Dossiê Temático

Recepción: 30 Diciembre 2015
Aprobación: 30 Enero 2016
DOI: https://doi.org/10.24115/S2446-6220201621123p.112-126
Resumo: Desde a sua criação que os museus assumiram objetivos educativos para pessoas adultas. Mais recentemente reforçaram esta intenção, procurando tornar-se intelectualmente acessíveis a todos os públicos e capazes de induzir mudanças pessoais e grupais nos seus visitantes. Apesar desta intenção recorrente, ainda não foram desenvolvidos estudos suficientes que possam contribuir para um modelo teórico que ajude a problematizar as intervenções educativas para públicos adultos, nos museus. Este trabalho, desenvolvido a partir da observação não participante e de entrevistas a visitantes de um museu português, e articulando os conceitos de acessibilidade intelectual, aprendizagem transformativa e estímulos potencialmente geradores de transformações pessoais e grupais, procura reunir alguns contributos que possam ajudar a pensar atividades educativas específicas para pessoas adultas nos espaços museológicos.
Palavras-chave: Acessibilidade Intelectual Aprendizagem Transformativa. Museus. Educação de Adultos. .
Abstract: Since its creation that museums have taken educational goals for adults. More recently, this intention has been reinforced, in an attempt to become more intellectually accessible to all public and able to induce changes in personal and group visitors. Despite this recurring intention, there weren't developed enough studies to make possible the existence of a theoretical model that contributes to the analysis of the educational interventions for adult audiences, museums. This work, developed from non-participant observation and interviews with visitors from a Portuguese museum, articulates the concepts of intellectual accessibility, transformative learning and potentially generating stimuli of personal and group transformation, and seeks to bring some contributions that can help conceptualization concerning specific educational activities for adults in museum spaces.
Keywords: Intellectual accessibility Transformative learning. Museums. Adult Education. .
Resumen: Desde su creación que los museos han asumido objetivos educativos para las personas adultas. Más recientemente han reforzado esta intención buscando convertirse intelectualmente accesibles a todos los públicos y capaces de inducir en los visitantes cambios personales y grupales. A pesar de esta intención recurrente, aún no se han desarrollado suficientes estudios que puedan contribuir a un modelo teórico capaz de ayudar a cuestionar las intervenciones educativas para el público adulto en los museos. Este trabajo, desarrollado a partir de la observación no participante y de entrevistas con los visitantes de un museo portugués, y articulando los conceptos de accesibilidad intelectual, de aprendizaje transformativo y de estímulos potencialmente generadores de transformaciones personales y grupales, busca reunir algunas contribuciones que puedan ayudar a pensar las actividades educativas específicas para adultos en los espacios museológicos.
Palabras clave: Accesibilidad Intelectual Aprendizaje transformativo. Museos. Educación de Adultos. .
Introdução
Segundo definição do International Council Of Museums (ICOM), enunciada na sua 20ª Assembleia Geral, realizada em 2001, em Barcelona, “[...] um Museu é uma instituição permanente, sem fins lucrativos, ao serviço da sociedade e do seu desenvolvimento, aberto ao público, e que adquire, conserva, estuda, comunica e expõe testemunhos materiais do Homem e do seu meio ambiente, tendo em vista o estudo, a educação e a fruição”. Esta dimensão educativa esteve, desde sempre, presente na filosofia que levou a uma aposta concertada e sistemática na criação de museus, desde o século XIX, como se pode constatar pelos documentos fundadores e pela preocupação organizativa de diferentes instituições em envolver os públicos adultos numa progressiva identificação com novas descobertas científicas e tecnológicas. Mesmo para o caso dos museus de arte, e tendo como referência principal a criação do Museu do Louvre, sempre foi ficando muito claro um cuidado com a maximização de possíveis contributos para a educação do bom gosto do povo, identificando-o, em simultâneo, com a sua herança patrimonial e procurando, por essa via, incrementar espaços de vida desafiantes que pudessem concorrer para uma formação mais humanista e holística, geradora de mudanças, na vida das pessoas e das nações. (ALCOFORADO, 2008)
Ainda durante a segunda metade do século XIX, com a importância que foi sendo assumida pelas ciências positivistas, as finalidades educativas dos museus, particularmente no que à mudança das pessoas adultas diz respeito, acabaram por se reforçar significativamente. Na sequência de todo esse movimento científico e cultural, “[...] a história, o património e o conhecimento deles resultante foi elevado à condição de verdadeiro ‘abre-te sésamo’ de uma nova sociedade ou, recordando os velhos conceitos do direito romano, como a res puplicae e a res communes que era indispensável consagrar para que fosse possível construir uma nova realidade social” (ALCOFORADO e ALCOFORADO, 2011, p. 56).
