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A CONTRIBUIÇÃO DO PCN DE LÍNGUA PORTUGUESA NA PRODUÇÃO DE TEXTO NO ENSINO MÉDIO SOB A PERCEPÇÃO DOCENTE
Angélica Dias Medeiros Junqueira
Angélica Dias Medeiros Junqueira
A CONTRIBUIÇÃO DO PCN DE LÍNGUA PORTUGUESA NA PRODUÇÃO DE TEXTO NO ENSINO MÉDIO SOB A PERCEPÇÃO DOCENTE
Revista Internacional de apoyo a la inclusión, logopedia, sociedad y multiculturalidad, vol. 2, núm. 2, pp. 42-55, 2016
Universidad de Jaén
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Resumo: Neste artigo buscou fazer uma reflexão sobre a contribuição dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) de língua Portuguesa na produção de texto sob a percepção docente. Este documento oficial brasileiro tem como um dos objetivos desenvolver a competência textual do aluno. Na abordagem metodológica contempla estudos bibliográficos acerca do tema, fazendo uma análise das contribuições teóricas para a postura do professor em torno da questão do texto, levando em conta a aplicabilidade de princípios norteadores às atividades de análise e reflexão sobre o tema, priorizando as sugestões contidas no PCN de Língua Portuguesa. Portanto este artigo é relevante, pois poderá contribuir para que o professor possa rever seus conceitos e postura como indivíduo educador, que visa o aprendizado do aluno de forma eficaz e eficiente, produtores de seu próprio aprendizado.

Palavras-chave:PCN de Língua PortuguesaPCN de Língua Portuguesa, Produção Produção, Competencia Textual Competencia Textual.

Resumen: En este artículo busco reflexionar sobre la contribución de los Parámetros Curriculares Nacionales (PCN) de la lengua portuguesa en la producción de texto bajo la percepción de la enseñanza. El documento oficial de Brasil es uno de los objetivos para el desarrollo de la competencia textual del estudiante. El enfoque metodológico incluye estudios bibliográficos sobre el tema, haciendo un análisis de las aportaciones teóricas a la posición del maestro en todo el texto, teniendo en cuenta la aplicabilidad de los principios que guían las actividades de análisis y reflexión sobre el tema, haciendo hincapié en las sugerencias de PCN de la lengua portuguesa. Así que este artículo es relevante, ya que podría ayudar al profesor a revisar sus conceptos y la postura como un individuo educador, que tiene como objetivo el aprendizaje del estudiante con eficacia y eficiencia, em la producción de su propia aprendizaje.

Palabras clave: Lengua Portuguesa PCN, la producción de textos, Competencia Textual.

Carátula del artículo

A CONTRIBUIÇÃO DO PCN DE LÍNGUA PORTUGUESA NA PRODUÇÃO DE TEXTO NO ENSINO MÉDIO SOB A PERCEPÇÃO DOCENTE

Angélica Dias Medeiros Junqueira
UAA, Brasil
Revista Internacional de apoyo a la inclusión, logopedia, sociedad y multiculturalidad, vol. 2, núm. 2, pp. 42-55, 2016
Universidad de Jaén

Recepção: 15 Janeiro 2016

Aprovação: 30 Março 2016

A CONTRIBUIÇÃO DO PCN DE LÍNGUA PORTUGUESA NA PRODUÇÃO DE TEXTO NO ENSINO MÉDIO SOB A PERCEPÇÃO DOCENTE

1.- Introdução.

Atualmente muito se tem falado dos avanços educacionais, discursos sobre um novo conceito de educação, de educador e de educando, destacando os Parâmetros

Curriculares Nacionais, o qual inclui a interdisciplinaridade, as inteligências múltiplas, a ludicidade, a contextualização, a transdisciplinaridade,o os distúrbios de aprendizagem, a informática e outras, dadas às variedades de possibilidades que os Parâmetros Curriculares oferecem no ensino de Língua Portuguesa, consistindo no ensino, sua estrutura e funcionamento de forma dosada, numa escala crescente de aperfeiçoamento, desenvolvendo o processo de ensino aprendizagem de modo a não se perder de vista o caráter de continuidade que, necessariamente, deva nortear todo e qualquer processo educativo.

