ESTRATÉGIAS DIDÁTICAS PARA A COMPREENSÃO DOS CONTEÚDOS NAS AULAS DE GEOGRAFIA

DIDACTIC STRATEGIES FOR THE UNDERSTANDING OF CONTENT IN GEOGRAPHY LESSONS

ESTRATEGIAS DE ENSEÑANZA PARA LA COMPRENSIÓN DE LOS CONTENIDOS EN LECCIONES DE GEOGRAFÍA

Giovana Tavares LOPES
Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), Brasil
Josandra Araújo Barreto de MELO
Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), Brasil

ESTRATÉGIAS DIDÁTICAS PARA A COMPREENSÃO DOS CONTEÚDOS NAS AULAS DE GEOGRAFIA

GEOSABERES: Revista de Estudos Geoeducacionais, vol. 8, núm. 16, pp. 2-11, 2017

Universidade Federal do Ceará

Recepção: 01 Fevereiro 2017

Aprovação: 23 Julho 2017

Resumo: O presente trabalho objetiva apresentar as experiências e resultados alcançados a partir da utilização de diferentes estratégias didáticas nas aulas de Geografia, a partir do projeto de intervenção, desenvolvido no âmbito do PIBID, Subprojeto de Geografia da UEPB, na turma do 1°ano D Tarde da Escola Estadual. São Sebastião, na cidade de Campina Grande-PB. A reflexão acerca da inserção de novas estratégias de aula torna-se necessária à medida que os conteúdos geográficos estão envolvidos em contextos complexos e passiveis de articulações. Nesse contexto, objetivando propor uma ressignificação dos conteúdos durante as aulas de Geografia, algumas estratégias didáticas foram utilizadas em trabalhos coletivos com os alunos, que construíram compreensões, analises e, de forma integrada, demonstraram suas habilidades e capacidades de representação do espaço geográfico.

Palavras-chave: Ensino de Geografia, Estratégias didáticas, Construção dos conhecimentos .

Abstract: The present work aims to present the experiences and results obtained from the use of different didactic strategies in the Geography lessons, based on the intervention project developed under the PIBID Geography Subproject of the UEPB in the 1st year class D Afternoon of the State School. São Sebastião, in the city of Campina Grande-PB. Reflection on the insertion of new classroom strategies becomes necessary as geographic contents are involved in complex and articulate contexts. In this context, some didactic strategies were used in collective work with the students, who built understandings, analyzes and, in an integrated way, demonstrated their abilities and capacities of representation of the geographic space.

Keywords: Teaching Geography, Didactic strategies, Knowledge construction, Teaching Geography.

Resumen: El presente estudio pretende presentar la experiencia y resultados obtenidos de la utilización de diferentes estrategias didácticas en geografía, desde el proyecto de intervención, desarrollado dentro del PIBID, geografía UEPB su proyecto, en clase de 1° año escuela D tarde estatal. São Sebastião, en la ciudad de Campina Grande-PB. La reflexión sobre la inserción de nuevas estrategias de clase se hace necesaria, el contenido geográfico participan en contextos complejos y sus uniones. En este contexto, con el fin de proponer una re significación de los contenidos durante las clases de geografía, algunas de las estrategias didácticas se utilizaron en obras colectivas con los estudiantes, que han construido la comprensión, análisis y, de manera integrada, demostraron sus habilidades y capacidades de representación del espacio geográfico.

Palabras clave: Enseñanza de Geografía, Estrategias didácticas, Construcción de los conocimientos.

INTRODUÇÃO

O presente artigo apresenta os resultados obtidos a partir dos trabalhos que foram desenvolvidos no âmbito do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência – PIBID, Subprojeto Geografia, na turma do “1°ano D” tarde da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio São Sebastião, situada no bairro do Alto Branco, na cidade de Campina Grande-PB, tendo parcerias com a Universidade Estadual da Paraíba-UEPB e contando com a colaboração da comunidade escolar da escola campo de trabalho, bem como com o trabalho dos bolsistas PIBID na escola.