Mais recentemente os museus reassumiram e reatualizaram esta sua dimensão genética, realinhando, ainda mais, as suas missões com finalidades educativas transformadoras e reafirmando, por diferentes meios, as suas preocupações em procurar métodos de trabalho que permitam otimizar a sua ação neste domínio. Apenas para ilustrar esta intenção, recorrentemente enunciada, deixamos os temas centrais, escolhidos para as comemorações dos dias internacionais dos museus, nos últimos quatro anos: em 2012 “Museus num Mundo em Mudanças: Novos Desafios, Novas Inspirações”; em 2013, "Museus (Memória + Criatividade) = Mudança Social"; em 2014 "Museus: as coleções criam conexões"; em 2015 "Museus para uma sociedade sustentável". Recorde-se que o Dia Internacional dos Museus é celebrado todos os anos, no dia 18 de maio, tendo sido instituído pelo ICOM, um organismo da UNESCO, em 1977, com a intenção de reforçar a ligação dos museus à sociedade.
A verdade é que este movimento internacional é, em si mesmo, a tradução de todo o pensamento da museologia atual, colocando, cada vez mais, no centro da sua ação, a necessidade de se impor que as exposições tenham preocupações didáticas, que a informação seja explícita e explicada e que as experiências educativas, porque devem visar a transformação, apelem a uma reconstrução dos sistemas simbólicos individuais e coletivos e ofereçam leituras evolutivas adequadas do uso das ferramentas culturais que permitiram a evolução das formas de trabalho que deram origem às obras em exposição (ALCOFORADO e ALCOFORADO, 2011). Esta ideia tem sido traduzida pelo conceito de acessibilidade intelectual, ou acessibilidade comunicacional, entendida como a obrigatoriedade contínua de ampliar o diálogo e a participação do público com o objeto cultural, por meio de estratégias de mediação que ofereçam condições para que todos os públicos possam descodificar os conteúdos ali apresentados (TOJAL, 2015), assumindo que “[...] um museu acessível é um museu que se preocupa com o seu atual e, sobretudo, potencial público; procura conhecê-lo melhor, a fim de poder adaptar a oferta às suas necessidades, com o objetivo de o captar e de o fidelizar. Um museu acessível é um museu de portas e mentes abertas” (VLACHOU e ALVES, 2007).
Para que esta missão possa ter um cumprimento adequado, é forçoso que se intente conjugar o rigor da informação apresentada, traduzida por bons conteúdos, com textos de leitura inteligível, disponíveis em diferentes e atrativos meios comunicacionais. Coloca-se aqui, acima de tudo, o grande desafio de conjugar, numa mesma linguagem, a qualidade técnica e científica que deve acompanhar as exposições, com a clareza que a deve tornar compreensível e que desejavelmente se destine a desencadear uma reflexão crítica, indutora de processos de mudança, ao nível individual e grupal. Desta forma, os museus estarão mais preparados para colaborar com as organizações educativas "tradicionais" na formação holística e integrada de crianças e jovens, mas estarão, também e necessariamente, tal como têm vindo a ser desafiados pelas sucessivas Conferências Internacionais da UNESCO, mais preparados para envolver as pessoas adultas em processos transformativos, através dos quais, aprendendo a conhecer e a viver juntos (DELORS, 1996) possam construir comunidades alargadas, progressivamente mais justas, mais éticas e mais bonitas.
Os museus, assumindo-se como serviços educativos, no sentido mais forte e alargado deste conceito, são espaços adequados à promoção desta mudança. Por isso, tanto como continuarmos a envolver-nos na tentativa de responder à pergunta clássica, de como poderemos levar mais pessoas aos museus, será necessário interrogarmo-nos como podem os museus, com os recursos de que dispõem, contribuir para formar e mudar as pessoas, ajudando a construir melhores comunidades e uma melhor sociedade à escala planetária. Sabendo nós que as mudanças mais imediatas, apenas podem ocorrer por transformação das pessoas adultas, uma vez que só elas dispõem dos recursos necessários para empreender essas mudanças (ALCOFORADO e FERREIRA, 2011) os museus necessitam de se pensar como espaços educativos para pessoas adultas, criando condições para a emergência de modelos teóricos orientadores de um incremento contínuo da acessibilidade intelectual, mas, ao mesmo tempo, promotores de mudanças, ao nível individual e grupal.
No entanto, como faz notar Melo (2012), ainda não foi possível, até ao momento, encontrar modelos teóricos próprios, que suportem a construção de soluções educativas, nos museus, específicas para pessoas adultas, ou, dito de outra forma, de propostas que, visando desencadear processos de mudança, nas pessoas e nos grupos, sejam construídas com as pessoas/visitantes, nos próprios espaços museológicos. Como a mesma autora sugere, esta limitação pode ser superada se recorrermos a teorias do campo da Educação de Adultos, procurando refletir sobre a sua aplicabilidade prática, nos museus. Associando as nossas próprias reflexões teóricas e convicções práticas (ALCOFORADO, 2008; 2012) a experiências e pesquisas já desenvolvidas (SOREN, 2009; MELO, 2012), pareceu-nos muito pertinente convocar para este objetivo os trabalhos e o pensamento de Mezirow (1978; 1990; 1991; 1996; 2000; 2013).