Os professores estão sendo orientados a mudar e a innovar, mas, Inovar com a intenção de atender às expectativas da atual sociedade. Transformar para adquirir novas formas de metodologias capazes de mudar ou transformar a escola proporcionando ao educando uma aprendizagem em algo dinâmico, significativo e participativo, aproximando a teoria da prática, pois o desafio dos professores continuam sendo, formar alunos competentes para que possam ler e entender aquilo que está registrado, nas diferentes situações de comunicação e nas diferentes relações em que estamos inseridos no mundo modermo

.

Assim, para esse trabalho é preciso que se tenha uma proposta metodológica que atenda às novas necessidades do processo de ensino e aprendizagem, com o propósito de ampliar os conhecimentos prévios dos alunos e organizá-los, realizando um trabalho diferenciado. Sendo que o professor deverá direcionar o entendimento para a vida com situações de aprendizagens concretas, e a escola deve oferecer um ambiente propício ao desenvolvimento desse conhecimento, pois o desenvolvimento da competência escrita nos alunos é a base de uma vida pessoal, social e profissional de sucesso, a forma e quando o aluno deve receber e adquirir as percepções do mundo que o próprio está ajudando a construir.

Este artigo tras uma temática relevante, pois, está poderá contribuir para que o professor possa rever seus conceitos e objetivos como educador que visa o aprendizado do aluno. Frente o momento em que vivemos não há dúvida de que as mutações e transformações são indispensáveis, se faz necessário rever uma nova postura do professor e um entendimento das coisas são necessários para que a educação possa favorecer à sociedade e os indivíduos como capazes de compreender e encontrar alternativas para resolver problemas.

Deste modo, a escolha do tema deu-se devido à observação de que não havia um interesse visível dos alunos quanto ao ensino da produção de texto, como professora de língua portuguesa despertou em mim a vontade de fazer uma investigação acerca da contribuição do PCN na produção textual levando-se em conta a competência textual e a prática pedagógica dos docentes de língua portuguesa, para verificar se essa prática contribui para o processo de construção textual de forma eficiente, pois, a capacidade de ler e escrever torna-se cada vez mais necessária diante da proporção desta sociedade globalizada que se desenvolve culturalmente e economicamente em novas direções. Sendo que o ato de ler e o escrever valem sobre tudos os demais, como instrumentos de libertação, proporcionado pela educação, pois são caminhos para apropriação do exercício da cidadania. Por isso, o propósito deste estudo crítico acerca da metodologia proposta pelo PCN de Língua Portuguesa em relação a produção de texto a qual poderá exercer influência na aprendizagem do aluno no que diz respeito à aquisição da competência textual e de acordo com a reflexão sobre a prática pedagógica dos profesores.

1.1 Problematização.

A preocupação maior se dá quanto carencia de aquisição da competência textual para o êxito no processo de ensino e aprendizagem no ensino médio, e o modo como o educador contribui para este processo. O professor não é mais a figura central, mas alguém mais experiente que ensina e aprende proporcionando ao educando aprender da maneira mais fácil possível. Isto remete a compreender e aceitar que as metodologias oferecidas ao aluno, devem ser exploradas pelos mesmos, em uma relação de interação em sua aprendizagem.

Assim Charolles (1989), declara que todo falante possui três capacidades textuais básicas: capacidade formativa; capacidade transformativa; capacidade qualificativa. Para Fávero & Koch (1983), se todos os usuários da língua possuem essas habilidades, podem ser nomeadas genericamente como competência textual, podendo justificar-se, então, a elaboração de uma gramática textual. O domínio destas estruturas e funções constitui nosso conhecimento de língua, a forma como manuseamos e a eficacia estes instrumentos para nos apropriar da comunicação que é a linguagem oral e ou escrita, no entanto, ao observar a metodologia adotada ou melhor, à atitudes dos professores de língua portuguesa Percebeu-se uma séries de regras e ordens a serem obedecidas, não se pode deixar de dizer que existe uma rejeição por parte dos alunos em relação à disciplina de língua portuguesa. Com isso a inquietação: Como os docentes de Língua Portuguesa percebem a contribuição do Parâmetro Curricular de Língua Portuguesa na produção de textos?

1.2 Objetivo geral.

Analisar a percepção dos docentes quanto a contribuição do PCN de Língua Portuguesa na produção de textual dos alunos do Ensino Médio

1.3 Objetivos específicos.

*Identificar se os professores de língua portuguesa utilizam o PCN como suporte metodológico na produção textual;

*Verificar a compreensão dos professores de Língua Portuguesa acerca da contribuição do PCN em sua disciplina;

*Descrever a contribuição do PCN de Língua Portuguesa na produção de texto.