O estudo e a representação dos diferentes conteúdos geográficos vêm ganhando abrangência no contexto das práticas estabelecidas em meio às aulas de Geografia. Entre as várias possibilidades didáticas existentes no contexto da aprendizagem geográfica, a busca por compreensões e necessidades de inovações em sala de aula se evidencia na medida em que os alunos se percebem enquanto sujeitos integrantes do espaço geográfico e das relações que compõem a sociedade. Dessa maneira, surgem necessidades correspondentes a conhecimentos mais amplos e estratégias de aulas que visem à minimização de aspectos tradicionais da Geografia.

Diante do rompimento com alguns moldes tradicionalistas de ensino da Geografia, novas práticas de ensino podem ser pensadas e postas em execução, tendo em vista que a sala de aula, assim como todo ambiente escolar é passível de construções de conhecimentos que visam a articulação entre os saberes compartilhados e o cotidiano dos alunos, a fim de situá-los enquanto cidadãos em preparação para o mundo do trabalho e das relações sociais que permeiam a sociedade.

Diante das possibilidades refletidas e compartilhadas, muitas estratégias podem ser analisadas na conveniência de tornar as aulas de Geografia prazerosas, do ponto de vista da compreensão e aprendizagem dos alunos. Nessa perspectiva, torna-se necessária a análise e disposição de todos envolvidos no trabalho em buscar superações e significativas contribuições para o conhecimento geográfico em seu contexto histórico e atual. A sala de aula, desse modo, se caracteriza como um espaço de compartilhamento de conhecimentos, representações e leituras sobre os conteúdos e seus aspectos.

Desse modo, o presente artigo objetiva apresentar os resultados das estratégias didáticas desenvolvidas através do projeto de intervenção do PIBID, desenvolvido a partir da hipótese de que a utilização de diferentes estratégias nas aulas de Geografia pode ser positiva no que concerne ao estabelecimento de maiores compreensões e aprendizagem dos conteúdos por parte dos alunos envolvidos na atividade, assim como a experiência para a bolsista e professor supervisor. As próximas sessões irão considerar os aspectos constituintes do desenvolvimento das atividades, assim como os resultados alcançados.

METODOLOGIA

Trata-se de um trabalho com o objetivo de compartilhar as experiências e resultados mediante o desenvolvimento de estratégias didáticas utilizadas no ensino de Geografia. Desse modo, o presente trabalho ancora-se na utilização de técnicas que incluíram pesquisas bibliográficas e pesquisa-ação. O desenvolvimento do trabalho contou com o auxílio das intervenções pedagógicas feitas no âmbito do PIBID, com a colaboração dos bolsistas, professor supervisor e coordenadora de área.

O trabalho produzido foi desenvolvido no decorrer da dinâmica das aulas com a turma do “1°ano D” tarde, da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio São Sebastião, localizada no bairro do Alto Branco, na cidade de Campina Grande-PB, conforme Figura 1,2 e 3

Figura 1 - Localização da
Escola São Sebastião
Figura 1 - Localização da Escola São Sebastião
Fonte: Google Earth Pro. Adaptado pelas autoras, 2015.

Figura 2 -
Imagens da escola e da turma do 1º ano D
Figura 2 - Imagens da escola e da turma do 1º ano D
Fonte: LOPES, Giovana Tavares.

Figura 3 - Quadro informativo dos conteúdos do currículo e suas respectivas estratégias, de acordo com as sugestões dos alunos do 1°D.
Conteúdos geográficos Estratégia didática construída
Cartografia Mapas mentais e maquetes
Camadas da atmosfera Cartazes pedagógicos
Tempo e clima Analise de charges
Tipos de poluição Molduras de reciclagem
Água: importância e desperdício Analise de vídeos e produções textuais
População mundial e brasileira Debates em sala de aula
Migrações Pesquisa sobre textos, charges e imagens.
Urbanização Paródia, vídeos e peça teatral.
Fonte: LOPES, Giovana Tavares.