Em 1978, Jack Mezirow publicou um artigo em que avançava com a ideia da Aprendizagem Transformativa, no dizer de Simões (2000, p. 817) uma proposta que “[...] representa uma das mais interessantes tentativas de constituir uma teoria específica da educação de adultos”. Suportando-a em prestigiados e reconhecidos contributos teóricos, como o pensamento de Paulo Freire, Thomas Kuhn, Roger Gould, Jürgen Habermas, Harvey Siegal e Herbert Fingerette (MEZIROW, 2013), o autor começa por entender aprendizagem “[...] como o processo de realizar uma nova interpretação, ou de rever uma interpretação anterior, do significado de uma experiência, de maneira a orientar, posteriormente, a compreensão, avaliação e ação” (MEZIROW, 1990, p. 1), para concluir que o “[...] pensamento racional e a ação são os objetivos cardinais da educação de adultos (MEZIROW, 1990, p. 354), uma vez que apenas na idade adulta, a pessoa é capaz de examinar e transformar os diversos pressupostos assumidos anteriormente, de maneira acrítica.
De acordo com Mezirow (1991) a nossa ação é continuamente conduzida (determinada e potenciada) por aquilo que ele designa como estruturas de significado, que incluem perspetivas de significado, entendidas como condicionalismos, perspetivas e hábitos, interiorizados acriticamente e decisivamente influenciados pelo processo de socialização, e esquemas de significado, relacionados com os nossos conhecimentos, crenças ou juízos de valor. A transformação destes esquemas e perspetivas de significado, mediante a reflexão sobre os postulados subjacentes ao nosso comportamento, deve constituir, pelo menos a parte essencial da Educação de Adultos, razão por que esta deve ser predominantemente transformativa, ao contrário da educação das crianças e adolescentes que deverá assumir, predominantemente, características formativas. Interessará sublinhar que o autor inclui nas perspetivas de significado, que também designa de hábitos mentais, “[...] o sociolinguístico, o moral/ético, os estilos de aprendizagem, o religioso, o psicológico, a saúde e o estético”, identificando esta última dimensão com “valores, gostos, posturas, padrões, juízos de beleza, insight e autenticidade de expressões estéticas, como o sublime, o feio, o trágico, o jocoso, o banal” (MEZIROW, 2013, p. 113).
Em termos metodológicos, a aprendizagem transformativa pode ocorrer (MEZIROW, 1990), ou por acumulação de alterações ao nível dos esquemas de significado, ou ao nível das perspetivas de significado, em resposta a dilemas desorientadores que nos são impostos do exterior. O processo de aprendizagem é, assim, desencadeado por estas situações que desequilibram a nossa relação com o nosso mundo, as quais devem ser proporcionadoras de um autoexame e uma avaliação crítica dos pressupostos, incluir novos procedimentos de atuação, perspetivar eventuais novos papéis sociais, implicando, por isso, a aquisição de conhecimentos e competências necessárias para uma reestruturação do conceito de si e uma reintegração social, com base nas condições das novas perspetivas (MEZIROW, 1991; 2013). Sendo certo, para este autor, que as mudanças tanto podem ocorrer a nível individual, a nível de pequenos grupos, ou a nível dos grandes movimentos sociais.
Então, levando em consideração este quadro explicativo de aprendizagem e mudança, se facilmente aceitamos que visitar um museu possa ser uma experiência transformativa, a partir da qual podemos desenvolver novas atitudes, interesses e, até, valores, a verdade é que vão faltando as evidências de que, através das suas coleções e programação, a experiência museológica opere, de facto, mudanças significativas nos seus visitantes (SOREN, 2009). Nas próprias palavras desta autora “[...] se a intenção de artistas e cientistas é a da transformação através de imagens, de exibições e diálogos, haverá evidências de mudanças fundamentais nos visitantes, quando estes experienciam objetos e ideias, nos museus? Se existe qualquer tipo de transformação ela acontece no museu, ou depois da visita?” (SOREN, 2009, 234). Estas são questões centrais a que, não só esta museóloga, mas também outros pesquisadores, das áreas da educação e da museologia, têm procurado responder. No entanto, e bom grado a qualidade e quantidade dos trabalhos desenvolvidos, ainda não será muito pacífico arriscar uma resposta muito convincente para estas perguntas. Assumindo, apesar disso, a tarefa de contribuir para uma possível clarificação das questões colocadas, Soren (2009) identifica diversos estímulos que, se explorados com sucesso, podem desencadear diferentes processos transformativos.
