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EXPANSÃO DA EDUCAÇÃO SUPERIOR STRICTO SENSU: O SUDOESTE DO PARANÁ
Nayara Massucatto; Giovanna Pezarico; Marlize Rubin Oliveira
Nayara Massucatto; Giovanna Pezarico; Marlize Rubin Oliveira
EXPANSÃO DA EDUCAÇÃO SUPERIOR STRICTO SENSU: O SUDOESTE DO PARANÁ
EXPANSION OF STRICTO SENSU HIGHER EDUCATION: THE SOUTHWEST PARANÁ
Desenvolvimento Regional em Debate, vol. 6, núm. 1, pp. 159-174, 2016
Universidade do Contestado
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Resumo: Este trabalho esteve inserido em um projeto de pesquisa, cujo objetivo pretendeu investigar o processo de expansão da Educação Superior no Sudoeste do Paraná, seus desafios, perspectivas e possibilidades para o desenvolvimento regional. O recorte ora exposto buscou compreender o desenvolvimento da expansão da Educação Superior no Brasil e no Sudoeste do Paraná, além de traçar um perfil referente aos cursos de Pós-Graduação presentes nesta região, através de uma pesquisa qualitativa de caráter exploratório. Optou-se em analisar a caracterização dos cursos de Pós-Graduação Stricto Sensu na região, bem como verificar se esses têm acompanhado os movimentos nacionais das políticas públicas para a Educação Superior. A interiorização, a partir do movimento de Políticas Públicas, não deixa de ser também um interesse local de desenvolvimento. Esse interesse se dá pelo processo de transformação que aos poucos está inserindo outras formas de expansão econômicas e sociais. Verifica-se que a implementação dos programas foi uma necessidade atendida primeiramente ao desenvolvimento da região, contextualizada à educação e novas formas de produção que deixaram de ser essencialmente agrícolas. Por fim, no que se refere ao perfil dos cursos de Pós-Graduação Stricto Sensu no Sudoeste do Paraná, em sua maioria em processo de consolidação e avaliação, apresentam como finalidade a perspectiva de contribuir com o desenvolvimento regional, por meio da capacitação de profissionais que atuam nas diferentes áreas com foco na formação especializada e qualificada a partir da pesquisa.

Palavras-chave:Expansão da Educação SuperiorExpansão da Educação Superior, Pós-Graduação (Stricto Sensu) Pós-Graduação (Stricto Sensu), Sudoeste do Paraná Sudoeste do Paraná.

Abstract: This paper was involved in a research project whose objective was to investigate the expansion process of Higher Education in the Southwest of Paraná, their challenges, prospects and possibilities for regional development. The cut here exposed sought to understand the development of the expansion of Higher Education in Brazil and the Southwest of Paraná, besides outlining a profile relating to Graduate Courses present in this region, through a qualitative exploratory research. Chose to analyze the characterization of the Stricto Sensu Graduate Studies in the region, and to verify if these have followed the movements of national public policies for Higher Education. The distance from the major centers from the movement of public policies is also an interest by local development. The transformation process that is gradually entering other forms of economic and social expansion gives this interest. Verify that programs implementation was a need answered firstly for the development of the region, contextualized the education and new forms of production that left to be essentially agricultural. Finally, with regard to the profile of the Stricto Sensu Graduate Courses in Southwest Paraná, mostly is in the consolidation process and evaluation, introduce as purpose to contribute with the regional development, from training professionals that acting in different areas with focus on skilled and qualified formation from the research.

Keywords: Higher Education expansion, Graduate (Stricto Sensu), Southwest of Paraná.

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Artigos

EXPANSÃO DA EDUCAÇÃO SUPERIOR STRICTO SENSU: O SUDOESTE DO PARANÁ

EXPANSION OF STRICTO SENSU HIGHER EDUCATION: THE SOUTHWEST PARANÁ

Nayara Massucatto
Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Brasil
Giovanna Pezarico
Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Brasil
Marlize Rubin Oliveira
Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Brasil
Desenvolvimento Regional em Debate, vol. 6, núm. 1, pp. 159-174, 2016
Universidade do Contestado

Recepção: 23 Junho 2014

Aprovação: 24 Abril 2015

Como citar este artigo: MASSUCATTO, N.; PEZARICO, G.; RUBIN OLIVEIRA, M. Expansão da Educação Superior Stricto Sensu: o sudoeste do Paraná. DRd - Desenvolvimento Regional em debate, v. 6, n. 1, p. 159-174, 15 abr. 2016. DOI: https://doi.org/10.24302/drd.v6i1.647

INTRODUÇÃO

A expansão da Educação Superior tornou-se tema recorrente, principalmente na última década em que o Brasil enfrenta além do desafio da expansão, o desafio da interiorização desse nível de ensino. Nesse contexto, a Região Sudoeste do Paraná acompanhou o movimento nacional de expansão, desde suas primeiras Instituições de Ensino Superior (IES) na década de 1970, passando pelo momento de expansão das IES privadas nos anos noventa, até o recente processo de expansão das IES públicas, principalmente por meio da interiorização da Pós-Graduação.