Por meio da análise do questionário diagnóstico aplicado na turma, que teve como objetivo investigar as concepções dos alunos acerca da Geografia escolar, bem como coletar sugestões de estratégias para o melhor aproveitamento dos conteúdos, foi possível relacionadas propostas que os alunos fizerem[1] para cada conteúdo do currículo planejado para o ano letivo de 2015, conforme é possível visualizar no quadro representado na Figura 3:

RESULTADOS E DISCUSSÕES

As práticas educacionais relacionadas ao ensino de Geografia são inseridas em meio a variadas maneiras e dinâmicas de ensino, de modo que, em alguns casos, existe a preocupação em propor um ensino dialógico e representativo dos aspectos que fazem parte da contextualização dos conteúdos. Desse modo, mediante da análise de diagnósticos a respeito das concepções sobre a Geografia e seus conteúdos aplicados na turma do 1°ano D, verificou-se como necessária a inserção de diferentes estratégias didáticas que abarcassem as inúmeras possibilidades de inovação, contribuindo para a superação de lacunas existentes no conhecimento geográfico dos alunos.

O interesse pela inserção de novas possibilidades partiu também da constatação de que as aulas de Geografia ainda permanecem sendo focadas em aspectos tradicionais, o que reflete na realidade do ensino, fato que contribui para a construção de uma concepção da Geografia como uma disciplina desprovida de atratividade. Tais verificações também são ressaltadas em pesquisas como a de Calado (2012):

Diante das observações evidenciadas no decorrer do desenvolvimento deste trabalho, notou-se que o ensino de geografia vem acontecendo de forma meramente tradicional, ou seja, os professores ainda estão ligados aos recursos mais simples encontrados na escola, não inovam suas metodologias com aulas práticas de (campo) (Ibidem, p.18).

Na perspectiva de construir aulas mais dinâmicas e reflexivas, foram planejadas as intervenções, que estiveram sempre pautadas em fazer uso de diferentes estratégias didáticas nas aulas de Geografia, com o objetivo de ampliar o conhecimento geográfico de cada aluno e, concomitantemente, fortalecer a importância do trabalho em equipe e compartilhador de experiências voltadas para a construção de debates reflexivos acerca dos vários conteúdos trabalhados ao longo dos bimestres na escola.

Sabe-se que os conteúdos geográficos são permeados de possibilidades de relações e compreensões, isso pode acontecer desde que haja uma integração e disposição em pensar uma aula agradável, participativa e estimulante para alunos e professores. Diante da abrangência dos conteúdos, muitos aspectos presentes em seus contextos podem ser trabalhados de forma inovadora e acrescidos de um desenvolvimento na aprendizagem geográfica dos alunos.

Desse modo, buscou-se a caracterização de uma comunicabilidade contínua, entre os conteúdos e a aprendizagem dos alunos, de modo que todas as estratégias didáticas desenvolvidas na turma tiveram como característica o trabalho coletivo, o debate, a representação e compartilhamento de conhecimentos, estabelecendo uma sintonia entre os alunos, bolsistas e professor supervisor.

O interesse principal foi o de tornar os conteúdos mais compreensíveis e significativos, constituindo outras formas de ensinar. Pois “[...] boa parte do professorado sabe que precisa inventar outros modos de ensinar, outras formas de sensibilizar os alunos para o processo de aprendizagem, outros modos de aprender e interpretar a realidade atual” (GUIMARÃES, 2013, p.222).

No primeiro momento foi apresentado o projeto de intervenção para a turma, assim como seus objetivos e orientações para a primeira atividade, que consistiu na representação dos espaços de vivência dos alunos em confluência com os elementos da cartografia, através da utilização de mapas mentais e maquetes. Em seguida, foi solicitada uma produção textual enfatizando os conhecimentos adquiridos mediante a realização da atividade e as aulas sobre os conteúdos de cartografia.

Os alunos evidenciaram as principais representações de seus espaços, conforme é possível verificar através da Figura 4 e Figura 5.

Figura 4 - Maquetes apresentadas pelos alunos do 1°ano D
Figura 4 - Maquetes apresentadas pelos alunos do 1°ano D
Fonte: LOPES, Giovana Tavares.

Por meio da produção textual, fizeram ressaltas a importância de atividades como esta para a superação de aulas monótonas e as contribuições advindas do trabalho coletivo. De acordo com as novas bases da aprendizagem, as atividades coletivas proporcionam uma apresentação entre os sujeitos, construindo um saber coletivo (MORAIS, 2013).

