Demanda Contínua

Investigando a sexualidade infantil a partir do relato de educadores

Investigating child sexuality from the report of educators

Investigando la sexualidad infantil a partir del relato de educadores

Elis Regina Costa
Universidade Federal de Goiás, Brasil
Claudiane Venâncio
Universidade Federal de Goiás, Brasil

Investigando a sexualidade infantil a partir do relato de educadores

Laplage em Revista, vol. 1, núm. 3, pp. 130-142, 2015

Universidade Federal de São Carlos

Copyright © 2015 Laplage em Revista. Todos os direitos reservados.

Recepção: 21 Novembro 2015

Aprovação: 22 Dezembro 2015

Resumo: A presente investigação, de natureza descritiva e exploratória, teve como objetivo analisar os relatos de educadoras da educação infantil, que trabalham com crianças entre 3 e 5 anos de idade, quanto a sua concepção de sexualidade, como reagem e educam as crianças, ao presenciarem situações envolvendo manifestações sexuais, dentre estas a masturbação, como a educação sexual familiar repercute em suas práticas, se a formação inicial e continuada, as preparou e prepara para lidar com a temática. Os dados foram coletados a partir de uma entrevista semiestruturada concedida por educadores de duas cidades do interior do estado de Goiás, Jataí e Catalão. Os resultados demonstraram dificuldades, ainda existentes, por parte dos educadoras em lidar com as diversas manifestações sexuais infantis. Os dados também mostraram que na formação continuada existe uma busca por entendimentos e estudos sobre o tema.

Palavras-chave: Educação sexual, Sexualidade infantil, Formação de professores, Formação inicial e continuada.

Abstract: This research, descriptive and exploratory in nature, aimed to analyze the reports from educators of childhood education, that work with children between 3 and 5 years old, about their sexuality conception, how they react and teach children, when they witness situations involving sexual manifestations such as masturbation, how the sexual family education result in their practices, if the initial and continuing training, prepared them and prepare teachers to deal with this theme. Data were collected from a semi - structured interview completed by educators in two cities in the state of Goiás , Jatai and Catalan. The results show difficulties, still exist, on the part of educators to deal with the various infantile sexual manifestations. The data also showed that in the continuing education there is an attempt for understanding and studies on the topic.

Keywords: Sexual education, Child sexuality, Teacher training, Initial and continuing training.

Resumen: La presente investigación, de naturaleza descriptiva y exploratoria, tiene como objetivo analizar los relatos de educadores de nivel Inicial que trabajan con niños de entre 3 y 5 años de edad, en cuanto a su concepción de sexualidad; cómo reaccionan y educan a los niños al presenciar situaciones que involucran manifestaciones sexuales, entre ellas la masturbación; cómo la educación sexual familiar repercute en sus prácticas; y si la formación inicial y continuada los ha preparado para lidiar con la cuestión. Los datos fueron recolectados a partir de una entrevista semiestructurada concedida por educadores de dos ciudades del interior del estado de Goiás; Jataí y Catalão. Los resultados mostraron dificultades, todavía existentes, por parte de los educadores en lidiar con las diversas manifestaciones sexuales infantiles. Pero también mostraron que en la formación continua existe una búsqueda por comprender y estudiar el tema.

Palabras clave: Educación sexual, Sexualidad infantil, Formación de profesores, Formación inicial y continua.

Introdução

Falar a respeito de sexualidade humana nos dias de hoje ainda gera muita polêmica, assim como falar a respeito das manifestações da sexualidade nas crianças. A concepção de que a sexualidade está presente nos seres humanos desde o seu nascimento, defendida por Freud (1901-1905) causou grandes repercussões no século XX. A Sociedade na época recebeu tais conhecimentos com muita resistência, pois partia-se do pressuposto que crianças não possuíam sexualidade. Atualmente nos deparamos com pensamentos semelhantes, pois não é fácil desvincular anos de preconceitos e tabus a respeito deste assunto.

Segundo Freud (1901-1905), o desenvolvimento da sexualidade ocorre a partir do nascimento, até a idade adulta. Freud (1903) denominou esta energia de libido, que se fixa em diferentes zonas erógenas conforme a faixa etária em que a criança se encontra, as quais, por sua vez caracterizam as fases de desenvolvimento psicossexuais. Importante ressaltar que “a sexualidade não é vista pela psicanálise em seu sentido usual, porém abarca a evolução de todas as ligações afetivas estabelecidas desde o nascimento até a sexualidade genital adulta” (RAPPAPORT; FIORI; DAVIS; 1981, p. 34). A definição de sexualidade como abarcando aspectos não só biológicos, mas também emocionais e as crianças como seres sexuados foi proposto por Freud (1987), que conceituou a sexualidade como uma força pulsional inerente à estruturação da personalidade, que se vincularia conforme a faixa etária à diferentes zonas erógenas. Freud (1901-1905) concebeu o desenvolvimento como constituído por fases psicossexuais, oral, anal, fálica e genital. Atualmente, a sexualidade é entendida como uma dimensão humana essencial, e conceituada como um aspecto que envolve a totalidade dos sentidos humanos enquanto tema, área de conhecimento e de investigação.