Assim, a temática contemplada no presente estudo esteve inserida em um projeto de pesquisa mais amplo, cujo objetivo foi o de investigar o processo de expansão da Educação Superior (ES) no Sudoeste do Paraná, seus desafios, perspectivas e possibilidades para o desenvolvimento regional. Como recorte, o presente artigo objetivou analisar o desenvolvimento da expansão da Educação Superior no Brasil e na Região Sudoeste do Paraná pela via da Pós-Graduação, traçando um perfil referente aos Programas de Pós-Graduação (PPG) presentes na região, através de uma pesquisa qualitativa de caráter exploratório.

Na perspectiva de compreender como a expansão da Educação Superior vem ocorrendo na Região Sudoeste do Paraná, optou-se em analisar a caracterização dos cursos de Pós-Graduação Stricto Sensu, bem como, verificar se os cursos têm acompanhado o movimento de políticas públicas no âmbito da Educação Superior. Justifica-se, pois, identificar a trajetória da Educação Superior para compreender o aumento no número de acesso a este nível de ensino, implicações nas mudanças do perfil das universidades, quando comparadas aos seus momentos anteriores.

Assim, o presente artigo foi organizado nas seguintes seções: a expansão do Ensino Superior no Sudoeste do Paraná, contextualizando com o mesmo processo ocorrido no Brasil; a expansão da Pós-Graduação Stricto Sensu no Sudoeste, caracterizando seu perfil e trançando os aspectos do seu desenvolvimento com o cenário local, nacional e internacional. Por fim, são apresentas as considerações finais.

A EXPANSÃO DO ENSINO SUPERIOR NO SUDOESTE DO PARANÁ

A Região Sudoeste do Paraná é composta por 42 municípios, que possuem forte ligação com o Oeste de Santa Catarina e Norte do Rio Grande do Sul, devido a semelhanças de relevo, clima e colonização. A proximidade do Sudoeste com a capital Curitiba (cerca de 400 km) contribuiu para o desenvolvimento econômico e social da região, que se caracteriza por ser basicamente agrícola, influenciando diretamente a economia local. As dinâmicas regionais têm historicamente dialogado com o processo de expansão da Educação Superior, vivenciado nas últimas décadas e que indica ter contribuído nesse processo de desenvolvimento regional.

Como aproximação à temática deste artigo, é importante considerar que no Brasil, o movimento de expansão da Educação Superior começou a dar seus primeiros passos ainda a década de 1930, quando o incentivo ocorria apenas pelo setor privado ainda com a finalidade de atender a elite brasileira. No entanto, a partir desse cenário, o Brasil passou a desenvolver-se por estratégias que privilegiaram as dinâmicas urbano-industriais, cuja população, precisamente das classes mais baixas, aumentou consideravelmente nos grandes centros. Consequentemente as pressões populares também tornaram-se maiores, para que o ensino elitista fosse reformado, reivindicando o acesso pelo aumento no número de vagas nas universidades brasileiras.

A partir dos anos de 1960 as mobilizações se acentuaram, caracterizando-se pelas pautas de ordem social e política muito mais amplas. Como implicações, destaca-se a data de 28 de novembro de 1968, quando foi realizado o ajuste na Lei n. 5.540/68, criando um vigoroso projeto de Reforma Universitária. Tal marco, para Saviani (2010, p. 09) contemplou um

[...] grupo de trabalho da Reforma Universitária buscou atender à primeira demanda proclamando a indissociabilidade entre ensino e pesquisa, abolindo a cátedra que foi substituída pelo departamento, elegendo a instituição universitária como forma preferencial de organização do Ensino Superior e consagrando a autonomia universitária cujas características e atribuições foram definidas e especificadas. De outro lado, procurou atender à segunda demanda instituindo o regime de créditos, a matrícula por disciplina, os cursos de curta duração, a organização fundacional e a racionalização da estrutura e funcionamento.

Nesta mesma época o Estado do Paraná encontrava-se em fase de integração, incluído no discurso modernizante da época, levado a efeito pela construção de estradas e ferrovias que permitiram o alcance das ações estratégicas com vistas ao desenvolvimento do Estado. As Instituições de Educação Superior foram criadas movidas pelo interesse das classes dominantes da região, e não com a finalidade de atender a sociedade como um todo (SCHMIDT, 1999).

Assim, em todo o país a abertura da ES para as demais classes sociais ocorreu de forma lenta e gradativa, com maior evidência somente no início da década de 1980. Nesta época, o Brasil adotou políticas públicas que exerciam maior controle sobre a abertura de novas instituições. A ES passou por uma acomodação, tanto pelo setor público, quanto privado, devido a burocratização que instituía regulamentações, decretos e avaliações que dificultavam os processes de implementação de novos cursos por via privado, sendo que, no caso público, a anunciada falência do Estado cortaria o orçamento às áreas de pesquisa e extensão e capacitação de docentes (PEZARICO; RUBIN, 2004).