Diante dos resultados positivos obtidos a partir do desenvolvimento das estratégias de utilização da produção dos mapas e maquetes, outras atividades foram planejadas e construídas em confluência com a abrangência dos conteúdos geográficos orientados para serem trabalhados no decorrer do ano letivo com o 1°ano do ensino médio.

Seguindo as intenções do projeto de intervenção, outra estratégia desenvolvida baseou-se na representação das características principais de cada camada da atmosfera, com ênfase nas características e importância da camada de ozônio para a manutenção do equilíbrio e vida no planeta Terra, todas as ilustrações foram feitas a partir da confecção de cartazes pedagógicos. Dando sequência à exposição dos conteúdos, a próxima atividade baseou-se na análise de charges relacionadas ao conteúdo de tempo e clima.

Figura 5 - Alunos do 1°ano D durante o desenvolvimento das
atividades.
Figura 5 - Alunos do 1°ano D durante o desenvolvimento das atividades.
Fonte: LOPES, Giovana Tavares.

Os conteúdos geográficos devem se articular a vivência dos alunos e aos processos e problemas relacionados ao mundo, a partir de uma contextualização histórica e atual. Desse modo, o conhecimento dos alunos, ao longo do tempo, torna-se carente de maiores contribuições e ampliação de conhecimentos relacionados à Geografia e compreensão de mundo, pois, como afirma Pontuschka (2000):

Na era da globalização, em que as informações chegam de forma muito rápida por meio de televisão, do cinema, do rádio, do vídeo, do computador, o trabalho pedagógico do professor enriquecer-se-á se ele utilizar todos esses recursos para a produção de um conhecimento que ajude o aluno a compreender o mundo em que vive (PONTUSCHKA, 2009, p. 263).

Por meio da utilização das várias estratégias possíveis, muitas ampliações de conhecimentos são possibilitadas, desde que haja a colaboração entre os sujeitos envolvidos no processo de educação geográfica. O aluno deve ter a oportunidade de entender o espaço geográfico por meio de uma construção histórico-social, unindo as relações estabelecidas entre sociedade, espaço e natureza, constituindo uma conscientização e criticidade inerente aos problemas sociais, econômicos e ambientais que circundam o espaço.

As demais estratégias didáticas basearam-se na mesma proposta das anteriores, no sentido de melhorar a compreensão dos conteúdos. No sentido de construir uma verificação da aprendizagem dos alunos concernente ao conteúdo de tempo, clima e seus fatores, a estratégia utilizada foi o desenvolvimento e aplicação de um Quis Geográfico (Figura 6), construído no programa Power Point. Por meio da interação proposta pela atividade, os alunos tiveram a oportunidade de revisar o conteúdo e dimensionar suas aprendizagens referentes aos conteúdos estudados anteriormente.

No conteúdo de poluição e seus impactos ambientais os alunos desenvolveram em grupo a atividade de molduras de reciclagem, com imagens representativas de poluição. A estratégia foi planejada com o objetivo de promover uma maior conscientização e compreensão acerca dos problemas gerados pela intensa poluição no Planeta. Na discussão sobre a temática da água, foram analisados vídeos com documentários sobre a importância da água, bem como o uso irregular desse recurso, o último vídeo analisado foi referente a situação do açude Epitácio Pessoa – Boqueirão, que abastece a cidade de Campina Grande e mais 20 cidades e apresenta o menor volume de água acumulado desde a sua construção, em1959.

Figura 6-
Imagens da apresentação do Quis Geográfico e molduras de reciclagem
Figura 6- Imagens da apresentação do Quis Geográfico e molduras de reciclagem
Fonte: LOPES, Giovana Tavares.

A conscientização acerca da realidade pode ser alcançada a partir de aulas que promovem a abertura para o desenvolvimento de debates e atividades que provocam o estimulo da reflexão nos alunos, pois compreende-se que o ensino deve estar articulado aos estímulos de atratividade, que forneçam subsídios competentes para o alcance de aprendizagens significativas e otimistas. De acordo com Oliveira (2012):

Por outro lado, ensinar é provocar situações, desencadear processos e utilizar mecanismos intelectuais requeridos pela aprendizagem, que permitirá aos professores empregarem métodos ativos, para engendrar a ação didática em bases sólidas, evitando tentativas ou ensaios e práticas infrutíferas, demasiadamente perigosos, sobretudo quando as ações são exercidas sobre crianças e adolescentes (Ibidem, p. 217).

