Mulheres em relações conjugais violentas

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abuso de álcool e outras drogas pelos parceiros das entrevistadas também chamou atenção, pois o mesmo só veio a intensificar os males e prejuízos causados às mu- lheres pelos estigmas sociais enraizados e reproduzidos histórica e culturalmente. Ressalta-se, ainda, o papel que as políticas públicas e sociais e a rede de en- frentamento à violência contra as mulheres tiveram na vida das entrevistadas. Em seus relatos, vê-se que tais políticas e programas não deram, na maioria das vezes, o suporte necessário para o rompimento do ciclo de violência e a manutenção dessas mulheres fora do ciclo, dando-lhes a segurança e as condições socioeco- nômicas e jurídicas necessárias para seguirem sem os companheiros agressores e

reconstruírem suas vidas.

A luta dessas mulheres não pode ser solitária. É preciso que se atue em rede. Para que as mulheres se movimentem dentro das relações desiguais de gênero e de poder, faz-se necessário que tenham mais espaço na sociedade e que seus direitos sejam garantidos tanto no âmbito privado, quanto no público. As ações dos governos, representadas através das políticas públicas, devem contemplar as necessidades das mulheres não só no que diz respeito ao rompimento do ciclo de violência, mas proporcionando-lhes um empoderamento para que outros inícios e reinícios aconteçam em suas vidas, sejam estes nos campos educacional, profis- sional, sentimental, dentre outros.