1.2 Justificativa.

Tendo em vista a necessidade de mudanças nas práticas pedagógicas o PCN de Língua Portuguesa tras algumas sugestões sobre a prática pedagógica escolar, sua execução com respeito à travessia do ensino de uma gramática prescritiva para uma educação a qual o domínio da escrita é essencial, para que o educando possa se apropriar da linguagem através da qual possa desenvolver a competência textual tão almejada pelo processo de ensino aprendizagem, possibilitando a plena participação social, sendo que é pela linguagem que os homens e mulheres se comunicam se expressam e defendem pontos de vista, produzindo cultura.

Conhecer bem a língua significa conhecer um pouco da essência da vida humana. Não considerar a realidade do aluno e o seu processo histórico social e apenas repassar conteúdos linguísticos que não são vinculados ao seu cotidiano, não contextualizando significativamente a aprendizagem do aluno. Assim a necessidade dos professores compreender que o texto é algo que se forma na sociedade e desenvolver a competência textual possibilita que o aluno possa comunicar-se no meio em que está inserido se faz necessário, a reflexão estuda a Contribuição do PCN de Língua Portuguesa na Produção de Texto. Para tanto aborda-se no marco teórico o PCN de Língua Portuguesa, competência textual, produção de texto, metodologia do ensino de produção de texto no PCN de Língua Portuguesa.

1.4 Metodologia.

A temática para a elaboração desta pesquisa, aborda o PCN de Língua Portuguesa na Produção de Texto no Ensino Médio Sob a Percepção Docente. Descreve-se os procedimentos metodológicos utilizados para chegar a uma resposta a partir dos objetivos propostos. Dessa maneira verifica-se que os procedimentos na pesquisa representam o percurso cujo objetivo é a produção de conhecimentos com procedimentos traçado de maneira planeja para a concretização dos objetivos pretendidos.

A investigação tem um enfoque Qualitativo porque a metodologia qualitativa preocupase em analisar e interpretar aspectos mais profundos, descrevendo a complexidade do comportamento humano. Fornece análise mais detalhada sobre as investigações, hábitos, atitudes, tendências de comportamento, etc.” MARCONI e LAKATOS, (2006). O enfoque Qualitativo por ser uma pesquisa Descritiva que explora as particularidades e os traços subjetivos considerando a experiência pessoal do entrevistado. Esta investigação, com base nos objetivos terá um desenho Descritivo, onde iremos descrever os fatos e fenômenos Gil (2007) tendo como um dos objetivos Como os docentes de Língua Portuguesa compreendem a contribuição do Parâmetro Curricular de Língua Portuguesa na produção de textos. Quanto aos procedimentos da pesquisa é Bibliográfica na qual foi efetuada uma análise dos conteúdos centrais dos PCN do Ensino Médio para o ensino de língua portuguesa. A pesquisa bibliográfica oferece informações subsídios para a realização destes estudos. De acordo com GIL (2002), o objetivo desse tipo pesquisa é proporcionar maior familiaridade com um problema, oferecendo uma visão abrangente e uma análise teórica de determinado tema.

2. O PCN DE LÍNGUA PORTUGUESA.

Os estudos sobre o ensino de Língua Portuguesa, nos PCN (1997) como também nas propostas curriculares estaduais produzidas nos anos 80, foram orientados por fatores de caráter social, "externo" apropria disciplina, como, por exemplo, a presença na escola de uma clientela diferente daquela que vinha freqüentando até então os bancos escolares; a questão da ordem social assumida a partir da década de 80 após anos de ditadura; e, pela constatação mais uma vez do fracasso da escola no enfrentamento de problemas relacionados à evasão, repetência e analfabetismo. No bojo das discussões um discurso voltado para uma "pedagogia sociológica", cuja vertente dialético-marxista enfoca as contradições da escola democrática, seu desejo de transformação e de superação em busca da emancipação das camadas populares da sociedade.

