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O adoecimento psíquico em jovens universitários
Fabrício Duim Rufato; Elisabeth Rossetto; Nickson Willian Vedigal Wilkon
Fabrício Duim Rufato; Elisabeth Rossetto; Nickson Willian Vedigal Wilkon
O adoecimento psíquico em jovens universitários
Psychic illness in young university students
La enfermedad mental en estudiantes universitarios
Revista Tempos e Espaços em Educação, vol. 15, núm. 34, e16903, 2022
Universidade Federal de Sergipe
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Resumo: Estudos alertam para o aumento significativo nas últimas décadas de jovens com transtornos mentais e tentativas de suicídio. A maioria dos transtornos mentais entre adolescentes e jovens não são diagnosticados e nem tratados, sendo o suicídio uma das principais causas de mortes entre jovens de 15 a 29 anos. A universidade vem enfrentando diversos problemas com adoecimento mental dos acadêmicos, como por exemplo, aumento do uso de psicofármacos, alta demanda de procura em atendimento psicológico fornecido pela instituição, abandono dos estudos, transtornos mentais graves e até tentativa de suicídio. Com isso, este estudo objetivou realizar um levantamento dos estudos dos últimos cinco anos (2016-2021) sobre o tema. Utilizou-se as seguintes palavras-chaves para a busca: saúde mental; universitários; adoecimento psíquico, e foram selecionados 22 estudos. Como resultado observamos que há um número expressivo de jovens adoecidos mentalmente, com índices altos de uso de medicamento psicotrópico, além de consumo de álcool e drogas. Também evidenciamos que algumas instituições do ensino superior têm desenvolvido estudos pilotos com diferentes abordagens para atender essa demanda de estudantes adoecidos. No entanto, ainda são poucos estudos, e que não há apoio da própria gestão da instituição, como também falta profissionais e recursos financeiros.

Palavras-chave: Adoecimento psíquico, Saúde mental, Universitários.

Abstract: Studies alert to the significant increase in recent decades of young people with mental disorders and suicide attempts. Most mental disorders among adolescents and young people are undiagnosed and untreated, with suicide being one of the main causes of death among young people aged 15 to 29 years. The university has been facing several problems with students' mental illness, such as increased use of psychotropic drugs, high demand for psychological care provided by the institution, school dropouts, severe mental disorders and even attempted suicide. Thus, this study aimed to survey the studies of the last five years (2016-2021) on the subject. The following keywords were used for the search: mental health; College students; mental illness, and 22 studies were selected. As a result, we observed that there is a significant number of mentally ill young people, with high rates of psychotropic medication use, in addition to alcohol and drug consumption. We also show that some higher education institutions have developed pilot studies with different approaches to meet this demand from sick students. However, there are still few studies, and there is no support from the institution's own management, as well as a lack of professionals and financial resources.

Keywords: College students, Mental health, Psychic illness.

Resumen: Los estudios alertan sobre el aumento significativo en las últimas décadas de jóvenes con trastornos mentales e intentos de suicidio. La mayoría de los trastornos mentales entre los adolescentes y los jóvenes no se diagnostican ni se tratan, siendo el suicidio una de las principales causas de muerte entre los jóvenes de 15 a 29 años. La universidad ha enfrentado varios problemas con la enfermedad mental de los estudiantes, como un mayor uso de psicofármacos, alta demanda de atención psicológica brindada por la institución, deserción escolar, trastornos mentales graves e incluso intentos de suicidio. Así, este estudio tuvo como objetivo relevar los estudios de los últimos cinco años (2016-2021) sobre el tema. Se utilizaron las siguientes palabras clave para la búsqueda: salud mental; Estudiantes universitarios; enfermedad mental, y se seleccionaron 22 estudios. Como resultado, observamos que existe un número significativo de jóvenes con enfermedades mentales, con altas tasas de uso de psicofármacos, además del consumo de alcohol y drogas. También mostramos que algunas instituciones de educación superior han desarrollado estudios piloto con diferentes enfoques para satisfacer esta demanda de estudiantes enfermos. Sin embargo, aún existen pocos estudios, y no hay apoyo de la propia gestión de la institución, así como falta de profesionales y recursos económicos.

Palabras clave: Enfermedad psíquica, Estudiantes universitários, Salud mental.

Carátula del artículo

Publicação Contínua

O adoecimento psíquico em jovens universitários

Psychic illness in young university students

La enfermedad mental en estudiantes universitarios

Fabrício Duim Rufato1
Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Brasil
Elisabeth Rossetto1
Universidade Estadual do Oeste do Paran, Brasil
Nickson Willian Vedigal Wilkon1
Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Brasil
Revista Tempos e Espaços em Educação, vol. 15, núm. 34, e16903, 2022
Universidade Federal de Sergipe

Recepción: 03 Diciembre 2021

Aprobación: 18 Febrero 2022

Publicación: 24 Marzo 2022

INTRODUÇÃO

Estudos alertam para o aumento de jovens e adolescentes com transtornos mentais e para as tentativas de suicídio que nas últimas décadas aumentaram significantemente (Borges & Welang, 2006). Para Organização Mundial de Saúde (OMS) a maioria dos transtornos psicológicos entre adolescentes e jovens não são diagnosticados e nem tratados, sendo o suicídio uma das principais causas de mortes entre indivíduos de 15 a 29 anos (Oms, 2001).

Segundo Borges e Welang (2006), os jovens com ideação suicida apresentam sintomas depressivos e desesperança moderada ou grave. O período da adolescência e início da juventude apresentam diversos conflitos e mudanças que podem recorrer a comportamentos agressivos, impulsivos, depressivos ou até suicidas (Barrios et al., 2000).

O adoecimento psíquico e atos suicidas é um problema de saúde pública, na década de 2000 cerca de 877 mil pessoas morreram decorrentes de atos suicidas, este número representa 1,5% de toda a carga global de doenças. (MANN et al., 2005). Atualmente, no Brasil a taxa de suicídio aumentou em média 27% nos últimos anos, percebendo-se maior número destes incidentes na população jovem do país (Barros, 2018).