As crianças chegam à escola com pensamentos, interpretações, dúvidas, crendices e preconceitos, de acordo com a educação sexual que receberam de casa, sendo essa educação realizada pelos pais conscientemente ou inconscientemente, pois as crianças internalizam as atitudes, os gestos e as falas dos pais, criando suas próprias noções do que venha a ser sexualidade. É a partir da influência dos pais que as crianças vão entender o que é “permitido e proibido, vergonhoso e natural, inocente e malicioso, de modo a prepará-las, bem ou mal, para a futura maturidade ou imaturidade sexual” (MIELNIK, 1980, p.18). Se partirmos do pressuposto que há um acesso maior as informações em todos os seus níveis, então porque ainda encontramos educadores com grandes dificuldades para tratar a sexualidade em sala de aula? Os motivos de tal dificuldade relacionam-se a falhas em sua formação inicial ou se remete também a educação sexual que receberam? Como esses educadores educam as crianças quando se deparam com suas manifestações sexuais?

Optou-se por pesquisar a respeito da sexualidade infantil, dada a extrema importância deste tema na educação infantil, pois o desenvolvimento sexual e suas manifestações ainda é um assunto carregado de tabus para pais e educadores. Neste sentido, pretendia-se trazer contribuições ao investigar tal tema a partir de uma realidade pouca conhecida, mais especificamente educadores do interior goiano.

Relato de pesquisas sobre manifestações da sexualidade infantil

Nas últimas décadas foram realizadas várias pesquisas sobre sexualidade infantil e suas manifestações em escolas de educação infantil no Brasil. Braga (2002) investigou a compreensão que as educadoras de creche têm acerca das manifestações da sexualidade de crianças de zero a três anos de idade. Abordou-se também aspectos referentes à formação destes profissionais, especificamente na área da Educação Infantil. Participaram oito educadoras de uma creche universitária, da cidade de Maringá, Paraná. Utilizou-se uma entrevista semiestruturada como instrumento de coleta de dados. Os resultados mostraram que, apesar das recentes informações a respeito da sexualidade infantil, as educadoras apresentam dificuldades em educar seus alunos, principalmente pela não educação que tiveram enquanto crianças.

Biscoli, Favarão, Feiten, Souza e Perpétuo (2005) realizaram um estudo com o objetivo de compreender os sentidos produzidos pelos professores em relação a sexualidade manifestada em sala de aula e quais as atitudes e dificuldades frente a ela. O público deste estudo foram oito docentes, que lecionavam em uma escola estadual com um tempo de magistério mínimo de um ano e que trabalhavam com alunos de quinta a oitava série do Ensino Fundamental. A análise de dados foi qualitativa, usando a perspectiva do construcionismo social, que busca a produção dos sentidos nos discursos, considerada uma prática social, dialógica, a qual, de acordo com Spink (1996), envolve o uso de conceitos expressos em linguagem verbal. Observou-se alguns sentidos produzidos pelos professores como: dificuldades, contradições e despreparo para lidar com o tema sexualidade em sala de sala, mostrando-se confusos sobre como agir frente as manifestações de sexualidade por parte de seus alunos.

Moisés (2007) realizou um estudo para identificar a forma pela qual educadores do Ensino Fundamental lidam com a sexualidade infantil e como lidam com essa temática no contexto escolar. Tratou-se de uma pesquisa-ação. A amostra foi constituída por treze professores de ensino fundamental de ambos os sexos, de uma Escola Estadual, localizada numa cidade do interior de São Paulo, que aceitaram participar desta investigação. A coleta dos dados foi realizada por meio de uma observação participante e entrevista individual, usando um questionário. Os resultados apontaram a prevalência do sexo feminino, com faixa etária acima de 40 anos. A concepção de sexualidade destes educadores estava relacionado à descobertas, desejo, autoconhecimento, naturalidade e atração. Em situações de dúvidas por parte dos alunos, estes relataram orientá-los com naturalidade, usando materiais didáticos facilitadores. Os professores destacaram a necessidades do apoio de profissionais qualificados nesta área, assim como de integrar o familiar nesse processo.

Cabicieira (2008) pesquisou crianças, com o intuito de analisar os significados que elas atribuem às condutas sexuais e eróticas, relativas aos prazeres sexuais e/ou desejos corporais. Os participantes estavam na faixa etária entre 10 e 12 anos, residentes em uma cidade do interior paulista, alunos de uma escola pública estadual, retido (a)s em uma 4ª série do Ensino Fundamental, nomeada como classe de “recuperação de ciclo”. Utilizou-se como instrumentos de coleta de dados: 1. observações diretas em sala de aula, no recreio e em outros espaços da escola; 2. entrevistas semi-estruturadas e dinâmicas realizadas com as crianças; 3. questionários abertos, de caráter sócio-econômico e cultural, aplicados aos familiares das crianças desta sala e da comunidade escolar; 4. questionários abertos às professoras da sala; 5. pesquisa documental; 6. relatos orais das crianças; 7. diário de campo; 8. visitas domiciliares.