Por outro lado PCN (1997) o ensino de língua portuguesa passa a ser repensado por razões internas (inerentes ao desenvolvimento de novos paradigmas no campo das ciências e da linguagem) que orientam a discussão a partir de conhecimentos sobre quem ensina e quem aprende; como se ensina e como se aprende sobre linguagem e a língua. Pesquisas na área interdisciplinar, como psicologia, sociologia, linguística, psicolinguística e sociolinguística, desencadeiam um esforço de revisão das práticas de ensino da língua, na direção de orientá-las para a ressignificação das noções de erro construtivo, de conflito cognitivo, de conhecimento prévio que o aluno traz para a escola, de construção do conhecimento de natureza conceitual através da interação com o objeto etc. Por outro lado, o campo das ciências da linguagem (em substituição ao estruturalismo e teoria da comunicação) aponta para a concepção da linguagem como forma de interação mediadora e constitutiva das relações sociais, para a percepção das diferenças dialeticas, para a necessidade de se ensinar a partir da diversidade textual, para adoção das práticas de leitura e produção e de análise linguística em suas condições de uso e de reflexão como conteúdo da disciplina.

Nesse discurso assumido pelos PCN (1997) pode-se ler uma crítica velada e explícita ao ensino tradicional, entendido como aquele que desconsidera a realidade e os interesses dos alunos, a excessiva escolarização das atividades de leitura e de escrita, artificialidade e fragmentação dos trabalhos, a visão de língua como sistema fixo e imutável de regras, o uso do texto como pretexto para o ensino da Gramática e para a inculcação de valores morais, a excessiva valorização da Gramática normativa e das regras de exceção, o preconceito contra formas de oralidade e contra as variedades não padronizadas, o ensino descontextualizado da metalinguagem apoiado em fragmentos linguísticos e frases soltas. Nessa perspectiva a finalidade do ensino de língua portuguesa, segundo o documento, deixa de ser exclusivamente o desenvolvimento de habilidades de leitura e de produção ou o domínio da língua escrita padrão, para passar a ser o domínio da competência textual além dos limites escolares, na solução dos problemas da vida como no acesso aos bens culturais e à participação plena no mundo letrado. Pretende-se neste artigo, deter-se em apenas alguns aspectos ou noções referentes ao conceito de gênero do discurso assumido nos PCN segundo as exercitando algumas situações didáticas a partir da discussão desse conceito.

O PCN (1997) de Língua Portuguesa possui a seguinte estrutura: uma breve apresentação da obra, seguida de duas partes específicas com as temáticas a serem discutidas. A primeira parte apresenta quatro capítulos referentes à apresentação da área a ser trabalhada (Língua Portuguesa) e define as linhas gerais da proposta. Apresenta questões referentes à natureza e as características da área, suas implicações para a aprendizagem e seus desdobramentos no ensino. Explicita os objetivos gerais da Língua Portuguesa, a partir dos quais são apontados os conteúdos relacionados à língua oral, língua escrita e análise e reflexão sobre a língua. O último tópico dessa primeira parte apresenta e fundamenta os critérios da avaliação para o ensino fundamental. A segunda parte apresenta propostas para as quatro séries do ensino fundamental, com objetivos conteúdos e critérios de avaliação, de forma a apresentá-los com a articulação necessária para sua coerência.

Apresenta-se neste as formas mais eficientes de trabalhar os conteúdos da Língua Portuguesa no ensino fundamental. Que traz a caracterização geral e os eixos orientadores dos mesmos, sua sequência e organização de maneira que possam ser trabalhados juntos com os Temas Transversais. Como trabalhar e a forma correta de atuar em sala de aula; língua escrita - incentivar a prática da leitura, produzir textos; análise e reflexão sobre a língua - revisar textos, aprender com textos, alfabetizar, conhecer aspectos gramaticais; os recursos didáticos e sua utilização que são necessários para um bom desenvolvimento da aula.

Também descreve-se a forma de trabalhar a avaliação na Língua Portuguesa. Critérios estes que devem ser compreendidos “como aprendizagens indispensáveis ao final de um período, por outro, como referências que permitem a análise dos seus avanços ao longo do processo, considerando que as manifestações desses avanços não são lineares, nem idênticos” PCN (p.97). A maneira de ver o PCN da Língua Portuguesa não como algo difícil, onde os educadores, em sua maioria, criticam negativamente e se negam a compreeender para aplicá-lo, sendo composto basicamente por orientações necessárias para o trabalho em sala de aula, ainda tras sugestões viáveis e possíveis que podem ser seguidas, desde que haja comprometimento da parte do professor em executá-las, para que a sala de aula se torne mais significativa e atraente para os alunos. Valorizando o contexto da escola, com aulas dinâmicas e criativas, com textos desafiadores para os alunos para aguçar a curiosidade desenvolvendo o hábito da leitura. Viabilizando o acesso dos alunos ao universo dos textos que circulam na sociedade, ensinando-os a produzi-los e interpretá-los, com o mesmo acesso à informação escrita com autonomía é possível criar condições para bem produzi-la. Esses fatores são fundamentais, tanto para a leitura quanto para a escrita, se tornar um hábito prazeroso, pois “as pessoas aprendem a gostar de ler quando, de alguma forma, a qualidade de suas vidas melhora com a leitura”. Por isso a adoção dos PCNs, não só de Língua Portuguesa, é importante para que possamos ter uma educação pública de qualidade, capaz de formar cidadãos autônomos, críticos e criativos atuando na sociedade.