No campo acadêmico, as universidades tem enfrentado essa realidade cada vez mais comum. Houve um aumento no adoecimento mental de jovens universitários, além da ideação e/ou tentativa de suicídio. Alguns fatores que podem contribuir para essa realidade são: a dificuldade de inserção no mercado de trabalho, altas cargas de estudo, conciliar trabalho e atividades acadêmicas, problemas econômicos, falta de apoio familiar e dificuldade de acesso aos serviços de saúde mental no setor público (Oliveira, et al., 2021).

Neste cenário, consideramos a universidade como uma instituição formadora de sujeitos, e que podem favorecer políticas internas que atendam as demandas do adoecimento psíquico dos estudantes. Para isso, precisa-se de conceituar um novo olhar sobre a saúde mental, investir em formação de professores e agentes administrativos, dispositivos especializados em atendimentos emergenciais, articulação de diálogos, promover um ambiente de estudo saudável e nortear uma formação mais humanizadora e crítica.

Contudo, primeiramente as instituições de ensino superior necessitam levantar dados acerca da saúde mental dos estudantes, contextualizar as questões sociais e culturais da atualidade e os problemas que os jovens enfrentam para orientar futuras ações nessa esfera. Assim, este estudo tem como objetivo, através de uma revisão bibliográfica, identificar os estudos dos últimos cinco anos que caracterizam o adoecimento mental dos jovens universitários, e propõem possíveis intervenções na saúde mental de jovens que frequentam o ensino superior.

METODOLOGIA

Com o intuito de verificar as produções stricto sensu e artigos a partir do tema proposto neste estudo, inicialmente efetuamos uma busca de trabalhos dos últimos cinco anos (2016 a 2021) disponibilizados na base de dados da Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações (BDTD) e no Scielo. Em função do alto número de estudos existentes no período de cinco anos, no Catálogo de Teses e Dissertações da CAPES, detemo-nos nos últimos três anos (2019 a 2021).

A busca ocorreu no início do ano de 2021, tendo-nos utilizado dos seguintes descritores: “saúde mental” and “universitários” and “adoecimento psíquico” abrangendo pesquisas das áreas de concentração Psicologia e Educação.

Todavia, nas produções relacionadas ao tema, encontramos 588 trabalhos que 26 foram descartados por duplicidade, e mais de 300 que não correspondiam a perspectiva investigada. Muitos dos trabalhos descartados estavam relacionados a saúde mental de pacientes psiquiátricos, a programas psicossociais de pessoas com algum tipo de transtorno mental e ao adoecimento do professor universitário. Restaram 77 trabalhos possivelmente relevantes, porém após leitura do texto na integra foram descartados os que não condiziam com a perspectiva pesquisada. Ao final, sobraram 22 estudos, sendo 11 dissertações, duas teses e nove artigos.

A seguir, na tabela 1 encontram-se os 22 trabalhos selecionados para o estado do conhecimento. Eles estão apresentados pelo título da obra, autor, ano, tipo de trabalho e palavras chaves.

Tabela 1
Trabalhos selecionados para o estado do conhecimento (2016 a 2021).

DISCUSSÃO

Freitas (2019), utiliza-se de dois grupos terapêuticos com propostas distintas em duas diferentes instituições – Universidade Federal do Ceará e a Universidade de Fortaleza, o método utilizado é do campo da antropologia que estuda as relações sociais. O objetivo foi mostrar fatores que contribuem para o adoecimento dos universitários e de que forma a atuação de grupos terapêuticos agem sobre o sofrimento vivido. Através das narrativas de sujeitos inseridos no grupo terapêutico, o autor identificou que o adoecimento dos estudantes não é compreendido apenas por suas trajetórias individuais, mas é preciso também compreender como eles lidam com condições estruturais. Em outras palavras, é necessário entender as relações sociais que atravessam o processo de adoecimento “como também quais relações falham em responder às demandas das pessoas não conformadas às estruturas com potencial adoecedor que cruzam as relações dos estudantes universitários”. (Freitas, 2019, p. 111-112).

Refletindo a respeito do que discute o autor, podemos dizer que ao se considerar a razão como o único meio de obter o conhecimento, se inviabiliza os diversos papeis vividos pelo sujeito, ou seja, olhar para seu sofrimento e alegrias, é essencial para sua permanência na academia, e não somente valorizar um personagem que seja eficiente e produtivo – o estudante ideal. Na cristalização desse papel, ignora-se a própria rotina da incerteza na formação educacional, da produção cientifica e da vida dos estudantes (seus medos, receios, desvios, relações interpessoais e familiares, situação econômica, etc.). “O que não é contabilizado é preterido em prol de uma instituição mais competitiva [...] ou seja, a maximização dos processos racionais é obtida ao custo da expulsão de idiossincrasias essenciais às pessoas que se formam na academia e produzem a ciência” (Freitas, 2019, p. 112).

Nos grupos terapêuticos as queixas principais dos participantes foram: exaustão, sobrecarga, culpa, insegurança, distância entre o conhecimento e a vida, necessidade de ser competitivo, alcançar excelência, não falhar, estabilidade financeira e demanda por ser reconhecido. Contudo, trabalhou-se em um dos grupos a técnica de mindfulness. Trata-se de um instrumento de intervenção voltado ao individual para a sujeito aprender a manter a atenção e o foco de modo a encontrar um equilíbrio diante as adversidades vividas. No outro grupo focou o Autocuidado, esta técnica coloca em debate temas voltados aos cuidados pessoais do sujeito na possibilidade de transbordar o individual para entrar na relacional, ou seja, abre campo para a reflexão dos estudantes, considerando sua trajetória pessoal em relação com outras e de outros. A partir deste trabalho interventivo percebeu-se que os espaços de cuidado subjetivo desses alunos contribuem para construção gradual da identificação do sujeito adoecido. E com isso, é possível que a experiência do adoecimento exerça impactos significativos na reconstrução do sujeito e das relações com o ambiente.

Chagas (2018), objetivou investigar a atuação do profissional de psicologia do ensino superior ao processo de patologização e medicalização de jovens no ensino superior. Este estudo fundamentou-se na concepção da psicologia de Vigotski e Wallon, embasada no materialismo histórico-dialético. A autora parte da compreensão de que o processo da atuação psicológica no campo acadêmico pauta-se no reducionismo das explicações sobre as dificuldades de escolarização por meio de características individuais, na qual oculta elementos sociais, históricos, políticos e pedagógicos. A pesquisa aconteceu no Programa de Apoio a Pessoas com Necessidades Especiais (PPNE) e no Serviço de Orientação ao Universitário (SOU) da Universidade de Brasília. A autora utilizou como recursos investigativos a observação participante, a pesquisa documental e entrevistas com ex-gestores e servidoras do SOU, e com estudantes do PPNE. A autora desta tese trabalhou como psicóloga escolar nesses setores, onde foi possível observar o uso excessivo de patologização e medicalização de estudantes, fato este que a levou a mapear os vários locais de atuação em psicologia escolar e espaços onde os processos de patologização e medicalização da Educação Superior se tornavam mais evidentes.