Baseando-nos, em particular, na formulação que Melo (2012) alvitra dos estímulos apresentados por Soren (2009), também aceitamos que o primeiro tipo de estímulo pode ser desencadeado pelas caraterísticas do objeto exposto, entendido como O autêntico/O único/O sublime. A interação com testemunhos trazidos por materiais autênticos e irrepetíveis, pode ser um estímulo importante, acrescentando historicidade e valor à experiência da visita a um museu. O segundo tipo de estímulo é relacionado com O testemunhal/O emocional/O traumático, proporcionado pela oportunidade de vivenciar, na primeira pessoa, uma experiência de dimensão humana, capaz de se tornar transformadora. O que vivenciamos não tem origem em informações descontextualizadas, nem em conceitos vagamente abstratos, porque retirados da sua dimensão humana, mas no legado/testemunho emocional de gente como nós. Um terceiro tipo de estímulo pode ser acrescentado por O cultural/O experiencial, relacionado com experiências multissensoriais, que nos envolvem completamente, em termos psicossomáticos, e que nos situam, de um modo consciente, no tempo e no espaço, permitindo-nos ficar mais recetivos a experiências culturais que nos são estranhas, dando início a um processo de negociação de novos significados.
Partindo de um estudo desenvolvido num museu de arte português, com visitas não organizadas, procuramos trazer, neste artigo, os resultados de uma pesquisa que tentou identificar, através de observação não participante e entrevistas não estruturadas, primeiro, até que ponto a informação disponível é explorada, valorizada e compreendida pelos visitantes, depois, se essa informação e as diferentes experiências que podem ocorrer, ao longo de uma visita, podem funcionar como estímulos, potencialmente criadores de oportunidades para uma aprendizagem transformativa. Esperamos, desta forma, poder reunir contributos que possam desafiar a elaboração de modelos teóricos específicos para a Educação de Adultos, em ambientes museológicos.
Acessibilidade intelectual e aprendizagem transformativa:um estudo com visitantes de um museu português
O museu onde decorreu o nosso estudo foi fundado há cento e quatro anos, como resultado de uma das primeiras iniciativas legislativas da República portuguesa, filiando-se no modelo de serviço público e visando a formação integrada dos cidadãos, que caracterizou a maior parte dos museus do séc. XIX. Tal como se determinava no Decreto-lei que está na sua origem, foi pensado como um “Museu Geral de Arte Geral, organizado principalmente no intuito de offerecer ao estudo público collecções e exemplares de evolução da história do trabalho nacional”, devendo ser “[...] ampliado com uma secção de artefactos, destinada à educação do gosto público e à aprendizagem das classes operárias”. Situado sobre uma estrutura arquitetónica romana de grande valor patrimonial, o museu havia de evoluir, nas décadas seguintes para uma instituição de referência, na história da arte, em Portugal, reunindo um alargado conjunto de peças, representativas de vários séculos e diferentes formas de expressão artística, muitas delas consideradas, atualmente, como parte integrante do tesouro nacional.
No início do presente século o museu beneficiou de um programa de obras de requalificação e ampliação, que lhe trouxe condições completamente renovadas para as obras em exposição permanente e gerou condições para uma ambição muito maior no domínio da museologia e da informação que a suportava. Como serviço público, passou a estar preparado para receber e “[...] tornar-se acessível a todos os cidadãos que o visitam, independentemente da cultura, idade, ou condição física”, disponibilizando, por diferentes meios, a informação considerada necessária para entender os objetos expostos, situando-os no tempo, no lugar de origem e na corrente estética a que pertencem, devendo, por isso mesmo, “[...] ser fácil de ler e entender, hierarquizada e não poluente” (ALARCÃO e ALCOFORADO, 2013, p. 122).
Toda a informação está disponibilizada em português e inglês, com os idiomas espanhol e francês disponíveis apenas nos suportes áudio, usando uma linguagem com os objetivos de, “tanto em texto escrito como em áudio, responder a diversos públicos, sempre norteada por preocupações de acessibilidade intelectual” (ALARCÃO e ALCOFORADO, 2013, p. 125). Assim, os textos de parede apresentam informação genérica e/ou temática sobre cada um dos núcleos expositivos, oferecendo em audioguias informação mais detalhada sobre um alargado número de peças selecionadas. Conhecimento técnico mais circunstanciado é disponibilizado através dos quiosques multimédia.