2.1 Competência textual.

Conforme os PCN (1997) a competência Textual é o domínio da ação comunicativa que se dá através da apropriação das aptidões necessárias para a produção de textual. Assim, tanto quem educa quanto quem aprende, se tornam realmente usuários e donos da própria língua porque produzem significados em suas ações. A competência textual acontece por meio do fazer planejado e pensado, requer tempo e treino isto porque construir conhecimento necessita de minúcias e é por meio da investigação destas que se dá a concretude do poder de atuação aos sujeitos sociais que se enxergam como todo e parte dele, podendo agir e sofrer influências dos outros. Deste modo os gêneros textuais são atitudes concretas frente à sociedade, são as nossas ideias concretas e ordenadas, modelos mentais tipológicos que nos permitem argumentar. Os conceitos de competências e habilidades entram com muito vigor no documentos oficiail do governo que dita os rumos sobre a educação brasileira, como os PCN (Parâmetros Curriculares Nacionais).

Essas competências e habilidades devem ser refletidas no domínio da leitura e da escrita dos vários gêneros textuais que circulam socialmente, como os gêneros jornalísticos e literários, por exemplo, para assim desenvolvendo Habilidades e Competências no Processo de Leitura e Escrita, o texto deve ser o eixo central do processo ensino aprendizagem da língua materna. Perrenoud (2000) define competência como a capacidade de agir eficazmente em determinado tipo de situação apoiando se em conhecimentos, mas sem se limitara eles. Já habilidade refere se, especificamente, ao plano objetivo e prático do saber fazer e decorre, diretamente, das competências já adquiridas transformam-se em habilidades, segundo Macedo (2009).

Diz ainda Macedo (2009) que a competência é uma habilidade de orden geral, enquanto a habilidade é uma competência de ordem particular, específica. É a qualidade relacional de coordenar a multiplicidade (concorrência) à unicidade (competição). Para isso, supõe habilidade de tratar ao mesmo tempo diferentes fatores em níveis diferentes. O que não quer dizer que competência seja apenas um conjunto de habilidades: é mais do que isso, pois, supõe algo que não se reduz à soma das partes. Podemos definir com Perrenoud de outra forma: “[...] a competência é uma capacidade que produzir hipóteses, até mesmo saberes locais que, se já não estão ‘constituídos’, são ‘constituíveis’ a partir dos recursos do sujeito” (2000, p.69). Como lembra Marcuschi (1998), no final da década de setenta, o enfoque deixa de ser a competência textual dos falantes e passa se a considerar a noção de Textualidade, estabelecida por Begauan-de e Dressler (1981) como: “modo múltiplo de conexão ativado sempre que ocorrem eventos comunicativos”.

A partir da década de 90, os estudos linguísticos tomaram novos rumos, com o surgimento do interaciosnismo, que abrangeu os diversos segmentos da Linguística como a Socio-linguística, a Pragmática, a Análise da Conversação, a Análise do Discurso e a Linguística Textual. De acordo com Morato (2004p. 316), a noção de interação em Linguística se coloca numa perspectiva de abordagem de alguns fenômenos como o processo de produção textual que passa a ser resultado de uma atividade interacional.

A Linguística Textual, neste momento, assume nitidamente uma feição interdisciplinar e passa considerar texto como resultado do processo de interação de uma rede de elementos sociais, cognitivos e linguísticos Surge portanto, a sua mais nova fase: socio-cognitiva interacionista em que o processamento textual só se configura Desenvolvendo Habilidades e Competências no Processo de Leitura Escrita.