Destarte, o estudo de Chagas (2018) aponta a necessidade de a universidade tomar a si mesma como objeto de problematização, que deve reconhecer suas falhas e agir para sua superação. A autora reforça que é inaceitável que a instituição de ensino, que deveria ser o espaço de pensar a sociedade promova a reprodução acrítica de práticas tradicionais de educação já ultrapassadas. “Se a universidade quiser ser o lugar onde se pensam as melhorias da vida de toda a população, ela precisa antes de tudo exercer essas novas práticas sociais mais igualitárias, democráticas, justas e acolhedoras da diversidade” (Chagas, 2018, p.185).

Nesse sentido, segundo a autora, o processo de patologizar e medicalizar no ensino superior vem ocultar o sucateamento das universidades brasileiras por meio da dissimulação das reais causas do fracasso acadêmico. Atribuindo toda a responsabilidade do adoecimento ao sujeito, principalmente dos estudantes negros, indígenas, com deficiência e oriundos das classes trabalhadoras que conseguem chegar a esse nível de ensino, apesar das condições precárias do sistema público de Educação Básica. Assim, discute que a psicologia escolar pode contribuir para a denúncia desse processo e por meio de ações que compõem a comunidade acadêmica junto ao sujeito, favoreçam a recuperação do real sentido de universidade “enquanto patrimônio cultural humano, balizada no livre pensamento, na inovação e na experimentação em uma comunidade democrática e solidária comprometida com a luta contra a barbárie social e política brasileira” (Chagas, 2018, p. 185).

O estudo de Souza (2017), teve como objetivo descrever o perfil sociodemográfico e avaliar o suporte social e a presença de sintomas de estresse, depressão, ansiedade e solidão em 384 estudantes da Universidade Federal do Triângulo Mineiro. A pesquisa deu-se em dois momentos, primeiramente buscou descrever o perfil sociodemográfico e os níveis de suporte social, depressão, ansiedade, solidão e estresse. Após, teve como objetivo correlacionar o perfil sociodemográfico e os hábitos de vida à prevalência de estresse, depressão, ansiedade, solidão e suporte social.

A autora utilizou diversas escalas do tipo likert para medir os construtos objetivados, e a análise dos resultados se deu a partir de estatística descritiva e correlacional. Assim a primeira etapa do estudo apontou a presença de sofrimento psíquico nos estudantes, com 47% dos universitários terem afirmado presença de sentimento de solidão, 59,2% com sintomas depressivos, 70,4% com prevalência de ansiedade e 78,1% apresentaram estresse. A respeito da percepção de suporte social, 12% caracterizaram em baixo nível. O segundo momento da pesquisa obteve correlação positiva entre sintomas de estresse, depressão, ansiedade e sentimentos de solidão, ou seja, indicou que a presença de um destes sintomas poderia refletir no nível dos demais.

No entanto, o estudo de Souza (2017) constatou que o suporte social pode contribuir para diminuição dos sentimentos emocionais negativos. Sendo assim, a elaboração de propostas interventivas que auxiliam no tratamento e prevenção desses sentimentos devém ser estruturadas de maneira que privilegiem a construção e fortalecimento de redes de suporte social entre os estudantes. Uma possibilidade seria a construção de projetos que visem o investimento no bem-estar, como por exemplo, atividades de lazer, físicas e grupos terapêuticos.

Na sequência, Becke (2020), objetivou identificar como se encontra a saúde mental dos acadêmicos da Universidade Estadual do Oeste do Paraná no campus de Cascavel-Pr. Para tanto, utilizou de um questionário semi-estruturado com 363 acadêmicos ingressantes e 252 formandos, além de entrevistar os coordenadores de cursos de graduação e funcionários-técnicos administrativos. O autor dá a entender que a pesquisa foi realizada com todos os coordenadores de cursos de graduação existentes na universidade no campus de Cascavel-Pr, porém este dado não fica claro na metodologia supracitada. Além de que não cita o número de funcionários administrativos participantes.

Os resultados identificaram a prevalência de sintomas de adoecimento maiores nos ingressos, o qual segundo a autora, demonstra que os estudantes já estão adentrando na universidade com predisposições ao adoecimento psíquico e que o período de formação acadêmica não influencia de forma significativa para piora dos sintomas negativos mentais.

Torres (2019), buscou compreender as contribuições das atividades realizadas pelo serviço de apoio psicológico aos alunos de uma instituição privada localizada na cidade de Teresina no Piauí. Utilizando-se de um estudo de caso a partir de uma leitura sistêmica do fenômeno, adotando a metodologia de dados quantitativos e qualitativos. A primeira etapa (quantitativa) deu-se pela análise de 96 prontuários do serviço de apoio psicológico da instituição nos anos de 2016 e 2017, afim de traçar o perfil sociodemográfico, dados acadêmicos e as queixas dos alunos. Na segunda etapa (qualitativa) a autora utilizou a entrevista semi-estruturada com quatro coordenadores de cursos de graduação, o diretor acadêmico e a psicóloga do serviço de apoio. A partir de uma perspectiva sistêmica a análise integrou os dados obtidos nas análises de prontuários à percepção dos profissionais escolares entrevistados.

Como resultado, observou que as queixas principais dos pacientes atendidos estavam relacionadas aos temas: saúde mental, vida acadêmica e relações familiares, sociais e afetivas. Com menor frequência, os resultados indicaram queixas sobre acessibilidade, mudança de cidade, responsabilidade da vida adulta e sexualidade.

A respeito do trabalho da psicologia na universidade a autora ressaltou que os atendimentos realizados no núcleo de acessibilidade viabilizam a permanência dos alunos com necessidades educativas na universidade, bem como, presta assessoramento pedagógico aos coordenadores de curso e docentes na inclusão desses alunos. Além de que a psicologia contribui para o desenvolvimento psicológico e social do sujeito (Torres, 2019).