Por outro lado, a Constituição de 1988 estabeleceu a autonomia universitária no ensino, na pesquisa e na extensão, garantindo a gratuidade nos estabelecimentos públicos. Na sequência, a redemocratização do país, a partir de 1989 com a primeira eleição presidencial que pavimentaria esse processo,

O período que corresponde aos mandatos do Presidente Fernando Henrique Cardoso de 1994 ao final de 2002, formou uma aliança política liberal-conservadora, que visava o corte privatista para a ES com claro incentivo a intensificação de matriculas principalmente via setor privado. As instituições públicas de ES permaneceram de lado neste momento, iniciando a transição em que a IES “[...] tende a converter-se em ensino, na forma de transmissão de conhecimentos gerais e específicos, técnicos e profissionais, formando quadros para os diversos setores da economia e da sociedade” (GOMES; MORAES, 2012, p. 175). Contudo, até meados de 2002 a Educação Superior ainda era caracterizada como sistema de elite, tendo em vista o número de matrículas brutas que pouco cresceram durante o período. Somente a partir do ano de 2003 é que esse desenvolvimento tornou-se mais evidente, marcando a passagem para um sistema que atendesse a maioria da população.

A partir do governo Lula, ocorreu então, a continuidade de incentivo à iniciativa privada e a expansão da ES. O governo retomou o Programa Universidade Para Todos (PROUNI), destinado a financiar a graduação de estudantes regularmente matriculados nas instituições de ES privadas através de bolsas integrais ou parciais para alunos de escolas públicas que atingiram notas boas através do processo de seleção do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) e o Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (FIES), a fim de acelerar o aumento no número de vagas.

Na Região Sudoeste do Paraná, especificamente, o movimento de expansão da ES foi mais relevante a partir dos anos de 1999 e 2002, quando a região passou a ter 13 instituições de nível Superior, em sua maioria, de caráter privado. Entretanto, o primeiro contato da região com a ES se deu entre as décadas de 1960 e início de 1970, com a criação de três instituições de ensino. A primeira instituição foi estabelecida na cidade Palmas, com o Centro Pastoral, Educacional e Assistencial Dom Carlos (CPEA), entidade mantenedora da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras (FAFI), regularizada em 1969. Os principais aspectos que contribuíram para a instauração da ES em Palmas foram a ligação com o próprio Sudoeste, com outros municípios dos demais estados do sul, o pioneirismo da cidade e a presença católica ali presente.

A segunda instituição criada na região também no município de Palmas em 1979 foi a Faculdades Reunidas de Administração, Ciências Contábeis e Ciências Econômicas de Palmas (FACEPAL). Ainda na década de 1970 mais duas instituições de ES foram criadas, uma em Pato Branco, a Fundação Faculdade de Ciências Contábeis de Administração de Pato Branco (FACICON), que em 1982 passa pelo processo de alteração na sua denominação para Fundação de Ensino Superior e Pato Branco (FUNESP), e outra em Francisco Beltrão, Faculdade de Ciências Humanas de Francisco Beltrão (FACIBEL), inicialmente com dois cursos: Estudos Sociais e Economia Doméstica. Ambas as instituições eram fundações com estruturas cedidas pelos municípios.

Tais instituições permaneceram como opções regionais para a formação em nível superior até o final da década de 1990, quando a região vivenciou seu segundo processo de expansão. A reforma na Educação Superior e as possibilidades advindas pela LDB (Lei das Diretrizes e Bases da Educação- nº 9.394) à educação privada contribuíram para o processo de expansão como um todo. Segundo Pezarico e Rubin (2004), isso ocorreu a partir de três frentes: uma foi a da verticalização do ensino médio para o superior de escolas particulares, outra a partir da iniciativa de grupos empresariais e a terceira foi uma frente de expansão que esteve relacionada ao anseio da comunidade de trazer à região uma IES pública.

O objetivo da terceira frente foi alcançado em duas vias. A primeira foi pelo processo de descentralização do Centro Federal de Educação Tecnológica do Paraná (CEFET/PR), por meio do Programa de Expansão e Melhoria do Ensino Técnico criado em julho de 1986 pelo Governo Federal, sendo instaurado na Região Sudoeste na cidade de Pato Branco, incorporando, após um ano, a FUNESP, passando por uma reorganização didático-pedagógica. A segunda se caracterizou pela via estadual quando a FACIBEL foi incorporada pela Universidade do Oeste do Paraná (UNIOESTE) em 1999.

Este movimento teve seu ápice nos anos de 1999, 2000 e 2001, com a criação de 12 instituições de ES distribuídas em 8 municípios, com mais uma criada no ano seguinte. As políticas educacionais facilitaram a expansão do Ensino Superior. Na Região Sudoeste as vagas foram ofertadas pela iniciativa de grupos empresariais e pela verticalização do ensino médio para o superior de escolas particulares. A expansão ocorrida neste período, segundo Pezarico e Rubin (2004), seguiu o modelo de políticas flexíveis e descentralizadas da Educação Superior, devido a desobrigação do estado com este nível de ensino.