Os resultados indicaram concepções por parte das crianças a respeito da infância marcadas pelo paradoxo da negatividade/positividade, já que as distingue é a possibilidade de poder brincar. Contudo, o brincar é percebido como um impedimento ao seu desejo de se tornarem adolescentes, fase em que poderiam trabalhar, ser independentes e respeitadas pelos adultos. De modo geral, demonstram maior dificuldade para se identificar como crianças ou adolescentes. Mostraram possuir uma concepção de namoro como um momento de fazer carinho, de beijar, de obter prazer e de manter relações sexuais. Porém, ressaltaram, que somente os adolescentes e adultos mantêm relações sexuais. As vivências relatadas com o namoro se referem a curiosidade, fantasia e incerteza a respeito das práticas sexuais. Sua compreensão sobre este assunto é vaga e incerta.

Bonfim (2009) realizou um estudo para compreender as contradições, possibilidades e limitações da Educação Sexual na disciplina de Ciências nas Escolas de Ensino Fundamental. Bonfim afirma que a educação sexual desenvolvida nas escolas ainda não foi capaz de superar as matrizes e paradigmas oriundos da tradição médico-biologista.

Maia e Spaziani (2010) realizaram um estudo descritivo-qualitativo cujo propósito foi analisar a percepção de sete professoras, cinco pais e dezoito mães a respeito de manifestações sexuais de crianças até seis anos. Utilizou-se um questionário com questões semiabertas. Os dados mostraram que as manifestações sexuais em casa e ou na escola, nesta faixa etária se remetem às questões de gênero e à descoberta do corpo: as crianças reproduzem concepções de masculino e feminino, manipulam seu próprio corpo ou o de outros, verbalizam sobre namoro, beijo na boca e sexo.

Os resultados mostraram uma observação mais apurada por parte dos docentes dos comportamentos sexuais das crianças na escola, os quais geram ansiedade e desconforto nestes. Pais e professores falaram que procuram conversar com os filhos e alunos sobre estes comportamentos bem como relataram uma escassez de conhecimentos sobre como agir em tais situações. Dificuldades pessoais e de formação tanto dos professores quanto dos pais estavam presentes no relato dos dois grupos. Os resultados mostraram que, pais e professores possuem uma compreensão superficial a respeito da sexualidade infantil, portanto percebem as diferentes manifestações como relacionadas a algo comum e típico do desenvolvimento humano.

Costa e Oliveira (2011) realizaram uma pesquisa com o intuito de investigar junto aos professores da educação infantil e das series iniciais, das escolas da rede municipal e particular de Jataí- GO suas concepções e práticas a respeito das manifestações da sexualidade infantil em sala de aula. Os participantes foram 20 professores da rede pública e particular da cidade de Jataí – GO. Os dados foram coletados por meio de um questionário. A maioria dos participantes relatou um conceito de sexualidade adequado ao que é apontado pela literatura. Confirmou-se o despreparo que o professor possui para aceitar e trabalhar a sexualidade de seus alunos.

Os educadores que participaram da pesquisa declararam-se conhecedores da proposta de trabalho dos PCNs sobre Orientação Sexual, contudo afirmaram a necessidade e a disposição para estarem participando de novos cursos voltados para a temática. Pouco mais da metade da amostra afirmou se sentir apta e segura para estar esclarecendo as dúvidas e trabalhar este tema. A partir dos estudos revistos, pode-se concluir que mesmo em contato com maiores informações a respeito da sexualidade infantil, as educadoras e pais relataram dificuldades em educar seus alunos (BRAGA, 2002; BISCOLI; FAVARÃO; FEITEN; SOUZA; PERPÉTUO, 2005; MAIA; SPAZIANI, 2010; COSTA, OLIVEIRA, 2011) e filhos (MAIA; SPAZIANI, 2010) principalmente pela falta ou ausência de educação sexual vivenciada quando crianças (MAIA; SPAZIANI, 2010). O modelo tradicional focado na abordagem médico-biologista ainda é extensivamente utilizado (BONFIM, 2009). Foram relatados uma capacitação ausente/pouco profunda na formação inicial destes professores (MAIA; SPAZIANI, 2010; BONFIM, 2009) para lidar de maneira adequada com manifestações da sexualidade em crianças.

A presente investigação foi de natureza descritiva e exploratória e teve como objetivo: investigar junto às educadoras da educação infantil, que atuam com crianças com faixa etária compreendida entre 3 e 5 anos, como conceituam sexualidade, como reagem e educam as crianças, ao presenciarem situações envolvendo manifestações sexuais, dentre estas masturbação, como a educação sexual familiar repercute em suas práticas, se a formação inicial e continuada, as preparou e prepara para lidar com a temática.