Contudo, a autora percebeu que a ciência dos profissionais educacionais em relação a adoção de práticas realizadas pela psicóloga do serviço de apoio pautada em uma perspectiva crítica da psicologia escolar e educacional aparece de forma indireta no discurso. Assim, destaca-se a necessidade dos profissionais de psicologia que atuam na instituição realizem o consentimento da importância dessas práticas para todos os profissionais atores da educação. Além do quanto é carente os estudos que descrevam práticas relacionadas aos tipos de atendimentos e intervenções em adoecimento mental nas instituições de ensino superior.

Viana (2016), propôs a elaboração de uma proposta de Programa de Atenção Psicossocial para os estudantes da Unila, afim de contribuir com a saúde mental e a permanência na universidade. Através de uma pesquisa social em saúde, a estratégia se deu a partir de entrevistas semi-estruturadas realizadas com servidores da instituição e análise documental dos prontuários de acadêmicos que realizaram atendimento pelo setor de psicologia no ano de 2015. As principais demandas apresentadas no levantamento de dados dos estudantes atendidos não fica claro no estudo, porém apresenta categorias principais mediante a percepção dos servidores e das principais demandas levantadas nos documentos de atendimentos do setor de psicologia, são elas: debater e discutir sobre saúde mental na universidade; adaptação a universidade; abuso de drogas; prevenção e promoção da saúde; dificuldade nos relacionamentos/ habilidades sociais; humor deprimido; dificuldade de aprendizagem; ansiedade; insatisfação com o curso e/ou profissão e/ou universidade.

Contanto, a autora apresentou uma proposta de sete ações do Programa de Atenção Psicossocial para os estudantes da Unila que são:

Ação 1: Formalização da equipe – grupo de trabalho de saúde mental.

Ação 2: Fortalecer eventos e debates na universidade.

Ação 3: Reforçar e intensificar a ferramenta de promoção de saúde: rodas de conversa.

Ação 4: Consolidar parceria com outras instâncias da universidade (Pró-Reitorias, Coordenação dos cursos, Institutos).

Ação 5: Ações de prevenção e promoção de saúde.

Ação 6: Ações voltadas às questões de ensino-aprendizagem.

Ação 7: Ações voltadas à consolidação de relação institucional com o SUS.

A autora observou que deve fortalecer os vínculos internos e externos entre funcionários e estudantes, com informações constantes sobre o adoecimento, e a criação de uma rede de apoio que possa fortalecer e reconhecer indícios recorrentes, podem contribuir para a promoção de saúde na universidade. A proposta de um Programa de Atenção Psicossocial para os estudantes da Unila, com a criação de uma equipe interdisciplinar responsável pela implantação do Programa de Saúde Mental para os estudantes, é uma das contribuições deste estudo (Viana, 2016).

Ribeiro (2018), fala sobre o estudo de um modelo de atendimento tutorial nomeado Plantão Institucional implantado na Universidade Federal do Paraná campus de Curitiba-Pr, discutindo seus efeitos como um serviço de apoio ao estudante. O estudo contou com três etapas: A pesquisa documental, de intervenção e quantitativa. Cada etapa cumpriu objetivos diferentes como, conhecer o histórico e a contextualização do plantão de acolhimento, os sentidos produzidos por ele na comunidade acadêmica e o perfil do estudante que procurou o serviço.

A autora não deixa claro a quantidade de participantes para o estudo, porém relata que foi realizado uma análise documental dos prontuários de atendimentos psicológicos que ocorreram no Plantão de Acolhimento desde o momento de sua criação, afim de traçar uma narrativa possível de explicar sobre a demanda atendida. Em seguida utilizou-se de entrevistas com sujeitos que trabalham no dispositivo de atendimento psíquico para correlacionar com as análises documentais e o projeto de extensão inicial que fundou o programa de atendimento. Assim, conseguiu levantar as mudanças que ocorreram no projeto desde o início, além de reforçar o quanto esse programa contribui para a saúde mental e permanência dos estudantes na universidade.

Segundo Ribeiro (2018), foi possível compreender que o Plantão representou um lugar importante de acolhimento e, que por meio deste serviço outros sentidos para o trabalho da psicologia foram construídos, pois o pronto-acolhimento por pares não trata de uma intervenção isolada. As rodas de conversa e oficinas são importantes intervenções que se complementam como uma alternativa ao trabalho do psicólogo na universidade em resposta às intervenções individualizantes que não consideram a instituição na produção da subjetividade, do sofrimento, do conhecimento e da vida na educação superior.

Assim, também no que se refere a pesquisa de intervenção, propôs um pronto-acolhimento por pares como uma estratégia que cumpre com o objetivo de acolher o estudante. Configurou-se como um espaço de acolhimento, reflexão e como uma ferramenta de qualidade de vida na universidade. Contudo, a autora ao chamar a atenção de que o atendimento individual tem suas vantagens e configurações que são importantes para o apoio psicológico, porém não se deve minimizar o papel das relações institucionais. Bem como, as relações com a universidade, desenvolvimento pedagógico o sujeito, entre outros (Ribeiro, 2018).

Funai (2019), avaliou os comportamentos de saúde, a presença de sofrimento mental e o padrão de consumo de álcool e outras substancias em uma amostra de 1101 estudantes da Universidade Federal da Fronteira Sul, campus Chapecó-SC. Como metodologia utilizou um estudo epidemiológico, transversal e descritivo exploratório. Utilizou como instrumento para coleta de dados de uma entrevista com 79 itens, na qual considera dados sociodemográficos; escala Youth Risk Behavior Surveillance System, que mede comportamentos de risco e de problemas sociais, o questionário Self-Reporting Questionnaire (SRQ-20), utilizado para avaliar transtornos mentais não psicóticos; e o Teste para Identificação do Uso do Álcool (AUDIT), que mede o consumo problemático de álcool.