Além disso, os últimos governos voltaram-se aos investimentos nas instituições públicas principalmente por meio do Programa de Apoio a Plano de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (REUNI), que implicou no aumento do número de universidades federais e consolidação de novos campi com o objetivo de reorganizar a ES no país e promover a igualdade social e agregação de diversos centros tecnológicos educativos federais, visando a formação do trabalhador (GOMES; MORAES, 2012).

Na Região Sudoeste esses incentivos tomaram forma pela transformação e incorporação de universidades federais como Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) e a Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), além do aumento de intuições de caráter privado, pois, com as demandas para formações que atendessem ao mercado e necessidade de novas vagas para a ES a baixo custo. Viu-se então, no ensino privado um nicho de mercado, com vistas a atender prioritariamente ao ensino, em detrimento da pesquisa e da extensão. Para Gomes e Moraes (2012) a pesquisa no país é mantida por instituições federais que concentram maior investimento do governo e consequentemente, são mais disputadas por alunos, tornando sua seleção mais concorrida, mantendo ainda o perfil elitista.

Levando em consideração esse aspecto, na Região Sudoeste do Paraná o desenvolvimento da ES foi caracterizada também pelo aumento no volume de vagas para o Ensino Superior. Contudo, em um quadro geral, sobre uma visão qualitativa, é possível observar que enquanto instituições públicas investem na pesquisa e no corpo docente, muitas instituições privadas primam pelo ensino, dissociado da pesquisa e extensão. Sendo assim, a transição da ES permanece mascarada pelos números. Quanto a isso, Saviani (2010, p. 15) afirma que:

Só na medida em que o Brasil mantiver um sistema de Ensino Superior de alto padrão de qualidade buscando expandi-lo amplamente é que ele terá condições de formar quadros e selecionar os cientistas de ponta, que vão, de alguma forma, liderar o seu desenvolvimento científico e tecnológico. Sem isso ele ficará em posição subalterna em relação aos demais países.

Atualmente, a Região Sudoeste do Paraná conta com 23 instituições de ES em caráter presencial distribuídas em 12 municípios, sendo destas, apenas 8 instituições públicas (MEC, 2014), as quais, duas delas representam conquista recente para a região, como a UFFS-Universidade Federal da Fronteira Sul, no município de Realeza e o IFPR- Instituto Tecnológico Federal do Paraná, no município de Palmas, por via da incorporação do Centro Universitário Diocesano São Carlos (UNICS), instituição instalada na Região desde o ano de 1969.

Os cursos de tais instituições se caracterizam por serem distribuídos em áreas de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas, Ciências Exatas e da Terra e Tecnologia. Das vagas ofertadas a maior parte está restrita ao setor privado. Outras vias de ensino superior estão em processo de expansão como a Educação a Distância e a Pós-Graduação tanto no nível Latu Sensu quanto Stricto Sensu, estando em constante diálogo com o desenvolvimento regional.

Assim, Educação Superior passou a desenvolver um novo delineamento abrindo portas para um público mais amplo, tanto em termos regionais, no qual podem ser percebidos o ingresso à ES de camadas menos favorecidas, quanto pela presença de estudantes de outras regiões do país acessando à ES via SISU – Sistema de Seleção Unificada, realidade antes não vivenciada pelas instituições de ES da região em estudo. Outro fator a ser considerado no processo de expansão da ES na região é a presença de forma mais intensa da pesquisa, principalmente dentro das instituições públicas, pela via da consolidação da Pós-Graduação. Esse movimento tem se tornado importante tanto no processo de expansão, quanto no desenvolvimento da região.

Logo, o que se verifica é que a expansão da Educação Superior se insere nas dinâmicas do processo de desenvolvimento tanto no que se refere ao seu objetivo de formação profissional, quanto a produção de conhecimento científico. Na Região Sudoeste do Paraná essa dinâmica ocorreu acompanhando o movimento das políticas públicas. O que se evidencia no momento atual é o movimento de interiorizarão e expansão da Pós-Graduação. Assim, é necessário analisar e compreender esse movimento no que se refere a um contexto mais amplo das políticas públicas, além dos PPG da região.

PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU: O SUDOESTE DO PARANÁ

É possível perceber que a Pós-Graduação Stricto Sensu do Sudoeste do Paraná é parte integrante das dinâmicas das políticas públicas nacionais e das dinâmicas internas das IES analisadas. Cabe nesse intento, compreender inicialmente o processo percorrido pela ES brasileira.

A Educação Superior do Brasil, iniciada no período imperial, foi historicamente caracterizada pela implantação de cursos que visavam a formação de uma elite dominante. Por meio do avanço e desenvolvimento social e a urbanização, a necessidade pela primazia intelectual acabou passando por reformas que objetivavam justamente acompanhar tal avanço e reformular a sociedade em âmbito cultural, político e econômico, dando a pesquisa um papel fundamental neste processo. Enquanto na Europa a ES já era percebida como um meio para o desenvolvimento, no Brasil ainda passava por um período de institucionalização e seu acesso era apenas para uma pequena parcela da elite da população.