Em sua interrelação com outros sujeitos, sob a influência de uma complexa redede fatores, entre os quais a especificidade da situação, o jogo de imagens recíprocas, as crenças, as convicções, atitudes dos inte-ractantes, os conhecimentos (supostamente) partilhados, as expectativas mútuas, as normas e convenções sócioculturais. (Koch,

2003, p. 10)

O domínio da ação comunicativa se dá através da apropriação das aptidões necessárias para a produção de um gênero textual. Assim, tanto quem educa quanto quem aprende, se tornam realmente usuários e donos da própria língua porque produzem significados em suas ações. A maestria textual acontece por meio do fazer planejado e pensado, requer tempo e treino isto porque construir conhecimento necessita de minúcias e é por meio da investigação destas que se dá a concretude do poder de atuação aos sujeitos sociais que se enxergam como todo e parte dele, podendo agir e sofrer influências dos outros. Deste modo os gêneros textuais são atitudes concretas frente à sociedade, são as nossas ideias palpáveis e ordenadas, modelos mentais tipológicos que nos permitem argumentar.

2.3 Produção de texto.

A escrita é uma invenção recente, historicamente falando, afirmam Grabe e Kaplan (1996:5-6). Os autores analisam que, comparada à fala que está ligada a toda a história da humanidade, a escrita foi documentada há menos de 6000 anos, e acrescentam que, embora a linguística aceite que certos aspectos da linguagem falada podem ser biologicamente determinados, o mesmo não pode ser dito sobre a escrita.

Os autores ressaltam que, enquanto, normalmente, todo povo desenvolvido aprende a falar em língua materna, talvez metade da população não saiba ler ou escrever. Na opinião dos autores, isso chama a atenção para um significante contraste no desenvolvimento das habilidades da escrita e dafala. Vygotsky (1939/1970:99-107) também contempla a diferença entre alinguagem oral e escrita, assegurando que a escrita é uma forma decomunicação sem um interlocutor imediato, ou seja, direcionada a uma pessoaausente ou imaginária ou a ninguém em particular, para a qual o escritornecessita criar a situação para representá-la.

Tanto a visão de Vygostky (1970) a respeito da escrita como uma das formas mais elaboradas da linguagem que reflete o processo mental, quanto à de Grabe e Kaplan (1996) de que a escrita é uma tecnologia que necessita ser trabalhada e exercitada, nos faz perceber a complexidade existente no ato da escrita, fato que é merecedor de um olhar mais cuidadoso. Ao se produzir um texto, o autor precisa ter internalizado vários conceitos, pois, saber o que dizer e como fazer não é uma tarefa fácil para tornar esta produção significativa, formar o aluno experiente no uso da produção escrita é necessário inseri-lo em diversas produções de textos contextualizados com ambiente o qual está inserido. Para propiciar aos alunos o domínio no campo da escrita, fazendo dessa língua, o uso formal de fato, por meio de atividades que desenvolvam as habilidades necessárias para a formação do seu aprendizado. A fim de compreender melhor o fenômeno da produção de textos escritos, importante é entender previamente o que caracteriza o texto, unidade comunicativa básica, já que o que as pessoas têm para dizer umas às outras não são palavras nem frases isoladas.

Pode-se definir o texto como ocorrência linguística falada ou escrita, de qualquer extensão, dotada de unidades sócio comunicativa, semântica e formal. A produção da escrita uma ocorrência linguística, precisa ser percebida pelo leitor com um significado. Assim, o texto se caracteriza por uma unidade formal e material. Os constituintes linguísticos devem mostrar-se reconhecidos e integrados, de modo a permitir que ele seja percebido como um todo, com coerência.

Um texto escrito tras parágrafos em suas unidades de construção, essa unidade é composta de um ou mais períodos reunidos em torno de ideias estritamente relacionadas. Nos textos bem-formados, em geral, a cada parágrafo deve relacionar-se com uma ideia importante, não havendo normas rígidas para a paragrafação. De fato, o locutor pode fazer uso da paragrafação para marcar a sua intencionalidade. No trabalho efetivo com textos, o professor pode iniciar a atividade com textos orais produzidos pelos próprios alunos, mostrar como esses textos se estruturam, quais as suas especificidades, qual a sua unidade de construção. A seguir, deve desenvolver atividades escritas, pode utilizar os mesmos temas tratados no exercício oral, buscando evidenciar como se estrutura o texto escrito, qual a sua unidade constitutiva, como ela deve ser tecida.

Talvez conhecendo um pouco mais como se processa a elaboração do texto oral, o professor possa não só compreender melhor as produções escritas de seus alunos, como também aprimorá-las sem que percam a sua expressividade, fazendo do trabalho com textos uma atividade dinâmica e produtiva.