Metodologia e procedimento
Neste estudo propusemo-nos perceber a impressão e o impacto deste museu nos seus visitantes, querendo por isso compreender, em diferentes níveis, os efeitos causados pelas suas exposições, recorrendo a uma metodologia de observação/interpretação de públicos, com vista a construir uma proposta de compreensão sobre a forma como leem o museu em si, para que se torne possível documentar e analisar se as experiências vividas têm o potencial de transformar, ou criar condições significativas para desencadear estímulos capazes de proporcionar possibilidades de mudança, imediata ou futura, nos visitantes. Interessava, ainda, verificar a acessibilidade de todos os conteúdos e quais os recursos mais utilizados. De uma forma sistematizada, as questões que concitavam o nosso interesse, no âmbito das visitas não organizadas, eram as seguintes: existem diferenças entre as expectativas, no início da visita e o resultado das experiências vividas? Quais os meios e suportes informativos a que os visitantes mais recorrem ao longo das suas visitas? A informação e a(s) experiência(s) ao longo da visita são percecionadas como acessíveis e impactantes?
A pesquisa envolveu os primeiros doze participantes, seis do sexo feminino e seis do sexo masculino, que se deslocaram durante o mês de agosto ao museu, em dias e horas previamente definidas (eg: primeiro visitante a chegar, na terça-feira, depois das 14h). Observámos os visitantes, sem qualquer interferência e sem denunciar o papel de pesquisador, durante alguns momentos do seu percurso pelas exposições, tendo-lhes solicitado, no final da visita, a participação numa entrevista, sempre realizada na sala multimédia, sequencialmente o último espaço do percurso expositivo. Os participantes situavam-se no escalão etário entre os 20 e os 50 anos, sendo que 7 eram turistas nacionais e 5 turistas internacionais (4 de nacionalidade brasileira e 1 de nacionalidade espanhola). Na sua maioria, 10, visitavam o museu com um propósito de lazer, enquanto 2 se deslocaram com um propósito relacionado com a sua área profissional, sendo ambos professores de História da Arte. Destacamos ainda que 4 destes turistas nacionais eram estudantes deslocados na Universidade de Coimbra.
Na realização desta investigação utilizamos como instrumento de recolha da informação a observação não participante e a entrevista. Dada a dimensão e a organização dos espaços do museu foi possível acompanhar pontualmente o percurso de visitantes, com uma distância suficiente para que não houvesse qualquer interferência, procurando identificar os pontos de maior interesse e os recursos predominantemente utilizados. Em relação à entrevista, procuramos aproximar-nos do modelo proposto por Pierre Vermersch, tal como é apresentada por Moura e Alcoforado (2011). Designada como entrevista de explicitação, foi pensada pelo seu autor com o objetivo de facilitar a passagem do implícito do vivido ao explícito da consciência refletida, procurando-se, através dela, incentivar a verbalização da ação, tal como ela foi, efetivamente, realizada. A entrevista estava organizada por forma a garantir que os visitantes pudessem abordar quatro temas principais relacionados com a experiência que acabavam de viver: impressão global, impacto pessoal, destaques e sugestões. O primeiro tema tinha como objetivos promover uma livre caracterização do museu, a descrição da compreensão das coleções e do prazer percecionado. No segundo tema, pretendia-se proporcionar momentos de reflexão pessoal, nomeadamente em relação às peças, aos sentimentos mais fortes despertados e ao impacto cognitivo resultante. No terceiro, queríamos que os participantes revelassem as suas peças favoritas e coleções que mais se destacaram, terminando com as sugestões, acessibilidade da informação e o propósito da vista.
O desenrolar da entrevista foi assente em quatro procedimentos básicos com o/a entrevistado/a: i) recorrer a um questionamento acerca do vivido, nomeando o que já fora referido pelo sujeito; ii) recorrer a expressões que orientassem a atenção do sujeito para a alusão à experiência (ex: “E quando…”); iii) evitar questões de resposta fechada, ou questões que induzissem respostas da ordem do já conceptualizado, nomeadamente pedidos de explicações diretas (ex: “Porquê?”); iv) realizando um questionamento descritivo baseado no advérbio interrogativo de modo “como?” (MOURA e ALCOFORADO, 2011).
Resultados
Em primeiro lugar, podemos afirmar que todos/as os/as participantes fizeram a visita completa às coleções permanentes do museu, parecendo muitos interessados/as nos conteúdos informativos e tendo recorrido a diferentes recursos. Começando por identificar os recursos utilizados ao nível da informação (cf. quadro 1), constatamos uma muito baixa utilização dos recursos multimédia, uma vez que apenas dois participantes recorreram à informação neles contida e apenas outros dois referiram que verificaram que os recursos multimédia estavam disponíveis, mas que, no entanto, não sentiram necessidade de os utilizar.
Em relação aos Audioguias, sendo necessário referir que existe uma limitação à sua utilização, por implicar um valor monetário acrescido, constatamos que foram utilizados por três participantes, registando-se reações opostas quanto à sua utilidade. Enquanto um dos visitantes considerou que à medida que se ia familiarizando com a utilização se “esquecia” de ler os textos de parede, recorrendo à explicação mais detalhada disponível no audioguias para muitas das peças em exposição, já outro participante sentiu necessidade de dar preferência aos textos de parede por considerar estes de maior compreensão. O terceiro utilizador deste recurso indicou que utilizou, indiferentemente, tanto o audioguia como os textos parede.