A reforma universitária ocorrida a partir da década de 1930 teve como foco a transformação universitária, baseada na racionalidade técnico-instrumental como modelo para o desenvolvimento. Ademais, a pesquisa passa a ser uma meta dentro das universidades. Por sua vez, em 1951 a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) é criada dentro do contexto processual de industrialização do segundo governo de Getúlio Vargas, no qual, buscou-se a quantidade e qualidade no desenvolvimento desses empreendimentos, formando pesquisadores para atuarem no país.

Para o crescimento urbano-industrial e para a proposta visionária do futuro brasileiro instaurado no país até meados do século XX, eram necessárias estruturas que realmente acompanhassem e alimentassem esse modelo de desenvolvimento. A institucionalização da ES, até então isolada, não era mais suficiente. O Brasil precisava produzir algo palpável para realizar seus objetivos, que atrelados à educação se impôs como estratégia prioritária, e a Pós-Graduação, formulou-se como espaço privilegiado para a produção do conhecimento científico por meio da pesquisa.

Nesse movimento a Reforma Universitária de 1968 é considerada outro acontecimento marcante para a consolidação da Pós-Graduação no Brasil, pois ao trazer a discussão da indissociabilidade entre ensino e pesquisa, provocou o investimento do governo na pesquisa, aliada a expansão da Educação Superior nos anos seguintes. Entretanto, esse movimento de expansão esteve restrito aos grandes centros e algumas regiões com maior força política.

Para Rubin (2011), às políticas educacionais e os financiamentos feitos na área favoreceram o forte investimento no campo da Pós-Graduação na década de 1970. Os reflexos ocorridos nessa época partiram principalmente da classe-média. A partir do ano de 1972, o movimento de expansão passou por condições decisivas que norteavam o Sistema Nacional da Pós-Graduação (SNPG), introduzindo uma avaliação a esse nível de ensino criado pela CAPES, denominado como Sistema de Avaliação da Pós-Graduação.

Na década de 1980 o governo passou adotar maior controle sobre a abertura de novas instituições. Esse controle rigoroso e o desenvolvimento da Educação Superior, ainda voltada principalmente a elite nacional, fizeram com que a expansão da Pós-Graduação Stricto Sensu chegasse à Região Sudoeste do Paraná apenas no final da primeira década dos anos 2000. Ao longo do processo de institucionalização do Sistema Nacional de Pós-Graduação inúmeras reformulações sucederam-se. Em 1988 ocorreu uma das mais significativas, uma vez que, não foram alterados os princípios do seu modelo, mas tornaram-se compatíveis ao desenvolvimento social e tecnológico, apontando a Pós-Graduação como eixo articulador.

A partir dos anos de 1990, mudanças foram conduzidas para superar as dificuldades do modelo existente. Uma análise da situação do Sistema de Pós-Graduação foi realizada objetivando sua melhoria. As principais providências tomadas foram o aprimoramento na coleta e tratamento de dados e a promoção de seminários para discussão e consolidação de informações nas diversas áreas de pesquisa. Em 1998, um novo modelo de avaliação foi construído, para solucionar as falhas correspondentes e elevar o Sistema de Pós-Graduação a condição exemplar, até mesmo diante de outras nações (RUBIN, 2011).

Atualmente, para continuar a aprimorar o seu sistema, a CAPES estabeleceu alguns objetivos para manter a qualidade criada no Sistema de Pós-Graduação, tais como: estabelecer o padrão de qualidade exigido dos cursos de mestrado e de doutorado identificando os cursos que atendem a esses aspectos, e fundamentar os pareceres do Conselho Nacional de Educação (CNE) sobre autorização, reconhecimento e renovação de reconhecimento dos Cursos de Mestrado e Doutorado brasileiros para que estes possam expedir diplomas com validade nacional reconhecida pelo Ministério da Educação (CAPES, 2014). Referente aos critérios de avaliação, os cursos dos programas seguem uma matriz comum, diferenciando-se ao peso dos critérios, que estão focados a proposta de cada programa, corpo docente e discente, teses e dissertações, produções e inserção social.

Além disso, o investimento no Sistema de Pós-Graduação brasileiro, não apenas qualificou-o, mas também possibilitou o aumento de alunos ingressantes a pesquisa em nível Stricto Sensu, deslocando a expansão da Pós-Graduação à outras regiões do país, como pode ser observado no Gráfico 1, a partir da concessão de bolsas ofertadas pela CAPES do ano de 1995 até 2012:


Gráfico 1
Progressão da concessão de bolsas de Pós-Graduação da CAPES no Brasil.
Fonte: Geocapes Dados Estatísticos (2014).