Em relação a caracterização da amostra, a maioria era do sexo feminino, cisgênero, católicos, de cor branca e nascidos em Santa Catarina. Como resultados, identificou nesses sujeitos aos comportamentos de saúde na dimensão das lesões não-intencionais e violência: o não uso de capacete e cinto de segurança, andar de carro dirigido por alguém que tenha ingerido bebida alcoólica, dirigir após ter ingerido bebida alcoólica, ser agredida fisicamente pelo parceiro e ter sido forçada a ter relação sexual. Nos dados observou que 89% dos acadêmicos já tiveram relação sexual, 38,9% com mais de seis pessoas, 24,9% haviam consumido álcool ou usado drogas na última relação sexual. 37% não haviam utilizado preservativo, e o método mais utilizado para prevenir gravidez e doenças sexualmente transmissíveis foram o uso de preservativo e pílula anticoncepcional. Em relação a prática de atividade física identificou que 40,6% não realizaram nenhuma atividade nos últimos sete dias e 71,5% no último ano não participaram de nenhuma equipe esportiva.

A respeito do consumo de tabaco observou que 45,7% já tentaram fumar, até duas tragadas; 18,7% eram menor de idade quando fumaram um cigarro inteiro pela primeira vez; 18,4% haviam fumado no último mês; 10,6% fumou pelo menos um dia na universidade; 10,6% tentaram parar de fumar cigarros no último ano e 43,1% já fumaram narguilé. O uso de cocaína (em pó, pedra ou pasta) foi de 5,9% já usaram em algum momento da vida e 1,6% utilizou nos últimos 30 dias. As demais substancias obteve prevalência de 5,1% para uso de inalantes, 0,1% para heroína, 2,1% para metanfetaminas e 8,1% para êxtase.

Em relação a prevalência de sofrimento mental foi identificado em diferentes cursos e áreas do conhecimento. As variáveis que mais são significativas para o adoecimento mental são: ser do sexo feminino, não possuir religião, serem naturais de Santa Catarina, os comportamentos de saúde e o uso de substâncias psicoativas. O autor comenta que os comportamentos de saúde e a atividade física são fatores como proteção ao adoecimento psicológico. Já o uso e abuso de álcool e outras drogas estão relacionadas significativamente com o sofrimento mental (Funai, 2019).

Giajacomo (2020), realizou um estudo transversal, observacional e individuado. Observamos que tal pesquisa vincula-se ao projeto chamado “GRADUAUEL” – Análise da Saúde e Hábitos de Vida dos Estudantes de Graduação da Universidade Estadual de Londrina, desenvolvido por professores e acadêmicos do Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas e do Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva, ambos da UEL. Participaram do estudo três mil estudantes universitários de graduação maiores de 18 anos e que estavam cursando o primeiro semestre do ano letivo de 2019. Utilizou-se de caracterização sociodemográfica a partir de questionário semi-estruturado e questionário sobre imagem corporal.

Conclui que dentre os estudantes que fazem uso de medicamento psicotrópico, a maioria apresenta maior acesso a plano de saúde privado 52,3%, estar em um relacionamento afetivo 51,5%, e possuir qualidade do sono 50,1%. Referente ao nível de saúde mental 37,8% consideram ruim/muito ruim, e 27,3% possui diagnóstico de depressão. De toda amostra, 32,1% dos universitários relataram o uso de pelo menos um medicamento de uso crônico, sendo 44,6% de medicamentos que atuam no sistema nervoso central, e 22,4% de fármacos para trato do aparelho urinário e hormônio sexuais.

As características dos sujeitos que participaram da pesquisa do sexo feminino associados ao consumo de psicofârmacos foram ser de cor branca/amarelada, ter acesso ao plano de saúde privado, uso de drogas ilícitas no último mês, percepção de saúde mental ruim ou péssima, diagnóstico de depressão e a alta preocupação com a forma corporal. Para o sexo masculino, o trabalho remunerado, acesso ao plano de saúde privado, dependência parcial de recursos financeiros de familiares, área acadêmica de exatas e tecnológicas, insatisfeitos ou muito insatisfeitos com o curso, muito dependentes de mídias sociais e diagnóstico de depressão associam-se ao uso de medicamento psicotrópico (Giajacomo, 2020). Contudo, a autora relata que os homens possuem melhor percepção sobre sua saúde física e mental e menor preocupação com a imagem corporal. Já as mulheres, possuem maior preocupação com imagem corporal e menor índices de prática de atividade física.

Pedro (2017), teve como objetivo estimar a prevalência e identificar os fatores associados aos distúrbios psíquicos menores em estudantes universitários da área saúde. O estudo caracteriza-se como epidemiológico transversal, desenvolvido entre abril a julho de 2017 com 792 estudantes de uma instituição de ensino superior do Rio Grande do Sul, matriculados em sete cursos de graduação: Enfermagem, Farmácia, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Medicina, Odontologia e Terapia Ocupacional. Para coleta de dados utilizou um questionário com questões sociodemográficas, acadêmicas e de hábitos de saúde, e a versão brasileira da escala Self Reporting Questionnaire-20 (SQR-20) para avaliação dos distúrbios psíquicos menores. A análise dos dados foi a partir de estatística descritiva e analítica. Quanto ao perfil dos acadêmicos relacionados aos hábitos de saúde, 35,9% praticam atividade física, 55,4% possui tempo de lazer, 63,1% ingere bebida alcoólica às vezes e 88,6% não são tabagistas. Entre os sujeitos que apresentaram alguma doença com diagnóstico médico constatou-se em 28,8% do total da amostra; as mais prevalentes foram doenças respiratórias 35,5% e transtornos mentais e comportamentais 21,5%. Dos que fazem uso de medicação contínua 39,6%, as mais frequentes são anticoncepcionais em 65,5% e os antidepressivos 21,9%.

A escala SRQ-20 foi utilizada para mensurar dados referente aos distúrbios psíquicos menores tais como: dores de cabeça frequente, falta de apetite, sono ruim, tremores, nervosismo, tensão, má digestão, dificuldades com pensamento, sentimento de tristeza, dificuldades na rotina, falta de interesse, cansaço e pensamento de morte. De acordo com a amostra de pesquisa, a prevalência global de Distúrbios Psíquicos Menores foi de 55,4%. As maiores frequências de afirmativa foram nas questões: “Sente-se nervoso, tenso ou preocupado?” - 84,5%; “Tem dificuldade de tomar decisões?” - 56,8%; “Você se cansa com facilidade?” - 55,9%, e “Dorme mal?” - 55,4%.