Uma segunda constatação (cf. quadro 1) refere-se à utilização dos textos de parede por parte de todos os utilizadores, sendo que apenas um participante (de nacionalidade espanhola) referiu que deveria ter utilizado o audioguia por considerar a informação dos textos de parede difíceis de entender e pensar que seria muito importante que todos os recursos estivessem disponíveis no seu idioma. Os restantes participantes afirmam que os textos de parede eram bastante objetivos, muito elucidativos, que se adequavam ao perfil dos visitantes, por nem serem demasiadamente técnicos nem demasiadamente elementares, encontrando-se bem estruturados e bem formulados. Apesar disso, um dos participantes destacou que estes textos poderiam ter mais informação técnica sobre a peça em si, nomeadamente a sua representação, a sua utilização e como esta foi construída.
De um modo geral, os participantes também consideraram importante que os vigilantes fossem mais interativos com os visitantes e que partisse deles a iniciativa de ajudar os visitantes a compreenderem as peças e não terem de ser os visitantes a ter de procurá-los para que estes pudessem dar mais informações. Consideram que essa seria a única maneira de verem as suas dúvidas esclarecidas, uma vez que é a única forma de colocarem todas as suas questões e de elas serem respondidas, para que se tornasse mais clara a compreensão de determinadas peças e épocas.
Em relação ao impacto das experiências dos participantes, ao longo da visita, apresentamos na quadro 2 uma síntese da organização das respostas, segundo os estímulos sugeridos por Soren (2009). Em primeiro lugar, constata-se que não registamos nenhuma referência passível de ser enquadrada no terceiro tipo de estímulos.
Por outro lado, foi no primeiro tipo que se verificaram mais enunciados, destacando-se os relatos em que os participantes se sentem a vivenciar determinada experiência em determinada época que os leva a percecionar um deslocamento espaço-histórico, como se pode constatar com as referências em relação ao criptopórtico romano, traduzidas pela ideia de que se sentiram a “viver a vida dos romanos”, ou “uma sensação de deslocamento”, indicando a possibilidade deste monumento lhes proporcionar esta viagem no tempo.
Também se constatou que as caraterísticas de algumas peças contribuíram para a reflexão dos participantes sobre alguns conceitos como o valor que se dava à vida e à morte, noutras períodos históricos, assim como à importância das pessoas e relações de poder, em diferentes épocas, principalmente presente na declaração de um dos visitantes, quando afirmou que visualizou uma composição de azulejos como uma metáfora à vida, sentindo que a própria vida era composta também por vários momentos que unidos representam a vida de cada um. Uma outra referência de destaque é o facto do tapete “Marte e Vênus surpreendidos por Vulcano” levar a uma reflexão sobre todo o conceito de moralismo da sociedade, nomeadamente o conceito de traição, relembrando que houve algumas trocas de ideias com o seu grupo de amigos sobre este mesmo conceito e sobre comportamentos de infidelidade.

Em relação à segunda categoria, sobre experiências multissensoriais obtivemos afirmações que nos parecem adequadas a um enquadramento no tipo de estímulo definido como “O cultural”, uma vez que são enunciadas perceções das diferenças culturais, nomeadamente com a afirmação de dois visitantes que nos contam que ao visualizar toda a madeira e todo o ouro presente no acervo patrimonial do museu lhes levava a refletir sobre a questão dos processos de colonização e a perspetiva do colonizador e do colonizado. Em relação ao estímulo “O experiencial”, um visitante contou que quando estava a visitar o criptopórtico romano se sentiu abafado e sufocado só com o facto de poder imaginar que as pessoas tivessem parte da sua vida passada num espaço com aquelas caraterísticas, explicando ainda que, embora não fosse claustrofóbico nem ansioso, aquele local o levava a experienciar essa sensação, que se tornou particularmente intensa quando a sua imaginação lhe colocou aquele cenário no quadro de uma vida quotidiana, há quase dois milénios atrás.
Por fim, os participantes também indicaram que, apesar de não se sentirem “perdidos” nem desorientados durante a visita, por considerarem que os vigilantes informavam sempre qual deveria ser o percurso a seguir, poderia haver sinalética mais amigável para ajudar na orientação ao longo de todo o percurso. Destacaram ainda a beleza do espaço e do acervo, revelando que um dos fatos mais interessantes deste museu era a possibilidade de, à medida que prosseguiam a visita, ser possível voltar a visualizar as peças, mas de patamares superiores, dando a oportunidade de as ver com novas perspetivas. A lógica e sequência de todo o acervo também foram elogiadas, por serem de fácil compreensão e por tornarem a visita bastante agradável. Consideram que o museu é grande em conteúdo e prazer, mas também adequado, no sentido do tempo de visita não ser demasiado longo, descrevendo as suas experiências como intensas, e sempre bastante interessantes.