Em síntese, o processo da expansão do sistema de Pós-Graduação passou por reformas e avaliações que permitiram ao sistema chegar aos dias de hoje, incorporado a expansão da ES. Como observado no gráfico, no decorrer da década de 1990 e início do século XXI, o número de alunos participantes de mestrado e doutorado aumentou consideravelmente e com isso foi possível qualificar profissionais nas diversas áreas de atuação da pesquisa científica.

O Brasil, então, passou a apostar na oferta de mais vagas e opções Stricto Sensu como estratégia para o modelo de desenvolvimento proposto. Os investimentos nessa área acompanham movimentos políticos, econômicos e sociais em que a educação é parte fundamental no modelo de desenvolvimento almejado. No que diz respeito a Região Sudoeste do Paraná, a expansão da ES se insere no contexto do desenvolvimento regional resultando por um lado na capacitação e qualificação profissional e por outro no desenvolvimento do conhecimento e ciência.

No entanto, esse processo somente ocorreu a partir das mudanças políticas que propiciaram o desenvolvimento da ES no país. As políticas de interiorização da Educação Superior pela via pública - ocorrida na primeira década dos anos 2000 - resultaram na institucionalização da Pós-Graduação na Região Sudoeste do Paraná. Antes disso, a população interessada em especialização Stricto Sensu era obrigada a sair da região para se qualificar, mesmo havendo instituições de ES desde a década de 1960. Assim, é possível afirmar que a Pós-Graduação encontra terreno fértil a partir das políticas públicas atuais devido a interiorização e expansão deste nível de ensino.

O gráfico anterior demonstra a expansão desse nível de ensino alavancada pelas políticas públicas da última década. A Região Sudoeste encontrava-se de certa forma com pouca ou nenhuma possibilidade de expandir a ES por meio da Pós-Graduação, até a mudança das políticas públicas que criaram as condições necessárias à expansão da ES com políticas claras de incentivo à verticalização.

Assim, é possível perceber que a expansão da ES na Região Sudoeste do Paraná, pela via pública, proporcionou também o desenvolvimento da Pós-Graduação Stricto Sensu. Atualmente a região conta com 12 cursos de Mestrado e um curso de Doutorado. Desse quadro, 9 cursos de Mestrado e 1 curso de Doutorado são ofertados pela UTFPR – Universidade Tecnológica Federal do Paraná, instituição pública federal- e 3 cursos de Mestrado são ofertados pela UNIOESTE – Universidade do Oeste Paranaense - instituição púbica estadual. Os cursos são ofertados em três municípios que contemplam Campus dessas duas instituições (em Dois Vizinhos, Francisco Beltrão e Pato Branco). Outro dado que chama atenção é a distância entre esses municípios, os mais distantes encontram-se separados por 70 km. Esses municípios são considerados polos de desenvolvimento no contexto da Região Sudoeste, o que os coloca em uma posição privilegiada em termos econômico e político e a Pós-Graduação Stricto Sensu parece reformar ainda mais tal posição.

Os PPG presentes na região ainda são recentes. A crescente instalação deste nível de Educação resultou da expansão da ES e das necessidades regionais criadas em decorrência disso. A expansão da ES faz parte do movimento de desenvolvimento econômico e social da região, que atualmente junto com as regiões Oeste e Norte de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, possuem grande capacidade para tal desenvolvimento.

Quadro 1
Cursos de Pós-Graduação Stricto Sensu da Região Sudoeste do Paraná.

Fonte: Capes (2014) e dados da pesquisa.

No Quadro 1 é possível observar que os cursos Stricto Sensu da Região Sudoeste são ofertados por IES públicas, federal e estadual. Percebe-se ainda, que os primeiros programas foram implementados a partir do ano de 2007, o que os caracteriza ainda como programas em consolidação no contexto do processo de expansão da Educação Superior.

Os programas de Agronomia, Geografia, Zootecnia e Desenvolvimento Regional são os que ofertam a maior quantidade de vagas e que historicamente tem suas origens a partir das discussões das características regionais. Os programas priorizam temas voltados as questões rurais, da agricultura, da pecuária, temas ambientais e sobre desenvolvimento. Esses temas encontram ancoragem nas características regionais com predominância na agricultura, mas que vem atuando na pecuária com empresas nos setores bovino e aviário, além da forte presença da agricultura familiar. A implementação dos programas permitirá novos olhares sobre esses temas e a possibilidade de diálogos de saberes com vistas a busca de soluções para problemas e desenvolvimento de novos conhecimentos que possam contribuir com a realidade local.

Além disso, é possível observar a inserção na área da educação, como é o caso do PROFMAT, especificamente para o ensino e aperfeiçoamento de profissionais em matemática, e do PPG em Educação na UNIOESTE. O Programa em Desenvolvimento Regional da UTFPR mantém como uma de suas linhas de pesquisa Educação e Desenvolvimento. A discussão acerca dessa temática tornou-se necessária, tendo em vista que, a região necessitava de cursos e programas que ofertassem esse tipo de formação dialogando com os anseios locais.