Metodologia

Participantes

Os participantes foram doze educadores, 100% do gênero feminino, que atuavam em duas escolas de Educação Infantil nas cidades de Jataí (quatro educadores), e Catalão (oito sujeitos), localizadas no interior do estado de Goiás. Todas as educadoras atuavam com crianças na faixa etária compreendida entre 3 e 5 anos, possuíam entre 23 e 40 anos, dez possuíam formação em Pedagogia e duas estavam cursando a graduação nesta área. Das educadoras entrevistadas 2 possuíam 4 e 7 anos de experiência e outras 10 entre 15 e 17 anos de experiência docente. Os participantes foram escolhidos, levando em consideração a disponibilidade e interesse em participar da entrevista e o fato de lecionarem na Educação infantil, com crianças entre 3 e 6 anos.

Procedimentos de contato para a coleta de dados

Para a realização da coleta de dados em Jataí e em Catalão, os procedimentos foram os mesmos. A pesquisadora foi até as duas instituições e fez o primeiro contato com a diretora/coordenadora das escolas, conversou sobre o tema da pesquisa e explicou quais eram seus objetivos bem como as perguntas que constavam na entrevista. Após a anuência da diretora/coordenadora para a realização da pesquisa, a pesquisadora se dirigiu as salas e conversou com as professoras a fim de explicar o propósito da pesquisa e investigar a disponibilidade delas participarem. Em Jataí, das seis professoras, somente quatro (4) participaram da entrevista. Em Catalão, das quinze (15) educadoras, oito (8) responderam as perguntas solicitadas. Nas duas cidades, o procedimento de coleta de dados foi mesmo, entregou-se marcou-se um dia para a entrevista na escola, retornou-se no dia marcado e fez-se a entrevista. Em ambos os lugares, foi enfatizado o sigilo sobre o nome dos professores entrevistados.

Instrumento

Para coleta de dados, foi utilizado uma entrevista semiestruturada com sete questões, elaborado pelas pesquisadoras com base na literatura consultada e nos objetivos da pesquisa. O roteiro da entrevista foi constituído por duas partes, dados demográficos da amostra e perguntas relativas a educação sexual. Os temas presentes no questionário referiam-se aos seguintes aspectos: 1 - conceito de sexualidade; 2 - compreensão do que seja a masturbação infantil; 3 - maneiras de agir diante das situações que envolvem sexualidade; 4 - como foi a educação sexual destas educadoras; 5 - percepção da repercussão da educação sexual em sua prática; 6 - preparação para lidar com esta temática na formação inicial e 7 - continuada. As respostas dos participantes foram estudadas por análise de conteúdo (BERELSON, 1952, BARDIN, 1991), utilizando-se um sistema de categorização de respostas para cada questão, baseando-se na literatura existente sobre essa temática.

Considerações éticas

A diretora e os professores foram informados acerca do caráter confidencial da pesquisa; além disso, foi enfatizado o caráter voluntário de sua participação. Os cuidados éticos tomados neste estudo estão em consonância com a Resolução n. 196 de 10 de outubro de 1996, do Ministério da Saúde.

Resultados

A primeira questão questionou junto às participantes qual seu conceito de sexualidade. Após a análise de conteúdo, surgiram duas categorias de respostas: 50% (6) da amostra relatou um conceito de sexualidade ampla abarcando temas como "ternura, amor, afetividade, carinho e sexo", e os outros 50% (6) da dos docentes relaram um pensamento de sexualidade tendo por foco somente o conceito biológico, como gênero "masculino e feminino, conhecimento do próprio corpo".

A segunda questão investigou a compreensão das educadoras sobre masturbação infantil. Surgiram três categorias de respostas: 1- Curiosidade natural, descoberta/ exploração do corpo, 2- Necessidade de orientação, 3- Manipulação física dos órgãos genitais. Em relação a amostra, 50% (6) relatou a masturbação infantil como uma curiosidade natural; 16,7% (2) entende que há uma necessidade de orientação; e 33,3% (4) entende como a manipulação física dos órgãos genitais.

A terceira questão questionou junto às participantes como reagem e educam as crianças frente às suas manifestações sexuais, como por exemplo a masturbação. Após a análise de dados, surgiram três categorias de respostas: 1- Lida com naturalidade e diálogo. 2- Desvia a atenção da criança e/ou ignora, 3 - Utiliza recursos lúdicos e histórias para esclarecer sobre a masturbação. Os resultados demonstraram que 50% (6) da amostra relatou lidar com naturalidade e dialogar com os alunos frente às manifestações sexuais infantis; 33,3% (4) procura desviar a atenção da criança para outros fins e/ou ignora; 16,7% (2) utiliza recursos lúdicos e histórias para esclarecer sobre a masturbação.