O estudo também apontou que ser do sexo feminino, utilizar ônibus para se locomover até à universidade, o fato de cursar fonoaudiologia, enfermagem, terapia ocupacional, farmácia, medicina ou fisioterapia; não praticar ou praticar somente as vezes atividade física, ser tabagista e/ou fazer uso às vezes do tabaco, não ter tempo para lazer e possuir doença com diagnóstico médico constituem-se nos fatores associados ao adoecimento psíquico. Em estudantes de enfermagem, medicina e odontologia foi identificada quatro vezes mais chances de adoecimento nas mulheres, comparadas aos homens. Os sintomas de distúrbios psíquicos menores acometem quatro a cada 10 mulheres (Pedro, 2017).

Santos (2020), buscou compreender o sofrimento psíquico em estudantes de psicologia de uma universidade pública do interior do estado. Para tanto, utilizou-se de caracterização dos estudantes a partir de dados sociodemográficos e, como citado no estudo anterior, usou o Self Reporting Questionnaire-20 (SQR-20) para identificar distúrbios psíquicos menores. Após compôs três grupos focais a partir de uma abordagem multimetodológica com alunos no início, meio e fim do curso de graduação. Esses grupos podem ser considerados como um tipo de entrevista em grupo, ou como entrevistas em profundidade capaz de mensurar dados intrínsecos e qualitativos do que se propõe estudar. A análise dos dados se deu por dados descritivos e análise de conteúdo. O método na qual o autor se embasou para as análises e discussões foi o da Psicologia Social Crítica de Silvia Lane.

O autor observou, no decorrer da pesquisa realizada, que o sofrimento psicológico dos acadêmicos está ligado ao desamparo institucional das necessidades psicossociais. Os transtornos mentais comuns, como depressão e ansiedade são encontrados na maioria dos acadêmicos e a negligência a esses sintomas podem desencadear prejuízos maiores. As fontes desse mal-estar estão relacionadas às vicissitudes da vida universitária, por exemplo, rotinas marcadas pelo excesso de atividades, questões financeiras, principalmente para o aluno que trabalha no contra turno, cobranças dos professores, dos familiares e de si próprios, alta carga horária de aulas e atividades formativas, dificuldades de adaptação e transição, bem como as dificuldades em manejar o tempo para os estudos (Santos, 2020).

Assim, como resultado sugere a implantação de políticas institucionais especificas de atenção ao estudante, com estratégias de apoio pedagógico, ações de acolhida e prática de promoção de saúde, como meios que podem reduzir riscos a esse público.

Simultaneamente, Silva (2021), realizou seu estudo com o objetivo de avaliar o grau de adaptação acadêmica dos estudantes universitários da área de saúde investigando suas relações com os níveis de ansiedade e variáveis sociodemográficas e acadêmicas. Foi realizado um levantamento com 316 alunos de três universidades: Universidade Federal de São João Del-Rei, Universidade Federal de Ouro Preto e Universidade Federal do Triângulo Mineiro, todas localizadas no estado de Minas Gerais. Como metodologia utilizou um estudo de levantamento, de corte correlacional e transversal. Como instrumentos utilizou-se o Questionário de Vivências Acadêmicas – versão reduzida (QVA-r); Escala de Depressão, Ansiedade e Estresse (DASS-21), e um questionário sociodemográfico e acadêmico.

Os resultados evidenciaram que os alunos apresentam grau moderado de adaptação acadêmica, com maior grau nas dimensões da carreira pessoal e interpessoal. No entanto, a avaliação da ansiedade revelou que quanto maior o nível de ansiedade menor é o grau de adaptação acadêmica. Como nos demais estudos apresentados, para Silva (2021) os maiores índices de ansiedade estão no sexo feminino e nos alunos mais jovens.

Por conseguinte, Feliciano (2019), desenvolveu um estudo em uma universidade do Distrito Federal afim de compreender como se dá a percepção dos professores universitários sobre os estudantes que apresentam transtornos mentais comuns. A metodologia foi de um estudo documental analisando documentos de atendimentos psicológicos; e qualitativo por meio de entrevistas semi-estruturadas aplicadas com docentes para que houvesse a compreensão da percepção destes em relação aos estudantes adoecidos. O autor apropriou-se da Fenomenologia como método cientifico para embasar as discussões do estudo. A análise foi realizada pelo discurso do sujeito coletivo.

Na análise documental o autor observou o Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) da universidade em que realizou o estudo, no qual, identificou que nas políticas para funcionamento e apropriações da instituição estão evidentes a contemplação de programas de acolhimento e permanência do discente, programas de acessibilidade, monitoria, nivelamento, intermediação e acompanhamento de estágios não obrigatórios remunerados e apoio psicopedagógico, além de pressupor uma instância que permita o atendimento discente em todos os setores pedagógicos-administrativos da universidade. Promover um lugar de distribuição de oportunidades igualitárias para os estudantes. Além de formação continuada do professor para atender a novas demandas e apropriar-se de novos recursos tecnológicos e pedagógicos em sala de aula, entre outros.

Após, o autor também analisou fichas e relatórios de atendimentos psicológicos realizados por um projeto de psicologia no primeiro semestre de 2019. Este projeto atende às demandas dos estudantes com dificuldades de aprendizagem, englobando transtornos mentais com ou sem diagnóstico e acolhimento. Segundo dados desse projeto foram atendidos no decorrer do semestre 67 acadêmicos de diversos cursos, num total de 201 sessões de psicoterapia breve. A maior procura pelos atendimentos foi de jovens entre 18 e 24 anos do sexo feminino (63%). Os motivos mais comuns para a procura de atendimento deu-se por problemas pessoais (31%), ou pela rotina de estudos (25%). Estes dados corroboram para se discutir a adaptação do sujeito com o meio universitário, bem como a necessidade do olhar dos profissionais da instituição para o adoecimento mental.