É importante considerar também que as áreas fundamentadas nas tecnologias e engenharias passaram a compor o cenário da Região Sudoeste do Paraná. Por mais que ela ainda tenha predominância agrícola, aos poucos tem-se transformado e introduzido a seu desenvolvimento o setor tecnológico e industrial. Assim, estão sendo ofertados os PPG em Tecnologia em Processos Químicos e Bioquímicos, Tecnologia de Alimentos, Engenharia Elétrica, Engenharia Civil e Engenharia de Produção e Sistemas.

Conforme Perondi (2007), a matriz produtiva vem apresentando sinais de diversificações evidentes. As iniciativas locais patrocinaram esforços de expansão com a isenção de impostos municipais e a implantação de novos distritos industriais incentivando outras atividades passando a procurar novas alternativas de produção industrial que já apresentam certo resultado tornando a região um modelo diferenciado de desenvolvimento regional. Além disso, as produções primárias vêm acompanhando essa expansão passando a introduzir tecnologias diversas, bem como, o auxílio da indústria em seu sistema de produção. Sobre isso, o relatório de pesquisa do último Censo (IPEA, 2006), afirma que as agroindústrias rurais surgem pela busca de saídas a crise de um padrão estabelecido quanto as formas agrícolas amparados em processos de produção com intenso uso de tecnologias externas a unidade produtiva.

Assim, devido às dinâmicas atuais vivenciadas pela Região Sudoeste, é possível considerar que os PPG foram criados no bojo dos movimentos de expansão, verticalização e interiorização da ES no Brasil. Somando-se a isso, a necessidade de formar profissionais e desenvolver pesquisas e produzir conhecimento em áreas do conhecimento algumas já consolidadas na região como Agronomia e outras que se estabeleceram a partir das características das IES alavancadas por políticas públicas, como foi o caso das Engenharias.

Os programas em Pós-Graduação Stricto Sensu da Região Sudoeste do Paraná, mesmo pertencentes a diferentes áreas, têm em comum a finalidade de formar pesquisadores que produzam novos conhecimentos voltados ao desenvolvimento da pesquisa, além do aperfeiçoamento profissional em suas respectivas áreas. Os programas pertencentes à Área de Ciências Humanas e Agrárias, Geografia, Educação, Desenvolvimento Regional e Agronomia buscam criar uma interface com a sociedade e suas relações políticas, econômicas e sociais, a fim de criar um perfil da região em questão para desta forma contribuir com o desenvolvimento da mesma. Os demais programas ressaltam a importância do contexto regional, mas focam seus objetivos a um contexto mais amplo.

Ao analisar todos os programas, com exceção do PROFMAT, os mesmos apresentam como finalidade semelhante a implementação de cada curso como um elemento contribuinte para o desenvolvimento regional, seja para formar pesquisadores que contribuam com esta função ou para formar profissionais específicos, que primeiramente devam atender as necessidades da comunidade local. Assim, a Educação Superior tornou-se um fator chave no processo de desenvolvimento regional do Sudoeste do Paraná.

Segundo o IPARDES (2004), a população da região está passando por um processo de urbanização, porém, ainda menor que nas demais localidades do Estado. No entanto, esse processo está modelando uma nova estrutura produtiva no Sudoeste. Antes, a concentração de renda e empregos formais estavam centralizadas na agricultura e na indústria de madeira e alimentos, respectivamente. Porém, recentemente essa estrutura vem passando por modificações, como o declínio da indústria de madeira e aumento na produção industrial de máquinas, eletrodomésticos, metalurgia e de forma menos significativa com eletroeletrônicos. Esse perfil industrial mantém relações estreitas com a base agropecuária desta localidade, tendo ainda a produção de grãos e proteína animal como seus principais produtos.

Esse quadro de desenvolvimento, partindo de estruturas produtivas variadas oriundas do processo de urbanização, ainda muito ligadas a produção agropecuária, necessitou de mão-de-obra e conhecimento específico para atender a nova demanda. Com efeito, segundo o IPARDES (2004), dos 43 municípios da região 12 possuíam em 2008 Ativos Técnico-Científicos concentrando 8,3% do total do estado. Isso pode ser avaliado como algo positivo, pois sugere a desconcentração dos ativos presentes no espaço, afirmando, assim, a necessidade do crescimento desses ativos, a fim de contribuir para o contexto de desenvolvimento socioeconômico regional.

Os PPG fazem parte desses ativos e representam tais necessidades, como afirmado em seus objetivos, buscam qualificar os profissionais para atender esta demanda. Sendo assim, mesmo que em áreas distintas, os objetivos gerais dos programas analisados aproximam-se, no que diz respeito, a sua principal função: desenvolver e melhorar o processo evolutivo da Região Sudoeste do Paraná.

Todavia, o cenário atual foi construído por meio das mudanças políticas e econômicas originadas no contexto político atrelado à expansão da ES. Foi a partir da última década que a expansão e a interiorização da Educação Superior no Brasil, com a criação de políticas públicas específicas para estes objetivos como o REUNI, buscou ampliação do acesso e a garantia de permanência na Educação Superior.

