelos autores (2023).
Quadro 02
Variáveis dimensão gerencial

Fonte: Elaborado pelos autores (2023).
Quadro 03
Variáveis Dimensão Cultural

Fonte: Elaborado pelos autores (2023).
Quadro 04
Variáveis dimensão ambiental-institucional

Fonte: Elaborado pelos autores (2023)

Figura 01
Modelo de Pesquisa proposto
Fonte: Elaborada pelos autores (2023).
Tabela 01
Tempo de existência da rede

Fonte: Elaborado pelos Autores (2023)
Tabela 02
Coeficientes da Regressão das Variáveis Independentes e de Controle

Fonte: Elaborado pelos autores (2023).
Tabela 03
Sumarização do Modelo

Fonte: Elaborado pelos autores (2022).

Figura 02
Modelo empírico identificado na pesquisa.
Fonte: Elaborado pelos autores (2023).
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