A partir desses dados, Feliciano (2019) procedeu com as entrevistas aos docentes para compreender o adoecimento do aluno a partir da técnica de Discurso do Sujeito Coletivo. Esta metodologia constrói expressões-chaves retiradas das ideias centrais ou ancoragens de sentido semelhante, que foram reunidas em categorias definidas a partir da análise dos discursos individuais. Portanto, professores concordam que o estilo de vida influenciado pelo capitalismo desfavorece o desenvolvimento saudável dos jovens. As cobranças da sociedade influenciam num desenvolvido não saudável, pois há uma cobrança desleal entre os sexos e entre as classes sociais; por exemplo, o sujeito pobre tem um compromisso maior com uma história de sucesso do que os com maiores condições financeiras. Pessoas mais humildes terão mais dificuldades para se tornarem profissionais de sucesso devido a sua história de vida, e quando inseridos em uma realidade diferente da sua, acabam adoecendo. Além de que essas cobranças pessoais, da sociedade e da família propulsionam uma geração imediatista e consumista e que esse estilo de vida influência a saúde mental dos jovens. Outra questão é que muitos dos estudantes não estão preparados para o ensino superior. Os desafios enfrentados ao ingressar a universidade e a escolha profissional geram angústia nos alunos, pois pensam que a profissão escolhida seguirá pelo resto da vida e eles têm medo do que esperar no futuro devido as exigências pessoais e do mercado (Feliciano, 2019).

Ademais, os docentes alegam que possuem boa relação com os estudantes, porém não se sentem preparados suficientemente para lidar com acadêmicos mentalmente adoecidos. Os professores acreditam que precisam manter uma postura rígida e firme, pois a vida exige. Também acreditam que essa maneira dos brasileiros de não cumprir prazos é inadmissível e que precisam agir de forma punitiva para aprenderem. Dizem que isto é importante para os estudantes, pois eles não têm maturidade e por isso o professor não pode assumir uma postura paterna ou materna.

Em suma muitos professores preferem deixar de lado as questões de adoecimento mental dos alunos e se deter no processo de aprendizagem. Acreditam que são uma referência para os alunos – um espelho, e que precisam dar exemplo com um trabalho muitas vezes autoritário, como dono do saber, trabalhando em sala de aula de forma vertical, onde o docente manda e os alunos obedecem (Feliciano, 2019).

Os principais resultados indicaram que é necessário por parte dos docentes atenção ao estudante que está fragilizado por questões de adaptação, mudanças e estigmas sociais como, trabalho, realização profissional, etc. Contudo, o autor ressalta que o professor não deve somente se preocupar com o resultado do estudante em ser aprovado ou não, mas sim uma formação continuada e crítica, tanto pessoal quanto profissional que possa atender as necessidades dos alunos e questões de saúde mental (Feliciano, 2019).

Para Nogueira e Siqueira (2017), o nível de saúde mental influencia o sucesso acadêmico dos estudantes do ensino superior. Para tanto, a partir de um estudo descritivo, transversal e correlacional analisou uma amostra composta por estudantes do ensino superior de um distrito de Lisboa – Portugal. Como resultado, constatou que os níveis de saúde mental são satisfatórios, pois dos 560 participantes, somente 93 apresentavam índices abaixo do esperado. A maioria dos sujeitos com níveis de sofrimento psíquico estão entre as mulheres, que possuem sono desregulado e pouca prática de exercícios físicos. Também constatou que o nível socioeconômico é uma variável que contribui ao adoecimento.

Fesh et al. (2020) buscaram avaliar a prevalência e fatores associados ao episódio depressivo maior em universitários, com ênfase na influência do meio acadêmico, área de estudo escolhida e ambiente onde o universitário está inserido. Para isso, realizou-se um censo dos universitários ingressantes do primeiro semestre de 2017 em uma universidade do sul do Brasil. Utilizou-se do questionário Patient Health Questionnaire-9, que considera quando o sujeito apresenta cinco ou mais sintomas depressivos por pelo menos uma semana. Para análise usou-se de estatística descritiva e avançada. Como resultado, o estudo apontou que 32% dos estudantes apresentaram episódio depressivo maior, e com maior frequência entre o sexo feminino, de idade entre 21 e 23 anos, com histórico familiar de depressão, orientação sexual de minorias (homossexuais e bissexuais), que moravam com amigos ou colegas; estudantes da área das ciências sociais e humanas e dos cursos de linguística, letras e artes. Também o uso abusivo de álcool e o consumo de drogas ilícitas estiveram positivamente associados ao episódio depressivo maior.

Concomitante, Leão et al (2018) estimaram a prevalência e os fatores associados à depressão e ansiedade em estudantes universitários da área da saúde. Para isso, realizaram um estudo transversal analítico com alunos do primeiro ano dos cursos de Biomedicina, Enfermagem, Fisioterapia, Medicina e Odontologia de um centro universitário no Ceará. Foram aplicados questionários sobre dados sociodemográficos, Inventário de Depressão Beck e o Inventário de Ansiedade Beck. Dos 476 participantes, predominou-se o sexo feminino com menos de 20 anos de idade e solteiro. A prevalência de sintomas de depressão e ansiedade foi de 28,6% e 36,1% respectivamente. Em relação aos sintomas com a vida acadêmica, estudantes menos satisfeitos com o curso apresentaram quase quatro vezes maior incidência de terem depressão. Além de os índices apontarem o relacionamento familiar e de amizades como insatisfatório, a insuficiência de horas de sono, o fato de não realizar atividades físicas e as preocupações exageradas com o futuro, estão atrelados significativamente ao adoecimento psíquico. O autor ressalta que nos cursos da área de saúde há maior prevalência de sintomas de ansiedade e depressão do que nos demais.

Estudo semelhante foi o trabalho de Lima et al (2019) que buscaram também analisar os índices de ansiedade e depressão em estudantes universitários da área da saúde de uma universidade privada do estado de Sergipe. Desenvolveram a pesquisa com acadêmicos de medicina, enfermagem e odontologia submetidos a responder o Inventário de Depressão de Beck. A amostra foi composta por 383 estudantes, maioria mulheres e com um intervalo na faixa etária de 26 a 33 anos. Os autores identificaram que não houve associação entre a variável depressão e gênero, e a depressão grave foi constatada em 5,40% dos alunos de odontologia, 8,60% de enfermagem e a depressão moderada a grave em 3,60% dos de medicina.