Discussão dos resultados
A primeira convicção que nos fica, da análise dos resultados apresentados, é a de que a preocupação revelada com a acessibilidade intelectual é bem conseguida, principalmente no que diz respeito aos textos de parede. Somos levados a pensar que os participantes os avaliam de forma muito positiva, quer no que diz respeito aos conteúdos, quer à facilidade da sua compreensão. Em relação à utilização de outros suportes, verifica-se que, nos casos acompanhados neste estudo, ela foi muito reduzida. Se ainda podemos compreender que o recurso aos audioguias seja desmotivado pela necessidade de suportar custos não incluídos nos bilhetes de acesso ao museu, já para o caso dos quiosques multimédia a explicação pode não ser tão simples. Talvez a exploração dos seus conteúdos obrigue a um investimento de tempo que, no caso concreto destes participantes, por se tratar de turistas, normalmente com tempo controlado, não se adequava ao tipo das visitas que tinham projetado. Será possível, ainda, conjeturar que as informações sobre os diferentes recursos, ou não são suficientemente explícitas, ou as pessoas não têm, no início das suas visitas, disponibilidade pessoal para as ouvir e processar.
Uma outra questão, resultante dos comentários dos participantes, que nos parece muito pertinente problematizar, relaciona-se com o papel e conteúdo funcional dos vigilantes. Para quem visita o museu pode tornar-se relativamente evidente que eles deviam ter um papel mais presente, enquanto mediadores de construção de conhecimento sobre os objetos em exposição. Se é verdade que, quando abordados, se disponibilizam para dar as informações necessárias, a opinião dos participantes é que eles deveriam ser mais proactivos, complementando a informação dos textos de parede, acreditando que apenas dessa forma eles poderiam colocar todas as questões que a visita suscita e ver as suas dúvidas convenientemente respondidas. Ainda que não seja completamente pacífico defender uma maior interferência dos vigilantes com os visitantes ao longo do seu percurso, o que poderia, em alguns casos, prejudicar experiências pessoais de maior intensidade, fica aqui uma possibilidade de debate partilhado, entre estes profissionais e uma possibilidade de desenvolvimento profissional, com eventual (re)construção responsável da sua profissionalidade.
Por outro lado, em relação às razões que levaram os visitantes a conhecer o museu, nove dos participantes resolveram realizar as visitas com motivações e interesses de caráter mais geral, nomeadamente de conhecer a história, cultura e arte, nacional, regional e local, enquanto um destes visitantes afirmou ter visitado o museu por querer “ter um momento agradável” e considerar que os museus são, normalmente, espaços bastantes agradáveis. Desta forma, parece-nos aceitável concluir que os museus foram construindo um reconhecimento generalizado, pelo menos junto de públicos com determinado perfil, de espaços de aprendizagem capazes, ao mesmo tempo, de proporcionar experiências de envolvência pessoal muito positivas. Podemos também dizer que os participantes transmitiram a ideia de que sentiram as suas expectativas iniciais satisfeitas, ou mesmo, ultrapassadas.
No que diz respeito ao impacto que a experiência da visita teve nos participantes, uma primeira ideia que nos parece legítimo retirar é que, independentemente da natureza dos estímulos, os museus podem gerar oportunidades reais de mudança individual e, em casos pontuais, grupal. Retomando os trabalhos de Mezirow, quer seja por alteração nos esquemas de significado, quer seja em resultado de um possível questionamento aos postulados subjacentes à nossa ação quotidiana, a visita ao museu pode deixar incentivos diversos para eventuais processos mais integrados de aprendizagem transformativa. Não podemos afirmar com nenhum grau de convicção que a experiência vivida pela visita nos garante um retorno à nossa vida diária em condições alteradas pelas novas perspetivas, mas também não é forçado acreditar na emergência de algumas perspetivas renovadas.
Esta perceção torna-se mais evidente para o caso do primeiro tipo de estímulos sugeridos por Soren, a que talvez não seja estranho, no caso concreto deste museu, estarmos perante um espaço arquitetónico e um acervo patrimonial únicos e de referência, a nível nacional. Foi possível apurar uma predominância de experiências em que os participantes se sentem a vivenciar determinada época, levando-os a sentir um deslocamento espaço-histórico, de que são um bom exemplo as afirmações sobre o criptopórtico romano proporcionado sentimentos de como seria “viver a vida dos romanos” e “uma sensação de deslocamento”, sugerindo que o monumento pode desafiar a viagens espaciotemporais.