Desse modo, os próximos conteúdos voltados para a distribuição e crescimento da população mundial e brasileira promoveram proveitosos ciclos de debates. Os alunos envolveram-se em discussões que se correlacionavam com a realidade em que vivem, haja vista a alternância entre uma análise em escala global e local dos contingentes populacionais distribuídos de forma desigual nas diversas regiões do mundo.

Os debates promovidos pela abrangência dos conteúdos geográficos contribuíram para uma análise da realidade atual, que envolve os sujeitos integrantes do contexto de sala de aula. Desse modo, “[...] a partir da discussão das contradições e dos conflitos trazidos para a sala de aula pelos alunos pode-se estabelecer uma matriz de análise para a realidade em que vivemos, subordinada a uma ordem social complexa e globalizante” (CALLAI, 2001, p. 142).

Seguindo as propostas de exposição e debate, o próximo conteúdo trabalhado foi referente as migrações, definições tipos e fatores condicionantes para os fluxos migratórios em todo mundo. A aula foi exposta na sala de multimídia onde foram utilizados slides para a explicação. Mediante o compartilhamento de conhecimentos no âmbito desse conteúdo, a estratégia utilizada foi baseada em uma atividade de pesquisa em grupo, cujo objetivo foi direcionado a busca por notícias, charges ou textos referentes ao conteúdo.

Como culminância das intervenções, as últimas atividades foram planejadas no sentido de enfatizar e provocar compreensões acerca do conteúdo sobre urbanização e seus contextos explicitados principalmente, na cidade de Campina Grande. As produções foram desenvolvidas em grupos. Uma equipe foi responsável pela produção de uma paródia, enfatizando a junção dos aspectos migratórios e a crescente urbanização nas grandes cidades, com observância aos contextos segregacionistas na qual muitas pessoas são inseridas.

Outra produção, relacionou-se a produção de um vídeo, contendo entrevistas e filmagens relacionadas aos aspectos da urbanização e a consequente poluição, na cidade de Campina Grande. A referida produção caracterizou-se por promover a pesquisa e problematização de fatos que são relacionais ao cotidiano dos próprios alunos e a própria cidade onde a totalidade reside, para tanto essa construção é válida, tendo em vista que a escola, por meio do ensino e suas articulações sociais, promove contribuições expressivas sobre a cidade (CAVALCANTI, 2008).

A crescente dinâmica dos espaços, e os aspectos sociais neste inserido, requerem uma análise e uma inclusão no contexto escolar, e nas aulas de Geografia, na busca pela elucidação de alternativas que visem à formação crítica e autônoma de alunos, cidadãos conhecedores de sua realidade. Por meio das contribuições advindas de atividades como essas, são construídas colaborações para aulas expressivamente, objetivadas em incentivar o conhecimento sobre o cotidiano vivenciado pelos alunos.

Por fim, a última atividade foi desenvolvida a partir da apresentação de uma peça teatral (Figura 7), cujo objetivo principal foi enfatizar a influência da migração sobre a urbanização. A peça representou o contexto de uma família de agricultores, que, devido à falta de oportunidades no meio rural, migraram para a cidade do Rio de Janeiro em busca melhores condições de vida. Chegando lá, depararam-se como uma série de problemas, como desemprego, desvalorização do trabalhador, falta de segurança e influência das drogas na vivência de muitas famílias.

Figura 7- Imagens da apresentação da peça teatral
Figura 7- Imagens da apresentação da peça teatral
Fonte: LOPES, Giovana Tavares.

A partir do trabalho desenvolvido através da utilização de diferentes estratégias didáticas como auxilio na conscientização, estímulo a criticidade e compreensão dos conteúdos, as concepções sobre a aula de Geografia, antes caracterizadas como desprovidas de atratividade, foi minimizada, haja vista a ampliação de conhecimentos e caracterização de conceitos referentes aos conteúdos estudados. Todo trabalho somou pontos positivos e foi importante no tocante a diminuição das lacunas existentes no conhecimento geográfico de cada aluno integrante da turma.

