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EDITORIAL

Ensino em tempos de pandemia: adaptações a um grande desafio

Teaching in times of a pandemic: adaptations to a great challenge

Maria Helena Simões Villas Bôas visaemdebate@incqs.fiocruz.br

Fiocruz, Brasil

Vigilância Sanitária em Debate, vol. 10, núm. 3, pp. 1-2, 2022
INCQS-FIOCRUZ

DOI: https://doi.org/10.22239/2317-269X.02113

Prezados leitores,

Desde que recebi o convite para ser editora científica da revista Vigilância Sanitária em Debate: Sociedade, Ciência & Tecnologia (Health Surveillance under Debate: Society, Science & Technology) – Visa em Debate, tenho direcionado muita atenção para o fortalecimento da revista como potencial veículo de disseminação de conhecimento em Vigilância Sanitária. As áreas de pesquisa e desenvolvimento tecnológico têm caminhado intrinsecamente, porém outras, como a educação e a formação profissional em Vigilância Sanitária, necessitam de muita promoção e projetos que possibilitem essa formação.

Na pandemia, a educação de maneira geral foi prejudicada nos diferentes níveis de formação, desde a educação básica até a universitária, e esse cenário trouxe à tona a grande desigualdade social que existe no país¹. A relação tradicionalmente estabelecida entre os professores e os alunos foi descontinuada abruptamente devido às medidas de distanciamento social na tentativa de contenção da COVID-19. As soluções para esse distanciamento se voltaram para as modalidades de ensino remoto, que demandou adaptação dos professores, dos alunos e dos pais e das mães. Nenhum dos envolvidos dominava amplamente a tecnologia digital necessária para a transmissão do conteúdo curricular. Foram dois anos de instabilidade educacional que ainda terão seus reflexos sentidos por muitos anos².

A princípio, esse problema impactou diretamente a formação profissional e acadêmica em Vigilância Sanitária, porém algumas alternativas foram logo implantadas e ocorreu uma rápida adaptação dos envolvidos em geral. É interessante mencionar que, devido ao uso de tecnologias digitais, alunos de diferentes partes do país puderam realizar sua formação mesmo a distância.

Como sou docente do programa de pós-graduação em Vigilância Sanitária do Instituto Nacional de Controle de Qualidade da Fundação Oswaldo Cruz, aderi prontamente às atividades remotas tendo como objetivo não prejudicar a formação dos alunos do programa. As aulas, os seminários e as defesas estavam desde então sendo remotas, porém atualmente em transição devido às diretrizes da Fundação Oswaldo Cruz.

Aprendemos muito!!! Mas tenho uma certeza: como fez falta o contato entre os alunos e os professores. Acredito que as experiências que obtiveram êxito devem ser incorporadas a nossa prática, porém associadas ao “novo” ensino presencial³.

Quando observamos a produção científica em educação da Visa em Debate, encontramos vários autores que se preocupam em disseminar experiências exitosas ligadas ao tema, apresentando desde estudos observacionais de contexto situacional até a prática educacional implantada em algumas instituições.

As atividades presenciais estão retornando gradativamente, porém, para os nossos profissionais da área de Vigilância Sanitária distribuídos Brasil afora e ávidos por conhecimento, as iniciativas de formação que foram realizadas de forma remota deveriam continuar, pois representam um enorme ganho devido à amplitude e à capilarização de conhecimento.

A revista Visa em Debate sempre estará de braços abertos para receber novas contribuições sobre tema tão caro.

Este número da revista contempla a publicação de 11 artigos, uma revisão, um relato de experiência e 4 cartas.

Boa leitura!