A quarta questão investigou junto às participantes como foi a educação sexual. De acordo com as respostas foram obtidas três categorias de respostas: 1- nenhum esclarecimento sobre educação sexual junto à Família. 2- aprendeu sobre educação sexual por meio de outras pessoas, livros, televisão. 3 - esclareceu dúvidas sobre a educação sexual com os pais. Os resultados demonstraram que, 83,3% (10) dos participantes não teve nenhum esclarecimento sobre educação sexual com seus pais; 8.3% (1) dos participantes relatou ter obtido informações sobre educação sexual em livros de ciências e biologia, junto a colegas; pessoas mais velhas e televisão; 8.30% (1) tiveram conversas com seus pais.

A quinta pergunta questionou junto as educadoras se a educação sexual familiar repercute sobre sua prática. Os dados demonstraram que, 91.7% (11) da amostra responderam sim, enquanto 8.3% (1) relataram não. Os participantes que responderam sim, esclareceram que a educação sexual que recebeu de sua família repercute em sua prática pois "levo comigo tudo que aprendi com meus pais "; "Não falar nada, não ensinar, prejudica a criança, e por eu não ter recebido uma educação sexual adequada quando criança, por falta de informação ocorreu, coisas que eu não soube em defender na adolescência devido a falta de informação. É preciso oferecer educação sexual, e os pais, educadoras que evitarem isso, prejudicam as crianças em seu desenvolvimento".

A sexta pergunta questionou se a formação inicial das educadoras as preparou para lidar com a sexualidade infantil. Os dados mostraram que, 25% (3) da amostra relatou que, sua formação inicial preparou-a para lidar com a sexualidade infantil, e 75% (9) acredita que não. A sétima questão perguntou se a formação continuada contempla a temática em questão. Os resultados mostraram que, 75% (9) e 25% (3) dos participantes relataram respectivamente sim e não.

Discussão

A presente pesquisa possuía o objetivo de investigar e discutir a sexualidade infantil e suas manifestações a partir do relato de educadoras de duas escolas de educação infantil das cidades de Jataí e Catalão, no interior do estado de Goiás, realidades nacionais pouco conhecidas. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), sexualidade é uma variável central no entendimento do ser humano, presente desde que nascemos até nosso morrer. O tema sexualidade engloba além do sexo, as questões de gênero, as identidades e os papéis do indivíduo, sua orientação sexual, erotismo e reprodução. Se expressa de formas diversas como pensamentos, fantasias, desejos, opiniões, atitudes, valores, comportamentos, papéis e relacionamentos. Neste sentido, envolve múltiplas dimensões e é influenciada pela interação de fatores biológicos, psicológicos, sociais, econômicos, políticos, culturais, éticos, legais, históricos, religiosos e espirituais.

Primeiramente investigou-se junto aos educadores qual seu conceito de sexualidade. Os dois conceitos que emergiram evidenciaram ideias relacionadas à sexualidade como aspecto biológico e afetivo, contudo os conceitos foram relatados de forma dissociada. O primeiro aspecto da sexualidade diz respeito ao sexo biológico-reprodutivo, que congrega homens, animais, plantas, todos os seres vivos” (NUNES, 2000, p. 10). Neste sentido, faltou a compreensão da sexualidade como um fenômeno para além do biológico. Egypto (2003) afirma que a sexualidade é parte integral da personalidade de cada pessoa, pois a sexualidade não se restringe ao ato sexual. E necessário que o educador tenha clareza da sexualidade abarcando aspectos biológicos, psicológico e afetivo.

Em relação à masturbação infantil, houve uma ideia de masturbação como algo limitado somente à manipulação física dos genitais. De fato, a masturbação infantil envolve também a curiosidade, a exploração e a descoberta do próprio corpo, estes são dois conceitos que devem ser trabalhados juntos e não desassociados. Uma parte da amostra demonstrou essa compreensão, mais holística da sexualidade. De acordo com Ávila e Albertini (2008):

A masturbação é uma reação à excitação física dos genitais. Sua causa imediata é uma sensação de tensão ou comichão. Essa sensação é removida coçando-se ou esfregando-se os genitais o que produz prazer. Uma vez que isso tenha sido experimentado, a masturbação passa a ser praticada por motivos prazerosos (AVILA; ALBERTINI, 2008, p.104).

A masturbação infantil é uma manifestação normal da criança, e quando a mesma descobre que coçar ou esfregar os genitais produz uma sensação prazerosa, ela sem se dar conta do que está fazendo, repetirá mais vezes essa prática. Ávila e Albertini (2008) nos esclarece que a “Masturbação infantil é frequentemente observada como uma fricção involuntária dos genitais e deve-se, provavelmente, a uma estimulação externa coincidente (limpeza etc.) ” p. 105. Na hora do banho, quando as educadoras ou os pais, vão ensinar a criança a fazer a higienização de suas partes intimas é normal ela se tocar para realização da mesma, e quando se toca descobre que isso proporciona uma sensação prazerosa, assim ela poderá se tocar em outras ocasiões, não que seja errado, mas aí entra a necessidade de orientação, de explicar que é prazeroso, porém não se deve fazer em locais inapropriados, como a escola por exemplo. Segundo Reich (1928) " não é a masturbação em si que é patológica, como se costuma afirmar, mas a sua ausência" (p.105). É importante ressaltar que pais e educares devem estar atentos quando a masturbação passa a ser uma prática excessiva. De acordo com Arcari (sd):

É importante que os adultos saibam que, embora a masturbação seja uma atividade natural, ela também requer limites e vigilância para que não se transforme em uma prática compulsiva ou compensatória. Se seu aluno está deixando suas atividades normais e brincadeiras de lado para se masturbar, é possível que ele esteja mostrando que algo está errado com ele (ARCARI, 22).