Os PCN (1997) reiteram ao longo de todo o documento que o texto deve ser tomado como unidade básica de trabalho, que dele devem partir e a ele devem se encaminhar todas as atividades relacionadas às práticas de linguagem. Uma primeira questão a ser considerada é que ao termo texto corresponde também a modalidade oral, frequentemente esquecida, atribuindo-se essa denominação somente ao objeto material produzido por meio da utilização da modalidade escrita da língua, limitandose, quando muito, a pedir que os alunos apresentem seminários.

Os PCN (1997) por sua vez, mesmo valorizando, indicando e orientando o trabalho com textos orais, e embora apresente propostas e estratégias a serem utilizadas para esse fim, não oferecem exemplos concretos de procedimentos, como exercícios e atividades. Quanto à produção de texto os PCN orientam a articulação entre a leitura e a escrita para a promoção de atividades didáticas. A leitura, com base nos PCN (1998), fornece subsídios para a linguagem escrita. Ora fornecendo argumentos, isto é, o que escrever ora modelos de referência ou seja, como escrever remetendo, assim, à intertextualidade. Com isso, os PCN tras como objetivo formar escritores competentes.

3. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS.

É preciso pensar que a metodologia não é um processo de etapas fácil quando se trata de captar e analisar as características dos vários métodos disponíveis para conduzir a Língua que falamos. A Língua Portuguesa é minuciosa, detalhada, rigorosa e exata de toda ação desenvolvida, por isso, precisa-se entender que as práticas normativas de ensino devem considerar a realidade linguístico-social dos alunos e suas particularidades psico-sociolinguística de leitura, produção e interpretação de textos orais e escritos.

Possenti (1998) O que o aluno produz ou fala reflete o que ele sabe (gramática internalizada). A compararão sem preconceito das formas é uma tarefa da gramática descritiva.A aceitação ou rejeição social de tais formas é uma tarefa da gramática normativa.As três podem evidentemente conviver na escola. Perante tais constatações, observase que a língua materna que deveria priorizar as atividades de leitura, produção textual e interpretação motivando sua prática constante; despertando no educando o espírito analítico e crítico através de textos sob as inúmeras variedades linguísticas e literárias, como também, textos jornalísticos, promovendo assim, o despertar do interesse pela leitura e escrita. Bakhtin (1986) Se faz necessário fazer uma revisão de novas metodologias e prática de ensino. Nesse sentido, o que se pondera aqui é uma tentativa de refletir sobre os problemas do ensino de Língua Portuguesa. Freire (1981) Verificou que a permanência de reformulação nos parâmetros de ensino é necessário, uma vez que se perceba a impossibilidade e a normatização de métodos de ensino, distanciando-se da realidade sociocultural do educando como agente principal na aquisição e edificação de conhecimento teórico-prático. Travaglia (1997) Destaca o principal objetivo do ensino de língua materna nas escolas de Ensino Fundamental e Médio é desenvolver a competência comunicativa dos usuários da língua, onde para isso é necessário abrir a escola à pluralidade dos discursos, ou seja, à variação linguística. PCN (1987) o Parâmetro Curricular Nacional de língua portuguesa, destaca que o objetivo é desenvolver no educando o domínio da expressão oral e escrita em situações de uso público da linguagem, levando em conta a situação de produção social e material do texto (lugar social do locutor em relação ao destinatário, bem como seu lugar social; finalidade ou intenção do autor; tempo e lugar material da produção e do suporte) e selecionar, a partir disso, os gêneros adequados para a produção do texto, operando sobre as dimensões pragmática, semântica e gramatical. PCN (1988) Os PCN (1998) proporcionam conhecimentos teóricometodológico da língua materna incluindo não só a problemática do ensino de língua portuguesa em suas especificidades, mas também, criando possibilidades de desenvolvimento de alternativas que integram teoria e prática. O discurso pedagógico, a linguagem da produção textual, seja ela oral ou escrita, a análise linguística, a leitura e a literatura contribuem para construção da linguagem que aprofunda e estimula a interação de teoria-prática-teoria, criando espaços de interlocução que se refletem no processo de aquisição e desenvolvimento entre professor, aluno, e o objeto analisado. Importar tabla

Fonte: A própria pesquisa.