Na Região Sudoeste, o REUNI contribuiu com condições necessárias à estruturação e desenvolvimento da UTFPR. Os cursos criados aumentaram a quantidade de vagas, trazendo bolsas de auxílio à permanência, pesquisa, bem como ao processo de internacionalização principalmente pelo programa Ciência Sem Fronteira. Novas contratações de professores possibilitaram um incremento na pesquisa e consequentemente na Pós-Graduação. Além disso, a política de interiorização da ES pública trouxe à Região um Campus da UFFS ampliando ainda mais as vagas na educação superior pública federal.

Para Nascimento (2001, p. 96), “educação e desenvolvimento são dois fenômenos pensados articuladamente um remetendo ao outro”. Por mais que possuam identidades separadas, um depende do outro. A qualificação profissional por meio da educação permite o crescimento do desenvolvimento, logo, o desenvolvimento possibilitará a expansão e especialização de mão-de-obra, formando assim um novo ciclo.

A expansão da ES na Região Sudoeste do Paraná tem contribuído, ao longo da história, para mudanças no cenário regional. Esse movimento tem se caracterizado principalmente por trazer à região estudantes de outras localidades do país por meio do SISU, uma novidade nesse movimento de expansão. Além disso, o processo de expansão e interiorização da Pós-Graduação é um movimento que deverá qualificar profissionais com o foco na pesquisa, promovendo, dessa forma, o olhar para a própria comunidade.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O estudo buscou analisar e compreender a expansão da Pós-Graduação Stricto Sensu inserida no desenvolvimento regional a partir da contextualização do desenvolvimento da ES no Brasil, e pela análise do processo de interiorização da Educação Superior no Sudoeste do Paraná.

Na análise realizada pode-se perceber que a expansão dos Cursos de Mestrado e Doutorado no Sudoeste do Paraná tem acompanhado o movimento de Políticas públicas, colocado como meta pelos últimos governos, contribuindo assim, para o acesso e interiorização da Educação Superior no país como uma possibilidade para a expansão tecnológica, política, econômica e social. Contudo, todo esse processo também apresentou interesses políticos, acompanhados da globalização, que necessitam da produção de conhecimento científico para promover o desenvolvimento nacional e criar sustentabilidade e autonomia que fortaleçam a economia brasileira, colocando o país em um cenário de destaque no mercado mundial.

Assim, a interiorização, primeiramente da Educação Superior e depois da Pós-Graduação, como no Sudoeste do Paraná, implica para o reforço de tais aspectos. Essa interiorização a partir do movimento de políticas públicas também não deixa de estar atrelada aos interesses locais, apesar de dialogarem com cenários mais amplos e complexos. Conforme Nascimento (2001), a estrutura educacional permite a um número cada vez maior de indivíduos o acompanhamento das mudanças estruturais e o deslocamento dos eixos econômicos.

Esse interesse se dá pelo processo de transformação, que aos poucos está inserindo outras formas de expansão econômica e social. A implementação dos PPG foi uma necessidade atendida primeiramente ao desenvolvimento da região, às articulações da educação e novas formas de produção, para além do contexto agrícola.

No que se refere ao perfil dos cursos de Pós-Graduação Stricto Sensu na Região Sudoeste do Paraná, quase todos, em processo de consolidação e avaliação, apresentam como finalidades a perspectiva de contribuir com o desenvolvimento regional, a partir da capacitação de profissionais que atuam nas diferentes áreas com foco na formação especializada e qualificada a partir da pesquisa.

Tem se, portanto, um cenário, no qual as Instituições de Ensino Superior aparecem como estimuladoras do desenvolvimento regional. É por meio delas que se criam caminhos para o aperfeiçoamento profissional e tecnológico em prol da região.

Nascimento (2001) aponta, que o desenvolvimento significa mudanças de padrão, seja na produção, no consumo ou na cultura e valores, além de instrumentos mais hábeis que permitam aos sujeitos a compreensão para enfrentar as mudanças e direcioná-los ao caminho que seja desejado.

Dessa forma, a implementação dessas instituições permitiu, a região em questão, o acesso a novas informações, a comunicação, a criação e fortalecimento de laços entre os diversos setores locais e com outros mais distantes. Evidencia-se, que esse processo de interiorização, primeiramente das IES, em sequência dos PPG, não apenas produz mão de obra qualificada e novos conhecimentos, mas propicia uma nova realidade a comunidade, novas alternativas às questões que envolvem o seu desenvolvimento.

Material suplementar
Referências
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Notas

Gráfico 1
Progressão da concessão de bolsas de Pós-Graduação da CAPES no Brasil.
Fonte: Geocapes Dados Estatísticos (2014).
Quadro 1
Cursos de Pós-Graduação Stricto Sensu da Região Sudoeste do Paraná.

Fonte: Capes (2014) e dados da pesquisa.
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