Os professores e os pais devem estar atentos a isso e procurar saber o que está levando a criança a reagir assim e procurar resolver a situação buscando sempre amparar e proteger. Geralmente, a masturbação excessiva ocorre com crianças solitárias, isoladas, que residem em espaços físicos pequenos, possuem dificuldade em se socializar, que sofrem violência ou abuso sexual. Neste sentido, elas buscam por meio da masturbação recompensar-se, a fim de suprir a falta de atenção e afeto dos pais. O relato dos educadores da presente pesquisa em relação as manifestações da sexualidade, dentre estas a masturbação, foram encorajadoras pois a maioria relatou orientar as crianças de forma natural, utilizando o diálogo. Contudo, tais dados poderiam ser melhor esclarecidos por outras pesquisas, que averiguassem a existência ou não de uma dicotomia entre o relato e comportamento de fato.

Relativo a maneiras de reagir e educar frente a comportamentos sexuais, a resposta de ignorar as manifestações de sexualidade infantil por parte de alguns educadores, vem demonstrar mais uma vez a dificuldade de lidar com a sua própria sexualidade. De fato, os relatos confirmam o despreparo que o professor possui para trabalhar a sexualidade de seus alunos bem como a ausência de preparação pedagógica, dado confirmado em outros estudos (BRAGA, 2002; BISCOLI; FAVARÃO; FEITEN; SOUZA; PERPÉTUO, 2005; MAIA; SPAZIANI, 2010; OLIVEIRA; COSTA, 2011). De acordo com Nunes (2000, p.19) não há uma época a iniciar a “educação sexual”. Desde que nascemos somos seres sexualizados e não podemos continuar numa concepção de infantilismo, encarando as crianças como assexuadas e ignorando o nível de tensão e interesse que lhes diz respeito.

Em relação a vivência da Educação sexual, a maioria das educadoras relataram que não tiveram uma educação sexual apoiada pelos pais, estes não falavam sobre sexualidade e/ou sexo, não abriam espaço para esclarecer dúvidas nem durante a infância e/ou adolescência. Ainda hoje, muitos pais vivenciam dificuldades de se estabelecer um diálogo com seus filhos a respeito dessa temática, segundo Werebe (1998, p.149) “nem sempre os pais oferecem aos filhos informações sobre a sexualidade, seja porque não possuem os conhecimentos para fazê-lo, seja porque se sentem constrangidos para tratar do assunto”. Nossos pais costumam reproduzir a educação sexual que receberam de nossos avós e nossos avós reproduzem a educação que os pais deles deram e assim segue a perpetuação de valores, crenças e tabus, podendo ser essa educação extremamente severa ou não.

Há pais rígidos e moralistas que procuram impor aos filhos normas de conduta severas no domínio da vida sexual, impedindo que eles de desenvolvam sem complexos e sem culpabilidade. Outros, porém, são liberais, abertos e compreensivos, procurando manter com os filhos um diálogo sobre a sexualidade. Outros são totalmente permissivos e outros, enfim, são indiferentes em relação aos comportamentos sexuais dos filhos (WEREBE, 1998, p. 149).

De fato, pais e educadores, devem refletir, romper os preconceitos e tabus transmitidos de geração à geração a fim de educar as crianças para não serem complexadas quando adultas. Os educadores também relataram nos resultados que a educação recebida de seus familiares repercute em suas práticas, no sentido tanto da permissividade ou da repressão. É compreensível esse resultado, já que todos nós carregamos a educação sexual familiar recebida e junto dela todos os valores, crenças e condutas apreendidas por nós. Contudo, para Maia e Spazinani (2010), apesar da educação sexual se iniciar na família, é na escola que ela deve ser assumida como um processo formal. Sendo assim, os Parâmetros Curriculares Nacionais de Orientação Sexual (1997) ressaltam

[...] cabe à escola abordar os diversos pontos de vista, valores e crenças existentes na sociedade para auxiliar o aluno a encontrar um ponto de auto-referência por meio da reflexão. Nesse sentido o trabalho realizado pela escola, denominado aqui de Orientação Sexual, não substitui nem concorre com a função da família, mas antes a complementa (BRASIL, 1997, p.121).