Questões importantes como uma revisão de uma fundamentação teórica e a capacitação efetiva e permanente dos professores, pesquisadores e estudiosos de uma maneira geral comprovam que a metodologia adotada para o ensino de língua portuguesa é a questão fundamental a ser analisada na aquisição de uma metodologia voltada para o ensino da leitura e da escrita, são instrumentos para desenvolver a competências e a habilidades que são instrumentos para o ingresso e a participação na sociedade letrada em que vivemos. São ferramentas para a compreensão e a realização da comunicação do homem na sociedade contemporânea é a chave para a apropriação dos saberes já conquistados pela humanidade.

Em relação às orientações metodológicas, os PCN preconizam que o professor passe a ser considerado mediador na construção social do conhecimento do aluno. Essa nova concepção da função docente surge em contraposição à postura preconizada pelos modelos teóricos tradicionais, pelos quais o professor era concebido como centro dos processos de ensino e de aprendizagem. Com isso, o ensino focava no docente, estando o discente limitado a um papel passivo que se restringia à recepção/reprodução mecânica de conteúdo.

Outro aspecto abordado refere-se à avaliação, a qual, com base nos PCN, está diretamente vinculada à qualidade social da educação, buscando melhorias para os processos de ensino e de aprendizagem. O último aspecto abordado tange aos Recursos Didáticos. Os PCN preconizam a utilização de uma gama de recursos didáticos, isto é, a diversidade e a multiplicidade de linguagens. Dentro desse contexto, esse documento oficial se volta para uma perspectiva de diversidade de recursos didáticos sugerindo o uso de múltiplas linguagens nos processos de ensino e de aprendizagem, como charges, cinema, histórias em quadrinhos, jogos, jornais, literatura de cordel, redes sociais, revistas, tirinhas etc. Por tudo o que aqui foi exposto, é fácil verificar não só a possibilidade, mas a necessidade de um estreito intercâmbio entre a Linguística Textual e o ensino de língua materna, no sentido de explicitar os princípios e estratégias que devem orientar o trabalho com o texto nas aulas de língua materna, para que as sugestões do PCN possam ser postas em prática e alcançar os resultados esperados.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS.

O ensino de Língua Portuguesa precisa adequar-se a uma nova realidade educacional, para o professor de língua portuguesa, surge o desafio de ser mediador em torno de cultivar, nos alunos, a capacidade de resolver problemas reais. Mediar a construção do conhecimento em vez de ser mero transmissor, configurando uma nova realidade educacional que exige transformações não só do professor, mas da escola como um todo.

A Proposta do PCN de Língua Portuguesa, surge como o desafio de um grupo com uma caminhada de transformações que pretende orientar o trabalho que se faz com a língua materna, mas, sem a participação do professor, para a aplicabilidade das orientações proposta, pouco poderá ser feito, diante dos desafíos. O comprometimento de cada professor com sua própria formação e o entendimento de aprender a aprender continuamente podendo despertar, o professor para que se aproprie da proposta na tentativa de operar mudanças em sua prática pedagógica.

Partindo da percepção dos professores, o nível de conhecimento, compreensão, aceitação e aplicabilidade da Proposta do PCN de Língua Portuguesa, bem como de que modo a proposta contribui para uma re orientação no ensino de Língua Portuguesa no ensino médio.

Concluiu-se, que os professores conhecem o documento, porém superficialmente. As leituras feitas pelos professores, foram muito superficiais, o documento em estudo, na interpretação dos professores, tem recebido aceitação da equipe docente e administrativa das escolas pesquisadas. Acredita-se que é possível a articulação entre os pressupostos teórico metodológicosdos PCN e o desenvolvimento de práticas que promovam areflexão sobre aspectos da língua e da linguagem. O ideal é fazer da educação um caminho para a dignidade com novas posturas e atitudes frente à sua prática e o desejo de buscar alternativas para valorizar sua formação pessoal e profissional.

Material suplementar
Referências
Andrade, M. L. C. V. O. (1994) Unidades Constitutivas do Texto. I: Diário de Classe 3, São Paulo, FDE – Secretaria do Estado da Educação, p.41-45.
Castilho, A. T. de. (1989). A Língua Falada no Ensino de Português. São Paulo: Hucitec. C. V, Editora y Distribuição.
Geraldi, João Wanderley (org). (2006). O Texto na Sala de Aula. 4ª Ed.- São Paulo: Editora: Àtica, Guedes, Enildo Marinho, Fracasso Escolar. 1ª Ed. Curitiba, editora: HD Livros.
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