Ainda sobre os níveis de sintomatologia depressiva, estresse e ansiedade o estudo de Jardim, Castro, Rodrigues (2020) também buscou avaliar os níveis desses sintomas em 410 estudantes (233 ingressantes e 177 concluintes) dos cursos de saúde de uma universidade pública federal do interior do Pernambuco, com a finalidade de verificar se estar matriculado no início ou final do curso pode interferir em tais níveis. A partir de um questionário estruturado e escalas que mensuram a qualidade de vida e saúde mental, os resultados apresentaram indícios de sofrimento mental em 53,9%, sendo 43,4% traços de ansiedade, níveis moderados de estresse e baixos índices de sintomas depressivos. Segundo os autores, não houve diferença significativa entre os alunos iniciantes e concluintes, o que confirma a hipótese que o meio acadêmico parece não ser adoecedor, mas outras variáveis segundo os autores, devem ser investigadas, como fatores pessoais (relacionamentos interpessoais, familiares, autoestima, etc.), pois podem estar relacionadas a essas características nesse período de vida e que de certo modo, a universidade pode contribuir para maior qualidade de vida e bem-estar.

No estudo de Veloso et al (2019) objetivou identificar o nível de ideação suicida em universitários da área da saúde. Participaram 142 acadêmicos de uma instituição pública de Teresina Piauí, respondendo uma escala de ideação suicida. Como resultado, obtiveram a prevalência de ideação suicida em 22%, sobretudo, entre homens, solteiros e com vínculo empregatício. Contudo, os autores afirmam que a prevalência de pensamentos suicidas entre os estudantes pesquisados é considerada alta. Também os resultados deste trabalho permitiram fazer associações significativas entre variáveis como o uso de bebida alcoólica, tabaco e outras drogas, ter histórico de bullying, bem como, não fazer o curso desejado são fatores que aumentam as chances de ter ideação suicida. Outro achado relevante é que quanto mais intensa é a ideação suicida, menor é o rendimento acadêmico. Esses dados trazem preocupantes reflexões que vão desde a escolha do curso, a entrada no meio acadêmico, as relações que são estabelecidas e as exigências da própria universidade.

No artigo de Sousa et al. (2016), um fator importante mencionado, foram os universitários reconhecerem a necessidade de compreender a doença psíquica através do paradigma biopsicossocial. Porém, ao trabalhar com 480 estudantes dos cursos de Psicologia, Medicina e Enfermagem a respeito das representações sociais de universitários sobre a Reforma Psiquiátrica e o doente mental, relacionando-as com a adesão destes aos paradigmas de atenção à saúde mental, identificou-se uma compreensão ambígua acerca da Reforma Psiquiátrica.

Quando questionados sobre a doença, a compreendem sob o discurso biomédico, ou seja, de que a doença mental deve ser encarada como uma condição biológica. Essa questão contribui para uma falta de responsabilização dos sujeitos em relação ao adoecimento, considerando apenas o fisiológico e o uso de medicação e minimizando a necessidade de reconhecer as questões subjetivas. Tal resultado reflete a atual situação do campo da saúde mental, na qual, em todas as esferas, o paradigma biomédico não foi totalmente superado e nem o paradigma psicossocial totalmente estabelecido (Sousa, et al, 2016).

No estudo de Pinho (2016), através de uma pesquisa documental realizada com 102 prontuários atendidos por um programa de atendimento psicológico no ano de 2011 na Universidade do Oeste de Santa Catarina-SC, considerando as variáveis: sexo, idade, curso e motivo de consulta, constatou-se que a maioria dos usuários do serviço é do sexo feminino e da área da saúde, a faixa etária de maior número de atendimentos corresponde entre 21 a 25 anos, e as principais queixas são déficits de habilidades sociais, seguidas do transtorno depressivo e transtorno de ansiedade. Com esses dados levantados, o autor ressalta a necessidade desse tipo de programa para atendimento em saúde mental aos jovens universitários, porém também alega que deve ser considerado os fatores sociais e institucionais que favoreçam a promoção de saúde desses estudantes.

Por fim, o estudo de Graner e Cerqueira (2019), a partir de uma revisão sistemática sobre fatores de risco e proteção para o sofrimento psíquico em universitários, apontam que as características da vida acadêmica estão frequentemente associadas a presença de sofrimento psíquico nos universitários. A discriminação social entre os alunos, estruturas curriculares e pedagógicas dos cursos são aspectos profundamente pesquisados e que ressaltam a necessidade de novas políticas educacionais para o planejamento de intervenções, favorecendo o bem-estar dos alunos e vivências mais positivas no ambiente educacional, bem como prevalecer uma formação não só acadêmica, mas também social e crítica acerca da saúde mental.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

De acordo com o levantamento realizado pode-se observar que há um elevado número de jovens adoecidos psiquicamente, como também fazendo uso de medicação controlada para os sintomas de depressão e ansiedade. Também observamos que algumas universidades buscam soluções internas para combater o adoecimento mental e promover um espaço acolhedor e de boas práticas em saúde mental. O problema maior é que são projetos iniciais e que muitos deles não há apoio da própria gestão da instituição, como também não há profissionais e recursos suficientes que atendam a demanda.

O adoecimento mental quando não tratado, pode levar á situações piores, como por exemplo, abandono da graduação, transtornos mentais graves e até o suicídio. Compreendemos que apesar de estudos iniciais, precisa-se de novas pesquisas que levantem dados de adoecimento mental em jovens universitários, bem como discutir a problemática para mobilizar as instituições de ensino superior, como também, encontrar possíveis soluções para o problema.

Material suplementario
Información adicional

Como citar: Rufato, F. D., Rossetto, E., & Wilkon, N. W. V. (2022). Psychic illness in young university students. Revista Tempos e Espaços em Educação, 15(34), e16903. http://dx.doi.org/10.20952/revtee.v15i34.16903

Contribuições dos Autores: Rufato, F. D.: concepção e desenho, aquisição de dados, análise e interpretação dos dados, redação do artigo, revisão crítica relevante do conteúdo intelectual; Rossetto, E.: concepção e desenho, aquisição de dados, análise e interpretação dos dados, redação do artigo, revisão crítica relevante do conteúdo intelectual; Wilkon, N. W. V.: concepção e desenho, aquisição de dados, análise e interpretação dos dados, redação do artigo, revisão crítica relevante do conteúdo intelectual. Todos os autores leram e aprovaram a versão final do manuscrito.

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Notas
Notas de autor
1 Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Cascavel, Paraná, Brasil.
1 Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Cascavel, Paraná, Brasil.
1 Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Cascavel, Paraná, Brasil.
Tabela 1
Trabalhos selecionados para o estado do conhecimento (2016 a 2021).

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