De maneira geral, educadores e pais reagem diante das manifestações sexuais de seus filhos e alunos conforme vivenciaram a construção de sua educação sexual na família. Neste sentido, é necessário que o trabalho de formação para a sexualidade proporcione aos educadores uma reflexão sobre suas dificuldades, bloqueios e valores pessoais que permeiam sua ação pedagógica. Pode-se levantar a hipótese que a resistência ou a dificuldade dos docentes em se trabalhar os temas relacionados a sexualidade (BONFIM, 2011) devem ser buscados na sua história de vida, na forma como cada um foi educado pela família, pelos grupos inúmeros grupos sociais que a pessoa frequentou durante seus ciclos de desenvolvimento.

A maioria das educadoras da presente amostra também relataram que, sua formação inicial não as preparou adequadamente para lidar com as manifestações da sexualidade infantil. De fato, a sexualidade infantil é estudada de forma rápida e sucinta, geralmente em uma única disciplina dentro do currículo do curso. Neste sentido, algumas professoras relataram que "muitas vezes não sei como reagir, como orientar a criança". Assim surge a necessidade de se informar, estudar, a recorrer às teorias para ter uma melhor compreensão de como educar frente as manifestações da sexualidade infantil. Reis e Ribeiro (2002) explicam:

O educador precisa firmar relação de confiança com o aluno, não estabelecer juízo de valores ou criticar as diferentes formas de expressão da sexualidade, e entender que crianças e jovens estão buscando o prazer e respostas às curiosidades e dúvidas que a vivência da sexualidade naturalmente gere em todos nós (REIS; RIBEIRO, 2002, p.87).

É imprescindível que o educador seja confiante e que passe essa confiança para os alunos, para assim haver sempre espaço para o diálogo, e que esse entenda que são naturais as explorações, as curiosidades sobre o corpo assim como as dúvidas. Ter essa compreensão é o ponto de partida para uma educação sexual adequada. Segundo Bonfim (2011), os PCN´s e a prerrogativa de ser trabalhar com a Orientação Sexual como tema transversal tentaram trazer para a escola a legitimidade para se dialogar sobre a sexualidade, porém tendo por base alguns estudos na área (COSTA; OLIVEIRA, 2011; MAIA; SPAZIANI, 2010; BONFIM, 2011) os educadores relatam uma carência na formação e preparação para desenvolver ações nesse sentido no curso de Licenciatura. De acordo com Bonfim, (2010) há necessidade de os cursos de formação de professores mudar a maneira como discutem e ensinam os conteúdos relacionados a sexualidade. Ainda segundo Bonfim (2011, p.12)

Constatamos que, as disciplinas pedagógicas atualmente oferecidas nos cursos de Licenciatura são insuficientes para formar os educadores sexuais emancipatórios que almejamos, sendo assim, defendemos a urgente inserção na matriz curricular da Licenciatura de uma ou mais disciplinas ou conteúdos curriculares referenciais que tratem da construção histórica da sexualidade humana desde a Biologia às Ciências Humanas, para que os educadores possam ampliar sua visão e compreensão da historicidade e da construção cultural da sexualidade.

Apesar dos educadores terem relatado uma formação inicial precária neste tema, percebeu-se no relato um esforço em improvisar atitudes de orientação, contudo sem possuir um aprofundamento e reflexão que possa repercutir positivamente em suas práticas pedagógicas, dentro de um projeto de sexualidade que envolva toda a escola. Um resultado interessante que emergiu dos dados foi à utilização de recursos lúdicos e histórias para esclarecer e sanar as dúvidas das crianças. No entanto, respostas como desviar a atenção da criança demonstra que os professores se sentem muitas vezes limitados e encabulados em orientar as crianças sobre este tema. Levanta-se a hipótese que, tal comportamento pode ser devido ao fato da sexualidade ser permeada de censuras, crenças, restrições e tabus (BISCOLI; FAVARÃO; FEITEN; SOUZA; PERPÉTUO, 2005).

Apesar dos resultados da presente pesquisa apontarem que a formação inicial das educadoras foi deficitária, a formação continuada vem contemplando essa questão, capacitando-as de maneira positiva e adequada. É essencial que, o professor busque novos conhecimentos, novas teorias que amparem suas práticas. Pimenta e Lima (2008) nos esclarecem:

A formação contínua estaria assim a serviço da reflexão e da produção de um conhecimento capaz de oferecer a fundamentação teórica necessária para a articulação prático-crítica em relação ao aluno, à escola, à sua profissão e à sociedade. Portanto, o professor não é um mero executor, e sua formação ultrapassa os limites da titulação (PIMENTA; LIMA, 2008, p.131).

No cotidiano de sala de aula, o professor irá se deparar com dificuldades, dúvidas, frente às necessidades dos alunos, ocasionando assim a necessidade de buscar novos conhecimentos, que o faça refletir e mudar a sua prática. Sendo assim, é preciso que os professores estejam aptos para mudanças, abertos para novas ideias, já que a “formação contínua pressupõe um movimento dialético, de criação constante do conhecimento, do novo a partir da superação (negação e incorporação) do já conhecido” (PIMENTA; LIMA, 2008, p.130). E entender o universo da sexualidade infantil demanda muitos estudos além da formação inicial.