Apuramos, igualmente, que as caraterísticas de algumas peças podem contribuir para a reflexão dos participantes sobre alguns conceitos, ajudando-os a problematizar o sentido da vida social e dos valores que a organizavam, ao longo dos tempos. Entre vários exemplos, podemos sublinhar a referência à cena representada do tapete “Marte e Vênus surpreendidos por Vulcano” como possibilidade de refletir sobre conceitos morais, como a traição, relembrando que foi exatamente esta reflexão, a única que foi referida nas entrevistas como geradora de debate grupal entre os companheiros/as de visita, levando a uma abordagem mais alargada, que se estendeu à problematização dos comportamentos de infidelidade.
Por fim, em relação ao segundo tipo de estímulos, relacionado com experiências multissensoriais, parece-nos ter sido recolhida evidência sobre algum contributo para uma outra perceção das diferenças culturais, uma vez que dois visitantes enunciam ter surgido motivo para uma reflexão sobre colonização e o significado que ela teve, segundo diferentes perspetivas. Tudo isto, aliado à explicitação de sentimentos pontuais de algum desconforto e vários outros de claro bem-estar, permitem-nos retirar a convicção de que o museu pode levar as pessoas a experiências diversificadas que se podem constituir como estímulos de transformação pessoal e grupal.
Considerações finais
Será muito importante que coloquemos este trabalho no quadro limitado das questões que o motivaram. Pretendia-se iniciar um processo compreensivo sobre a acessibilidade intelectual dos museus, com enfoque particular nos museus de arte, partindo dessa compreensão para problematizar a, eventual, emergência de estímulos que pudessem criar condições para desencadear processos passíveis de ser considerados como oportunidades de aprendizagem transformativa para pessoas adultas. Não será demais, por isso mesmo, afirmar as opções efetuadas, que podem, também, ser consideradas como limitações deste estudo: trata-se de uma primeira utilização simultânea, por parte dos autores, de conceitos teóricos, metodológicos e de pesquisa que foram desenvolvidos noutros contextos e com outras finalidades; o envolvimento de um número reduzido de participantes que, pelo período em que o trabalho de campo foi realizado, acabaram por apresentar caraterísticas semelhantes, tratando-se, predominantemente, de pessoas com interesse, sensibilidade e hábitos de visita a museus; o contexto de um museu renovado muito recentemente, com um investimento substantivo em diferentes estratégias comunicacionais.
Sem esquecer todas estas constatações, que nos devem levar a moderar qualquer tentação de conclusões mais afirmativas, sempre nos parece legítimo dizer que, quando revelam preocupações de acessibilidade intelectual, os museus, podem constituir-se como espaços capazes de desencadear processos de aprendizagem transformativa e, por isso mesmo e adotando a sua vocação mais inicial, assumirem-se como fortes recursos educativos para pessoas adultas. Apesar disso, este estudo também sugere que, mesmo quando existe um investimento em diferentes suportes mediáticos, os públicos nem sempre revelam apetência para a utilização, ainda que complementar, de todos eles, quer seja por onerar os custos da visita (questão relativa à acessibilidade económica que poderá ser tratada no futuro), quer seja por desconhecimento, quer ainda, por falta de tempo. Por outro lado, a importância assumida pelos textos de parede, enquanto material (in)formativo claramente preferencial, aconselha uma atenção especial na sua elaboração, maximizando, dentro das possibilidades de espaço e de acessibilidade intelectual, a sua contribuição para o desenvolvimento de estímulos potencialmente transformativos.
Uma questão que este estudo também permite equacionar, relaciona-se com as funções dos profissionais presentes ao longo do percurso da visita. Será interessante pensar até que ponto não se poderia avançar para perfis profissionais mais próximos da mediação transformativa, partindo de um reforço de conhecimento sobre os conteúdos em exposição e processos educativos, em vez do desempenho algo limitado de funções de vigilância e guardaria. A sua atividade poderia, mesmo, alargar-se à possibilidade de otimizar e complementar a informação disponível, levando toda esta, eventual, reconfiguração à reconstrução progressiva de uma nova profissionalidade com a dignificação das condições de exercício que lhe deve estar associada.
Fica para o final, no entanto, aquela que nos parece ser a implicação mais pertinente deste trabalho. Sendo certo que os museus têm sido recorrentemente desafiados a constituírem-se como espaços educativos para pessoas adultas, alargando os desafios transformadores das suas vidas, é fundamental que a Museologia e a Educação de Adultos possam desenvolver uma colaboração virtuosa, que procure a construção de modelos teóricos específicos, para as mudanças que se deseja que estes espaços promovam. Sendo necessário continuar a desenvolver novos trabalhos, mas mesmo sem deixar de reiterar a modéstia do nosso contributo, parece-nos legítimo concluir que esta associação entre a Acessibilidade Intelectual e a Aprendizagem Transformativa, na procura de uma linguagem e modelos teóricos comuns, pode constituir-se como um campo de elevado valor heurístico e explicativo.
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Artículo relacionado
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