CONCLUSÕES

Verificou-se, então, com base nas experiências obtidas mediante o uso de diferentes estratégias didáticas associadas aos conteúdos geográficos, que a sala de aula é passível de propostas e reflexões acerca da busca pelo sentido das aulas de Geografia. Desse modo, por meio do desenvolvimento das atividades na turma, muitos compartilhamentos de conhecimentos se fizeram presentes. Contribuições advindas de um trabalho coletivo demonstraram-se evidentes, diante do relato dos alunos mediante produções textuais e demais atividades.

No contexto das estratégias desenvolvidas, a produção de mapas mentais e maquetes caracterizaram-se como sendo uma das estratégias mais eficazes para a aprendizagem e conhecimento do espaço geográfico dos alunos, haja vista que a análise das atividades proporciona uma abrangência de representações no âmbito do espaço de vivência e dos elementos constituintes da cartografia e seus elementos.

A tentativa de minimização dos aspectos tradicionais da Geografia continua a ser estimulada por meio das experiências expostas no presente trabalho, bem como o despertar de novas análises e reflexões concernentes a inserção de estratégias, como as citadas no âmbito do trabalho, para o melhoramento da aprendizagem e compreensão dos conteúdos geográficos por parte dos alunos.

Mediante a configuração de estratégias facilitadoras do conhecimento, o debate e a proximidade dos conteúdos com a realidade tornam-se evidentes e se inserem em uma caracterização de uma postura crítica e consciente frente aos problemas que permeiam a sociedade e natureza, em uma escala global e local. No entanto, espera-se que as experiências compartilhadas no contexto desse trabalho, sejam provocativas no tocante a inserção de novas possibilidades de ensino e sirvam como analise sobre as dinâmicas possíveis a ressignificação do sentido em ensinar e aprender Geografia.

Agradecimentos

A equipe agradece ao PIBID/CAPES/UEPB pelo incentivo financeiro mediante a concessão de bolsas, bem como a toda comunidade da Escola Estadual São Sebastião, pelo apoio e participação nas atividades desenvolvidas.

REFERÊNCIAS

CALADO, Flaviana, M. O ensino de geografia e o uso dos recursos didáticos e tecnológicos. Geosaberes, Fortaleza, v. 3, n. 5, p.12-20, jan. / jun. 2012.

CALLAI, Helena Copetti. A geografia e a escola: muda a geografia? Muda o ensino?.Terra Livre, São Paulo, N° 16, p. 133-152/ 1° semestre/2001.

CAVALCANTI, Lana de Souza. A geografia escolar e a cidade: Ensaios sobre o ensino de geografia para a vida urbana cotidiana. Campinas-SP: Papirus, 2008.

EARTH, Google. Disponível em: earth. google.com. Acesso em: 28 de Outubro de 2015.

GUIMARÃES, I. V. Os artefatos midiáticos, a pesquisa e o ensino de geografia. In:ALBUQUERQUE, A. de S.; FERREIRA, A. de S. (Orgs.) Formação, Pesquisa e Práticas Docentes: reformas curriculares em questão. João Pessoa: Editora Mídia, 2013. (pp. 219-238).

MORAIS, I. R. D. Diferentes linguagens no ensino de geografia: novas possibilidades. In: ALBUQUERQUE, A. de S.; FERREIRA, A. de S. (Orgs.) Formação, Pesquisa e Práticas Docentes: reformas curriculares em questão. João Pessoa: Editora Mídia, 2013. (pp.241-263).

OLIVEIRA, Lívia de. O ensino/aprendizagem de geografia nos diferentes níveis de ensino. In: PONTUSCHKA, Nídia, N; OLIVEIRA, Ariovaldo, U, de. Geografia em perspectiva. 3. ed., 3°reimpressão. São Paulo: Contexto, 2010. (p. 217-220).

PONTUSCHKA, N. N.; et.al. A linguagem cinematográfica no ensino de Geografia. In: __________. et. al. Para ensinar e aprender Geografia. São Paulo: Cortez Editora, 2008. (pp.261-286).

Notas

[1] O critério utilizado para estabelecer essa relação foi a distribuição de freqüência das sugestões ofertadas pelos alunos. Dessa forma, foi utilizada a moda como medida de tendência central.
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