De forma geral, os dados da presente pesquisa mais uma vez nos mostram a falta de preparação dos educadores para atuar com a sexualidade na escola, tanto em nível pessoal, como em termos de formação inicial e continuada, pois não é fácil desvincular-se de anos de repressão sexual, está ainda hoje presente em sua formação pessoal e familiar. O ideal seria que, os professores buscassem esclarecimentos para romper com os preconceitos e o medo de falar com as crianças a respeito de sua sexualidade e suas manifestações. “Não podem pais ou professores fugir à função de educadores. Se educam em outros setores, se lecionam outros assuntos e matérias, não podem fugir ao imperativo de transmitir conhecimentos de ordem sexual” (MIELNIK, 1980, p.20). A educação e a orientação é o melhor caminho, para assim se alcançar um desenvolvimento sexual saudável e normal das crianças.

Os educadores devem ter compreensão, de que as crianças vão para a escola com uma educação sexual já impressa nelas, para assim saberem orientá-las corretamente quando alguma dúvida surgir, uma curiosidade ou até mesmo alguma manifestação de sua sexualidade, pois elas têm o direito aos esclarecimentos claros e objetivos. Do mesmo modo que encontramos pais que negligenciam a educação sexual de seus filhos, nos deparamos com professores inseguros, que não estão preparados para lidar com as diversas situações que podem surgir em torno da sexualidade, preferindo esses, fingir que não viu, não ouviu, fazendo-se de desentendidos enquanto poderiam estar contribuindo para um melhor desenvolvimento sexual de seus alunos (COSTA; OLIVEIRA, 2011).

Sendo assim, pais e professores não negligenciem a educação sexual de seus filhos e alunos, pois eles merecem essa atenção e é o nosso dever estar atentos a isso. Ignorar, fingir que não viu ou desviar a atenção da criança para outros fins, não vai resolver a situação, só vamos perpetuar o que a sociedade faz desde sempre, isto é, a continuar reprimindo a sexualidade. Os educadores, não podem deixar isso acontecer, deve-se mudar a postura e a visão acerca desse assunto, buscando compreender e entender para poder se falar a respeito da sexualidade de forma clara e aberta com os alunos. Neste sentido, torna-se necessário promover meios para que o professor, que tenha interesse, se prepare adequadamente para a tarefa de desenvolver um trabalho voltado para a educação sexual na escola (VITIELLO, 1995).

Um dos primeiros passos é reconhecer e conhecer potenciais dificuldades, preconceitos e tabus que se tem em relação a própria sexualidade, só assim pode-se educar e orientar as crianças frente as suas curiosidades e dúvidas. Assim sendo, Bonfim (2009) afirma a necessidade de incluir Educação Sexual como uma disciplina nos cursos de Licenciatura, bem como do investimento governamental em cursos formação continuada que possibilite aos docentes a rever de seus conceitos e a ampliar seus conhecimentos sobre sexualidade. Já Silva (2007) propõem a inclusão da disciplina Orientação Sexual no dia-a-dia escolar, como Tema Transversal, dentro da perspectiva da educação continuada dos educadores. Silva (2007) aponta a dificuldade de o profissional da educação fazer a transposição teórico-psicológico-filosófico-pedagógico sobre sexualidade, para a prática didático-pedagógica na escola. Neste sentido, a formação almejada não está sendo alcançada pois há uma lacuna nesta formação ofertada.

No contexto escolar alguns autores (NUNES e SILVA, 2000; MAIA, 2004; REIS e RIBEIRO, 2002; EGYPTO, 2003) acreditam que, para que o ensino de sexualidade seja realmente efetivo deveria ser contemplado na proposta pedagógica. Por fim, vale lembrar que, a área de Psicologia da educação possui um importante papel no processo de aprofundamento, capacitação e formação inicial e continuada dos educadores contribuindo com projetos de reflexão e ação diante desta temática na Educação Infantil.

Referências

ARCARI, C. Guia do Professor – educação sexual para crianças de 0 a 10 anos. Cores (Centro de Orientação em Educação e Saúde). SAE (Serviço de Atendimento Especializado) da Secretaria Municipal de Rio Verde. Disponível em: http://www.radiomargarida.org.br/wp- content/uploads/guiadoprofessor.pdf

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COSTA, E. R.; OLIVEIRA, K. Educação Sexual na Infância, pesquisando concepções de professores da cidade de Jataí, Goiás. Revista Exitus, 01(01), Jul./Dez, 2011.

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MAIA, A. C. B.; SPAZIANI, R.B. Manifestações da Sexualidade Infantil: percepção de pais e professoras de crianças de 0 a 6 anos. Revista Linhas UDESC, 11, 53-67, 2010.

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